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Economia em Destaque: Inflação acima do teto da meta em 2024

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nos Estados Unidos, os dados de emprego vieram acima do esperado e reforçaram a visão de que o Banco Central terá pouco espaço para cortes de juros adiante. No Canadá, o Primeiro-Ministro Justin Trudeau renunciou ao cargo que ocupa há quase uma década. 

Na China, a inflação ao consumidor encerrou 2024 em apenas 0,1%, refletindo a fraqueza da demanda local.

No Brasil, por sua vez, a inflação atingiu 4,8% no ano passado, acima do teto da banda de tolerância que contém a meta. Além disso, revisamos nossas projeções no relatório Brasil Macro Mensal de janeiro. Por fim, os dados de produção industrial e vendas varejistas de novembro trouxeram sinais de desaceleração da atividade, enquanto a arrecadação tributária apresentou forte desempenho.

Gráfico da Semana

Cenário Internacional

Criação de empregos supera expectativas nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, o principal relatório de mercado de trabalho (Nonfarm Payroll) apontou para criação de 256 mil empregos em dezembro, acima das projeções. A taxa de desocupação recuou de 4,2% em novembro para 4,1% em dezembro, levemente abaixo das estimativas. Em 2024, houve geração líquida de 2,2 milhões de empregos, abaixo dos 3,0 milhões em 2023. Os dados recentes reforçaram o quadro de solidez do mercado de trabalho americano.

Também divulgada nesta semana, a ata da última reunião de política monetária do Fed, Banco Central dos Estados Unidos, reiterou a necessidade de uma abordagem cautelosa nos próximos trimestres, tendo em vista a elevada incerteza no ambiente econômico. Em discursos nesta semana, membros do Fed sinalizaram pouco espaço para cortes de juros adiante. Os mercados futuros apreçam apenas um corte adicional de 0,25 p.p. este ano. Donald Trump faz novas ameaças

Donald Trump faz novas ameaças

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou usar a força militar para tomar controle do Canal do Panamá e da Groenlândia, justificando que o domínio de ambas as regiões é vital para a segurança do país. Ademais, Trump defendeu que o Canadá deveria se tornar o 51º estado americano. Por último, ele também comentou em mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América.

Ainda nesta semana, Donald Trump negou uma reportagem do jornal Washington Post que afirmava que a equipe do futuro Presidente estaria considerando a imposição de tarifas apenas a importações de setores críticos aos Estados Unidos, e não de forma ampla, como defendida pelo republicano durante sua campanha presidencial em 2024. No entanto, Trump afirmou que a reportagem “declara incorretamente que a política tarifária será reduzida”.

A posse de Trump ocorrerá no dia 20 de janeiro.

Preocupações com deflação persistem na China

Na China, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou estável entre novembro e dezembro, em linha com as expectativas. Com isso, a inflação encerrou 2024 em apenas 0,1%. O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis, subiu 0,4% na base anual. Além disso, os preços no atacado recuaram pelo 27º mês consecutivo. Esses resultados alimentam preocupações com deflação na economia chinesa, que vem enfrentando fraqueza do consumo, crise no setor imobiliário e confiança empresarial deprimida.

Primeiro-Ministro do Canadá renuncia após quase uma década no poder

O Primeiro-Ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou sua renúncia ao cargo. Premiê desde 2015, Trudeau vinha enfrentando pressão dentro do governo desde que a Ministra das Finanças renunciou em dezembro de 2024, por discordar de sua política de estímulos econômicos. Em uma eleição geral, que provavelmente ocorrerá até outubro, o novo líder liberal precisará apresentar como o partido enfrentará a nova administração de Donald Trump, que ameaçou impor tarifas comerciais elevadas sobre o país vizinho.

No Brasil...

IPCA encerra 2024 com alta de 4,8%, acima do teto da meta

O IPCA encerrou 2024 com alta de 4,8%, superando o topo da banda de tolerância que contém a meta de inflação (4,5%). Os preços de alimentos chamaram a atenção no ano passado. Entre os motivos que aumentaram a inflação do grupo, destacamos: eventos climáticos; o ciclo da pecuária que impulsionou o preço da carne bovina; a demanda interna forte; e a depreciação da taxa de câmbio. A inflação de serviços também foi relevante, influenciada principalmente pelo mercado de trabalho aquecido.  

O cenário prospectivo para a inflação brasileira continua desafiador. Conforme mencionado acima, a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos adicionou riscos ao ambiente inflacionário global. Por aqui, os níveis depreciados da taxa de câmbio, a solidez da atividade e o aumento das expectativas inflacionárias adicionam pressão aos preços.

Ajuste nas projeções: Câmbio mais fraco pressiona a inflação

Divulgamos nosso relatório Brasil Macro Mensal com novo cenário. As projeções para a taxa de câmbio ficaram em R$/US$ 6,20 para 2025 e R$/US$ 6,40 para 2026 (antes: R$/US$ 5,85 e R$/US$ 6,00, respectivamente). Revisamos também nossa previsão para o IPCA de 2025, de 5,2% para 6,1%, enquanto a expectativa para 2026 permaneceu em 4,5%. Acreditamos que a taxa Selic atingirá 15,50% ao final do ciclo de alta de juros (em junho), ficando neste patamar até o final do ano. Para 2026, prevemos cortes de juros até 12,50%. A desaceleração da atividade econômica – prevemos que o PIB crescerá 2,0% este ano e 1,0% no ano que vem – é um fator crucial por trás do cenário de redução da taxa Selic ao longo do período.  

Para detalhes, leia o relatório completo “Brasil Macro Mensal: Câmbio depreciado adiciona pressão à inflação”.

Primeiros sinais de arrefecimento da atividade?

As vendas no varejo ampliado caíram 1,8% em novembro contra outubro, muito abaixo das expectativas (-0,3%). Esse resultado anulou o aumento acumulado nos dois meses anteriores. As vendas de veículos contraíram após um longo período de crescimento. Na mesma linha, a produção industrial recuou 0,6% na comparação mensal, com perda de tração na maioria das categorias. 

Acreditamos que a atividade doméstica continuará arrefecendo, devido à maior inflação, aperto das condições financeiras e menor impulso fiscal. Projetamos alta de 2,0% para o PIB de 2025, após expansão de 3,6% em 2024. 

Arrecadação tributária mantém ritmo forte

A arrecadação tributária federal atingiu R$ 209,2 bilhões em novembro, aumento real de 11,2% em comparação ao mesmo período de 2023. O valor representa o melhor desempenho para o mês desde 2013. No acumulado em 12 meses, por sua vez, a arrecadação totalizou R$ 2,62 trilhões, crescimento real de 9,4%. Esse desempenho foi fundamental para o governo atingir a meta de resultado primário no ano passado.

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O que esperar da semana que vem

No cenário internacional, destaque para a divulgação da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), das vendas no varejo e da produção industrial nos Estados Unidos - os indicadores são referentes a dezembro. Na China, atenções voltadas ao conjunto de indicadores de atividade referentes ao 4º trimestre de 2024: PIB; produção industrial; vendas no varejo; investimentos em ativos fixos; entre outros.  

No Brasil, destaque para a publicação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e do IBC-Br, considerado uma prévia mensal do PIB. Veja as nossas projeções abaixo.

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