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Economia em Destaque: PIB acelera no início de 2025

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nos EUA, a Corte Federal de Apelações derrubou a medida da Corte de Comércio Internacional que havia suspendido as tarifas impostas pelo governo Trump. Além disso, o governo americano adiou a vigência de tarifas de 50% contra a União Europeia.

Em relação aos indicadores econômicos, a inflação ao consumidor dos EUA desacelerou na comparação anual. Por sua vez, a confiança do consumidor voltou a subir, na esteira do arrefecimento (ainda que temporário) da guerra tarifária.

No Brasil, o PIB cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, puxado pela safra recorde de grãos e aceleração da demanda doméstica. Enquanto isso, a inflação medida pelo IPCA-15 de maio trouxe alívio generalizado entre os principais grupos de preços.

O mercado de trabalho brasileiro segue robusto, marcado pela taxa de desemprego em patamar historicamente baixo e aumento contínuo dos salários reais. No âmbito fiscal, o superávit primário do governo ficou abaixo do esperado em abril, e a dívida pública permaneceu em alta. No que diz respeito ao setor externo, as importações continuam pressionando a conta corrente.

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Tudo sobre as tarifas de Trump

Gráfico da Semana

Veja na seção “PIB do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado pela safra recorde de grãos”

Cenário Internacional

Justiça bloqueia tarifas de Trump, mas Corte suspende a decisão

O Tribunal de Apelações dos Estados Unidos reestabeleceu as tarifas impostas por Donald Trump, que haviam sido anuladas pelo Tribunal de Comércio Internacional. O órgão havia suspendido as tarifas ao interpretar que o uso da lei emergencial para aumentar as alíquotas foi indevido.   decisão afetava grande parte das tarifas, como a tarifa mínima global de 10%, e as tarifas contra China, México e Canadá. Apesar da decisão final do Tribunal de Apelações ser favorável ao governo Trump, o caso ainda pode parar na Suprema Corte.

Ainda nesta semana, após afirmar que implementaria tarifas de 50% contra produtos importados da União Europeia a partir de 1° de junho, Donald Trump postergou a data para 9 de julho. A decisão foi tomada depois de uma reunião com a Presidente do bloco, Ursula von der Leyen, que publicou que “a União Europeia está pronta para avançar nas negociações”. Em divulgação nas redes sociais, Trump havia criticado a postura da União Europeia, classificando-a como “difícil de lidar” e afirmando que as negociações “não avançavam”.

Inflação americana vem em linha com as expectativas, mostrando desaceleração na base anual

O índice de preços do consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) avançou 2,1% no acumulado em 12 meses até abril (alta de 0,1% em comparação a março), em linha com o consenso de mercado. Por sua vez, o núcleo da inflação – exclui os itens mais voláteis – recuou de 2,7% em março para 2,5% em abril. Esse é o indicador favorito do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), e continua se aproximando da meta de 2%, favorecendo assim uma possível decisão de corte de juros.

Nosso cenário, próximo ao que o mercado atualmente apreça, é que o Fed deverá ter espaço limitado para cortes de juros em 2025. Esperamos, no máximo, duas reduções no segundo semestre, como escrevemos em nosso último relatório mensal.

Confiança do consumidor dos EUA se recupera após alívio na “guerra comercial”

A confiança do consumidor americano subiu em maio, após cinco meses consecutivos de deterioração em meio a uma trégua na “guerra comercial” entre Washington e Pequim. No entanto, a pesquisa aponta que as famílias continuam preocupadas com o aumento dos preços e os efeitos negativos das tarifas sobre a economia. O número efetivo ficou em 98,0 pontos, um aumento substancial em relação à previsão de 87,1 pontos e à leitura anterior, de 86,0 pontos.

Enquanto isso, no Brasil...

PIB do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado pela safra recorde de grãos

O PIB do Brasil avançou 1,4% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024, levemente abaixo das expectativas (XP: 1,6%; Mercado: 1,5%). Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, o indicador cresceu 2,9%. O destaque foi a Agropecuária, com expansão de dois dígitos (12,2% T/T-1), impulsionada principalmente pela safra recorde de soja.

Nossa projeção preliminar para o crescimento do PIB no segundo trimestre é de 0,5% na comparação com o trimestre anterior (2,4% T/T-4). Reforçamos o cenário de desaceleração suave da atividade em 2025. Além do mercado de trabalho robusto – com taxa de desemprego historicamente baixa e forte expansão da massa de renda real do trabalho –, medidas recentemente anunciadas pelo governo podem dar suporte à demanda interna no curto prazo. Dessa forma, nossa expectativa de crescimento do PIB em 2025 – atualmente em 2,3% – possui ligeiro viés de alta.

IPCA-15 de maio mostra desaceleração disseminada na inflação ao consumidor

O IPCA-15 de maio subiu 0,36% em relação a abril, abaixo das expectativas (XP: 0,47%; consenso: 0,44%), com a inflação anual caindo de 5,49% para 5,40%. Surpresas baixistas foram generalizadas em todos os grupos de preços livres (bens industrializados, serviços e alimentos). O núcleo de serviços, medida relevante para o Banco Central, aumentou 0,45%, aquém das expectativas, com aluguéis e taxas de condomínio em níveis surpreendentemente baixos. Os preços de serviços intensivos em mão de obra subiram 0,49%, também abaixo das projeções.

A média dos núcleos, que exclui itens voláteis, subiu 0,40% e deve apresentar moderação o segundo semestre. Os preços dos bens industriais aumentaram 0,41%, abaixo das previsões, com desaceleração em bens duráveis, como automóveis e eletroeletrônicos. Os preços dos alimentos subiram 0,30%, com surpresas baixistas concentradas em itens voláteis, como legumes e frutas.

No geral, o IPCA-15 de maio mostrou um alívio generalizado nos preços ao consumidor, adicionando viés de baixa à nossa previsão para a inflação de 2025 (atualmente em 5,7%).

Mercado de trabalho surpreende positivamente (mais uma vez)

O relatório do CAGED mostrou criação líquida de 257,5 mil empregos formais em abril, consideravelmente acima das expectativas (mediana de 170 mil). Além disso, a taxa de desemprego surpreendeu para baixo, registrando 6,6% no trimestre móvel encerrado em abril. Ainda, o rendimento real do trabalho cresceu pelo sétimo mês consecutivo, mostrando expansão de 3,2% em relação a abril de 2024. Essa tendência de alta na renda real disponível às famílias não será revertida tão cedo.

No geral, as condições do mercado de trabalho brasileiro seguem sólidas. O emprego total continua crescendo, com destaque para as categorias formais. Os salários reais vêm apresentando aumento consistente, o que mantém os custos unitários do trabalho pressionados. Essa dinâmica reforça nosso cenário base de atividade doméstica resiliente e inflação de serviços elevada neste ano. Projetamos adição líquida de 1,45 milhão de empregos formais em 2025.

Governo entregou superávit fiscal em abril, mas com crescimento da dívida

O governo fechou as contas em abril com um superávit primário de R$ 14,1 bilhões, abaixo das expectativas (XP: R$ 18,6 bilhões, Mercado: R$ 18,8 bilhões). Em 12 meses, o déficit acumulado é de R$ 6 bilhões, o que corresponde a 0,1% do PIB. O resultado nominal acumulado em 12 meses fechou com déficit de R$ 934 bilhões (7,9% do PIB). Com isso, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) avançou de 75,9% para 76,2% do PIB.

Apesar da desaceleração econômica e queda no preço do petróleo, o governo deve alcançar a meta de resultado primário se o aumento do IOF permanecer. Com isso, esperamos que o governo entregue um déficit primário de R$ 57,4 bilhões (0,4% do PIB), e um déficit nominal de R$ 1,115 trilhão (9% do PIB), enquanto a DBGG deve ficar em 79,7% do PIB no final do ano.

Conta corrente registrou déficit de US$ 1,3 bilhão

O resultado do setor externo para abril veio em linha com as expectativas, apresentando déficit de US$ 1,3 bilhão, com destaque para (i) a Balança Comercial, com superávit de US$ 7,4 bilhões (XP: US$ 7,5 bilhões), e (ii) o Investimento Direto no País (IDP), com entrada líquida de US$ 5,5 bilhões (XP: US$ 5,0 bilhões).

Projetamos déficit de US$ 73,4 bilhões para a conta corrente em 2025, podendo superar os ingressos líquidos de IDP (previstos em US$ 70,0 bilhões). Ainda assim, a posição externa do Brasil permanece sólida, com reservas internacionais robustas e baixo nível de dívida em moeda estrangeira. Para 2026, esperamos certa acomodação, em linha com a nossa visão de depreciação cambial e crescimento econômico mais moderado.

Dólar segue com alta volatilidade

Após atingir US$/R$ 5,64, a taxa de câmbio voltou a ultrapassar a marca de US$/R$ 5,72, refletindo incertezas em torno do decreto de aumento do IOF. Mudanças na medida poderiam aumentar os desafios do governo no que tange ao cumprimento da meta fiscal deste ano.

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Destaques da próxima semana   

No cenário internacional, uma semana repleta de indicadores econômicos. Nos Estados Unidos, haverá a divulgação de estatísticas do mercado de trabalho, com destaque para o Nonfarm Payroll na 6ª-feira. Na Zona do Euro, o Banco Central Europeu (BCE) decidirá sobre a taxa de juros, em semana também marcada pelo índice de preços ao consumidor (CPI) de maio. Além disso, serão divulgadas sondagens empresariais para a indústria e serviços para as principais economias do mundo, como China, EUA e Zona do Euro.

No Brasil, o destaque será a divulgação da produção industrial (PIM-PF) referente a maio. Além disso, o mercado estará atento às discussões sobre o IOF e às falas públicas de autoridades do Banco Central, após as relevantes divulgações do PIB do 1T25 e do IPCA-15 de maio.

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