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Economia em Destaque: PIB brasileiro desacelerou no final de 2024

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

O governo Trump adiou novamente a elevação de tarifas comerciais com México e Canadá, mas implementou a medida contra importações da China, que retaliou. As ações desta semana são um novo passo na direção de uma guerra comercial global.

A notícia boa foi que, com a desaceleração da economia local, o risco do Fed (banco central dos EUA) voltar a subir juros caiu substancialmente. Isso, junto com o anúncio do governo alemão de aumentar os gastos públicos para incentivar a economia, provocou uma desvalorização do dólar frente ao euro.

No Brasil, o crescimento do PIB do quarto trimestre do ano passado ficou abaixo do esperado, limitado pela queda do consumo das famílias. O governo anunciou medidas para reduzir o preço dos alimentos, mas vemos impacto limitado na inflação de curto prazo.  

Gráfico da Semana

Cenário Internacional

Governo Trump implementa parte do aumento das tarifas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o México não será obrigado a pagar tarifas sobre qualquer mercadoria que se enquadre no Acordo Estados Unidos-México-Canadá (acordo de livre comércio entre os três países) até 2 de abril. Desta forma, o governo dos EUA adia novamente a promessa de taxação sobre os seus países vizinhos, mantendo a incerteza em relação a intensidade da guerra comercial adiante.

A elevação das tarifas de 10% para 20% sobre as importações da China, contudo, foi mantida. O governo chinês retaliou, também elevando os impostos sobre as importações provenientes dos EUA. O ministro das Relações Exteriores do país asiático, Wang Yi, criticou as medidas do governo norte-americano, e afirmou que “se (os EUA) insistirem em travar uma guerra tarifária, uma guerra comercial ou qualquer outra guerra, a China está pronta para lutar até o fim".

Sinais de desaceleração nos EUA afastam o risco de alta de juros no curto prazo

Indicadores recentes mostraram acomodação no crescimento econômico nos EUA. As vendas do varejo na virada do ano foram mais fracas, e o mercado de trabalho vem desacelerando gradualmente. Em fevereiro, por exemplo, foram criados 151 mil postos de trabalho no país, um pouco abaixo do esperado pelo mercado.

Com esses resultados, e os últimos números de inflação também dentro do esperado, o risco do Fed (banco central dos EUA) ter que elevar os juros este ano cai substancialmente. Este era um temor de parte do mercado.

Os juros dos títulos do Tesouro recuaram nas últimas semanas, o que beneficia mercados emergentes como o Brasil. De fato, a taxa de câmbio brasileira se apreciou nos últimos dias, para cerca de R$/US$ 5,75. Antes do feriado de Carnaval o dólar havia encerrado a sessão em R$ 5,92.

BC Europeu reduz os juros em cenário de estagnação econômica e queda da inflação

A leitura final do crescimento do PIB da zona do euro do quarto trimestre do ano passado ficou em 0,2% frente ao trimestre imediatamente anterior, levemente acima do esperado (0,1%), mas revelando que a região segue próxima à estagnação econômica.

Neste ambiente, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu os juros em 0,25 p.p, para 2,5%. Membros do BCE enfatizaram que a desinflação está ocorrendo, mas que os preços de serviços e salários permanecem elevados e que as tarifas americanas podem trazer pressões no futuro. O corte se deu junto com uma elevação na projeção da inflação, de 2,1% para 2,3% em 2025, acima da meta de 2%. O consenso de mercado espera corte adicional da mesma magnitude na próxima reunião e pausa adiante.

Alemanha anuncia gastos e mudança nas regras de empréstimo

Os partidos que esperam formar o próximo governo da Alemanha concordaram em criar um fundo de infraestrutura de 500 bilhões de euros e reformular as regras de empréstimo em uma mudança significativa de gastos para renovar as forças armadas e reavivar o crescimento da maior economia da Europa. Os juros europeus reagiram às notícias sobre o fiscal da Alemanha, com os títulos alemães de 10 anos chegando a 2,80%.

A notícia impulsionou o euro, que se valorizou frente ao dólar esta semana.

China estabelece meta de crescimento de 5% para 2025

A China estabeleceu uma meta de crescimento de 5% para este ano e planeja déficit fiscal de 4% do PIB, o maior em três décadas, para contrabalançar as tarifas dos EUA. De fato, como a economia vem desacelerando ao longo dos últimos trimestres, será necessário estímulo econômico significativo do governo para manter o crescimento nos níveis prometidos.

O crescimento mais forte da China, se confirmado, pode beneficiar o Brasil, que exporta seus principais produtos primários para o país.

Enquanto isso, no Brasil...

PIB cresce 3,4% em 2024

Depois de muitos trimestres com crescimento forte e surpresas positivas, os resultados do PIB do quarto trimestre do ano passado ficaram abaixo do esperado. O PIB subiu 0,2% no quarto trimestre em comparação ao terceiro trimestre de 2024, abaixo da nossa estimativa de 0,5% e da mediana de mercado de 0,4%. Na comparação com o quarto trimestre de 2023, o indicador avançou 3,6%. Em 2024, a economia brasileira registrou expansão de 3,4%, um pouco abaixo da nossa estimativa de 3,5%.

O destaque negativo foi o consumo das famílias, com uma queda de 1% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. O investimento das empresas continuou em rota de crescimento, com alta de 0,4% no quarto trimestre e 7,3% em 2024 – um ano de crescimento robusto para os investimentos em ativos fixos.

Olhando adiante, continuamos a projetar crescimento de 2% para o PIB deste ano. Vemos uma recuperação expressiva da agropecuária, em linha com a safra recorde de grãos. Além disso, o mercado de trabalho mostra sinais de acomodação na margem, mas ainda vemos níveis de emprego e renda elevados, e algumas medidas governamentais recentemente sinalizadas podem prover estímulos de curto prazo à atividade.

Governo anuncia planos para reduzir preço dos alimentos

O governo anunciou seis medidas para tentar reduzir os preços dos alimentos. A principal é a de zerar a alíquota de importação de nove itens, como carnes, café e açúcar. As outras medidas são: aumento da cota de importação do óleo de palma, acelerar análise de questões fitossanitárias, estímulo e prioridade para itens da cesta básica no Plano Safra, ampliação dos estoques da Conab, e os supermercados farão publicidade dos melhores preços. Além disso, se espera convencer governadores a zerarem as cobranças de ICMS sobre produtos da cesta básica. Vemos impacto limitado na inflação com as reduções de tarifárias. Já, a zeragem de ICMS pode gerar impacto significativo no IPCA se for bem-sucedida.

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Destaques da próxima semana   

No cenário internacional, uma semana de poucos indicadores. O protagonismo será a inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos de fevereiro, seguida pela inflação ao produtor (PPI).

No Brasil, o destaque da próxima semana será a divulgação do IPCA de fevereiro, para o qual esperamos forte alta mensal, fruto principalmente da reversão dos descontos na tarifa de energia pelo bônus de Itaipu. Ademais, indicadores relevantes de atividade econômica serão divulgados: a Pesquisa Industrial Mensal, a Pesquisa Mensal de Serviços e a Pesquisa Mensal do Comércio – todas referentes a janeiro. Por fim, o Banco Central publicará as estatísticas fiscais e de crédito, também de janeiro. Veja nossas projeções abaixo.

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