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‘Amazônia é o novo pré-sal’: entenda por que a região pode ser um problema ou uma grande solução para o país e o mundo

No segundo painel do dia da Expert ESG, Denise Hills, Mariano Colini e Marina Grossi discutiram os problemas que a Amazônia enfrenta e como a floresta pode ser um hub sustentável de oportunidades

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No segundo painel do dia da Expert ESG, Denise Hills, Diretora global de sustentabilidade da Natura, Mariano Colini, Fundador e diretor do IDESAM, e Marina Grossi, presidente do CEBDS, se reuniram para discutir sobre os problemas que a Amazônia enfrenta e como a floresta pode ser um hub de oportunidades e de geração de valor para todos que estão em seu entorno.

Amazônia em foco: E o Acordo de Paris?

Ficou evidente na discussão entre os especialistas a importância e relevância da Amazônia dentro do contexto ambiental. Não apenas por ser hoje o pulmão do mundo e maior centro de biodiversidade global como também por ser essencial para que o mundo consiga atingir as metas traçadas no Acordo de Paris (que visa a redução de gases estufas para conter o aquecimento global).

Marina Grossi trouxe um dado impressionante que ilustra a potência desse ativo brasileiro: “A Amazônia produz 20% de toda água doce do planeta. A Usina de Itaipu precisaria operar 145 anos na capacidade máxima para dar vazão à mesma quantidade de água que a Amazônia evapora em apenas 24h.”

Isso se contrasta a um dado trazido por Mariano Colini de que em 2020 houve o maior desmatamento dos últimos 12 anos na região, sendo uma área equivalente a sete vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Com esses dois dados em mente, o painel nos mostra a importância e urgência de atuar na reversão dessa tendência de desmatamento, enquanto há inclusive uma oportunidade de destrave de valor ao mudar essa direção.

Hoje, a Amazônia é pouco relevante do ponto de vista econômico para o Brasil (sendo responsável por menos de 9% do PIB), mas tem protagonizado cada vez mais nossas relações comerciais com o mundo. Se conseguirmos reverter esse protagonismo de algo negativo (desmatamento) para algo positivo (preservação), podemos colher diversos frutos não apenas ambientais e sociais, como também econômicos.

“A Amazônia concentra 20% de toda água doce do planeta. A Usina de Itaipu precisaria operar em plena carga durante 140 anos para dar vazão à mesma quantidade de água que a Amazônia evapora em apenas 24h.” Marina Grossi, presidente do CEBDS

Década de transformações na Amazônia

De forma geral, todos os palestrantes citaram a grande oportunidade que o Brasil tem de encontrar um novo modelo econômico que seja inovador e alie tecnologia com sustentabilidade, possibilitando a extração de um maior valor do bioma da floresta sem comprometer o meio ambiente. Para Marina Grossi, já passamos da fase de sensibilização de que é necessário mudar o modelo de negócio para uma realidade mais “ESG”, e estamos agora na fase de transição, apesar de a mudança ainda não estar em tanta evidência.

Denise Hills é um claro exemplo dessa mudança, uma vez que a Natura tem tido esse foco desde sua criação. Inclusive, na sua visão, o maior desafio que o país (e o mundo) enfrentam, no que diz respeito à Amazônia, é de aliar ciência e tecnologia à geração de valor para a economia regional de forma sustentável, com a inclusão das comunidades locais.

Nesse sentido, é notável a importância do trabalho que vem sendo feito na região por Mariano Colini através do IDESAM, uma organização amazonense que busca atuar em diversas cadeias de valor locais, promovendo a redução da desigualdade e fomentando pequenos empreendedores na região, alinhados com a causa.

O especialista não vê de forma positiva o aumento do desmatamento no Brasil para a economia e para os negócios, principalmente tendo em vista as recentes ‘represálias’ internacionais impostas ao país e setores que sequer estão na Amazônia, devido à recente piora no desmatamento.

‘Não existem soluções simples para problemas complexos’

A atuação em rede e o engajamento por diversos atores da economia (empresários, consumidores, governo) é crucial para permitir que o verdadeiro valor da Amazônia seja maximizado e extraído. A Marina Grossi tem liderado a conscientização e mobilização o empresariado brasileiro em relação a esse tema, com mais de 90 CEOs das principais brasileiras “assinando embaixo” um comunicado cobrando uma agenda sustentável do governo brasileiro.

Nesse sentido, a Denise Hills destacou que é imprescindível que o empreendedorismo flua na Amazônia para articular uma rede de condições básicas (como energia, logística e comunicação) que permita o desenvolvimento tecnológico e econômico da região. Apenas assim será possível tornar a Amazônia um grande ativo estratégico para o Brasil.

Mariano comenta que não será fácil, uma vez que “não existem soluções simples para problemas complexos”, mas que é possível ser feito através do estabelecimento de duas agendas:

  • Uma de curto prazo focada em comando e controle, para gerar resultados imediatos no desmatamento;
  • E uma de longo prazo buscando uma atração massiva de bons empreendedores com uma visão estratégica para a região para fazerem bons negócios a partir da conservação e preservação da Amazônia, o que somente ocorrerá caso haja um protagonismo empresarial nesse processo.
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