Recalculando a rota: a arte de navegar em águas turbulentas

Na Expert XP 2024, investidores compartilharam suas experiências em tempos de volatilidade. Felipe Guerra (Legacy), James Oliveira (Vinland), André Raduan (Genoa) e Rogério Freitas (XP) discutiram as estratégias para lidar com mercados incertos, destacando a importância de flexibilidade e resiliência na gestão de portfólios em momentos desafiadores.

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O cenário atual do mercado nos Estados Unidos reflete um ciclo de juros em transformação, com o Federal Reserve (FED) considerando cortes nas taxas em resposta a um mercado de trabalho mais fraco e a uma inflação que, embora elevada, apresenta sinais de estabilização. O desemprego acelerou, sugerindo uma desaceleração econômica. Os especialistas acreditam que há espaço para cortes de 150 a 200 pontos base, o que poderia impulsionar a bolsa.

No Brasil, a situação é mais complexa, com taxas de juros altas e uma inflação projetada acima da meta para 2025. Os gestores discutem a necessidade de um ajuste na comunicação do Banco Central, que tem sido considerada excessiva e confusa. A expectativa é de que, com um cenário fiscal desafiador e um crescimento robusto do crédito, o Banco Central possa ser forçado a manter a taxa de juros elevada por mais tempo. A falta de clareza na comunicação e a pressão inflacionária resultam em um ambiente de incerteza para investidores, o que gera volatilidade.

Já para a bolsa brasileira, o cenário é cauteloso, com muitos especialistas preferindo mercados externos, especialmente os EUA. Apesar de resultados positivos das empresas brasileiras, a perspectiva geral não é otimista, com múltiplos considerados justos ou até elevados, especialmente em setores como commodities e bancário. A competição crescente e a deterioração das condições econômicas, especialmente com a desaceleração da China, levantam preocupações sobre o desempenho futuro da bolsa. Assim, a recomendação é de cautela em relação a posições relevantes em ações brasileiras.