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5 anos em 5 minutos – Agosto 2020

O objetivo deste novo relatório mensal é passar nossa visão de longo prazo em 5 minutos ou menos, detalhando os retornos esperados para os perfis de risco e classes de ativos.

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Retornos esperados para os portfólios nos próximos 5 anos

Desde 30 de julho, quando soltamos nossa última edição mensal deste relatório, os mercados ao redor do mundo mantiveram-se otimistas, ainda que as preocupações em relação à retomada da economia pós coronavírus continuem. O índice que reflete as bolsas globais subiu 6% em dólares. O Ibovespa sofreu com o clima político interno, perdendo 2% de seu valor. O Real também foi penalizado, depreciando-se cerca de 8% contra o Dólar.

Revisamos nosso cenário para a bolsa brasileira, tentando filtrar o enorme ruído que temos no ano, com os lucros das empresas caindo 50% em um trimestre e com expansão projetada em 12 meses em mais de 100% pelo mercado como um todo.

No Brasil o tumulto político continua e as preocupações em relação à situação fiscal do país ganharam relevância na mídia. Entretanto, acreditamos que nossa probabilidade atual atribuída ao cenário negativo, 20%, já reflete os acontecimentos atuais.

Desdobrando a Renda Variável Global

Desde o início desse relatório temos estimado os retornos esperados para a parcela global de ações sempre considerando o risco cambial. Esse tende a ser a maneira padrão que construímos nossas carteiras, dado que dessa maneira o risco acaba sendo menor, dado que ações no exterior e nossa moeda tendem a ter correlação negativa.

Porém, no ambiente pós coronavírus, passamos a ter exposições bem maiores em renda variável no exterior, por gostarmos da tese de investimento. Mas dado o risco da carteira e o patamar atual do Real, desvalorizado em métricas de longo prazo como comentamos no relatório de maio, passamos a ter regularmente posições hedgeadas, ou seja, onde o risco da moeda é imunizado.

Passaremos a publicar então, à partir desse relatório, também as projeções que utilizamos para os retornos da renda variável global hedgeada.

Ambas são ferramentas importantes na construção de nossas carteiras, adicionando diversificação significativa e, em especial na parcela não-hedgeada, uma maior resiliência a choques.

Prêmios de crédito

Os fundos de crédito continuaram obtendo bons resultados ao de julho, com fechamentos dos prêmios, de debêntures, em especial na parcela de inflação.

O spread de crédito para a classe de Pós-Fixados com base no índice IDA-DI, divulgado pela ANBIMA e na taxa disponível para papéis bancários na plataforma da XP está hoje em torno de 1,25% ao ano, 0,15% menor do que no relatório passado.

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No espaços de inflação, onde utilizamos o IDA IPCA Infraestrutura para estimar o prêmio de crédito, estamos em 1,2% ao ano acima da NTN-B de mesmo duration, um fechamento de 0,20% ao ano.

Como os ativos são isentos, esse prêmio de crédito sobe para mais de 2,5% ao ano quando a comparação é feita líquida de IR.

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Cenário neutro

Entendemos que ainda há um ambiente pró-reformas no Brasil, que tende a fazer com que as engrenagens da economia deslizem com mais facilidade, trazendo crescimento e mais eficiência.

No entanto, estamos longe de um ambiente político harmônico: o executivo federal e o congresso têm um diálogo truncado e existe muita resistência à agenda de reformas por grupos organizados e influentes.

A bolsa brasileira é a classe com maior retorno potencial em 5 anos, mas recomendamos muita cautela na hora de construir sua posição devido aos acontecimentos recentes. Leia mais aqui.

Cenário pessimista

Ainda que esse não seja nossa visão, não podemos ignorar que, dadas as instabilidades políticas, existe a chance de que piore a relação entre o Executivo e o Congresso. Isso faria com que as Reformas empacassem, com o país falhando em desbloquear um novo ciclo de crescimento.

O baixo crescimento pode abrir os ouvidos da população para políticos populistas, que queiram desfazer reformas como a do Teto de Gastos e talvez até mesmo a Reforma da Previdência.

A Renda Variável Global é nossa principal defesa em um cenário adverso:

Cenário otimista

Mesmo com a articulação truncada, podemos ser surpreendidos pelo alinhamento do Congresso em entregar as reformas, e as privatizações. O crescimento da economia nos próximos anos seria mais forte do que conseguimos agora antecipar, ao mesmo tempo em que a taxa de juros neutra seria mais baixa.

Nesse cenário os lucros das empresas cresceriam mais, e com taxas de juros mais baixas, haveria maiores ganhos nos papéis de renda fixa.

Fundos multimercados podem se adaptar rápido mudanças no cenário

Principais temas globais

Nossa visão de como os grandes temas globais afetam o Brasil está detalhada no quadro a seguir. Atualmente é difícil enxergar quão rápida será a saída do mundo da recessão criada pela pandemia de coronavírus.

Porém, entendemos que os temas globais visando o longo prazo continuam os mesmos: crescimento baixo, taxas de juros ainda mais comprimidas e aversão a risco mantendo Dólar e outros ativos considerados seguros em patamares valorizados.

Metodologia

O quadro a seguir resume os dados e premissas utilizados para calcular os retornos por classe de ativo.

Notas

Inflação: Para estimar o retorno da classe inflação para o portfólio, utilizamos como referência uma carteira composta por 50% IMA-B e 50% IMA-B5. Para definir o prêmio de crédito, utilizamos o IDA IPCA Infraestrutura. O prêmio de crédito é aplicado em 50% da classe de inflação, fazendo o gross-up dos retornos para refletir a isenção de IR.

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