IBOVESPA -0,2% | 101.017 Pontos
CÂMBIO 0,1% | 5,62/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Pressionado pelo movimento das bolsas internacionais, o Ibovespa fechou a última segunda-feira em queda de 0,24%, aos 101.017 pontos. Os principais motivos do pessimismo foram o novo recorde de 83 mil casos diários de infecções pelo novo coronavírus nos Estados Unidos, o que levou até o petróleo a cair 3,16%, a perda de entusiasmo quanto à aprovação de um novo pacote de estímulos americano antes das eleições e a implementação de novas medidas de restrição em países europeus, como Itália e Espanha. Depois da queda generalizada de ontem, hoje as bolsas amanhecem mistas, com a Europa caindo 0,4% e os Estados Unidos avançando 0,3%.
As taxas futuras de juros fecharam o dia de ontem em queda, em semana de decisão do Copom. A queda poderia ter sido mais acentuada, mas a cautela global com a segunda onda da covid-19 e a fala do assessor econômico da Casa Branca de que as negociações entre democratas e republicanos não estão completamente paralisadas seguraram o movimento. O DI jan/21 fechou em 1,95%; DI jan/23 encerrou em 4,84%; DI jan/25 foi para 6,57%; e DI jan/27 fechou em 7,43%.
No Brasil, os jornais seguem leves, com a cobertura focada nas eleições municipais. Das notícias com impacto fiscal, o destaque foi que o governo fará uma contraproposta às centrais sindicais que buscam ampliar o seguro-desemprego aos trabalhadores demitidos na pandemia. A ideia é pagar duas parcelas a mais do benefício, mas limitando os beneficiários para evitar que fiquem pagamentos para 2021. O custo fiscal seria de R$ 7.3 bi, ante R$ 16.4 bi da proposta inicial das centrais sindicais. Além disso, o presidente adiantou ontem que o Diário Oficial trará redução de impostos sobre videogames. O impacto será pequeno, de R$ 36 mi em 2021 e R$ 39 mi em 2022, mas a notícia não deixa de ser negativa.
No âmbito político, foram fortes as reações à sugestão de Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, de se fazer uma constituinte. O destaque ficou para a possível reforma ministerial e para a pressão para mais investimentos públicos na segunda metade do mandato presidencial.
E na economia, o destaque de ontem foram os dados de crédito, que continuam em expansão. O indicador mostra que a política monetária expansionista vem funcionando e tende a compensar parte da retirada dos programas de auxílio do governo no ano que vem. Com relação à inflação, o índice da FIPE da terceira quadrissemana de outubro ficou um pouco acima do esperado, indicando que a inflação ao consumidor segue acelerando na segunda quinzena de outubro.
A agenda desta terça-feira traz como destaque a divulgação de balanços corporativos no Brasil e no exterior. No Brasil, será publicada, pelo Tesouro, a edição de setembro do Relatório Mensal da Dívida Pública. E nos Estados Unidos, serão divulgados pedidos de bens duráveis de setembro (que funcionam como bom indicador antecedente da indústria) e a confiança do consumidor de outubro.
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Internacional
Empresas

- Klabin (KLBN11): 3T melhor do que o esperado com volumes mais altos em papel
- Petrobras: Gaspetro recebe proposta da Compass
- ArcellorMittal religa o alto forno 3 em Tubarão
- Proteínas: preços do boi gordo e do suíno vivo quebram recordes novamente, aumentando preocupação com pressão de custos
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Empresas
Klabin (KLBN11): 3T melhor do que o esperado com volumes mais altos em papel
- Ontem, a Klabin reportou seus resultados operacionais referente ao 3º trimestre. De modo geral, os números foram acima do esperado, com EBITDA de R$1.233 milhões. O principal destaque foi o volume de papel sinalizando início de recuperação em mais setores da economia. Além disso, volumes de celulose vieram em linha com a nossa previsão e os preços se recuperaram no final do trimestre. Embora a alavancagem continue sendo uma preocupação, parece decente, considerando os projetos de expansão em andamento: Dívida Líquida/EBITDA em dólar atingiu 4,0x, contra 3,8x no 2T20;
- Em papel, volumes maiores, devido à forte demanda de alguns dos setores mais impactados no primeiro semestre, como alguns bens duráveis, foram o principal destaque. O preço médio realizado foi ligeiramente mais baixo (-2% T/T, +8% A/A), enquanto os volumes em 513 mil toneladas foram 9% maiores A/A;
- No segmento de celulose, o principal destaque foi o melhor mix entre clientes/regiões, compensando parcialmente os preços da celulose de fibra curta mais baixos no trimestre. Os volumes de vendas vieram em linha e as receitas cresceram 3% no trimestre, para R$1.051 milhões. Do lado negativo, custo caixa pior com preços mais altos de produtos químicos (soda cáustica) e custos relacionados a intervenções antes das paradas de manutenção, que geralmente ocorrem no segundo trimestre, compensaram o desempenho ainda bom nos volumes;
- Vemos os resultados reportados como positivos e reiteramos nossa recomendação de Compra (preço-alvo de R$32/ação).
Petrobras: Gaspetro recebe proposta da Compass
- A Cosan anunciou ontem, via fato relevante, que sua subsidiária Compass apresentou sua proposta no processo competitivo de desinvestimento promovido pela Petrobras para alienar sua participação de 51% no capital da Gaspetro. A subsidiária de distribuição de gás da Petrobras, Gaspetro, é uma holding que possui participação em 19 distribuidoras de gás que exploram com exclusividade os serviços locais de distribuição de gás canalizado em diversos Estados do Brasil;
- Os termos e condições da proposta são confidenciais, em razão da natureza do processo competitivo conduzido pela Petrobras. No entanto, a concretização da potencial transação está sujeita a diversos fatores, incluindo a escolha da proposta apresentada pela Compass como vencedora do processo competitivo, a conclusão bem sucedida das negociações dela decorrentes e a celebração do respectivo contrato de compra e venda para aquisição de participação de 51% do capital social da Gaspetro, que preverá condições precedentes habituais em transações desta natureza, incluindo aprovações regulatórias e concorrenciais dos reguladores aplicáveis;
- Com base base em nossas estimativas realizadas levantamos no nosso relatório de início de cobertura (link), estimamos para a Gaspetro (i) um valor total implícito para a subsidiária entre R$4,33 bi e R$4,66 bi, (ii) para a venda de 51% de participação da Petrobras, uma arrecadação de recursos entre R$1,57 bi a R$1,68 bi (valores já líquidos de impostos sobre ganho de capital), (iii) em um ganho adicional por ação de R$ 0,12-0,13/ação com a venda, e (iv) uma redução no endividamento de (0,01)x;
- Reiteramos nossa recomendação de Compra para Petrobras, com preços-alvo de R$30 e R$29 para PETR4 e PETR3, respectivamente. Notamos que não incorporamos nenhum processo de venda de ativos em nossas estimativas de preço-alvo. Notamos que estamos restritos nas ações da Cosan por determinação de compliance.
ArcellorMittal religa o alto forno 3 em Tubarão
- De acordo com um anúncio realizado ontem, a ArcellorMittal reiniciou seu alto-forno 3 da usina de Tubarão no dia 25 de outubro. O equipamento está parado desde março devido ao cenário econômico desfavorável decorrente do COVID-19 e tem capacidade de produção de 2,8 milhões de toneladas por ano de aço bruto. Com a retomada, a empresa terá capacidade de forno de quase 7 milhões de toneladas por ano na usina;
- O religamento baseou-se numa decisão estratégica diante de uma aparente recuperação da atividade económica e do setor. Dessa forma, os três alto-fornos de Tubarão operam com capacidade reduzida, visando atender os clientes que retomaram gradativamente o consumo, porém acompanhando cautelosamente a demanda. Vemos a decisão como positiva para o setor siderúrgico, além do sinal favorável para a recuperação do mercado doméstico.
Proteínas: preços do boi gordo e do suíno vivo quebram recordes novamente, aumentando preocupação com pressão de custos
- A margem dos frigoríficos seguem sob pressão frente a sucessivas altas e recordes registrados nos preços dos animais vivos, conforme destacamos no Expresso Alimentos & Bebidas nas últimas semanas;
- O boi gordo fechou a semana passada em R$ 269/@ (+5% desde o início de outubro e +30% desde o início do ano). O suíno vivo fechou a semana em R$ 9,41/kg, um aumento de 18% no mês, 48% no ano e 77% versus 2019. O frango vivo, que apesar da alta segue atrasado em relação às outras proteínas, fechou a semana em R4 4,30, um aumento de 4% no mês, 34% no ano e 30% versus 2019;
- A pressão nos custos também impacta os produtores, com a alta nos grãos reduzindo as margens. A soja fechou a semana em R$ 164/saca, aumento de 8% no mês, 85% no ano e 87% na comparação anual. O milho fechou a semana em R$ 79/saca, aumento de 23% no mês, 84% no ano e 62% na comparação anual;
- O alento à pressão de custos vem dos câmbio desvalorizado (-28% desde o início do ano) e da demanda aquecida no mercado mundial. A proximidade do Ano Novo Chinês indica que o ritmo deve seguir forte por pelo menos mais um mês, o que deveria ajudar as indústrias. Exportações para a quarta semana de outubro:
- Carne bovina segue forte em volume (131k tons, +5% A/A);
- Carne de frango segue com preços 15% abaixo do mesmo período em 2019;
- Carne suína com perspectiva de novo recorde em volume (67k tons +47% A/A) e mantendo preços estáveis (+1,4% A/A).

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