Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de quarta-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE avançando 0,5% e 0,4%, respectivamente.
• Na política internacional, (i) o governo do presidente Donald Trump propôs revogar as regras aprovadas pelo ex-presidente Joe Biden para reduzir as emissões de dióxido de carbono, mercúrio e outros poluentes atmosféricos das usinas de energia - segundo Lee Zeldin, da Agência de Proteção Ambiental (EPA), a iniciativa é um passo importante para reverter as regulamentações ambientais consideradas barreiras desnecessárias ao desenvolvimento industrial e à expansão da produção de energia; e (ii) a União Europeia ofereceu subsídios para as companhias aéreas comprarem mais de 200 milhões de litros de combustíveis de aviação sustentáveis (SAF) - segundo a Comissão Europeia, os subsídios podem desencadear um aumento significativo na demanda por SAF, já que o volume equivale a cerca de 15% da produção global.
• No contexto do multilateralismo, o conselho do Banco Mundial concordou em acabar com a proibição de financiar projetos de energia nuclear em países em desenvolvimento, estabelecida em 2013 - de acordo com o presidente do banco, Ajay Banga, o movimento faz parte de um esforço mais amplo para atender às crescentes necessidades globais de eletricidade.
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Brasil
Empresas
GoVerde fecha contrato para instalação de fábrica de e-metanol em Suape
"O governo de Pernambuco assinou, na segunda-feira (9/6), um contrato com a GoVerde para instalação de uma fábrica de produção de e-metanol derivado de hidrogênio verde no Complexo Industrial Portuário de Suape. O projeto receberá investimento de R$ 2 bilhões na primeira etapa. Com início de operação previsto até 2028, a planta produzirá, inicialmente, até 300 toneladas por dia. “Com essa novidade nós garantimos que Pernambuco cresça de forma sustentável, por meio da economia verde”, afirmou a governadora Raquel Lyra (PSD) no ato de assinatura. O contrato faz parte de um certame do governo do estado que teve a GoVerde como única proponente. Devido à localização do porto, a produção de e-metanol será focada na exportação para clientes europeus e estadunidenses da indústria naval e do setor aéreo. “Esta é mais uma etapa que ultrapassamos na consolidação de uma economia focada nos combustíveis do futuro, na sustentabilidade, na recuperação dos ativos ambientais que temos disponíveis no complexo”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti. “Suape foi pensado para ser um grande hub de sustentabilidade no desenvolvimento econômico, e a chegada da GoVerde consolida essa posição estratégica do nosso porto”, completou. O empreendimento tem um plano de expansão para atingir o volume de 900 toneladas por dia até 2032. A previsão é iniciar a planta em uma área de 10 hectares, com expansão de mais 20 hectares."
Fonte: Eixos; 11/06/2025
Política
Brasil não assina declaração que pede redução da produção e consumo de plástico
"O Brasil ficou de fora da Declaração de Nice por um Tratado Ambicioso sobre Poluição Plástica, documento assinado por 96 países durante a Conferência da ONU sobre os Oceanos (UNOC), realizada esta semana em Nice, França. A declaração ressalta que “abordar os níveis crescentes e insustentáveis de produção e consumo de plásticos é essencial”. O texto defende a criação de metas globais obrigatórias, além de medidas como a “redução de polímeros plásticos primários” e “a eliminação progressiva dos produtos mais problemáticos e substâncias químicas de preocupação”, sem especificar prazos. A ausência do Brasil surpreendeu especialistas e representantes da sociedade civil, especialmente diante de declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em defesa do meio ambiente. O documento é um passo em direção a medidas mais pragmáticas contra a poluição plástica na rodada final de negociações do tratado global, marcada para agosto em Genebra. “Nos faltou neste momento, ver o Brasil se posicionar em favor da Declaração de Nice”, lamenta Ana Rocha, diretora do Programa Global de Plásticos da organização GAIA. “Um líder mundial nas áreas de meio ambiente e saúde como o Brasil, especialmente em ano de COP do Clima em Belém, precisa reafirmar seu compromisso em proteger nossos biomas, nossa saúde e evitar as mudanças climáticas exercendo a liderança que lhe pertence”. A ausência contrasta com o discurso feito por Lula na abertura do evento, na última segunda (9/6)."
Fonte: Eixos; 11/06/2025
Internacional
Empresas
Investimento global em soluções baseadas na natureza dobra em 10 anos e chega a US$ 49 bilhões
"Em meio à emergência climática, as soluções baseadas na natureza são alternativas eficientes para adaptar as cidades e mitigar os desastres cada vez mais frequentes e intensos. Com foco em segurança hídrica, os investimentos nestas iniciativas duplicaram na última década e saltaram de US$ 22,4 bilhões em 2013 para US$ 49 bilhões em 2023. Os dados fazem parte da análise mais abrangente já realizada sobre o tema, elaborada pela The Nature Conservancy (TNC) e Forest Trends, após examinar a destinação de recursos em 140 países ao longo de dez anos. Estas soluções utilizam a natureza para resolver problemas relacionados à água, como a seca, inundações, poluição e gestão de recursos hídricos. As intervenções incluem desde jardins de chuva, parques lineares, gestão de planícies aluviais até a restauração florestal e saneamento rural, medidas que funcionam como uma infraestrutura verde complementar aos sistemas tradicionais. O maior desafio atual é a adoção em escala. O estudo analisou mais de 1.645 iniciativas individuais, identificando a mitigação do risco de inundações como o principal motivador para o financiamento no setor. A melhoria da qualidade da água aparece como segunda prioridade, impulsionando projetos de proteção e recuperação de florestas, pradarias, savanas e pantanais. Uma das inovações é a proliferação de novos mecanismos de financiamento, incluindo fundos de água, conversões de dívidas e títulos verdes."
Fonte: Exame; 11/06/2025
Gestores de fundos investem duas vezes mais em combustíveis fósseis do que em energia limpa
"Uma nova pesquisa BloombergNEF revela que os fundos globais de investimento estão direcionando quase o dobro de recursos para ativos de combustíveis fósseis em comparação aos investimentos em energia de baixo carbono. De acordo com o estudo, para cada dólar investido em petróleo, gás natural ou carvão, apenas 48 centavos são aplicados em fontes de energia limpa, um reflexo claro do descompasso entre os investimentos atuais e as necessidades de transição energética. O relatório, que analisou quase 70 mil fundos, introduz a nova métrica Energy Supply Fund-Enabled Capex Ratio (ESFR), para quantificar o impacto dos portfólios no setor energético. Essa métrica tem como objetivo medir a proporção de gastos com capex (capital expenditure, ou despesa de capital) direcionados à energia limpa em comparação aos combustíveis fósseis, permitindo que os investidores avaliem o alinhamento climático de seus portfólios. O estudo aponta que, em termos globais, a relação média do ESFR é de 0,48 para 1, bem abaixo da média de 1,1 para 1 observada no investimento total em energia. Além disso, a discrepância entre os investimentos atual e os necessários para limitar o aquecimento global a 1,5°C é ainda maior, com a meta exigindo uma relação de 4,8 para 1 até 2030. A análise revela que, apesar de alguns fundos de infraestrutura e mercados privados aumentarem seu investimento em energia limpa, as grandes empresas de petróleo e gás continuam dominando as carteiras de fundos, dificultando a transição para um modelo de energia mais sustentável."
Fonte: Exame; 12/06/2025
Política
Administração Trump toma medidas para revogar regras de Biden sobre poluição de usinas elétricas
"O governo do presidente Donald Trump propôs revogar as regras aprovadas pelo ex-presidente Joe Biden para reduzir as emissões de dióxido de carbono, mercúrio e outros poluentes atmosféricos das usinas de energia, disse o administrador da Agência de Proteção Ambiental (EPA), Lee Zeldin, na quarta-feira. O anúncio, que cumpre uma promessa feita pela EPA em março, é um passo importante nos esforços mais amplos de Trump para reverter as regulamentações ambientais que ele considera barreiras desnecessárias ao desenvolvimento industrial e à expansão da produção de energia. “A EPA está dando um passo importante, recuperando a sanidade e uma política sólida, ilustrando que podemos proteger o meio ambiente e fazer a economia crescer”, disse Zeldin na sede da EPA. As concessionárias de energia elétrica e as mineradoras comemoraram a medida de eliminar as regras da era Biden, que, segundo Zeldin, economizaria US$ 120 milhões por ano para as empresas. Grupos ambientalistas criticaram a proposta, dizendo que ela custaria mais do que isso em danos ao meio ambiente e à saúde pública. Em março, Zeldin anunciou sua intenção de revogar três dúzias de regras existentes da agência sobre ar e água. O anúncio de quarta-feira se concentra nas regulamentações sobre emissões de carbono e mercúrio e dá início ao processo formal para revogar essas regulamentações."
Fonte: Reuters; 11/06/2025
"O conselho do Banco Mundial concordou em acabar com a proibição de financiar projetos de energia nuclear em países em desenvolvimento, como parte de um esforço mais amplo para atender às crescentes necessidades de eletricidade, disse o presidente do banco, Ajay Banga, na quarta-feira. Banga delineou a estratégia energética revisada do banco em um e-mail enviado aos funcionários após o que ele chamou de uma discussão construtiva com o conselho na terça-feira. Ele disse que o conselho ainda não chegou a um acordo sobre se o banco deve se envolver no financiamento da produção de gás natural e, em caso afirmativo, em que circunstâncias. O banco de desenvolvimento global, que concede empréstimos a taxas baixas para ajudar os países a construir tudo, desde barreiras contra inundações até ferrovias, decidiu em 2013 parar de financiar projetos de energia nuclear. Em 2017, anunciou que deixaria de financiar projetos de petróleo e gás upstream a partir de 2019, embora ainda considerasse projetos de gás nos países mais pobres. A questão nuclear foi acordada com bastante facilidade pelos membros do conselho, mas vários países, incluindo Alemanha, França e Grã-Bretanha, não apoiaram totalmente a mudança na abordagem do banco para abraçar projetos de gás natural upstream, disseram fontes familiarizadas com a discussão. “Embora as questões sejam complexas, fizemos progressos reais em direção a um caminho claro para o fornecimento de eletricidade como motor do desenvolvimento”, disse Banga, acrescentando que era necessária uma discussão mais aprofundada sobre a questão dos projetos de gás upstream."
Fonte: Reuters; 11/06/2025
Países da UE consideram flexibilizar lei sobre emissões de metano nas importações de gás
"Os países da União Europeia podem exigir que Bruxelas simplifique a lei da UE sobre emissões de metano, que tem suscitado preocupações por parte das empresas de que possa prejudicar as importações de gás natural liquefeito dos EUA, de acordo com um documento consultado pela Reuters. A partir deste ano, a UE exige que os importadores de petróleo e gás monitorem e relatem as emissões de metano associadas a essas importações. O metano, que escapa de infraestruturas de gás com vazamentos, é a segunda maior causa das mudanças climáticas, depois das emissões de dióxido de carbono. As conclusões preliminares de uma reunião dos ministros da Energia dos países da UE na segunda-feira mostraram que os governos estão se preparando para pedir à Comissão Europeia que inclua a lei sobre o metano em sua iniciativa de “simplificação” para reduzir a burocracia para as empresas. O rascunho solicitava à Comissão que avaliasse rapidamente quais leis energéticas da UE podem ser simplificadas, “a fim de diminuir a carga administrativa sobre os Estados-Membros, a indústria e os cidadãos, por exemplo, a regulamentação do metano, uma vez que ela pode afetar a cooperação com operadores econômicos de fora da UE”. As conclusões ainda estão sendo redigidas pela Polônia, que detém a presidência rotativa da UE, e podem sofrer alterações antes de serem adotadas pelos ministros na segunda-feira."
Fonte: Reuters; 11/06/2025
"A União Europeia ofereceu subsídios para as companhias aéreas comprarem mais de 200 milhões de litros de combustíveis de aviação sustentáveis para incentivar as transportadoras a trocar o querosene por alternativas mais limpas, segundo cálculos da Reuters. Os cálculos, baseados em dados da Comissão Europeia, sugerem que os subsídios poderiam desencadear um aumento significativo na demanda das companhias aéreas por combustíveis de aviação sustentáveis (SAF), já que o volume equivale a cerca de 15% da produção global de SAF. A produção global de SAF no ano passado totalizou 1,3 bilhão de litros, de acordo com a associação do setor aéreo IATA. A UE destinou a receita da venda de 20 milhões de licenças de emissão de carbono para ajudar as companhias aéreas a cobrir a diferença de preço entre o querosene convencional e o SAF, mais caro, nos voos dentro da Europa. Os cálculos da Reuters mostraram que esses subsídios cobririam a compra de até 216 milhões de litros de e-fuels - combustíveis sintéticos feitos com emissões de CO2 capturadas - ou até 2,6 bilhões de litros de biocombustíveis.
Os subsídios da UE cobrem até 6 euros por litro para combustíveis eletrônicos e 0,5 euros por litro para biocombustíveis. A aviação está entre os setores mais difíceis de descarbonizar, com aeronaves de emissão zero não previstas para esta década. Os combustíveis sustentáveis, que têm emissões líquidas zero ou menores do que o querosene de combustível fóssil, podem ajudar a reduzir a pegada de carbono das viagens aéreas no curto prazo."
Fonte: Reuters; 11/06/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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