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Mercados seguem desafiando o pessimismo com a economia… Em abril, as Bolsas globais tiveram mais um mês de performance positiva, com o S&P 500 subindo +1,5% e o índices de ações globais (MSCI ACWI) fechando em alta de 1,3%. Embora o mercado tenha ficado de lado boa parte do mês passado, dados econômicos ainda sólidos e uma temporada de resultados do 1T23 melhor do que temido trouxeram mais otimismo. O Brasil também registrou retornos positivos no último mês. Dados de inflação em desaceleração e o anúncio do novo arcabouço fiscal deram suporte para ganhos de 2,5% do Ibovespa neste mês em reais.
Quais setores da Bolsa se beneficiam em ciclos de corte de juros. Dada a expectativa sobre um início de ciclo de cortes na taxa de juros no Brasil, realizamos um estudo para entender quais são os setores, fatores e ações mais sensíveis a juros. Os setores que apresentaram a melhor performance em ciclos de cortes de juros no passado incluem Transportes, Varejo e Saúde. Também realizamos o mesmo exercício analisando fatores de estilo. Em ciclos de cortes de juros, os fatores Momentum, Qualidade e Tamanho (Small Caps) foram os que tiveram a melhor performance no relativo.
O que acontece com as ações brasileiras quando os EUA entram em recessão? Uma pergunta muito comum dos investidores é o que acontece com os mercados emergentes e as ações brasileiras durante uma recessão nos Estados Unidos. As ações brasileiras podem ter um desempenho superior durante uma recessão americana? Ao olhar para o desempenho relativo dos mercados emergentes e ativos brasileiros após 1, 3 e 6 meses do índice ISM de manufatura dos EUA cair abaixo do limite de 50, vemos que ambos tiveram um desempenho marginalmente superior em relação ao S&P 500 durante esses períodos. Isso corrobora com a tese que mercados emergentes podem ter uma performance superior à Bolsa americana em períodos de desaceleração da economia.
O valuation da Bolsa brasileira continua atrativo: As ações brasileiras continuam atrativas com uma relação de Preço/Lucro (P/L) de 7,0x, um desconto de mais de 30% em relação à média dos últimos 15 anos em 11,0x. Nós mantemos o valor justo do Ibovespa em 128 mil pontos para o final do ano. Mantemos nossos três principais temas em nossas carteiras: 1) Commodities; 2) Histórias de crescimento secular; e 3) Qualidade a um preço razoável (“QARP”).
Como foi o desempenho dos setores no último mês: Olhando para os setores, o melhor setor no mês foi Educação (+9,3%), enquanto as Instituições Financeiras (+8,0%) e Bancos (+6,4%) tiveram um desempenho positivo com o alívio das preocupações globais do setor bancário e expectativas de resultados resilientes adiante, e Petróleo, Gás e Petroquímicos (+7,9%) foram impulsionados pelos fortes retornos de PETR3 e PETR4. Os setores com pior desempenho foram Mineração e Siderurgia (-9,6%), afetados pela queda nos preços do minério de ferro no mês, e Varejo (-5,7%), pressionado pelas discussões sobre a reforma tributária que poderiam afetar negativamente o setor.
Por fim, para o mês de maio, estamos fazendo alterações nas nossas carteiras Top 10 XP, Top Small Caps XP, Top Dividendos XP e a Carteira ESG XP.
O mês de abril foi marcado por um retorno da aversão ao risco diante das preocupações contínuas com o setor bancário e os riscos de recessão ainda presentes. Embora o mercado tenha ficado de lado boa parte do mês passado, os bancos e instituições financeiras encerraram o mês positivos com dados econômicos sólidos e uma temporada de resultados do 1T23 indo melhor do que o temido até agora. Como resultado, os mercados globais encerraram o mês em território positivo, com o MSCI ACWI subindo +1,3% e o S&P 500, +1,5%. No acumulado do ano, a maioria dos índices globais apresenta fortes ganhos.
O Brasil também registrou retornos positivos no último mês. Dados de inflação em desaceleração, expectativas de que a economia finalmente encontre espaço para reduzir as taxas de juros em 2023 e o anúncio do novo arcabouço fiscal apoiaram um sólido ganho de 2,5% do Ibovespa neste mês em reais e +3,8% em dólares. Ainda permanecem uma série de dúvidas em como o superávit fiscal será alcançado, mas vimos um retorno na entrada de fluxo de capital estrangeiro para as ações brasileiras, que têm sido o comprador marginal do Brasil desde o ano passado.

Olhando para os setores, o melhor setor do mês foi Educação (+9,3%), enquanto as Instituições Financeiras (+8,0%) e Bancos (+6,4%) tiveram um desempenho positivo com o alívio das preocupações globais do setor bancário e expectativas de resultados resilientes adiante, e Petróleo, Gás e Petroquímicos (+7,9%) foram impulsionados pelos fortes retornos de PETR3 e PETR4. Os setores com pior desempenho foram Mineração e Siderurgia (-9,6%), afetados pela queda nos preços do minério de ferro no mês, e Varejo (-5,7%), pressionado pelas discussões sobre a reforma tributária que poderiam afetar negativamente o setor.

A desaceleração da inflação e uma maior visibilidade com novas regras fiscais trazem de volta a discussão sobre corte de taxa de juros no Brasil
Os dados mais recentes de inflação surpreenderam positivamente os mercados em Abril. Pela primeira vez desde fevereiro de 2021, o IPCA ficou abaixo de 5%. A combinação de um arcabouço fiscal mais previsível (embora ainda expansionista), sinal de que a inflação está caindo (embora a o núcleo de inflação ainda esteja alto), enfraquecimento do mercado de crédito e desaceleração da atividade econômica, indicam que o Banco Central pode iniciar um ciclo gradual de afrouxamento monetário mais cedo do que o esperado anteriormente. Nossa equipe de economia revisou recentemente suas projeções e vê espaço para cortes começando na reunião de agosto até que a taxa Selic atinja 11% em 2024.

Setores, fatores e ações sensíveis à taxa de juros
Dada a expectativa sobre um início de ciclo de cortes na taxa de juros no Brasil, nossa time de Estratégia Quant realizou um estudo para entender quais são os setores, fatores e ações mais sensíveis a juros.
Realizamos uma análise do desempenho das ações domésticas em diferentes estágios de ciclos monetários passados nas últimas duas décadas. Para essa análise, nosso universo amostral inclui a composição histórica do IBX100 do Brasil desde 2002.
Para avaliar o desempenho desses grupos, calculamos retornos excedentes ponderados pelo valor de mercado (em comparação com o IBX100) para cada setor. Quanto aos fatores de estilo, calculamos retornos long-short usando a metodologia do time Quant (para saber mais, veja Um guia sobre Factor Investing em ações no Brasil)
Neste estudo, segmentamos nossa análise em regimes monetários por expectativas de taxas de juros (medidas pelo Swap Pre-DI de 360 dias), pois esse indicador mede quando os investidores antecipam essas movimentações.


Como observamos na tabela acima, os setores que apresentaram a melhor performance em ciclos de cortes de juros no passado incluem o setor de Transportes, Varejo e Saúde em uma janela de 3 meses.
Também realizamos o mesmo exercício analisando os seguintes fatores de estilo: Valor, Momentum, Qualidade, Baixo Risco e Tamanho. Em ciclos de cortes de juros, os fatores Momentum, Qualidade e Tamanho (Small Caps) foram os que tiveram a melhor performance no relativo.

E por último, montamos uma cesta de ações sob a cobertura da XP que tem uma alta relação com as taxas de juros, em poderiam se beneficiar em um cenário de cortes de taxas. Nos concentramos nos principais setores que reagem de forma mais positiva quando as taxas são reduzidas – Educação, Saúde, Papel & Celulose, Varejo e Transporte.

O que acontece com as ações brasileiras quando os EUA entram em recessão?
Uma pergunta muito comum dos investidores é o que acontece com os mercados emergentes e as ações brasileiras durante uma recessão nos Estados Unidos. As ações brasileiras podem ter um desempenho superior durante uma recessão americana?
Embora a economia dos Estados Unidos tenha, até o momento, evitado uma recessão muito aguardada desde o ano passado, ela ainda é altamente esperada por Wall Street. A probabilidade de uma recessão nos EUA nos próximos 12 meses ainda está em alta, em 65%, segundo as pesquisas da Bloomberg com economistas de mercado.
Existem duas teorias contraditórias sobre o tema:
- Durante recessões nos EUA, os investidores vendem seus ativos americanos e movem o dinheiro para o exterior, ajudando a impulsionar os mercados emergentes, ou
- Durante recessões nos EUA, a aversão global ao risco aumenta e mercados de maior risco, como o Brasil, apresentam desempenho inferior como resultado.
Para testar essas hipóteses, analisamos períodos históricos em que o índice de manufatura americano (ISM) caiu para abaixo de 50, indicando uma contração na economia. Utilizamos o ISM, e não os períodos oficiais de recessão, por duas razões básicas: primeiro, só sabemos que uma recessão ocorreu depois do fato, e, segundo, nos últimos 30 anos, houve apenas 4 recessões nos Estados Unidos.
Ao olhar para o desempenho relativo dos mercados emergentes e ativos brasileiros 1, 3 e 6 meses após o índice de sentimento de manufatura (ISM) cair abaixo do limite de 50, vemos que ambos tiveram um desempenho marginalmente superior em relação ao S&P 500 durante esses períodos. Isso corrobora com a tese que mercados emergentes podem ter uma performance superior à Bolsa americana em períodos de desaceleração da economia.

Outra forma de analisar essa relação é traçando um gráfico do índice ISM em relação à performance relativa entre o MSCI Brasil e o S&P 500. A mesma conclusão também é possível de se obter, embora seja mais difícil de enxergar, dadas as grandes oscilações nessa relação ao longo dos últimos 30 anos.

Resumindo, as ações brasileiras e de mercados emergentes podem ter um desempenho superior ao do S&P 500 em períodos de contração da economia dos EUA. No entanto, essa relação não parece ser forte. Além disso, estamos procurando um desempenho superior, o que significa que ambos os mercados podem ter grandes perdas durante esses períodos, especialmente quando se trata de recessões significativas (2001, 2008, 2020).
O valuation barato deverá continuar sustentando o Ibovespa
Na nossa opinião, o Brasil continua com um desempenho superior relativo aos mercados globais em grande parte por conta dos níveis de valuation ainda bastante atrativos.
Atualmente, o Preço/Lucro (P/L) projetado do Ibovespa se encontra em 7,0x, um desconto de mais de 30% em relação à média dos últimos 15 anos em 11,0x. Mesmo quando retiramos as empresas de Commodities, ou somente a Petrobras e Vale, o P/L vai para 9,2x e 8,6x, respectivamente – ambos menores do que suas próprias médias históricas. E quebrando o Ibovespa setorialmente, vemos que todos os setores no Brasil estão com seus múltiplos negociados abaixo ou próximos às médias de longo prazo.
Em relação a Renda Fixa, as ações brasileiras também continuam mais atrativas. O Prêmio de Risco, que compara rendimento de renda variável com as taxas de juros reais, mostra que as ações brasileiras estão baratas mesmo considerando o alto nível das taxas de juros locais.


Como se posicionar nesse cenário?
Embora as taxas de juros em queda tendam a ser positivas para ativos de risco, mantemos nossa postura defensiva em nossas carteiras. Nossa equipe de Economia da XP projeta que a taxa Selic será cortada na próxima reunião do Copom em agosto, encerrando 2023 em 12% e chegando a 11% no primeiro semestre de 2024.
Isso significa que as taxas de juros ainda estarão em dois dígitos por um tempo, o que significa que empresas altamente alavancadas e setores voltados para o consumidor devem continuar sofrendo. Além disso, ainda vemos muitos ruídos políticos, mais recentemente relacionados à reforma tributária que pode impactar muitos setores, e outras notícias pressionando os ativos brasileiros. Esse ambiente tem beneficiado principalmente partes defensivas do mercado, como mostrado por nossa equipe Quant, e nossa carteira XP Dividendos tem superado fortemente o Ibovespa, com um ganho de mais de 6% no mês e 2% no ano (veja mais detalhes das nossas carteiras abaixo).
Desta vez, fizemos várias mudanças em nossas carteiras para torná-las mais defensivas, focando em momentum positivo de lucros e Qualidade a um Preço Razoável (“QARP”), enquanto retiramos a exposição a empresas com alta alavancagem e setores que poderiam estar expostos a ruídos políticos.
Portanto, removemos nomes como ASAI3 e SOMA3, ambos nomes que têm sofrido com o cenário macro ainda desafiador, além de discussões recentes sobre ICMS; VAMO3 devido a preocupações com seus níveis de alavancagem. Adicionamos nomes como CPLE6 e BBAS3 devido à sua resiliência e menor volatilidade.
Mantendo o valor justo do Ibovespa em 128.000 pontos para 2023
Nesse mês mantivemos o valor justo do Ibovespa em 128.000 pontos para o final de 2023.
O valor justo para o Ibovespa é calculado como uma média de três metodologias: 1) um modelo de fluxo de caixa descontado (DCF), que atualmente assume um WACC de 12,0%, 2) um modelo de P/E alvo, que assume um múltiplo P/E de 8,5x, ainda abaixo da média histórica de 11x, e 3) um EV/EBITDA alvo de 5,5x, também abaixo da média histórica de 6,5x.
Para ver mais vantagens no valor justo do Ibovespa, precisaríamos ver: 1) estimativas lucros sendo revisadas para cima e/ou 2) uma correção nos múltiplos, que pode vir de fortes fluxos pra Bolsa, bem como juros reais mais baixos.

Top 10 ações XP
Essa carteira de ações é composta por 10 papéis que são os top picks dos nossos analistas do Research XP. A composição da carteira é analisada mensalmente pelos analistas da equipe, e ela pode ou não sofrer alterações a cada mês. O objetivo da Carteira Top 10 é superar o desempenho do índice Ibovespa no horizonte de longo prazo.
Na Carteira Top 10 Ações, fizemos quatro trocas para o mês de maio visando defensivar a carteira.
Clique aqui para ver todos os detalhes da nossa Carteira Top 10 XP.
Top Dividendos XP
Para quem é essa carteira: para o investidor em busca de ações que têm boa perspectiva de distribuição contínua de lucros. O investimento em dividendos oferece uma alternativa para quem busca menor volatilidade e oportunidade de criar um fluxo de renda recorrente, além do crescimento do valor de mercado do portfólio pela valorização das ações.
Na Carteira Top Dividendos XP, não realizamos nenhuma alteração em maio.
Clique aqui para ver todos os detalhes da nossa Carteira Top Dividendos XP.
Top Small Caps XP
Para quem é essa carteira: para o investidor que busca alocação em ações com alto potencial de crescimento. A carteira Top Small Caps XP é composta pelas ações de menor valor de capitalização que são as top picks dos nossos analistas do Research.
Na Carteira Top Small Caps XP, retiramos um papel do setor de Agro, Alimentos e Bebidas, e adicionamos uma empresa do setor de Bens de Capital.
Clique aqui para ver todos os detalhes da nossa Carteira Top Small Caps XP.
Top ESG XP
Esta carteira é composta pelas 10 principais ações (com peso semelhante de 10% cada) que combinam altos padrões ESG e fundamentos sólidos, com o objetivo de superar o índice B3 ISE no longo prazo. Ela é revisada mensalmente e pode ou não mudar a cada mês.
Na Carteira Top ESG XP desse mês, estamos fazendo duas mudanças: trocando dois nomes com perspectivas operacionais mais fracas para os resultados de curto prazo, por duas empresas que, além do bom posicionamento ESG, temos uma visão fundamentalista construtiva.
Clique aqui para ver todos os detalhes da nossa Carteira Top ESG XP.