A definição de criptomoedas, ou criptoativos, é uma referência a moedas digitais, que por segurança, são criptografadas. Ela acaba se diferenciando bastante da nossa moeda tradicional.
Ultimamente muito se fala sobre criptomoedas, principalmente quando o assunto é investimento em renda variável, mas quais os riscos e oportunidades no mercado de criptoativos?
Leia e saiba mais sobre o investimento que tem chamado a atenção de grandes investidores,como Elon Musk, Ray Dalio e Bill Miller.
Boa leitura!
O que são as criptomoedas? Entenda!
As criptomoedas são moedas digitais que usam uma tecnologia que permite a negociação direta entre as partes, sem precisar, por exemplo, de uma instituição financeira para fazer a compensação da transação.
Essas transações são validadas por todos os usuários e registradas em um banco de dados chamado de blockchain. Além disso, para garantir a segurança, elas também são criptografadas. É como se cada participante ficasse com um recibo dessa transação armazenado no sistema eletrônico.
Por exemplo, é possível comprar uma criptomoeda por meio de uma corretora e vender para um investidor em qualquer parte do mundo através de um sistema eletrônico.
Você pode adquirir essas moedas também pela mineração. Existem algumas formas de minerar bitcoins, sendo as mais utilizadas os processos de Proof of Work e de Proof of Stake.
No Proof of Work, utilizado pelo Bitcoin, os “mineradores” são pessoas que colocam computadores para resolver problemas matemáticos que permitem a realização de blocos de operações. Esse processo é criticado por necessitar de quantidades muito relevantes de energia.
Já o processo de Proof of Stake seleciona aleatoriamente validadores de transações. Dessa maneira, os mineradores não competem entre si e computadores poderosos que consomem muita energia não garantem maior capacidade de minerar novas moedas. A autenticidade da operação ocorre através da comprovação de que o usuário tem acesso a uma certa quantidade de moedas antes de ter acesso ao trabalho de mineração.
Quem minera, ganha como recompensa tokens das moedas digitais. Isso também contribui com a segurança das transações com criptoativos, porém é uma prática voltada para especialistas neste mercado.
Como transacionar criptomoedas?
Com uma carteira digital, você pode fazer várias transações com criptomoedas, como pagar compras, hotéis e até comprar um apartamento. No Brasil, a construtora Tecnisa já aceita o pagamento da compra de imóveis com Bitcoins.
Em março de 2021, o CEO da Tesla, Elon Musk, informou que os clientes da empresa poderiam comprar carros elétricos usando esses ativos como meio de pagamento. A companhia voltou atrás por conta dos danos ambientais do processo de mineração, mas a decisão, que impulsionou o preço do Bitcoin à época, pode ser revertida no futuro, conforme documento enviado à SEC, regulador dos EUA.
Outras gigantes do universo de meios de pagamento, como Paypal ,Visa e Mastercard, também já realizam pagamentos com criptoativos.
Por que as criptomoedas têm crescido tanto?
Em 29 de janeiro de 2021, Elon Musk havia mudado por um breve período a sua descrição em sua conta oficial no Twitter com a hashtag sobre Bitcoin, uma das criptomoedas promissoras e mais famosas.
Desde então, diversas participações do empresário nas redes sociais ajudaram a criar uma nova onda de alta do mercado de criptomoedas de forma geral. O mercado financeiro impulsionou esse movimento, com cada vez mais gestores e investidores institucionais comprando criptoativos para compor suas carteiras.
O Bitcoin valorizou mais de 60% no ano (até 24 de dezembro). Outras criptos valorizaram ainda mais, como a Axie Infinity (+19.000%).
Essas altas foram impulsionada por diversas notícias positivas que deram respaldo ao mercado cripto, fazendo seus preços dispararem pelo mundo.
O investimento de empresas como a Tesla, MicroStrategy e a oferta de grandes bancos como Goldman Sachs e Morgan Stanley de exposição a esses ativos para seus clientes ajudaram a chancelar os investimentos no mercado de criptomoedas.
Empresas como Paypal, Visa e Mastercard também passaram a aceitar o pagamento com criptoativos, o que contribuiu para reduzir a desconfiança com o uso dessas criptomoedas.
Além disso, no caso do Bitcoin, criptomoeda mais famosa do mundo – com R$1 trilhão em valor de mercado -, o fato de haver um limite para mais emissões de 21 milhões de unidades tem sustentado também a valorização da moeda.
É justamente pela existência finita do Bitcoin que o megainvestidor Ray Dalio, fundador da lendária gestora Bridgewater, recentemente comparou o Bitcoin com o ouro como uma reserva de valor.
Em segundo lugar, o Bitcoin de tempos em tempos passa por uma redução no número de moedas em circulação, fenômeno conhecido como halving.
Quando isso acontece, o estoque desses ativos é cortado pela metade, o que faz ainda mais os investidores valorizarem a posse dessa moeda, em nova alusão ao ouro.
Se ainda não compreendeu totalmente o que são as criptomoedas, veja esse vídeo de apenas 5 minutos e fique craque no assunto:
Entenda o que são criptomoedas e saiba como investir nesses ativos que lideram a valorização em 2021
Meme-coins e fóruns de internet
Alguns casos de altas, porém, são curiosos e não têm exatamente um respaldo em fundamentos. A Dogecoin é um exemplo, chegando a atingir no dia 19 de abril de 2021 uma surreal valorização de mais de 8.000% no acumulado do ano de 2021, mas amenizando essa alta para 4.504% em 24 de dezembro.
Criada em 2013 a partir de um meme famoso na internet, conhecido pelos usuários como “Doge”, a Dogecoin foi mencionada em fevereiro nas contas oficiais do Twitter do fundador da Tesla e do cantor Snoop Dogg.
Desde então, os investidores passaram a realizar um movimento de combinação e discussões de investimento nos meandros de fóruns e redes sociais como Reddit, muito famosa nos Estados Unidos.
As criptomoedas mais promissoras: quais são?
O Bitcoin, a mais famosa criptomoeda, tem batido recordes de alta e acumulou valorização de 129,63% até 4 de outubro de 2021.
Mas você sabia que o Bitcoin é apenas uma das várias moedas virtuais que podem ser negociadas no mercado?
Apesar de o Bitcoin ser a criptomoeda mais conhecida no mercado, é apenas a ponta do iceberg, afinal há um universo gigantesco de outros criptoativos que são menos divulgados para o público em geral, mas que representam um total de aproximadamente 2 trilhões em valor de mercado.
Algumas moedas menos conhecidas como a Terra e a Sandbox acumulam valorização de mais de 10.000% no ano.
Impressionante, né? Só para você ter ideia do tamanho do universo cripto, a equipe de Fundos da XP fez uma comparação com outras classes, índices e grandes empresas no mundo.
Mas, assim como a valorização desses ativos tem chamado a atenção, a queda também pode ser grande, pois o preço dessas moedas flutua ainda mais que o de uma ação negociada na bolsa.
O Bitcoin, por exemplo, caiu 22,9% na semana entre 19 e 23 de abril de 2021, o que pode assustar alguns “novatos” desse mercado. É por isso que o time de alocação da XP recomenda uma exposição cautelosa a esses ativos, de, no máximo, 5% do patrimônio.
As sensações podem variar muito, desde uma total aversão ao risco a uma total predileção pelo fato desses investimentos estarem, mais uma vez, no centro dos holofotes do mercado financeiro mundial.
Para os otimistas com o mercado de cripto, como o lendário investidor Bill Miller, que foi investidor-chefe de uma das maiores gestoras americanas, a Legg Mason, a volatilidade faz parte desse mercado e o Bitcoin pode ser considerado como o novo “ouro digital”.
Outro defensor das moedas virtuais é o fundador da Tesla, Elon Musk. No começo deste ano, o empresário anunciou um investimento de 1,5 bilhão de dólares somente em Bitcoin como investimento do caixa da sua companhia.
O movimento de Musk recebeu afagos do CEO e fundador do Twitter, Jack Dorsey, outra personalidade que causa celeuma sobre a moeda digital por causa de sua relação íntima com o ativo.
Íntima porque até a descrição dos perfis oficiais de Musk e de Dorsey no Twitter mudou por um dia em janeiro deste ano, citando a seguinte hashtag: #bitcoin. Você acompanhou?
A iniciativa causou mais um “boom” no preço do Bitcoin e de várias outras criptomoedas e muitos veem uma tendência de alta no preço desses ativos.
Já outros, como o bilionário Bill Gates, fundador da Microsoft, e o megainvestidor Warren Buffettenxergam essa euforia com mais cautela.
Quais os tipos de criptomoedas?
Falamos bastante sobre o Bitcoin, que é uma das criptomoedas mais conhecidas. Mas, para além dela, há outras opções que estão recebendo bastante atenção. Veja 10 tipos de criptomoedas:
- Bitcoin (BTC)
- Bitcoin Cash (BCH)
- Ethereum (ETH)
- Litecoin (LC)
- Dogecoin (DOGE)
- Ripple (XRP)
- Tether (USDT)
- Cardano (ADA)
- Polkadot (DOT)
- Binance Coin (BNB)
Como investir em criptomoedas?
Ok, já ficou claro o que são criptomoedas, como funciona o mercado das criptomoedas, que é bem semelhante ao da bolsa de valores, por exemplo. Mas como investir em criptomoedas?
Existem algumas formas de investir em moeda virtual no Brasil, as 3 principais são:
- Comprando diretamente a moeda virtual
Para isso, você precisa entender muito bem desse mercado, porque o preço das moedas virtuais flutua muito mais do que ocorre com o investimento em ações na Bolsa, na maioria dos casos.
Apesar do alto preço do Bitcoin, valendo, hoje, aproximadamente 50 mil dólares a unidade (equivalente a mais de 290 mil reais em 27 de dezembro de 2021), é possível comprar frações por preços menores. No Brasil, por exemplo, é possível comprar frações de Bitcoin a partir de R$ 10,00.
- Investir em criptomoedas via fundos de investimento.
Na plataforma da XP, é possível encontrar pelo menos seis opções de fundos com exposição às moedas digitais, todos da gestora especializada Hashdex:
- Trend Bitcoin Dólar FIC FIM
- Trend Cripto Dólar FIC FIM
- o Hashdex Bitcoin Full 100;
- o Hashdex 40 Nasdaq Crypto Index;
- Hashdex 20 Nasdaq Crypto Index FIC FIM.
- Giant Satoshi Cripto Advisory FIC FIM IE
A diferença entre os fundos é o tamanho da alocação em moedas virtuais, que pode variar de 20% a 100% da carteira.
Por conta de normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão estatal que regula o mercado de capitais no Brasil, os fundos disponíveis para os investidores de varejo (que possuem menos de R$ 1 milhão investidos) só podem alocar até 20% da carteira nesses ativos.
Já os fundos que podem alocar até 100% do portfólio nessas moedas estão disponíveis só para investidores qualificados, ou seja, quem tem mais de 1 milhão de reais em patrimônio investido ou que tenha comprovação de investidor qualificado a partir de algumas certificações específicas para profissionais do mercado financeiro.
- Investir em moeda virtual aplicando por meio dos ETFs (Exchange Traded Fund)
ETFs são, basicamente, fundos de investimento negociados na bolsa de valores, como se fossem uma ação.
Dia 26 de abril de 2021, estreou o primeiro ETF de criptomoedas do Brasil: o Hashdex Nasdaq Crypto Index (HASH11), gerido também pela Hashdex, que será negociado na Bolsa brasileira e poderá ser acessado por investidores em geral.
O ETF terá exposição de 100% a um índice que segue uma carteira com seis criptomoedas, que podem ser rebalanceadas de acordo com o mercado. Hoje, elas são as seguintes:
- Stellar
- Bitcoin
- Litecoin
- Chainlink
- Bitcoin Cash
A carteira desse ETF segue o mesmo índice dos fundos distribuídos pela XP, o Nasdaq Crypto Index (NCI), que acumulou valorização de 131,27% no ano, até 16 de abril de 2021.
A gestora QR Asset Management também recebeu, em março, o aval da CVM para lançar seu ETF de Bitcoin, que será referenciado no índice de bitcoin negociado na Bolsa de Chicago.
Após a oferta primária desse fundo, qualquer investidor poderá comprar cotas dessa carteira na bolsa.
Quanto vale uma Criptomoeda?
O valor das moedas varia bastante, pois são ordenadas por valor de mercado e negociações. O Infomoney oferece uma cotação das principais criptomoedas. Clique e confira!
As criptomoedas são seguras? Veja o risco desses ativos
As criptomoedas têm maior volatilidade em comparação a outros investimentos negociados dentro e fora da bolsa, pois o preço é determinado pelas negociações no mercado, entre oferta e demanda, e elas ainda são muito suscetíveis ao noticiário no que diz respeito às oscilações de preço.
Por isso, é importante saber se o seu perfil de investidor é de tolerância a risco.
Além disso, para quem quer investir neste mercado, é recomendado alocar apenas um pedaço pequeno do portfólio de investimentos nesses ativos. A equipe de alocação da XP recomenda no máximo 5% para investidores arrojados.
Assim, você terá a possibilidade de adicionar um retorno substancial com a alta dessas moedas à sua carteira, mas também não corre o risco de perder todo o dinheiro em momentos de grande oscilação.
Isso poderá, ainda, diversificar seus investimentos, uma vez que esses ativos apresentam baixa correlação com investimentos mais tradicionais, como mostra o estrategista-chefe e Head do Research da XP, Fernando Ferreira, em sua coluna.
Entenda melhor os riscos e a volatilidade das criptomoedas
Benefícios de investir em moeda virtual
Um dos principais benefícios em investir em criptomoedas é que eles apresentam pouca correlação quando comparados aos investimentos mais tradicionais.
Abaixo, trouxemos uma matriz de correlações entre diferentes classes de ativos nos últimos 10 anos, incluindo o preço do Bitcoin em relação ao Real.
Olhando somente para a primeira coluna onde temos o Bitcoin, as correlações entre essa criptomoeda e outros tipos de investimentos são abaixo de 0,1 e, em alguns casos, a correlação é negativa.
Quando o coeficiente de correlação entre duas variáveis se aproxima de 1, há uma relação linear positiva, ou seja, quando uma delas sobe a outra tende a subir também e vice-versa. E quando o coeficiente se aproxima de 0, o movimento entre dois ativos é descorrelacionado, ou seja, eles são menos “conectados entre si”.
Portanto, o Bitcoin apresentou uma correlação pouco significativa com outros tipos de investimentos historicamente. Contudo, isso não significa que as criptos são completamente à prova de quedas quando o mundo entra em uma crise – em 2020, quando o S&P 500 teve uma queda de -34% por conta da pandemia, o Bitcoin caiu -33% no mesmo período, ambos em dólares.
Veja mais análises dos analistas da XP sobre o mercado de criptomoedas aqui!
Criptomoedas promissoras para 2022
Segundo um análise realizada pelos analistas XP, as criptomoedas promissoras em 2022 serão:
- Bitcoin
- ETH (Ethereum)
- SOL (Solana)
- DOT (Polkadot)
- 5. AXS (Axie Infinity)
Para saber o porquê, leia nosso conteúdo específico
Se você se pergunta “quais moedas virtuais podem valorizar?”, está aqui a resposta.
Como investir em criptomoedas na XP
Atualmente, existem alguns ETFs (fundos de índice) listados na B3 que dão exposição às Criptos, como o HASH11, o BITH11 (100% Bitcoin), o ETHE11 (100% Ethereum)
Em fundos de investimento, a XP distribui vários fundos que investem em Criptos, como Hashdex 40 Nasdaq Crypto, o Hashdex Bitcoin Full e o Hashdex Criptoativos Voyager para investidores qualificados.
Para o público geral, o Trend Cripto Dólar e o Hashdex 20 Nasdaq Crypto.
Gostou de saber o que são criptomoedas e como investir nelas? Então, é hora de colocar esse conhecimento em prática. Certo?
Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!