Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O Ibovespa e o ISE terminaram a semana recuando 1,09% e 0,15%, respectivamente. Em linha, o pregão de sexta-feira terminou com o IBOV com queda de 1,73% e com o ISE também caindo 1,76%.
• No Brasil, na última sexta-feira, o BNDES, o China Development Bank (CDB) e o Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB) firmaram contratos no valor de cerca de R$ 9,1 bilhões para o financiamento de projetos sustentáveis – as partes se comprometeram a aprimorar colaborações e parcerias, especialmente visando acelerar e ampliar ações contra as mudanças climáticas.
• No internacional, (i) a emissão de títulos de dívida, ou bônus, “catastróficos” atingiu uma máxima histórica, à medida que o mercado se prepara para uma dura temporada de furacões com potencial para causar danos substanciais – as vendas dos chamados “cat bonds” são 38% maiores neste ano até maio do que no mesmo período de cinco meses de 2023, segundo o Artemis, compilador de dados sobre títulos vinculados a seguros; e (ii) em um cenário mais instável, volátil e incerto quanto aos rumos da economia global, os riscos climáticos devem receber atenção particular dos bancos centrais, segundo fala da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde – para ela, os impactos desses riscos tendem a se espalhar por toda a economia e, consequentemente, afetar as tarefas da política monetária.
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Brasil
Empresas
Programas para otimizar consumo de energia podem reduzir acionamento de térmicas fósseis, aponta E+
“A adoção de mecanismos para redução da demanda de energia poderia ter reduzido os gastos para lidar com as crises do setor elétrico em 2013 e 2021, além de ter evitado emissões com o acionamento de usinas termelétricas, aponta um estudo do Instituto E+. A conclusão é de que uma redução de 5,3% no consumo teria evitado gastos de cerca de US$ 17,2 bilhões na crise de 2013. Em 2021, uma demanda 3,9% menor poderia ter economizado US$ 4,9 bilhões. O instituto defende que o Brasil pode lidar com futuras crises com menos impactos econômicos e ambientais se adotar programas como a resposta da demanda, que visam reduzir e alterar o pico do consumo. Para especialistas, soluções desse tipo têm sido evitadas pelo custo político de pedir aos consumidores que colaborem economizando energia. O estudo compara os custos e impactos das últimas grandes crises de oferta enfrentadas pelo setor elétrico brasileiro, em 2001, 2013 e 2021, quando o país recorreu sobretudo a usinas termelétricas flexíveis para garantir o suprimento de energia e potência. Apenas na primeira crise houve uma campanha mais ampla para estimular todos os consumidores, inclusive residenciais, a reduzir o consumo. Em 2001, o estresse durou nove meses e teve custo estimado em US$ 5,17 bilhões, já em 2013 foram 42 meses que demandaram US$ 33,7 bilhões e em 2021 o cenário crítico durou 16 meses com custo de US$ 17,32 bilhões. A maior parte dos valores foi direcionada para o acionamento de térmicas. O caso mais custoso é o de 2013, quando US$ 30 bilhões do custo total da crise foram direcionados para a geração térmica. O instituto estima que uma redução no consumo de 15% naquele momento poderia ter eliminado a necessidade de acionamento das termelétricas flexíveis.”
Fonte: Epbr, 07/06/2024
Produtores de biocombustíveis definem MP das compensações como “desastrosa”
“Entidades representativas das usinas produtoras de biodiesel no Brasil definiram, em nota, a medida provisória 1.227, conhecida como MP das compensações, como “desastrosa”. Segundo eles, a ABIOVE (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), a APROBIO (Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil) e a UBRABIO (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene) receberam a mudança com perplexidade. “O mais desastroso impacto da MP 1.227 é que ela afeta diretamente o resultado das companhias ao, da noite para o dia, gerar acúmulo de créditos não monetizáveis de PIS/COFINS”, falam. “A MP traz enorme incerteza para os planos de investimento já contratados, forçando a revisão destes”. Os produtores de biodiesel fazem parte de uma longa cadeia produtiva que, em seu conjunto, representa 6% do PIB brasileiro. Eles mencionam que, nas primeiras estimativas, o total de créditos de PIS/COFINS acumulados na indústria de biodiesel totalizam cerca de R$ 1,35 bilhão ao ano, montante que se tornará custo para a indústria de biodiesel, representando, em média, 3,4% dos preços atualmente praticados. “O acúmulo desses créditos desincentiva (ou afeta) investimentos na industrialização das matérias-primas para a produção de biodiesel. Se menores investimentos em industrialização ocorrerem, maiores os riscos para a indústria de biodiesel e para o setor de proteína animal”, falam as associações que assinam o documento. Além de impactar a própria indústria do biodiesel, as entidades mencionam que os impactos da mudança podem afetar também a cadeia de proteína animal – já que o farelo de soja, usado nas rações, é um subproduto dos óleos vegetais utilizados na fabricação de biocombustíveis.”
Fonte: InfoMoney, 08/06/2024
BID Invest, que espera movimentar US$ 102 bi na América Latina, promove evento ESG em Manaus
“O BID Invest, braço de investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) promove, de 11 a 14 de junho em Manaus, a Sustainability Week, semana de debates voltada a investimentos de impacto e infraestrutura sustentável. Luiz Gabriel Azevedo, diretor geral de estratégia do BID Invest, destaca a abordagem do evento como plataforma de conexão entre governos locais, empresas e investidores. Já confirmaram presença mais de 800 participantes, incluindo 200 executivos C-Level.Entre os palestrantes, estão Luiza Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza, Ilan Goldfajn, presidente do BID, e Carter Roberts, CEO da WWF. A expectativa é estabelecer, em Manaus, um hub de referência em soluções para infraestrutura sustentável e adaptação ao clima. Os debates abordarão temas como investimentos de impacto, Amazônia, inclusão, bioeconomia e mudanças climáticas. Sustainability Week integra a iniciativa do BID Invest de movimentar 102 bilhões de dólares em investimentos em infraestrutura e adaptação climática na América Latina até 2030. O desafio central, diz Azevedo, é identificar projetos alinhados às expectativas dos investidores. Em março, as Assembleias de Governadores do BID e do BID Invest aprovaram reformas para ampliar o impacto e alcance do Grupo BID na região. Houve aprovação de 400 milhões de dólares adicionais para o BID Lab, braço de inovação, e um incremento de capital de 3,5 bilhões de dólares para o BID Invest. O foco da nova Estratégia Institucional do BID é reduzir pobreza e desigualdade, combater mudanças climáticas e impulsionar crescimento regional sustentável. Azevedo ressalta o papel do banco como catalisador de investimentos, atraindo capital de diversos atores do mercado.”
Fonte: Exame, 08/06/2024
Spic e Recurrent Energy inauguram complexo solar no Piauí
“A Spic Brasil, subsidiária da State Power Investment Corporation of China (Spic), e a Recurrent Energy, empresa controlada da Canadian Solar, inauguraram o Complexo Solar Marangatu, na cidade de Brasileira, no Piauí. O investimento não foi revelado. O empreendimento tem 446 megawatt-pico (MWp) de capacidade instalada. Em equivalências energéticas, daria para abastecer cerca de 550 mil residências por ano. Entretanto, essa geração não irá abastecer residências populares. Ao contrário, ela vai suprir a demanda de empresas intensivas em energia, já que um total de 75% da energia assegurada está comprometida através de contratos longo prazo (PPAs na sigla do setor), com o restante a ser vendido no mercado livre. A Spic, que já opera no Brasil em geração térmica, hídrica e eólica, agora expande sua atuação para incluir também a energia solar no portfólio. Na segunda quinzena de junho, o grupo chinês vai inaugurar outro parque solar denominado Panati. Juntos, os parques receberam mais de R$ 2 bilhões da SPIC Brasil. Neste arranjo, a Spic detém 70% dos projetos e, a Recurrent Energy, o restante. “Queremos seguir crescendo com inovação, sustentabilidade e, muito importante, confiabilidade. O Brasil precisa de energia boa, abundante e competitiva. Encontrar condições para isso é o nosso papel”, disse a CEO da SPIC Brasil, Adriana Waltrick. Globalmente, a Spic é o maior implementador solar, com aproximadamente 71 GW de capacidade instalada. “A Spic cresce pelo menos 20 GW por ano. Queremos trazer no mínimo 10% disso para o Brasil”, acrescenta a executiva.”
Fonte: Valor Econômico, 09/06/2024
Dilema fóssil: nova fronteira do petróleo ameaça liderança climática do Brasil
“A pressão global para que a redução das emissões de CO2 inclua um acordo tácito para frear novos projetos de exploração de petróleo pode atrapalhar a ambição do Brasil de liderar a agenda climática global, afirmam analistas. O movimento para travar a fronteira de abertura de novos poços nasceu com cientistas e ambientalistas, mas ganhou impulso fora dessa bolha após a Agência Internacional de Energia (AIE) publicar um relatório sobre o tema há dois anos, que começa a ter influência concreta agora. O documento apontou que os projetos de exploração e consumo de petróleo, gás e carvão existentes até 2021 já emitirão em sua vida útil mais gases-estufa do que a meta do Acordo de Paris para o clima suporta. O tratado busca frear o aumento do aquecimento global abaixo de 1,5°C. Em um artigo na revista Science neste mês, um grupo de pesquisadores defende uma “norma social” global para frear novos projetos de produção e consumo de energia fóssil. O trabalho, liderado pelo cientista social e economista Fergus Green, do University College de Londres, argumenta que o custo político e financeiro de fechar projetos de exploração já existentes é muito alto, e o planeta precisa frear os novos poços para reduzir o preço e a viabilidade da transição energética para fontes renováveis, como a eólica e a solar. A Petrobras, com cerca de 3% da produção global de óleo e gás hoje, não é considerada ainda um dos maiores entraves para o corte de emissões no mundo. Mas no contexto dos novos planos de exploração, sobretudo na margem equatorial do país, o peso global da empresa pode aumentar.”
Fonte: O Globo, 10/06/2024
Política
BNDES e bancos asiáticos assinam acordos bilionários para investimentos sustentáveis
“O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) celebrou contratos e cartas de intenção com o China Development Bank (CDB) e com o Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB) no valor total aproximado de R$ 9,1 bilhões, para o financiamento de projetos sustentáveis. A assinatura ocorreu nessa sexta-feira, dia em que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin visitou, em Pequim, o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) e participou de discussões sobre cooperação e sobre financiamento climático e encontro com empresários. Alckmin se encontrou com o presidente do AIIB, Jin Liqun. Ambos se comprometeram a aprimorar colaborações e parcerias, especialmente para acelerar e ampliar ações contra as mudanças climáticas. De acordo com o vice presidente, é necessário aumentar o financiamento para tornar soluções atualmente caras mais viáveis e competitivas, ajudando o planeta. BNDES e AIIB assinaram carta de intenções que permitirá o aprofundamento da cooperação entre as duas instituições, com o potencial de investimentos da ordem de US$ 250 milhões (aproximadamente R$ 1,3 bilhão) em energias renováveis, logística e mobilidade urbana sustentável, entre outros. Já com o CDB, o BNDES assinou um contrato de empréstimo de longo prazo, no valor de até US$ 800 milhões (aproximadamente R$ 4,2 bilhões), com prazo de dez anos, e três de carência, para financiar projetos de infraestrutura e indústria no Brasil nas áreas de energia elétrica, manufatura, agricultura, mineração, água, mudança climática e desenvolvimento verde.”
Fonte: Valor Econômico, 08/06/2024
Internacional
Empresas
Vendas de bônus catastróficos disparam à espera de temporada atípica de furacões
“A emissão de títulos de dívida, ou bônus, “catastróficos” acaba de atingir uma máxima histórica, à medida que o mercado se prepara para uma dura temporada de furacões com potencial para causar danos substanciais. As vendas dos chamados “cat bonds” são 38% maiores neste ano até maio do que no mesmo período de cinco meses de 2023, o que já foi um recorde, segundo o Artemis, compilador de dados sobre títulos vinculados a seguros. Além do mais, os US$ 4 bilhões emitidos só em maio representam o maior volume de títulos catastróficos alguma vez vendido num único mês, disse o provedor de dados. O desenvolvimento parece destinado a remodelar um mercado que no ano passado apoiou a estratégia de fundos de hedge com melhor desempenho do mundo. Os “cat bonds”, que permitem às seguradoras transferir o risco para os mercados de capitais, podem deixar um investidor com enormes perdas se ocorrer uma catástrofe, e enormes ganhos se isso não acontecer. Em 2023, os “cat bonds” dispararam 20%, marcando o melhor retorno anual em suas quase três décadas de história. Agora, alguns investidores veteranos em títulos de catástrofe estão à procura de formas de reduzir a sua exposição, uma vez que as previsões apontam para uma época de furacões particularmente ativa. A Tenax Capital, uma gestora de ativos especializada em “cat bonds”, afirma que é necessário um maior escrutínio quando várias agências de previsão meteorológica prevêem uma época de furacões mais ativa do que o habitual, o que se reflete então nas decisões diárias de carteira.”
Fonte: Valor Econômico, 09/06/2024
Chefe de energia pede reformas urgentes para atingir as metas verdes do Reino Unido
“O chefe de uma das maiores empresas de energia da Grã-Bretanha pediu a quem quer que vença as eleições gerais que “enfrente de frente” os problemas práticos e burocráticos que estão impedindo a transição ecológica do Reino Unido. Keith Anderson, executivo-chefe da Scottish Power, disse que os ministros precisam lidar com questões que vão desde a escassez de habilidades até os longos processos de planejamento e aquisição que estão atrasando o desenvolvimento de projetos como usinas de hidrogênio e cabos de eletricidade. “Tivemos muitas revisões… muitas conversas”, disse ele em uma entrevista ao Financial Times. “Na realidade, o que mudou? Nada. “Ainda estamos usando os mesmos processos, ainda estamos tendo as mesmas conversas. Nada mudou. Nada ficou mais rápido e nada é diferente.” A Scottish Power, parte da gigante espanhola de energia Iberdrola, é proprietária e investe em turbinas eólicas, redes de eletricidade e painéis solares em todo o país, além de fornecer energia para cerca de 4,6 milhões de residências. Anderson, que é membro do conselho de consultores de negócios do primeiro-ministro Rishi Sunak, disse que o Reino Unido tem uma oportunidade “colossal” no setor de energia limpa, mas precisa “sair na frente”. “Minha frustração é que há respostas fáceis por aí que não custam dinheiro”, acrescentou, destacando reformas como a do sistema de planejamento como uma área que poderia fazer uma grande diferença. “Fundamentalmente, o processo não funciona adequadamente – você está olhando para esses grandes projetos de infraestrutura; precisamos nos mover mais rápido [ . . .] encurtar o processo e colocar todos na sala.” A escassez de habilidades é outra área de preocupação, disse ele. “Precisamos agir antes que isso se torne uma grande restrição.””
Fonte: Financial Times, 09/06/2024
Ex-chefe da BP pede o fim das novas licenças de perfuração no Mar do Norte
“Lord John Browne, ex-diretor executivo da BP, pediu o fim das novas licenças de perfuração no Mar do Norte, em um endosso implícito da posição do Partido Trabalhista sobre combustíveis fósseis. Em um artigo publicado no Financial Times, ele adverte que os partidos políticos serão julgados por sua abordagem em relação às mudanças climáticas nas próximas eleições gerais. “Um teste importante para os partidos que concorrem nesta eleição no Reino Unido é se eles têm planos sérios para a transição da energia verde do país”, escreveu ele. “O que eles farão para combater as mudanças climáticas e suas ameaças existenciais de fome e migração em massa?” Browne, que dirigiu a grande petrolífera BP de 1995 a 2007, disse que a Grã-Bretanha ainda precisará usar petróleo e gás por muitos anos, portanto, a perfuração nos campos existentes no Mar do Norte deve continuar. As licenças que já foram concedidas também devem continuar, acrescentou ele. “Mas, além disso, devemos fazer uma pausa”, escreveu ele. “Essa medida reforçará nossa intenção de chegar ao zero líquido.” O desenvolvimento dos últimos recursos “muito limitados” de petróleo e gás que restam no Mar do Norte faria pouca diferença para os preços da energia ou para a segurança energética da Grã-Bretanha, argumentou ele. Embora poucas empresas planejem explorar o Mar do Norte em busca de mais petróleo, o apoio de Browne, um grande nome do setor de petróleo e gás do Reino Unido, à política do Partido Trabalhista envia um dos sinais mais fortes de que o tempo está se esgotando para a região. A BP descobriu o primeiro campo de gás do Mar do Norte em 1965 e, em 1970, encontrou petróleo em Forties, o segundo maior campo de petróleo da bacia, o que transformou a sorte da empresa.”
Fonte: Financial Times, 07/06/2024
“Os comerciantes estão fazendo um nível recorde de apostas de que o preço dos créditos de carbono do Reino Unido aumentará, na expectativa de que um futuro governo trabalhista promova políticas climáticas mais rígidas, tornando mais caro poluir. O preço de referência para as permissões do mercado de carbono do Reino Unido, que dão aos poluidores industriais o direito de emitir CO₂, subiu 9% desde que o primeiro-ministro Rishi Sunak convocou uma eleição geral no mês passado. O preço de referência subiu para £47 por tonelada de CO₂ na sexta-feira, ampliando sua recuperação de uma baixa de £31 no início deste ano. O preço foi depreciado por uma medida do governo conservador de disponibilizar mais permissões nos próximos três anos, tornando mais barato para os poluidores continuarem emitindo. O contrato mais comumente negociado é para a entrega de permissões de carbono em dezembro, dando aos poluidores a capacidade de fixar o preço antes do prazo final para a obtenção de permissões. As expectativas de uma mudança de governo no próximo mês alimentaram quantidades recordes de apostas de que o preço do carbono no Reino Unido aumentará até o final do ano. Os fundos de hedge e os gerentes de ativos estavam mantendo posições longas líquidas no valor de 300 milhões de libras nesta semana, o nível mais alto desde que o esquema foi lançado em 2021, de acordo com a operadora de câmbio Intercontinental Exchange. O apetite por permissões foi impulsionado, em parte, pela especulação de que os trabalhistas adotariam uma abordagem mais rígida em relação aos grandes poluidores, disse Tim Atkinson, diretor de vendas e comércio de carbono da CFP Energy, com sede em Londres.”
Fonte: Financial Times, 07/06/2024
Nissan desenvolve imã para reduzir custos de veículos elétricos
“O objetivo da Nissan Motor de reduzir o custo dos veículos elétricos (VE) deve depender de um ímã de motor criado a partir material barato. O ímã foi desenvolvido recentemente usando samário-ferro, uma liga de terras-raras. A montadora japonesa planeja tornar o ímã comercialmente viável até o ano fiscal de 2030, que termina em março de 2031. O objetivo é trazer os custos de fabricação de veículos elétricos para o mesmo nível dos veículos a gasolina até o ano fiscal de 2030. Isso exigiria reduzir os custos de produção de VE em 30%. O presidente da empresa, Makoto Uchida, delineou uma estratégia para aumentar a vantagem competitiva da empresa no espaço de VE durante uma apresentação do plano de negócios de médio prazo em março. “Aplicaremos métodos exclusivos da Nissan em engenharia, fabricação e cadeia de suprimentos”, disse Uchida. Os motores de VE normalmente incorporam ímãs fortes feitos de neodímio. Quanto mais forte o ímã, maior o torque (medida da força rotacional aplicada a um objeto em torno de um eixo) e a energia mecânica. Não apenas o neodímio é um metal de terras-raras, mas esses ímãs também são feitos com disprosio e térbio, dois outros metais de terras-raras com propriedades resistentes ao calor. No entanto, os suprimentos de neodímio e disprosio vêm principalmente da China, representando um risco para a cadeia de suprimentos. Pequim restringiu as exportações de terras-raras para o Japão após uma colisão em 2010 entre embarcações chinesas e japonesas perto das Ilhas Senkaku, administradas pelo Japão e reivindicadas pela China.”
Fonte: Valor Econômico, 10/06/2024
Política
Impactos de risco climático vão afetar bancos centrais, diz presidente do BCE
“Em um cenário “mais instável, volátil e incerto” quanto aos rumos da economia global, os riscos climáticos devem receber atenção particular dos bancos centrais, na visão da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. Para ela, os impactos desses riscos tendem a se espalhar por toda a economia e, consequentemente, afetar as tarefas da política monetária. “Os riscos relacionados ao clima e à natureza criam riscos nos balanços patrimoniais das instituições financeiras. Esses riscos podem levar a perdas ou a custos de financiamento mais altos, reduzindo o fluxo de crédito para a economia real. Isso também pode afetar a transmissão das políticas do banco central para as condições de financiamento das famílias e das empresas”, argumentou Lagarde em discurso durante evento em Paris nesta sexta-feira. Segundo ela, os riscos climáticos não só se destacam por seu amplo impacto econômico como também pelo fato de ser um novo tipo de risco sistêmico e pela impossibilidade de seus impactos serem revertidos. Para Lagarde, os bancos centrais têm um papel em mitigá-los, ao contrário de outros choques exógenos como riscos geopolíticos. Além do fato da estabilidade de preços apoiar os investimentos necessários para a transição energética, o BCE também mira analisar os impactos econômicos e financeiros da crise climática e, com isso, aconselhar instituições financeiros e políticas com as informações coletadas, disse Lagarde. Ainda de acordo com a dirigente, o BCE foca os seus reinvestimentos de títulos corporativos a empresas com melhor desempenho em indicadores climáticos e introduziu os riscos relacionados ao clima à avaliação da saúde das instituições financeiras da Europa.”
Fonte: Valor Econômico, 07/06/2024
Clima mundial: Cortar superpoluentes pode evitar 0,6C° de aquecimento até 2050, diz relatório
“Diante dos sucessivos recordes de temperatura no planeta, os cientistas têm discutido alternativas para frear os termômetros de forma rápida. Um novo relatório propõe aumentar os esforços contra os chamados superpoluentes climáticos: um grupo de gases-estufa menos abundantes, mas com alto potencial de aquecimento. Produzido pelo Instituto de Governança e Desenvolvimento Sustentável (IGSD, na sigla em inglês), organização não governamental baseada em Washington, nos EUA, o briefing científico afirma que o corte dessas substâncias pode evitar que a Terra esquente até 0,6°C ate 2050. O potencial é ainda maior na América Latina e no Caribe, onde a redução na temperatura pode chegar a 0,9°C. Embora sejam menos abundantes do que o dióxido de carbono (CO2), os poluentes climáticos de vida curta, cujos principais representantes são o metano (CH4), o carbono negro (fuligem), o ozônio troposférico (O3), e os hidrofluorcarbonos (HFCs), podem ser entre dezenas e milhares de vezes mais potentes no aquecimento da Terra do que o CO2. A incorporação de uma estratégia abrangente para reduzir essas substâncias teria o potencial de evitar quase quatro vezes mais aquecimento, no mesmo intervalo temporal, do que as ações focadas apenas na diminuição do gás carbônico, o mais famoso entre os gases causadores de efeito-estufa. E, enquanto o CO2 pode ficar na atmosfera por mais de três séculos, essas superpoluentes têm meia-vida bastante inferior. Segundo o relatório, caso a humanidade consiga zerar emissoes liquidas de CO2 até 2050 — considerada uma “descarbonizacao agressiva” — poderia evitar apenas cerca de 0,2°C de aquecimento adicional.”
Fonte: Valor Econômico, 09/06/2024
Plano climático da UE enfrenta um caminho mais difícil após as eleições
“Um Parlamento Europeu mais direitista tornará mais difícil a aprovação de políticas climáticas ambiciosas da UE, mas a maioria das atuais políticas verdes líderes mundiais da Europa provavelmente permanecerá onde estão, disseram legisladores, autoridades e analistas. Os resultados provisórios das eleições para o Parlamento Europeu na noite de domingo mostraram que os partidos centristas detêm a maioria, mas ganhos para os partidos de direita e extrema-direita céticos em relação ao pacote de políticas ambientais “Acordo Verde” da UE, e pesadas perdas para os partidos verdes. “Não creio que retrocederemos nas políticas (climáticas). Mas penso que será mais complicado lançar novas políticas”, disse Bas Eickhout, chefe do grupo de legisladores Verdes do Parlamento Europeu. disse à Reuters. As medidas climáticas da UE nos próximos cinco anos dependerão da próxima Comissão Europeia, que será responsável por propor leis da UE. Mas o recém-eleito Parlamento Europeu terá uma palavra a dizer sobre cada nova política verde. O resultado das eleições de domingo sinaliza uma matemática mais difícil para aprovar novas medidas climáticas da UE. “Todas as novas políticas serão mais difíceis de aprovar. Mas o retrocesso é muito improvável”, disse Krzysztof Bolesta, secretário de Estado do Clima da Polônia, à Reuters. “É possível que uma nova ambição seja adiada, principalmente por razões populistas”, concordou Julian Popov, que até Abril foi ministro do Ambiente da Bulgária, membro da UE. Isso poderá ter consequências para a próxima meta climática da UE para 2040, necessária para orientar a UE no sentido da sua meta de emissões líquidas zero para 2050. A Comissão da UE sugeriu que a meta para 2040 deveria ser uma ambiciosa redução de emissões de 90%, mas precisa da aprovação dos países da UE e do Parlamento.”
Fonte: Reuters, 10/06/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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