1. Prévia da temporada de resultados do 4T24 nos EUA: Há vida lá fora! - A contribuição das “outras 492” empresas do S&P 500 para o crescimento de lucros do índice deve superar a das Big Techs
2. Bancos: Resultados fortes, mas o melhor ainda está por vir! - Os principais bancos dos EUA deverão ver impulso em 2025 com expectativa de desregulação
3. Scott Bessent e Economia Americana: Novo Secretário do Tesouro e inflação em linha dão alívio às Treasuries - Bessent fala sobre seus planos como Secretário do Tesouro americano
4. Tiktok: O fim do aplicativo nos EUA? - O futuro do TikTok nos EUA está nas mãos de Trump, que assumirá a presidência na segunda-feira
5. SLB: Bons resultados e perspectiva de melhora para o setor - Empresa sobe quase 13% na semana após superar estimativas de receita e lucro


1. Prévia da temporada de resultados do 4T24 nos EUA: Há vida lá fora!
Big Tech x “outras”: Pela primeira vez em 2 anos, a contribuição das “outras 492” empresas do S&P 500 para o crescimento de lucros do índice deve superar a das Big Techs.

Economia forte, mas o foco é outro: Nossa visão é que será uma temporada de resultados morna, com um número moderado de surpresas positivas, em função da força da economia americana forte. O foco dos investidores, no entanto, deverá estar nas políticas do novo governo e nas sinalizações das companhias a esse respeito.
Crescimento de +11,1%: O consenso de mercado aponta para um crescimento de +11,1% no lucro por ação (LPA) do S&P 500 no comparativo anual para o 4T24, apesar de revisões baixistas nas projeções de resultados ao longo do trimestre, que ficaram em -3,0%. Essa revisão para baixo está em linha com a média histórica e é indicativo de que as empresas podem surpreender positivamente. Este será o sexto trimestre consecutivo de crescimento de lucros, reforçando uma retomada mais consistente.

Cuidado com o dólar forte: Apesar de uma economia americana ainda sólida, os desafios ligados ao dólar forte e às altas expectativas para o LPA podem limitar o número de surpresas positivas nesta temporada. No entanto, esperamos que os dados confirmem uma aceleração no crescimento dos lucros, reforçando a resiliência das empresas do S&P 500.
Para saber mais sobre a temporada de resultados do 4º trimestre de 2024, confira a nossa prévia completa.

Confira todos os resultados do 4T24 da temporada internacional
2. Bancos: Resultados fortes, mas o melhor ainda está por vir!
Semana de excelentes resultados: Os principais bancos dos EUA divulgaram os resultados do quarto trimestre de 2024 entre os dias 15 e 16 de janeiro, e apresentaram surpresas bastante positivas. Os resultados indicam uma recuperação significativa do setor financeiro, refletindo tanto a flexibilização monetária do Federal Reserve quanto a expectativa de desregulação prometida por Trump.
Os maiores bancos já reportaram: Entre os destaques, o Goldman Sachs reportou forte crescimento operacional e um aumento no backlog de fusões. O Morgan Stanley apresentou eficiência recorde e otimismo no investment banking. Já o JPMorgan e o Bank of America destacaram o ambiente econômico favorável, enquanto o Citigroup surpreendeu com um programa de recompra de ações de US$ 20 bilhões. Por outro lado, o Wells Fargo e o US Bancorp enfrentaram resultados mais modestos, impactados por desempenho em trading e guidance abaixo do esperado.

Estamos positivos com o setor: Com a desregulação prometida, o setor financeiro deve ver aumento nas fusões e aquisições, além de maior dinamismo nos mercados de capitais. Nossa perspectiva positiva para bancos está refletida no overweight em setor financeiro de nossas carteiras.
Para ver mais detalhes sobre as divulgações dos bancos e nossa visão positiva, confira o relatório Sob o olhar da estratégia: Resultados dos bancos americanos no 4T24.
3. Scott Bessent e Economia Americana: Novo Secretário do Tesouro e inflação em linha dão alívio às Treasuries
Sai Yellen, entra Bessent: A confirmação de Scott Bessent como novo Secretário do Tesouro dos EUA marca o início de uma nova agenda econômica para os EUA. Durante sua audiência no Senado, Bessent destacou a importância de renovar os cortes de impostos de 2017, alertando que a não extensão da medida poderia desencadear uma “parada súbita” na economia americana. Ele também enfatizou que programas como a Previdência Social não seriam tocados, enquanto criticou os gastos fiscais excessivos do governo Biden.
3-3-3 e tarifas graduais: Um dos pilares da estratégia de Bessent é o plano “3-3-3”, que busca cortar o déficit orçamentário para 3% do PIB, manter o crescimento do PIB ao redor de 3% por trimestre em termos anualizados e expandir a produção de petróleo em 3 milhões de barris por dia. Sobre tarifas, Bessent indicou que seu uso seria gradual, buscando minimizar quebras nas cadeias globais de fornecimento. Essas medidas visam impulsionar o crescimento dos Estados Unidos no longo prazo, enquanto enfrentam desafios imediatos, como o déficit crescente e a possibilidade de volta das pressões inflacionárias.
Mais um 3? Inflação preocupa: Scott Bessent assume o cargo em meio a um processo incompleto de desinflação. De acordo com os dados mais recentes, o CPI (índice de preços ao consumidor) acumulou alta de 2,9% em 2024, (acima da meta de 2%), enquanto o núcleo do índice (medida menos volátil e preferida pela autoridade monetária) registrou alta de 3,2% no ano. Os dados, divulgados nessa semana vieram em linha com o consenso de mercado.
Alívio nas Treasuries: A inflação em linha com as expectativas e a confirmação de Bessent foram bem recebidas pelo mercado. A taxa das Treasuries de 10 anos recuou 15 bps na semana, para 4,62%, e investidores elogiaram o compromisso de Bessent com a independência do Federal Reserve. Sua experiência no mercado financeiro e seu plano ambicioso trouxeram otimismo, mas o próximo passo será transformar suas propostas em ações concretas para equilibrar crescimento e estabilidade fiscal.

4. Tiktok: Plataforma sairá dos EUA dia 19 de janeiro
Suprema Corte mantém decisão, Trump pode adiar efeito: A Suprema Corte dos EUA manteve a decisão de proibir o TikTok no país, determinando que o aplicativo seja removido das lojas de aplicativos a partir do domingo, dia 19 de janeiro. O banimento do aplicativo, que está ligado às preocupações sobre segurança nacional e coleta de dados, deixa o futuro do TikTok nas mãos do presidente eleito Donald Trump, que toma posse no dia seguinte ao início da medida. Embora Trump tenha se manifestado contra o banimento, ele ainda não relevou qual será sua decisão final.
Congresso aprovou lei em 2024: O contexto envolve anos de debates sobre a influência chinesa nos EUA. Em 2024, o Congresso americano aprovou uma lei que exige a venda da plataforma por sua controladora, ByteDance, para um comprador americano. A empresa tem resistido à demanda, aumentando receios de que o aplicativo seja instrumento usado para espionagem por parte do governo chinês. A proibição poderá ser revertida caso Trump busque uma “solução política”, como já indicou em entrevistas.
Concorrentes agradecem: Enquanto isso, plataformas como Instagram Reels e Youtube Shorts podem emergir como alternativas para os usuários e anunciantes do TikTok. A Meta Platforms (ticker: META), de Mark Zuckerberg, é vista como uma das principais beneficiárias do banimento do TikTok, uma vez que atrairia parte significativa dos usuários e anunciantes.
X + TikTok = XikXok? Também foram levantados rumores sobre uma possível aquisição da operação norte-americana do aplicativo por Elon Musk (que em 2022 adquiriu Twitter, hoje renomeado como X), que causaram divisão na opinião pública, com críticas predominando entre democratas. A reação democrata foi marcada por mudança de opiniões. Muitos membros do partido, que antes apoiaram o projeto de lei, agora se preocupam com o impacto cultural e político da decisão, especialmente entre eleitores jovens. Lideranças do partido têm pressionado pela extensão do prazo ou por negociações para evitar uma descontinuação abrupta do aplicativo, mas a Casa Branca recusou por haver um plano confiável para uma venda em andamento.
Boa relação entre Trump e Xi pode influenciar desfecho: Por fim, as incertezas sobre a situação do TikTok nos EUA refletem as complexidades da relação do país com a China. O presidente eleito mantém conversas com Xi Jinping, presidente da China, e sinalizou otimismo sobre resolver questões como comércio e o TikTok. Na sexta-feira (17/01), Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, repercutiram conversa telefônica amistosa e o tom mais positivo provocou alta em ativos chineses, que encerraram a semana em alta (FXI + 6,1%), com contribuições de dados de atividade local mais forte e novos estímulos.

5. SLB: Bons resultados e perspectiva de melhora para o setor
Quem é SLB e como foi o resultado: A SLB (Ticker: SLB), antiga Schlumberger e principal empresa do setor de serviços de óleo e gás, divulgou seus resultados do quarto trimestres de 2024. Os números vieram acima do esperado: a receita atingiu US$ 9,28 bilhões (+1,1% acima do consenso) e o lucro por ação chegou a US$ 0,92 (+2,2% acima do consenso).
Forte demanda internacional e alto retorno ao acionista: As surpresas positivas, impulsionadas pela forte demanda internacional e por segmentos como Digital & Integração e Sistemas de Produção, foram acompanhadas por um aumento de 3,6% no dividendo trimestral e por um programa acelerado de recompra de ações no valor de US$ 2,3 bilhões. Esses movimentos, que representam um retorno de cerca de 7% para os acionistas em 2025, refletem a confiança da companhia no desempenho futuro, apesar de alertas sobre o excesso de oferta de petróleo no curto prazo.
Ásia e Oriente Médio foram destaques: Adicionalmente, a SLB destacou que, apesar das cautelas em alguns mercados, o Oriente Médio e a Ásia continuam mostrando forte expansão, com perspectiva de recuperação global de atividades no segundo trimestre de 2025.
Estamos positivos com o setor: Nossa visão para o setor de serviços de óleo e gás segue positiva, especialmente com expectativas relacionadas à posse de Trump, que sinalizou seu interesse em fortalecer a extração de petróleo e gás natural no país. A desregulação proposta pelo presidente eleito tende a impulsionar investimentos no setor, enquanto a crescente demanda por energia de data centers e inteligência artificial oferece suporte adicional à demanda no médio prazo.
Ação subiu e está na Top Ações Globais XP: Na semana, as ações da SLB subiram +12,9%. A empresa faz parte da carteira Top Ações Globais XP.

Compilado de resultados da semana
Comentamos os resultados de 11 empresas durante a semana. Confira aqui:
Quarta-feira, 15 de janeiro
BlackRock (BLK): Surpresas positivas de +1,6% na receita, +4,1% no lucro por ação e +41,8% no fluxo líquido de capital. Na semana, a empresa teve alta de +5,2%. 🟢
JPMorgan (JPM): Surpresas positivas de +4,1% na receita, +17,3% no lucro por ação e +1,9% na receita líquida com juros. Na semana, a empresa teve alta de +8,1%. 🟢
Goldman Sachs (GS): Surpresas positivas de +12,1% na receita, de +45,5% no lucro por ação e +11,1% na receita líquida com juros. Na semana, a empresa teve alta de +11,8%. 🟢
Citigroup (C): Receita em linha com o esperado, surpresa positiva de +11,4% no lucro por ação e positiva de +1,6% na receita líquida com juros. Na semana, a empresa teve alta de +12,0%. 🟢
Wells Fargo (WFC): Surpresa negativa de -1,0% na receita, positiva de +5,4% no lucro por ação e positiva de +1,2% na receita líquida com juros. Na semana, a empresa teve alta de +10,2%. 🟢
Quinta-feira, 16 de janeiro
TSMC (TSM): Surpresas positivas de +1,5% na receita, +1,2% no lucro por ação e +5,0% na receita de computação de alto desempenho. Na semana, a empresa teve alta de +1,5%. 🟢
UnitedHealth (UNH): Surpresa negativa de -0,9% na receita, positiva de +1,5% no lucro por ação e negativa de +150 bps na sinistralidade. Na semana, a empresa teve queda de -2,1%. 🔴
Morgan Stanley (MS): Surpresas positivas de +7,7% na receita, +31,1% no lucro por ação e +27,9% na receita líquida com juros. Na semana, a empresa teve alta de +11,9%. 🟢
US Bancorp (USB): Surpresa positiva de apenas +0,1% na receita e na receita líquida de juros e de +1,7% no lucro por ação. Na semana, a empresa teve queda de +2,1%. 🟢
Bank of America (BAC): Surpresas positivas de +1,2% na receita, +6,6% no lucro por ação e +1,2% na receita líquida com juros. Na semana, a empresa teve queda de +3,2%. 🟢
Sexta-feira, 17 de janeiro
SLB (SLB): Surpresas positivas de +1,1% na receita e de +2,2% no lucro por ação, além de anúncio de elevação dos dividendos e recompra de US$ 2,2 bi em ações. Na semana, a empresa teve alta de +12,8%. 🟢
Agenda de resultados
