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Tudo sobre Renda Fixa em outubro (e o que esperar)

Leia aqui sobre os principais indicadores macroeconômicos e como impactam os produtos de renda fixa, além do desempenho de títulos públicos e o que esperar para os próximos meses.

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Caso esteja iniciando sua jornada na Renda Fixa, recomendamos começar pelo conteúdo “Renda Fixa: O que é preciso saber?

Renda Fixa: tudo sobre o que passou e o que esperar.

No mês de outubro, houve a mais recente reunião do Copom, que teve como decisão a manutenção da taxa Selic em 2% ao ano, assim como era esperado. O maior vetor de movimento do mês sobre as taxas futuras de juros continuou sendo o risco fiscal no Brasil, ainda sem ações concretas de responsabilidade fiscal por parte do governo federal. No mês, as LFTs apresentaram redução de prêmio e vemos tendência de normalização do movimento iniciado em setembro. Ainda não houve aumento no volume de debêntures emitidas, porém espera-se que nos próximos dois meses até o final do ano o mercado primário volte a aquecer.

Para os próximos meses, esperamos manutenção da taxa Selic, que só deve voltar a subir no segundo semestre de 2021. Como visto em outubro, o prêmio observado das LFTs deve manter-se estável, interrompendo o movimento de desvalorização visto em setembro, porém o receio de investidores pessoa física em relação ao ativo pode permanecer (embora, em nossa opinião, não devesse). A curva de juros continua sendo impactada principalmente por questões fiscais locais, mas as eleições norte-americanas devem também ter efeito, ao menos no curto prazo. Por fim, os últimos meses do ano devem contar com maior volume de emissões privadas, o que pode gerar abertura de spreads.

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No Radar

Destaques do mês de Outubro

  1. A taxa Selic foi, novamente, mantida em 2% ao ano na penúltima reunião do Copom de 2020.
  2. O risco fiscal continua sendo a maior preocupação no cenário local.
  3. As LFTs (títulos pós-fixados do governo) reduziram seus prêmios e, portanto, a desvalorização.
  4. A curva de juros se manteve praticamente inalterada, apresentando abertura apenas nos vértices intermediários.

Como agir?

  1. Com a taxa Selic no piso histórico, é necessário buscar boas rentabilidades através de diversificação de carteiras.
    1. Com o cenário menos incerto, abre-se espaço para maior exposição a risco (possível também na renda fixa).
    2. Escolha sempre de acordo com seu perfil.
  2. No caso de investimentos de prazos mais longos, preferimos ativos indexados à inflação, possibilitando ganhos reais (acima do IPCA).
  3. Para a reserva de emergência, apesar do movimento (já estabilizado) que ocorreu nos títulos públicos pós-fixados, continuamos enxergando o Tesouro Selic como uma boa opção.

Alocação recomendada

A alocação recomendada em renda fixa para cada perfil de investidor para o mês de novembro é a seguinte:

Como destacado no relatório de alocação, em outubro, na parte de renda fixa, observamos um aumento das taxas de juros real e nominal e também um notável aumento da inflação implícita do mercado (ou seja, da inflação futura esperada), porém com continuação de redução de prêmio de risco de crédito (spreads).

De forma geral, o mês foi marcado pelo agravamento da segunda onda da covid-19 em países europeus, com Alemanha e Espanha anunciando novas medidas de isolamento social. Além disso, investidores em todo o mundo aguardam a definição do novo presidente dos Estados Unidos.

Frente a este cenário de vasta incerteza, foram mantidos os percentuais de classes de ativos para o próximo mês, mantendo a carteira com um alto grau de diversificação e uma relevante parcela defensiva nos ativos globais.

Ativos de renda fixa são recomendados para todos os perfis de investidor. O que muda, basicamente, são três quesitos importantes: o tipo de ativo, o indicador e o percentual a ser alocado. Ou seja: é muito importante manter uma carteira diversificada.

O mercado de Renda Fixa

Poupança

No mês de outubro, a captação líquida da Poupança novamente foi positiva, em R$ 7 bilhões. No ano, a Poupança apresenta captação líquida de cerca de R$ 143 bilhões. Já o estoque da Poupança é atualmente de mais de R$ 1 trilhão.

Considerando a taxa Selic em sua mínima histórica e perspectiva de novo corte, combinada ao rendimento da caderneta de poupança de apenas 70% desta taxa, essa aplicação fica cada vez menos atraente.

O produto continua sendo o investimento preferido dos brasileiros, porém a participação na carteira vem caindo: Em 2018, representava 88% dos investimentos realizados; em 2019, já era 84%, segundo a publicação Raio X do Investidor, da Anbima.

Veja mais sobre comparações do investimento em Poupança em relação a outras aplicações também conservadoras, como o Tesouro Selic e emissões bancárias.

Tesouro Direto

Captação Líquida

No caso do Tesouro Direto, em setembro (último dado disponível) houve resgate líquido de R$ 168 milhões, contrastando com a captação líquida de R$ 253 milhões no mês de agosto (sem considerar vencimentos). Lembramos que, em setembro, houve movimento de desvalorização no Tesouro Selic, como explicamos em relatório, o que pode ter impulsionado os resgates deste título.

O principal ativo comprado por investidores continuou sendo o Tesouro Selic, historicamente o mais buscado, seguido do Tesouro IPCA+ Principal.

O número de investidores cadastrados no programa continua crescendo e atingiu 8,4 milhões em agosto, evolução de 68% em relação ao mesmo mês de 2019. O número de mulheres alcançou 32,2% dos investidores e vem crescendo mês após mês, tendência que vem sendo observada em outras classes de ativos também.

Consideramos o Tesouro Direto uma excelente porta de entrada ao mundo dos investimentos. Sendo assim, o crescimento é um bom indicativo não apenas para esta aplicação, mas para investimentos como um todo.

Rentabilidade

No mês de outubro, quase todos os títulos negociados no Tesouro Direto apresentaram valorização, embora leve, seguindo alívio na percepção de risco pelo mercado e maior abertura à negociação de títulos públicos de vencimentos mais longos.

Ressaltamos o Tesouro Selic que, após apresentar desvalorização no mês de setembro, voltou a valorizar no mês passado, com redução do prêmio ao longo de outubro.

Leia sobre a desvalorização dos títulos pós-fixados

Apesar da recuperação gradual, ainda há dúvidas sobre o que fazer. Para quem já possui os títulos, o recomendado é não vendê-los caso não haja necessidade (seguindo o recomendado para a reserva de emergência em geral), pois o resgate antes do vencimento pode representar uma perda.

Para quem ainda não tem reserva de emergência, continuamos enxergando o Tesouro Selic como uma excelente opção, por aliar segurança e liquidez. O movimento observado em setembro foi pontual e, como apresentado, já se recupera.

Entenda mais sobre a relação entre preços dos títulos e os juros aqui.

Emissões Bancárias

Para enxergar melhor uma curva específica, clique sobre a legenda para “desativar” os ativos não desejados.

O estoque de emissões bancárias apresentou expansão de 2,8% no mês de outubro em relação a setembro de 2020.

Os principais destaques foram o aumento em LCAs, de 4,7% e em LIGs, de 4,9%. CDBs voltaram a acelerar o crescimento, crescendo 3,9% no mês. Do lado negativo, o estoque de LCIs caiu novamente, 0,8% no mês.

Crédito Privado

Saiba tudo sobre crédito privado

Mercado Primário

Estoque (DEB, CRI e CRA), indexadores e emissão de debêntures

Para enxergar melhor uma curva específica, clique sobre a legenda para “desativar” os ativos não desejados.

O estoque de ativos de crédito privado ficou praticamente estável em relação a setembro, com queda de 1,1% no estoque de CRAs e crescimento de 0,7% em CRIs e 0,5% em debêntures.

Como pode ser visto no segundo slide (acima), ativos pós-fixados continuam predominando no estoque e também nas emissões do mês.

No terceiro slide, vemos que a emissão de debêntures (incentivadas ou não) atingiu R$ 2,3 bilhões no mês, representando o segundo mês seguido de queda. O prazo médio das emissões do mês caiu, para 5,2 anos.

O baixo volume emitido nos últimos meses tem relação com a “corrida” que ocorreu no começo da pandemia por parte das empresas para buscar fortalecimento de caixa por meio de emissões. Ou seja, com caixa robusto e ainda sem retomada concreta da economia para realização de investimentos, ainda não há forte necessidade, de forma generalizada, de novas emissões.

Por outro lado, agentes de mercado esperam que haja aumento no volume emitido em novembro e dezembro. Há atualmente o volume de R$ 1,6 bilhão em análise na CVM. Vale notar, no entanto, que somente é necessário protocolar no caso de ofertas ICVM 400 (público geral). Ou seja, além disso há ofertas do tipo ICVM 476 que deverão vir a mercado nos próximos meses também. Caso o cenário se concretize, com aumento de oferta, os spreads de crédito podem vir a abrir.

Debêntures incentivadas

O volume emitido de debêntures incentivadas, com foco em financiamento à infraestrutura e isentas de imposto de renda, apresentou nova queda em outubro. No mês, houve emissões do setor de energia elétrica, da Energisa S.A. e sua subsidiárias Energisa Mato Grosso e Energisa Transmissão, totalizando R$ 750 milhões.

Mercado secundário

Fluxo

No mês de outubro, o volume negociado de debêntures no mercado secundário atingiu R$ 21 bilhões (vs. R$ 19,2 bilhões em setembro). Os ativos mais negociados foram debêntures da Arteris e da Claro.

No caso de CRIs, o volume de negociação foi de R$ 1,7 bilhão, semelhante ao mês de setembro. O principal ativo negociado foi o CRI Grupo Pão de Açúcar.

Para CRAs, o volume negociado foi de R$ 2,6 bilhões, pouco abaixo do mês de setembro. O destaque de negociação foi novamente o CRA BRF.

Ressaltamos que ativos de crédito privado também podem apresentar risco mais elevado e, portanto, boas rentabilidades, sendo uma boa alternativa para quem busca diversificar a carteira.

Próximos vencimentos de debêntures

No mês de novembro, são esperados R$ 4,4 bilhões em vencimentos de debêntures, mas é possível enxergar no gráfico acima que a concentração de vencimentos se dará em dezembro, com cerca de R$ 10,7 bilhões.

O principal vencimento do mês de outubro é uma debênture da Engie (EGIE18).

Spreads de crédito

Aberturas e fechamentos podem ocorrer em resposta à percepção de maior ou menor risco pelo mercado, respectivamente. Outros fatores também podem influenciar, como oferta e demanda ou até mesmo a expectativa de uma nova emissão por um mesmo emissor, que pode balizar os prêmios dos títulos que já estão em circulação.

No mês de outubro, pudemos observar tendência de fechamento de spreads tanto nos ativos high grade (ou seja, de boa qualidade de crédito) quanto nos high yields (baixa qualidade de crédito). O grande fator para o movimento, de acordo com agentes do mercado, é a escassez de oferta de papéis.

Como pôde ser visto na seção “No Radar” do presente relatório, a curva NTN-B abriu no período. Portanto, em termos nominais, podemos dizer que as taxas das debêntures incentivadas (que têm como base de remuneração a NTN-B de referência) permaneceram praticamente inalteradas.

Ratings

Essas foram as ações de ratings das principais agências de classificadoras de risco no mês, tanto para emissores quanto para emissões.

Note que pode ser necessário rolar a tabela para visualizar tudo.

No mês de outubro, pudemos observar mais elevações do que rebaixamentos de ratings, além de diversos novos ratings de emissão.

Veja mais

Fontes

Anbima
Banco Central do Brasil
Tesouro Direto
CVM
S&P Global
Fitch Ratings
Moody’s
B3

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