Quando se fala em crise financeira de 2008, todos lembram do papel fundamental do banco central americano, Federal Reserve, para evitar que a economia dos estados Unidos afundasse como em 1929, na Grande Depressão. No comando da maior autoridade financeira do mundo estava o economista Ben Bernanke, que liderou a resposta à crise com o corte da taxa de juros e o anúncio de um pacote de compra de ativos.

Bernanke participará da Expert XP 2021 no painel “A Economia Global Pós-Pandemia: Reversão dos Estímulos e Riscos Inflacionários”, no dia 25 de agosto às 18h, junto com Mohamed El-Erian, ex-CEO da Pimco. Se tem alguém que entende de crise e como sair dela, Bernanke tem todas as credenciais para isso. Atualmente, é pesquisador da Brookings Institution e consultor sênior da Pimco e da Citadel.

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Implementação do programa de estímulo para recuperar economia americana

Bernanke esteve no comando do Fed de 2006 a 2014, e passou pela crise financeira de 2008. Para estimular a recuperação da economia americana, zerou a taxa básica de juros, que tinha saído de um patamar de 5,25%, e injetou US$ 1,3 trilhão no mercado por meio do programa de compra de ativos.

Taper Tantrum está de volta?

Quando se fala do início da reversão da política de estímulos pelo Fed atualmente, e das compras mensais de US$ 120 bilhões em ativos que têm dado suporte aos investimentos em ativos de maior risco, muitos lembram do impacto gerado nos mercados quando a autoridade monetária americana anunciou uma redução do programa de flexibilização quantitativa em 2013, que ficou conhecido como taper tantrum.

Naquele momento, o anúncio da redução da compra de títulos pelo Fed , comandado por Bernanke, pegou o mercado de surpresa e provocou um movimento de aversão a risco, pressionando a queda das moedas e títulos de dívida de países emergentes e ativos de maior risco.

O aumento da inflação atual nos mercados globais agora tem alimentado a preocupação dos investidores, sobretudo nos Estados Unidos, com o Fed já se preparando para iniciar a redução das políticas de estímulo e para subir a taxa básica de juros. Diferente de 2013, contudo, a autoridade monetária americana tem se mostrado cautelosa em iniciar o aperto monetário e os investidores já estão se preparando para esse momento.

Da academia para o governo americano até Bernanke assumir o Fed

Ben Shalom Bernanke nasceu em 13 de dezembro de 1953, na cidade de Augusta, no estado do Arizona. Seu pai era farmacêutico e sua mãe professora de escola primária. Formou-se em Economia pela Universidade de Harvard e concluiu o PhD na mesma área pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Mais tarde, foi chefe do departamento de Economia da Universidade de Princeton, entre 1996 e 2002.

De 2002 a 2005, Bernanke serviu como membro do conselho de governadores do Federal Reserve System. Em 2005, foi nomeado presidente do Conselho de Assessores Econômicos do presidente George W. Bush.

Estudioso da Grande Depressão e do crash 1929, com diversos artigos sobre o assunto, e tendo liderado o Fed após o estouro da bolha do subprime em 2008, Bernanke é considerado um dos maiores especialistas no assunto no mundo.

Foi eleito pela revista Times como personalidade do ano em 2009.Em seu livro The Courage to Act: A Memoir of a Crisis and Its Aftermath (A coragem de agir: uma memória de uma crise e suas consequências), lançado em 2015, Bernanke conta que a ação coordenada com agentes econômicos de outros países impediu uma catástrofe econômica maior que a Grande Depressão em 2007/2008.

Fã do time de beisebol Washington Nationals, Bernanke costuma frequentar o no estádio do time, o Nationals Park. É casado com Anna Bernanke e tem dois filhos.

Ben Bernanke

Ex-presidente do Federal Reserve

Painel: A Economia Global Pós-Pandemia: Reversão dos Estímulos e Riscos Inflacionários

Quando: 25/08, às 18h

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