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Revisamos inflação para 7,3% em 2021

A piora nas condições climáticas e reajuste de gasolina se somaram a um cenário já desafiador de preços e revisamos nossa projeção de IPCA de 6,7% para 7,3%. Para 2022, IPCA passou de 3,6% para 3,7%.

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Destaques

  • A inflação corrente segue pressionada por aumento de custos e pela reabertura da economia. Revisamos nossa projeção de IPCA de 6,7% para 7,3% este ano;
  • Nossa projeção para alimentação no domicílio, que contava com uma alta de 7,3% no ano, subiu para 8,3%, devido ao efeito das geadas e perspectivas climáticas um pouco piores para o segundo semestre.
  • A inflação de custos ainda elevada e resiliencia da demanda deve manter preços de industrializados elevados. Com alta de 5,6% acumulada até julho, inflação do grupo deve alcançar 7,8% em 2021.
  • Bens administrados devem ter alta de 11% no ano, já incorporando reajuste recente no preço da gasolina e com hipotese de reajuste adicional da taxa cobrada na bendeira vermelha patamar 2 para R$ 11,50 por 100 kWh consumidos.
  • Revisamos nossa projeção para o grupo de serviços de 3,6% para 3,9% no ano. Além de passagem aérea, cujas coletas apontam para variações elevadas para os meses de setembro e outubro, a demanda resiliente em ambiente de custos elevados pressionam serviços pessoais e recreação.
  • Para 2022 elevamos nossa projeção para 3,7%, antes em 3,6%, devido ao efeito inercial, especialmente nos serviços inerciais e bens administrados.

2021: cada vez mais pressionado

Dinâmica inflacionária segue alta e preocupando no ano. Reaceleração da inflação de alimentos, choque nos preços de bens administrados, especialmente combustíveis e energia elétrica, persistência na alta de bens industrializados e agora, com reabertura da economia em ambiente de custos ainda pressionados, aceleração alinda mais forte nos preços de serviços. Dessa forma, inflação do ano deve superar 7%, elevando também as medidas de núcleos e gerando preocupação para a inflação do ano que vem.

Alimentos: 8,3%

A seca prolongada, e mais recentemente as baixas temperaturas com eventos de geadas ocorridas nos estados da região Centro-Sul do país, levaram a quedas importantes na produtividade de diversas culturas do campo, inclusive nas estimativas para o segundo semestre. Esse cenário bastante desafiador no campo se traduziu em alta nos preços. Nossa projeção, que contava com uma alta de 7,3% no ano, subiu para 8,3%, devido ao efeito das geadas e perspectivas climáticas um pouco piores para o segundo semestre.

Industrializados: 7,8%

Bens industrializados registram altas persistentes, em parte devido à demora na normalização nas condições de oferta de insumos importantes (como o caso de semicondutores), aos repasses de custos da elevação de commodities e cambio, e resiliência da demanda por esses bens. Parte relevante do aumento de custos já foi repassado para o consumidor final. O IPCA de bens industriais atingiu alta de 5,6% acumulado até julho. No gráfico abaixo, observamos a correlação os preços desses bens no atacado (IPA-DI) e no varejo (IPCA), que mostra desaceleração do pico mensal, mas ainda com variação positiva.

Entretanto, custos dos insumos da indústria de transformação, segundo cálculo da FGV, inflação de custos está em 29% acumulado em 12 meses até junho, com aceleração intensa nos últimos 6 meses. E segundo metodologia do próprio BC no box com o estudo denominado “Repasse de custos na indústria da transformação”, estima repasse de 48% desses custos para bens finais, logo, sugerindo que preços de bens industrializados ao consumidor não devem arrefecer no curto prazo.

Administrados: 11%

Quanto aos bens administrados, nossa projeção sugere alta de 11% no ano. Destaque para dois itens: energia elétrica e gasolina. O primeiro, duas hipóteses do nosso cenário base nos levam a projetar alta de 15% do item no ano. A primeira é que teremos outro reajuste na taxa extra cobrada na bandeira vermelha patamar 2, elevando seu custo para R$ 11,50 a cada 100 kWh consumidos (hoje em R$ 9,49). A segunda hipótese é de que o ano encerrara com a manutenção da bandeira vermelha 2. Já temos tal cenário há alguns meses e a deterioração nas perspectivas meteorológicas recente parecem confirmar ainda mais essas projeções.

Para o preço da gasolina, esperamos alta de 29% no ano. Vale mencionar que grande parte dessa elevação já ocorreu. Para agosto e setembro, projetamos alta de 2% já incorporando o reajuste anunciado pela Petrobras essa semana no preço do combustível. À frente, como esperamos que o câmbio tenha pequena apreciação e encerre o ano a R$/US$ 4,9, projetamos pequena queda no último bimestre de 2021.

Serviços: 3,9%

A aceleração nos preços de serviços deve continuar, com o já esperado, mas agora em nível um pouco mais forte. Revisamos nossa projeção para o grupo de 3,6% para 3,9% no ano. Além de passagem aérea, cujas coletas apontam para variações elevadas para os meses de setembro e outubro, elevamos também expectativa para os últimos meses do ano, em linha com a reabertura da economia e demanda aquecida. E justamente por esperarmos demanda resiliente em ambiente de custos elevados, passamos a esperar preços mais altos em serviços pessoais e recreação.

O resultado dessas alterações foi a revisão da nossa projeção do ano de 2021 de 6,7% para 7,3%.

2022: a desinflação é possível

Para 2022 elevamos nossa projeção para 3,7%, antes em 3,6%. A inflação mais alta esse ano gera inércia para o ano seguinte, especialmente nos serviços inerciais e bens administrados, onde muitos preços ainda são estabelecidos com base na inflação passada. Em contrapartida, a alta mais intensa dos juros e a esperada desaceleração da atividade – em meio a um desemprego ainda elevado - devem evitar parcialmente que choques pontuais se propagem pelos demais preços da economia.

Os grupos de alimentação e produtos industriais devem ajudar no processo de desinflação. Muito pressionados este ano, tendem a ter um comportamento mais benigno dado sua natureza volátil. Para o grupo de alimentação no domicílio,  a normalização das condições climáticas, queda dos preços internacionais de commodities agrícolas e câmbio apreciado poderiam levar à inflação do grupo para perto de zero, mas devido às incertezas que a seca desse ano pode causar na produtividade do próximo ano ( como recuperação da disponibilidade hídrica do solo), elevação dos preços de insumos e possibilidade de mais um ano de La nina, mantivemos variação de 4% para o grupo no próximo ano.

Outra ajuda advém de energia elétrica. Trabalhamos com hipótese de bandeira tarifária vermelha patamar 2 em dezembro desse ano e amarela em dezembro do próximo ano, o que se traduz em impacto de aproximadamente -0,6pp no IPCA do ano. Seguimos monitorando atentamente as projeções em relação às condições climáticas para esse e o próximo ano, que podem ser piores que o esperado e alterar o cenário de bandeira para 2022, que se encerrar em bandeira vermelha 1, pode ter efeito de aproximadamente 0,30pp no IPCA do ano.

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