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Projetamos taxa Selic de 15,00% após comunicado duro do Copom

Copom eleva a taxa Selic para 12,25%

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Comunicado do Copom

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) aumentou a taxa Selic em 1,00 p.p., para 12,25%, conforme esperávamos. A decisão foi unânime entre os membros e consideravelmente dura (hawkish, no jargão econômico), não apenas porque parte do mercado esperava um aumento de 0,75 p.p., mas também porque o Comitê sinalizou mais dois aumentos de 1,00 p.p. nas próximas reuniões, caso cenário esperado se confirme.

O comunicado pós-reunião argumentou que “o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed.”. Desse modo, o ambiente externo segue exigindo cautela por parte dos países emergentes. Com relação ao ambiente doméstico, a autoridade apontou que “o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo” – com destaque para a divulgação do PIB do 3º trimestre, que veio mais alto do que o esperado. Ademais, “a inflação cheia e as medidas subjacentes têm se situado acima da meta para a inflação”.

Considerando o exposto, a autoridade concluiu que “o cenário se mostra menos incerto e mais adverso do que na reunião anterior”. Consequentemente, a projeção de inflação do Comitê para o horizonte relevante de política monetária (equivale ao período em que a taxa Selic terá efeito na economia: 2º trimestre de 2026) subiu de 3,6%, na reunião anterior, para 4,0%, afastando-se ainda mais da meta de 3,0%. Além disso, a nota enfatizou a assimetria altista no balanço de riscos para a inflação adiante, ou seja, há riscos de que o cenário econômico evolua de maneira mais adversa do que o antecipado pela autoridade.

Diante desse cenário, o Copom mostrou ser necessária uma “uma política monetária ainda mais contracionista”. De fato, nossas projeções para a inflação estão se aproximando de 6,0% para 2025, o dobro da meta. Conforme detalhamos em nossas publicações recentes (leia nosso relatório “Esquenta do Copom: Buscando retomar as rédeas das expectativas” publicado na segunda-feira), a inflação elevada é generalizada, e seus determinantes apontam para mais pressões adiante – destaque para a depreciação cambial, atividade econômica aquecida e expectativas desancoradas.

Nesse contexto, o Comitê sinalizou mais dois aumentos de 1,00 p.p. em janeiro e março, em se confirmando o cenário esperado, mas evitou fornecer orientação futura sobre a taxa Selic no final do ciclo de alta. Segundo a autoridade, “A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”. Desse modo, se o cenário permanecer desfavorável, o ciclo de alta de juros provavelmente continuará.

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Nossa visão

Antes da reunião do Copom de hoje, nós projetávamos outro aumento de 1,00 p.p. em janeiro e dois aumentos de 0,50 p.p. em março e maio, resultando em uma taxa Selic terminal de 14,25%. A mensagem mais dura de hoje sugere taxas de juros ainda mais elevadas. Ainda acreditamos, porém, que, com essa estratégia mais concentrada no curto prazo, a política monetária ajudará a desacelerar a economia e estabilizar a taxa de câmbio, o que provavelmente ficará evidente até maio do próximo ano. Assim, não vemos necessidade de uma taxa Selic terminal muito acima do nosso cenário anterior.

Portanto, projetamos agora dois aumentos adicionais de 1,00 p.p., seguidos de um aumento final de 0,75 p.p. em maio, levando a taxa Selic a 15,00%. Se necessário, o Copom pode optar por um aumento adicional em junho para concluir o ciclo. Ainda refinaremos nossas outras projeções macroeconômicas para incorporar essa política monetária mais restritiva, mas nossa projeção para o IPCA em 2026 – atualmente em 4,5% – agora possui viés de baixa.

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