Tópicos do dia
Brasil

- Política Brasil: Reforma da Previdência em destaque
- Copom mantém taxa Selic em 6,5%, e defende cautela e serenidade
Internacional

- Alemanha: Desaceleração inesperada da indústria gera preocupação com recessão
- Banco Central da Índia corta inesperadamente juros em 0,25%
Empresas

- BRF anuncia venda de ativos na Europa e Tailândia
- Petrobras (PETR4): Destaques de entrevista do CEO Roberto Castello Branco
COE News

- British Petroleum apresenta resultados fortes e em linha com o setor
Resumo
Respiro, conforme esperávamos
Ontem, o Ibovespa teve seu pior pregão desde a greve dos caminhoneiros em 2018, com queda de 3,74% após a forte valorização de 13% desde o fim dezembro, seguindo fraqueza nos mercados internacionais e notícias pontuais sobre a agenda reformista do governo.
De fato, no nosso Panorama desse mês, destacamos que o mercado antecipou parte da melhora no cenário no Brasil e fevereiro poderia ser de volatilidade, com respiro no Ibovespa. Apesar disso, continuamos otimistas e acreditamos que 2019 pode ser transformacional para o Brasil com a evolução das reformas necessárias.
Hoje os mercados internacionais continuam em território ligeiramente negativo, com queda de -0,3% nas bolsas Europeias e de -0,2% no futuro do S&P. Investidores seguem a espera de negociações comerciais entre China e os EUA. Na Índia, o Banco Central surpreendeu os mercados com corte na taxa de juros.
Ontem o presidente do Banco Central americano (Fed) fez discurso público para educadores nos Estados Unidos sem grandes destaques para política monetária. No Brasil, a taxa de juros foi mantida em 6,5% na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), como esperado. O Banco Central defendeu serenidade e informou que continuará a avaliar os fatores de risco da inflação para decidir os próximos passos da política monetária.
Sobre previdência, o Presidente da Câmara Rodrigo Maia defende tramitação mais longa e aprovação da reforma na Câmara deve atrasar, aumentando a preocupação no mercado. Como parte das propostas da reforma, empresas e trabalhadores que ganham menos podem ver redução alíquota do INSS, o que poderia ser compensado com o aumento de até 14% da contribuição de quem ganha mais.
Do lado das empresas, a BRF anunciou a venda de seus ativos na Europa e na Tailândia para a Tyson Foods por US$ 340 milhões, levantando um total de, aproximadamente, R$ 4,1 bilhões, dos R$ 5,0 bilhões que haviam sido inicialmente previstos em seu Plano de Reestruturação. Em entrevista, o CEO da Petrobras Roberto Castello Branco voltou a ressaltar o seu compromisso com a redução do endividamento da empresa, desinvestimentos de ativos que não são o foco da empresa e redução de custos, e também forneceu atualizações sobre as negociações da Cessão Onerosa.

Conteúdo na íntegra
Brasil
Política Brasil: Reforma da Previdência em destaque
- Previdência: O presidente da Câmara Rodrigo Maia defende tramitação mais longa e aprovação da reforma na Câmara deve atrasar, aumentando a preocupação no mercado. Como parte das propostas da reforma, empresas e os trabalhadores que ganham menos podem ver redução alíquota do INSS. Isso pode ser compensado com o aumento para até 14% na contribuição daqueles que ganham mais;
- Previdência ou reforma trabalhista? A reforma da previdência pode criar um contrato de trabalho fora da CLT, que teria menos direitos, seria ligado ao regime de capitalização e se aplicaria apenas aos jovens;
- Lula é condenado a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no processo sobre o sítio em Atibaia.
Copom mantém taxa Selic em 6,5%, e defende cautela e serenidade
- O Copom decidiu por unanimidade manter a taxa Selic estável, em 6,5% ao ano;
- Em seu comunicado, a autoridade monetária destacou que o cenário externo permanece desafiador, mas diminuíram os riscos de curto prazo associado à normalização das taxas de juros nos países desenvolvidos;
- Com respeito ao cenário doméstico, o Banco Central defendeu serenidade, e que a evolução dos balanços de riscos justifica a manutenção do nível atual da Selic, em contraste com expectativas de um discurso mais suave que pudesse apontar para futuros cortes de juros. O Comitê enfatizou que a continuidade do processo de reformas e ajustes na economia brasileira é essencial para a manutenção da inflação em níveis baixos, queda de juros e recuperação da economia.
Internacional
Alemanha: Desaceleração inesperada da indústria gera preocupação com recessão
- A produção industrial da Alemanha, maior economia da Europa, caiu inesperadamente em dezembro, segundo dados oficiais divulgados hoje. Esta é a última de uma série de sinais apontando para uma desaceleração na atividade do país;
- A produção caiu 0,4% em dezembro, contra um aumento de 0,9% esperado pelos analistas, segundo a Reuters. O resultado foi impulsionado principalmente pela construção e bens de produção e consumo, que mais do que compensaram o aumento da produção de bens de capital no mês;
- Este foi o quarto mês consecutivo de queda na produção industrial, levantando preocupações sobre uma recessão no país. O índice de ações alemão DAX reagiu e caía 0,5% mais cedo hoje.
Banco Central da Índia corta inesperadamente juros em 0,25%
- O Banco Central da Índia cortou inesperadamente sua taxa básica de juros na reunião de estreia do governador Shaktikanta Das, tornando-se o primeiro país na Ásia a aliviar as taxas este ano, seguindo cenário benigno de inflação;
- O comitê decidiu por um corte de 0,25, levando as taxas de juros a 6,25% e citando a desaceleração do crescimento econômico e a queda acentuada da inflação. O comitê também mudou sua posição de política monetária para “neutra” em relação à perspectiva anterior de “aperto calibrado”, sugerindo que haverá espaço para futuros cortes;
- Esta decisão foi prevista por apenas 11 dos 43 economistas consultados pela Bloomberg. O Comitê de Política Monetária, formado por seis membros, votou unanimemente para mudar seu posicionamento para neutro, de “aperto calibrado”, adotado em outubro.
Empresas
BRF anuncia venda de ativos na Europa e Tailândia
- A BRF anunciou hoje a venda de seus ativos na Europa e na Tailândia para a Tyson Foods por US$ 340 milhões. Segundo a empresa, o conjunto das medidas que integram o Plano de Reestruturação, incluindo a operação de hoje e as demais iniciativas relacionadas a desinvestimentos, venda de ativos non-core, capital de giro e securitização de recebíveis, deverá resultar na arrecadação de um total de, aproximadamente, R$4,1 bilhões, dos R$5,0 bilhões que haviam sido inicialmente previstos;
- Em função disso, a BRF estima que a dívida líquida/EBITDA ajustado ficará em torno de 5x no 4T18, incluindo os efeitos pro forma de todas as vendas de ativos já anunciadas, e aproximadamente 3,65x no 4T19, acima dos 4,35x e 3x inicialmente previstos, respectivamente, com adiamento de 6 meses para o alcance das metas iniciais. A alavancagem acima da inicialmente prevista era esperada dado atraso na conclusão dos desinvestimentos e vendas de ativos na Argentina a valores mais baixos que o esperado, mas o não atingimento do plano pode ser visto como negativo pelo mercado;
- Em teleconferência, a BRF reiterou o foco na contínua desalavancagem e a expectativa de fluxo de caixa positivo em 2019. Além disso, a empresa espera melhoria dos resultados operacionais com reversão da queda de margem esse ano e volta à média histórica em 2020. O mercado doméstico já apresenta melhora, com preços mais robustos, enquanto a empresa poderia buscar parcerias para investir na Europa e na Arábia Saudita. Não há previsão de investimentos inorgânicos nos próximos 3 anos – apenas investimentos para manutenção e melhorias operacionais. Por fim, a empresa reiterou que está confortável com sua situação de caixa e que não precisará de caixa adicional após as inciativas alcançadas;
- Mantemos nossa recomendação Neutra para BRF. Apesar de esperarmos recuperação de resultados, vemos a ação negociando a 10.5x EV/EBITDA 2019 e 8x 2020, justa em nossa visão.
Petrobras (PETR4): Destaques de entrevista do CEO Roberto Castello Branco
- Em entrevista concedida ao Valor, o CEO da Petrobras Roberto Castello Branco voltou a ressaltar o seu compromisso com a redução do endividamento da empresa (considerando 1.5x Dívida Bruta / EBITDA como o nível adequado), desinvestimentos de ativos que não são o foco da empresa e redução de custos, bem como atualizações sobre as negociações da Cessão Onerosa;
- Quanto a desinvestimentos, os principais destaques da entrevista foram (1) um programa de venda de refinarias mais ambicioso, que evite a transferência de monopólios do público para o privado, (2) saída da Braskem no preço adequado e (3) possível venda do controle da BR Distribuidora ou de uma participação adicional. O executivo mencionou que pode haver definição sobre o modelo das refinarias e da BR no primeiro semestre desse ano;
- Finalmente, com respeito à Cessão Onerosa, o executivo mencionou que as conversas vem acelerando e as partes trabalham para que as negociações sejam concluídas até o fim do mês. A prioridade de todos é que o leilão dos barris excedentes possa ser feito esse ano, de modo a favorecer o desenvolvimento da indústria de petróleo do Brasil.
COE News
British Petroleum apresenta resultados fortes e em linha com o setor
- A BP reportou nessa terça-feira resultados fortes no 4T18, com aumento na produção e preço do petróleo (brent chegou a atingir US$ 85,00/barril), surpreendendo as expectativas de mercado e levando os papéis a uma alta de ~5%. O custo de produção para a exploração de petróleo (~resultado operacional) atingiu US$ 6,3 bilhões, 81% superior no ano contra ano e 26% acima do consenso. O lucro atingiu US$ 3,5 bilhões, 65% superior na comparação ano contra ano e 32% acima das expectativas de mercado;
- A produção média diária no trimestre atingiu US$ 2,6 bilhões, número 2% superior neste mesmo período. Com exceção da operação na Rússia, a BP reportou 3,7 milhões de média de barris/dia em 2018, a maior nível desde 2010;
- Após vender US$ 3,5 bilhões em ativos, a BP segue com o plano de desinvestimento até atingir a meta de US$ 10 bilhões ao longo dos próximos 2 anos, ajudando a equilibrar o endividamento da empresa após ter adquirido a mineradora e petrolífera anglo-australiana BHP que opera Xisto nos EUA.

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