IBOVESPA 2,17% | 80.687 Pontos
CÂMBIO -2,58% | 5,46/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa subiu 2,2% ontem, aos 80.687 pontos, seguindo o exterior, que também se recuperou após quedas dos dias anteriores. O dólar comercial subiu 2,65% ontem e chegou a um novo recorde de 5,45. Em 2020, o Real brasileiro é uma das moedas mais fracas do mundo, com uma desvalorização de 26,15%.
Isso se compara ao Rand Sul Africano com desvalorização de 26,76%, o Peso Mexicano perdendo 22,7% e o Peso Colombiano perdendo 18,72%. Em momentos de alta aversão ao risco, o Dólar tende a se valorizar frente às moedas de países emergentes. Além disso, os baixos juros no Brasil levam a uma saída de investidores estrangeiros de curto prazo em renda fixa, ajudando a desvalorizar o câmbio no Brasil.
A nossa carteira Top 10 XP do mês de Abril têm exposição à várias ações de empresas multinacionais e exportadoras, que se protegem e se beneficiam de uma desvalorização cambial. Essas são: 1) VALE, 2) Suzano Papel e Celulose, 3) JBS, e 4) Marfrig.
Nesta manhã, mercados internacionais oscilam pouco após dados fracos de serviço e manufatura na Europa. Futuros do S&P 500 nos EUA e bolsas na Europa seguem de lado, após fechamento misto nos mercados asiáticos; China -0,25%, Hong Kong +0,3% e Japão +1,5%. Acesse aqui o relatório internacional completo.
Refletindo os impactos negativos da pandemia do coronavírus, o PMI composto da Zona do Euro, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 29,7 em março para a mínima histórica de 13,5 em abril, bem abaixo da expectativa de mercado, de 26.
No Brasil, em resposta à crise econômica do país e visando aprimorar ações estratégicas para a retomada do crescimento nacional, o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, anunciou nesta quarta-feira o programa Pró-Brasil, que, segundo o ministro de infraestrutura, Tarcício Freitas, prevê R$ 30 bilhões de investimentos públicos e R$ 250 bilhões em contratos de concessões à inciativa privada. O programa foi apresentado por slides sem detalhamento e deve ter uma reunião inaugural na próxima sexta-feira. De acordo com Braga Netto, a estruturação deverá acontecer entre maio e julho e o detalhamento entre agosto e setembro.
No mundo político, chamou a atenção o destaque conferido ao general Braga Netto, na centralização e anúncio do programa – que não contou com a presença de integrantes do Ministério da Economia. Também tem sido conferido protagonismo ao general em outras ações do governo, como o diálogo com partidos no Congresso.
Além disso, o plenário do Senado aprovou ontem o projeto de lei que amplia o número de pessoas que poderão receber o auxílio emergencial de R$ 600. No mesmo texto, foi ampliado o acesso ao Benefício de Prestação Continuada, de forma permanente, o que tem impacto de cerca de R$ 200 bilhões em dez anos. O governo já vetou medida semelhante.
O que preocupa é que, ao mesmo tempo, o Ministério da Cidadania disse que não poderá antecipar o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600 por “falta temporária de dinheiro”. O pagamento da segunda parcela deve ficar apenas para maio.
O ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciou ontem que pretende apresentar em uma semana um plano para o início do relaxamento das medidas de distanciamento social no país, apesar de ter admitido que a disseminação do vírus após o abrandamento da quarentena é um risco. O relaxamento das medidas de isolamento social em várias regiões do Brasil já se reflete no setor varejista, que já contava ontem com 43 shopping centers reabertos em 19 cidades.
Na agenda de indicadores e eventos de hoje, os destaques serão a participação do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, em videoconferência com o senador Tasso Jereissati e o economista Marcos Lisboa e a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos, em teleconferências fechadas à imprensa. No exterior, o destaque será o PMI composto preliminar dos Estados Unidos em abril e pedidos de seguro desemprego nos EUA às 9h30.
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Agenda de resultados
Temporada de resultados 1° tri 2020: o que esperar?
Brasil

- Plano pró-Brasil é anunciado em resposta à crise econômica do país
- Auxílio emergencial de R$ 600 deverá ser pago a mais pessoas, mas os recursos são insuficientes para antecipar o pagamento da segunda parcela
- Plano de flexibilização das medidas de isolamento social deve ser apresentado nos próximos dias
Internacional

- Política Internacional: embaixador Chinês nos EUA diz que é preciso “repensar seriamente” relação entre EUA e China
- Petróleo: Preços sobem com ameaça de Trump ao Irã
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas

- IRB (IRBR3): saída de conselheiros e remoção do guidance
- Equatorial (EQTL3): Destaques operacionais do 1T20
- brMalls (BRML3): Retomada das operações de dois shoppings
- Eletrobras (ELET6): Privatização é adiada devido a pandemia de coronavírus
Fundos de Investimentos

- Revisando Estimativas de Fundos Imobiliários de Shopping Centers
Veja todos os detalhes
Brasil
Plano pró-Brasil é anunciado em resposta à crise econômica do país
- Em resposta à crise econômica do país e visando aprimorar ações estratégicas para a retomada do crescimento nacional, o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, anunciou nesta quarta-feira o programa Pró-Brasil, que, segundo o ministro de infraestrutura, Tarcício Freitas, prevê R$ 30 bilhões de investimentos públicos e R$ 250 bilhões em contratos de concessões à inciativa privada;
- O programa, que foi dividido nas vertentes “Ordem” (voltada à segurança jurídica para concessões) e “Progresso” (voltada para obras com investimentos públicos), foi apresentado por slides sem detalhamento e deve ter uma reunião inaugural na próxima sexta-feira;
- De acordo com Braga Netto, a estruturação do programa deverá acontecer entre maio e julho e o detalhamento final entre agosto e setembro.
Auxílio emergencial de R$ 600 deverá ser pago a mais pessoas, mas os recursos são insuficientes para antecipar o pagamento da segunda parcela
- O plenário do Senado aprovou ontem o projeto de lei que amplia o número de pessoas que poderão receber o auxílio emergencial de R$ 600, mas no mesmo dia o Ministério da Cidadania disse que não poderá antecipar o pagamento da segunda parcela do auxílio por falta temporária de dinheiro;
- Vendo que o crédito de R$ 98,2 bilhões será insuficiente para atender à toda a demanda, a pasta já pediu ao Ministério da Economia a previsão de uma suplementação o mais rápido possível, mas o pagamento da segunda parcela deve ficar apenas para maio;
- Também ontem, a Câmara dos Deputados aprovou o texto base do projeto que autoriza o Tesouro Nacional a depositar R$ 15,9 bilhões em um fundo para bancar parte dos empréstimos em caso de inadimplência dos tomadores. O texto facilitará o acesso a crédito a micro e pequenas empresas durante a crise provocada pelo coronavírus e retornará ao Senado após a votação de destaques.
Plano de flexibilização das medidas de isolamento social deve ser apresentado nos próximos dias
- O ministro da saúde, Nelson Teich, anunciou ontem que pretende apresentar em uma semana um plano para o início do relaxamento das medidas de isolamento social no país;
- Apesar de ter admitido que a disseminação do vírus após o abrandamento da quarentena é um risco, o ministro disse o plano deve levar em consideração os aspectos de cada região do país e que, dependendo da evolução dos casos em cada local, haverá possibilidade de recuo após a reabertura;
- O relaxamento das medidas de isolamento social em várias regiões do Brasil já se reflete no setor varejista, que já contava ontem com 43 shopping centers reabertos em 19 cidades diferentes.
Internacional
Política Internacional: embaixador Chinês nos EUA diz que é preciso “repensar seriamente” relação entre EUA e China
- O embaixador Chinês nos EUA, Cui Tiankai, disse que é o momento de “repensar seriamente os fundamentos” do relacionamento entre os países já que esses têm “vulnerabilidades” comuns em meio á pandemia. A manifestação de Tiankai é um movimento contrário ao discurso de Donald Trump, que tem se referido ao Covid-19 como “vírus de Wuhan”, inflando tensões entre os países. O embaixador também nega alegações que a China apresentou informação falsa sobre número de casos e óbitos;
- O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, projetou que maior parte de atividade dos EUA será retomada até agosto.
Petróleo: Preços sobem com ameaça de Trump ao Irã
- Ontem o petróleo tipo Brent fechou em alta de 7,5% em U$21,90/barril. A alta foi impulsionada pelo aumento das tensões no Oriente Médio, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que ordenara aos navios de guerra dos EUA que “abatam e destruam” navios iranianos se estes representassem uma ameaça;
- Por outro lado, ontem a Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) divulgou, em seu relatório oficial de fornecimento, um estoque em linha com o esperado pelo mercado (15,022 contra expectativa 15,150 milhões de barris);
- Nessa manhã de quinta-feira, a commodity (Brent) opera em território positivo, alta de +8,3% em US$22,05/barril, compensando parte da queda acumulada da semana.
Empresas
IRB (IRBR3): saída de conselheiros e remoção do guidance
- Na última segunda o IRB recebeu a notificação de renúncia vinda de Alexandre Broedel, Ivan Gontijo e seus respectivos suplentes. As renúncias são especialmente relevantes pelo fato de ambos terem mandato até 2021 e serem representantes do Itaú e do Bradesco no conselho, respectivamente. A notícia não foi bem recebida pelo mercado, que viu a ação cair 7% em dia de alta de 2% do IBOVESPA;
- A resseguradora também decidiu retirar suas projeções (guidance) para 2020, citando como principal razão a atual crise do coronavírus. Acreditamos que o movimento de retirada de projeções seja natural neste momento de mercado, onde existe pouca visibilidade do que vai acontecer no nível das seguradoras (clientes). Clique aqui para acessar nosso relatório completo.
Equatorial (EQTL3): Destaques operacionais do 1T20
- Ontem a Equatorial divulgou seus resultados operacionais referente ao 1T20. O consumo de energia da companhia teve um aumento de +6,2% A/A sendo +4,6% no mercado cativo e +18,2% no mercado livre. O segmento industrial teve uma redução de consumo de -13,9%, sendo parcialmente compensada pelo aumento de +26,9% do consumo da classe residencial baixa renda (que acreditamos refletir um cadastramento mais acelerado de consumidores nesta classe nas novas concessões no Piauí e Alagoas);
- Na frente de perdas, os seguintes destaques foram (1) para Cemar, perdas não técnicas de 9,4% vs. níveis regulatórios de 9,3%, (2) para a Celpa, perdas não-técnicas de 38,6% vs. níveis regulatórios de 33,5%, (3) para a Cepisa, perdas não técnicas de 19,5% vs. níveis regulatórios de 13,9% e, (4) finalmente, para a Ceal, perdas não técnicas de 48,5% vs. níveis regulatórios de 22,0% (notamos que a Equatorial ainda está estruturando sua estratégia de combate a perdas na concessão de Alagoas);
- Apesar de termos uma visão positiva dos dados operacionais da empresa para o trimestre, acreditamos que estes ainda não refletem os efeitos da pandemia do COVID-19, e por isso não serão o foco das atenções do mercado. Temos recomendação de Compra nas ações da Equatorial.
brMalls (BRML3): Retomada das operações de dois shoppings
- A brMalls anunciou ontem que retomou as operações em dois shoppings do portfólio, o Shopping Iguatemi Caxias do Sul (RS) e o Shopping Campo Grande (MS), que retornam às suas atividades nos dias 20 e 22 de abril, respectivamente. A operação mantém horários reduzidos, de 12h às 20h, e segue todos os protocolos e recomendações relativos à limpeza e saúde. Os demais Shoppings seguem fechados por determinação das autoridades públicas, com serviços de delivery e/ou atividades essenciais permitidos;
- A notícia é marginalmente positiva, mas é importante ressaltar que os shoppings em questão possuem uma representatividade relativamente baixa no portfólio (de ~5% em relação ao NOI de 2019). A grande concentração de ativos está nos estados de SP, RJ e MG, que em 2019 somaram mais de 70% do NOI (resultado operacional líquido). Temos recomendação de compra para as ações da brMalls, com preço-alvo de R$14,5/ação.
Eletrobras (ELET6): Privatização é adiada devido a pandemia de coronavírus
- O governo federal informou, nesta quarta-feira (22), o adiamento das iniciativas de privatização da Eletrobras. O cronograma previsto era realizar a venda da empresa até outubro de 2020 e agora espera-se que o negócio seja realizado até junho de 2021;
- Com isso, o secretário de Desestatização, Privatizações e Desinvestimentos, Salim Mattar, disse que a meta do governo para desestatização de 2020 não seria cumprida por ser “muito ambiciosa” diante do cenário de crise do coronavírus;
- Apesar do adiamento da privatização em si, o secretário manifestou o desejo de que o projeto de lei que autoriza a venda da Eletrobras seja aprovado pelo Congresso Nacional ainda este ano.
Fundos de Investimentos
Revisando Estimativas de Fundos Imobiliários de Shopping Centers
- Sem dúvida, o segmento de shoppings é um dos mais impactos com a crise do coronavírus. Apesar da distribuição de rendimentos continuar pressionado no curto prazo devido aos impactos do contágio do COVID-19 no funcionamento dos shopping centers, acreditamos que alguns fundos imobiliários do segmento passaram a negociar com desconto atrativo ao seu valor patrimonial, que podem gerar ganhos de capital no longo prazo para o investidor. Temos preferência por fundos de shoppings centers com portfólio sólidos com empreendimentos de qualidade e dominantes em suas regiões;
- Estamos revisando nossas estimativas para os fundos imobiliários do segmento de shopping centers, HGBS11 (Compra; Preço-alvo de R$264/cota), HSML11 (Compra; Preço-Alvo de R$105/cota), MALL11 (Neutro; Preço-Alvo de R$90/cota) e VISC11 (Neutro; Preço-Alvo de R$111/cota). Dentre elas, nossa preferência vai para HSI Malls (HSML11);
- Para mais detalhes, confira nosso panorama e tese de investimento de cada fundo imobiliário analisado no link.

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