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Aegea vence leilão de três concessões no Pará por R$ 1,4 bilhão

Companhia fará R$ 15 bilhões em investimentos para atingir universalização de serviços.

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A Aegea Saneamento e Participações S.A. ("Aegea" ou "Companhia") foi a vencedora do leilão de saneamento no estado do Pará, que aconteceu no dia 11 de abril de 2025. A Companhia conquistou os três blocos que foram oferecidos e assumirá investimentos da ordem de R$ 15 bilhões até 2039.

Leilão somou R$ 1,4 bilhão em outorgas

No dia 11 de abril de 2025, houve o leilão de três concessões de saneamento do estado do Pará abrangendo serviços de água e esgoto em 99 cidades.

A Aegea saiu vencedora, levando os três blocos, e irá realizar investimentos de cerca de R$ 15,2 bilhões até a universalização dos serviços (que deve ocorrer até 2033 no caso de água e 2039 no caso de esgoto). Além dos investimentos, a Companhia fará o pagamento de R$ 1,4 bilhão pela outorga dos três lotes (A, B e D).

O Bloco A, que compreende as 26 cidades mais rentáveis, foi o maior dos três e teve a Aegea como única interessada. Venceu com oferta de R$ 1,2 bilhão de outorga pela concessão, 12% acima do mínimo previsto em edital. Além disso, pagará também outorga variável ao longo do contrato. O prazo da concessão será de 40 anos e serão investidos R$ 6 bilhões até a universalização de água e esgoto (com prazo até 2033 no caso desse bloco).

O contrato prevê que a Cosanpa (Companhia de Saneamento do Pará) permanecerá responsável pela produção de água em Belém, Ananindeua e Marituba. O recurso será comprado pela concessionária para então realizar a distribuição. Modelo semelhante foi adotado no Rio de Janeiro, em que a CEDAE continua produzindo a água utilizada pelas concessionárias do estado.

O Bloco B representa outorga de R$ 141 milhões, 650% acima do mínimo previsto. E o Bloco D teve oferta de outorga de R$ 118 milhões, 250% acima do mínimo. Nesses, a universalização de água e esgoto deverá ocorrer até 2033 e 2039, respectivamente.

Havia também um Bloco C, que incluía a cidade de Santarém (além de outras 26), mas não recebeu propostas e será relicitado.

No Pará, atualmente a cobertura de água é de apenas 51% (média nacional de 85%) e de esgoto, 9% (média nacional de 56%), sendo uma das piores do país segundo o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico. Por esse motivo, as áreas de concessão são desafiadoras, em nossa opinião.

Aegea continua movimento de expansão

Nos últimos anos, a Aegea entrou em diversos leilões de saneamento, expandindo sua base de clientes de 2,4 milhões em 2013 para 33,7 milhões em 2024. Com o as concessões do Pará, o número deverá passar de 36 milhões de pessoas.

Companhia deverá acessar o mercado de capitais

Acreditamos que a Aegea acessará o mercado de capitais para financiar o pagamento de R$ 1,4 bilhão de outorga e, ao longo dos anos, os investimentos necessários para a universalização dos serviços, assim como já fez no passado.

Em nossa visão, isso deverá elevar a alavancagem (dívida líquida/EBITDA) da Companhia, que era de 4,8x no 4T24. Porém, destacamos que: i) para efeitos de covenants, a Aegea não considera concessões mais recentes, como Águas do Rio e Corsan - por esse motivo, acreditamos que não consolidará as do Pará em um primeiro momento; e ii) investimentos em infraestrutura usualmente exigem elevados montantes, que terão retorno ao longo do tempo, à medida em que a operação comece a apresentar melhorias e maior geração de caixa - com isso, a alavancagem deverá diminuir ao longo dos anos.

Aegea - Resultado 4T24

Em 2024, a Aegea continuou seu crescimento, e obteve aumento de 13% na receita líquida A/A, em base proforma, devido ao maior volume faturado, aos reajustes tarifários implementados e ao incremento na receita de contraprestação das PPPs.

O EBITDA teve evolução de 26% no período, impulsionada pelas medidas de eficiência operacional implementadas nas concessões, sobretudo na Corsan.

Ao final de dez/24, a Companhia atingiu alavancagem de 2,8x, em conformidade com o seu covenant de 3,5x, mas acima de 2023 (2,3x). Vale ressaltar que o covenant é baseado nos números societários (ou seja, não considera Águas do Rio e Corsan).

A alavancagem proforma também apresentou crescimento, para 4,8x (vs. 3,7x em 2023). O aumento da alavancagem no período é devido, principalmente, ao maior volume de investimentos (+129% A/A) e ao pagamento da última parcela da outorga pela Águas do Rio (R$ 3,8 bilhões no 4T24).

O prazo médio da dívida é alongado, de 7,4 anos. O caixa proforma ao final de 2024 seria suficiente para cobrir as amortizações de curto prazo e parte de 2026. No entanto, a Companhia destacou que o refinanciamento da Parsan deveria ser concluído em mar/25, com extensão do prazo para cinco anos, o que diminuiria a dívida de curto prazo e elevaria a liquidez.

Veja mais

Fontes

Aegea - Relação com Investidores
Aegea vence leilão das 3 concessões de saneamento do Pará com ofertas que somam R$ 1,4 bilhão

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