IBOVESPA +1,8% | 103.779 Pontos
CÂMBIO -1,6% | 5,57/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Em sessão de recuperação, o Ibovespa encerrou o pregão de ontem aos 103.779 pontos, com alta de 1,80%. O dólar futuro, em direção oposta, caiu 1,67% e fechou cotado a R$ 5,57. As taxas futuras de juros fecharam o dia de ontem com viés de queda nos vencimentos curtos e de alta nos longos. O movimento se deu apesar do IPCA de dezembro acima do consenso de mercado e da queda do dólar e das taxas das Treasuries norte-americanas, podendo ser atribuído a fatores técnicos (montagem de posições em inflação implícita) e pelo leilão de NTN-B que ocorreu no dia de ontem, com maior risco ao mercado. DI jan/23 fechou em 12,025%; DI jan/25 foi para 11,515%; DI jan/27 encerrou em 11,445%; e DI jan/29 fechou em 11,52%.
Os jornais brasileiros repercutem o IPCA de 2021, que encerrou o ano em 10,06% ano contra ano, no maior patamar desde 2015. Horas depois do anúncio, a Petrobras anunciou reajustes na gasolina e no diesel, o que gerou revisões altistas para a inflação do primeiro trimestre. Em carta por ter estourado o teto da meta de inflação, o presidente do Banco Central elencou o preço das commodities e da energia elétrica, além dos riscos fiscais que pesaram no câmbio, como os principais fatores que levaram a inflação de 2021 a estourar o teto da meta.
Os mercados globais amanhecem levemente positivos (EUA +0,1% e Europa +0,5%) enquanto investidores aguardam os dados da inflação ao consumidor (CPI) nos EUA. Projeções apontam para um aumento de 0,4% nos dados de dezembro e 7,0% na comparação anual. O CPI, que será divulgado hoje às 10:30h, deve marcar a maior variação interanual em 4 décadas. Esse dado de inflação é um dos indicadores que contribui significativamente para o conjunto de informações que o FED usará para decidir sobre o ritmo de elevação dos juros por lá.
Na China, ambos os índices CSI 300 (+1,0%) e Hang Seng (+2,8) encerram em alta com otimismo também em relação aos dados de inflação, que por sua vez vieram abaixo do consenso (1,5% vs. 1,8%) da inflação ao consumidor e (10,3% vs. 11,2%) da inflação ao produtor, o que abre espaço para uma política monetária mais branda, reduzindo as preocupações dos investidores com uma possível desaceleração na economia do país, apoiando incorporadoras imobiliárias e outros grandes compradores de matérias-primas. Em relação à ômicron, o aumento nos casos na Europa mostra poucos sinais de desaceleração. A Alemanha registrou um novo recorde diário de casos de Covid-19 na terça-feira, e mais da metade das pessoas na Europa pode contrair a nova variante nos próximos dois meses se as infecções continuarem nas taxas atuais, disse a Organização Mundial da Saúde.
Na pauta ESG internacional, há indícios de que um tema deve dominar o Fórum Econômico Mundial neste ano: o risco do fracasso em lidar com as mudanças climáticas – com o tema “clima” liderando o ranking de maiores preocupações nos três horizontes de tempo do levantamento feito no Global Risk Report 2022, novo relatório de riscos globais que norteia as discussões do encontro que acontecerá de 17 a 21 de janeiro.
Tópicos do dia
Economia

- Inflação ao consumidor nos EUA é destaque da agenda dessa quarta feira
Política

- Partido democrata busca nova estratégia eleitoral devido embate interno sobre a agenda econômica
Empresas

- Oléo & Gás: Petrobrás anuncia novo aumento nos combustíveis
- Localiza Reportou Indisponibilidade Temporária de Sistemas; Neutro
- Mills (MILS3): Renúncia do CFO
- Priner (PRNR3): Prévia operacional do 4T21
- Principais notícias dos setores
Mercados

- Radar Global: Análises das principais empresas e tendências sob o nosso Radar | Expansão da Tesla na China
ESG

- Clima preocupa e deve dominar discussões no Fórum Econômico Mundial | Café com ESG, 12/01
Veja todos os detalhes
Economia
Inflação ao consumidor nos EUA é destaque da agenda dessa quarta feira
- Dados divulgados no início do dia mostraram que o índice de preços ao consumidor (IPC) cresceu 1,5% em relação ao ano anterior, abaixo do crescimento de 1,8% previsto e do crescimento de 2,3% de novembro. Contraiu 0,3% em relação ao mês anterior em 2021, abaixo do crescimento de 0,2% nas previsões de mercado e do crescimento de 0,4% do mês anterior. Os dados também mostraram que o índice de preços ao produtor (IPP) cresceu 10,3%, abaixo do crescimento de 11,1% nas projeções e do crescimento de 12,9% de novembro. O crescimento mais lento em ambos os índices indicou o afrouxamento da pressão inflacionária à medida que o governo interveio para conter os altos preços das matérias-primas e combater a escassez de energia. No entanto, a segunda maior economia do mundo ainda enfrenta desafios em 2022, como problemas imobiliários, desaceleração da fabricação e surtos de COVID-19;
- As restrições de coronavírus na hotelaria e no varejo aumentaram o número de funcionários alemães com jornada de trabalho reduzida em esquemas de proteção ao emprego em dezembro, disse o instituto econômico Ifo nesta quarta-feira. O número de trabalhadores em esquemas de trabalho de curta duração, também conhecido como Kurzarbeit, aumentou quase um quarto para 879.000, de 712.000 em novembro, segundo estimativas do Ifo com base em sua pesquisa mensal de opinião empresarial;
- Na agenda, mercado está no modo de espera pelo CPI nos EUA, que será divulgado às 10:30 e deve marcar a maior variação interanual em 4 décadas. Esperamos que o índice cheio e núcleo aumentem 0,25% m/m e 0,4% m/m, respectivamente, em dezembro. O consenso de mercado atualmente está em 0,4% m/m e 0,5% m/m. Se nossa previsão for correta, o CPI de dezembro aumentará para 6,9% a/a em relação aos 6,8% a/a em novembro, e o núcleo do CPI de dezembro aumentará para 5,4 % y/y (de 5% y/y em novembro). Nossos modelos estão mostrando neste momento que – tanto – a inflação cheia quanto o núcleo provavelmente atingiram o pico em dezembro. Esse dado de inflação é um dos indicadores que contribui significativamente para o conjunto de informações que o FED usará para decidir sobre o ritmo de elevação dos juros por lá;
- No Brasil, o índice de preços ao consumidor IPCA subiu 0,73% em dezembro, acima da nossa estimativa e da mediana das expectativas de mercado (0,63% e 0,64%, respectivamente). Com isso, 2021 termina com variação de 10,06%. A surpresa de alta do mês deveu-se principalmente a retornos superiores aos projetados pela Black Friday. Nossa projeção para o IPCA de 2022 permanece em 5,2%.
Política
Partido democrata busca nova estratégia eleitoral devido embate interno sobre a agenda econômica
- Nos EUA, com a agenda econômica democrata virtualmente paralisada, o partido torna o foco para direitos de voto e a mudança de regras do Senado. Devido a falta de apoio de republicanos às medidas eleitorais Joe Biden disse em discurso que apoia mudança de regras do Senado, como a suavização do famoso filibuster. No entanto, moderados como Joe Manchin e Kyrsten Sinema indicarem resistência a aprovarem alterações que não tenham apoio da oposição. Nesse contexto, a expectativa permanece negativa para aprovação da agenda;
- Apesar da perspectiva negativa de aprovação, o tema torna-se a nova aposta de Biden para o ano eleitoral devido a falta de avanços sobre a agenda econômica. Mesmo sem obter a aprovação da pauta, a estratégia democrata visa colocar o assunto de direitos de voto sob os holofotes mostrar o partido como defensor da pauta, em meio a restrições adotadas por diversos estados republicanos. No entanto, por ora, o impacto dessa é limitado;
- A alteração de regras do Senado deve também permanecer em foco. Vale lembrar que o filibuster é um mecanismo de obstrução que impede a aprovação de pautas que não tenham apoio de 60 senadores – com poucas exceções. A regra tem impedido avanço de diversas pautas consideras essenciais pelo governo, desde temas eleitorais a econômicos.
Empresas
Oléo & Gás: Petrobrás anuncia novo aumento nos combustíveis
- A Petrobras anunciou aos seus clientes o reajuste da gasolina e do óleo diesel a partir do dia 12, quarta-feira. A gasolina ficará R$ 0,15 mais cara e o diesel, R$ 0,27. As altas são de +4,8% e +8%, respectivamente. O valor do litro da gasolina passará de R$ 3,09 para R$ 3,24. Já o do óleo diesel foi reajustado de R$ 3,34 para R$ 3,61. Essa é a revisão média, mas, na prática, há diferenças nos pontos de entrega dos combustíveis, dependendo da região onde estão localizados;
- Esse é o primeiro reajuste anunciado em 77 dias. Em 15 de dezembro, a empresa reduziu o preço da gasolina e manteve o do diesel;
- Apesar do aumento anunciado, no Diesel, a nossa estimativa ainda aponta para uma defasagem nos preços praticados pela Petrobras de R$ 0,05/L. em linha com as estimativas da Platts publicadas pela ANP. Tal valor implica em necessidade de aumento adicional sobre o novo preço anunciado de +1,3%;
- Já na Gasolina, nossas estimativas apontam para uma defasagem de 0,40/L ao passo que as estimativas da Platts publicadas pela ANP apontam para defasagem de R$ 0,24/L, implicando em necessidade de reajuste adicional de +12,4% e +6,6%, respectivamente, a depender da metodologia (XP ou Platts/ANP);
- Conforme publicado no nosso relatório de reinicio de cobertura de Petrobrás, vemos a companhia mantendo o padrão de seguir o preço de paridade de importação com bastante lag temporal. Acreditamos que isso esteja levando outros importadores a se retirarem desse mercado, causando um aumento no market share da Petrobras.
Localiza Reportou Indisponibilidade Temporária de Sistemas; Neutro
- Ontem a tarde, a Localiza reportou um incidente de segurança em seus sistemas, causando indisponibilidade dos seus sites de reserva (notadamente nos segmentos de RAC e Seminovos) que foram direcionados para outro endereço eletrônico;
- Notamos que esse foi um incidente de segurança, e não se caracterizou como um ataque hacker direcionado, portanto sem impactos a sistemas internos e base de dados;
- Ontem mesmo foi restabelecida a normalidade dos sites de reserva, e portanto vemos o evento como não material para os resultados da empresa;
- Reiteramos nossa visão positiva com o setor de locação de veículos com preferencia por Localiza e Unidas (que tendem a ter performances alinhadas até a conclusão da fusão de suas operações recém aprovada pelo CADE).
Mills (MILS3): Renúncia do CFO
- A Mills anunciou ontem (11) em fato relevante a renúncia do CFO e DRI James Guerreiro;
- A empresa destaca que Guerreiro tomará posse, a partir do próximo mês, como CEO de uma empresa de outro setor, e que o CEO da Mills Sergio Kariya acumulará ambos os cargos até a eleição do novo diretor executivo;
- Acreditamos que as notícias devem ser recebidas com cautela, pois a transição pode desviar a atenção de alguns projetos atuais ou operações das empresas. No entanto, aguardamos atualizações sobre o novo CFO designado e vemos com bons olhos a iniciativa da empresa de trazer mais clareza ao mercado com o Q&A que acontece hoje, às 11h30 (BRT);
- Reiteramos nossa recomendação de Compra para MILS3 e preço-alvo de R$ 8,20/ação.
Priner (PRNR3): Prévia operacional do 4T21
- Ontem (11), a Priner divulgou sua prévia operacional, com receita bruta preliminar de R$ 131,5 milhões – uma queda de -3% no trimestre, mas aumento de +77% na comparação anual. A empresa também divulgou seu número de funcionários em 3,2 mil, ou -2% vs 3T21,+46% vs 4T20 e +20% vs 4T19;
- Na prévia, a empresa afirma que os novos contratos representam 36% da receita do trimestre, tendo como principais clientes Andritz, Deten Química, Equinor, Estaleiro Jurong, Modec, Mota-Engil, Ocyan e Siemens. Ainda, a Priner destaca 750 vagas em aberto no final do trimestre, que devem ser preenchidas no período seguinte;
- Vemos os resultados como positivos, pois a empresa conseguiu manter suas vendas em um patamar estável considerando os resultados robustos do 3T21. Vale ressaltar que o 4T21 é mercado por uma mudança nos contratos ativos, e, portanto, um impacto nas receitas já é esperado;
- Reiteramos nossa recomendação de Compra para MILS3 e preço-alvo de R$13,4 para PRNR3.
Principais notícias dos setores
Nestas publicações diárias, trazemos as principais notícias nacionais e internacionais dos setores: Varejo (e-commerce, supermercados, lojas de roupa, farmácias, etc.), Agro, Alimentos e Bebidas e Energia (óleo & gás e elétricas).
- Entrega XP: Notícias diárias do setor de varejo
- Farmácia bate recorde de vendas em janeiro. (Valor);
- Em parceria com Enjoei, lojas de roupas infantis recebem peças usadas para venda na internet. (Mercado e Consumo);
- Clique aqui para acessar o relatório.
- Agro, Alimentos & Bebidas: confira as principais notícias
- 3Tentos anuncia follow-on para destravar liquidez de ações (Valor Econômico);
- Seca faz Conab reduzir projeção de colheita (Valor Econômico);
- Em ano com maior IPCA desde 2015, preço da cerveja aumenta 8,70% (Guia da Cerveja);
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
- Radar Energia XP: Notícias diárias do setor de energia
- Queda pontual no preço dos combustíveis segurou o IPCA de dezembro, diz IBGE. (Valor Econômico);
- Nível de água dos reservatórios melhora, mas ainda não alivia conta de luz. (Estadão);
- Clique aqui para acessar o relatório.
Mercados
Radar Global: Análises das principais empresas e tendências sob o nosso Radar | Expansão da Tesla na China
- Recorde de vendas da Tesla na China;
- Ex-executivo da Microsoft afirma que a empresa deveria abandonar o Windows e Office;
- General Motors anuncia entrada no segmento de carros usados;
- Taxas de juros mais altas nos EUA estimulam rotação das ações de crescimento para as de valor;
- Acesse aqui o relatório internacional.
ESG
Clima preocupa e deve dominar discussões no Fórum Econômico Mundial | Café com ESG, 12/01
- Revertendo as quedas vistas neste início do ano, o mercado fechou o pregão desta terça-feira em território positivo, com o Ibov e o ISE em alta de +1,8% e +1,4%, respectivamente;
- Na economia internacional, um tema deve dominar o Fórum Econômico Mundial neste ano, o risco do fracasso em lidar com as mudanças climáticas, com o tema clima liderando o ranking de maiores preocupações nos três horizontes de tempo do levantamento feito no Global Risk Report 2022, novo relatório de riscos globais que norteia as discussões do encontro que acontecerá de 17 a 21 de janeiro;
- Na política, (i) de acordo com anúncio da Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos ontem, usinas a carvão serão responsáveis por cerca de 85% da capacidade total de energia dos EUA programada para ser desativada este ano (12,6 GW vs. 14,9 GW de capacidade definido para ser aposentado), com gás natural e energias renováveis ocupando uma parcela maior da oferta; e (ii) de acordo com o ministro do Clima, Robert Habeck, a Alemanha enfrenta uma tarefa gigantesca para atingir as metas de proteção climática que estabeleceu para si mesma, tendo que cortar seu uso de energia em até 25% nos próximos oito anos;
- Clique aqui para acessar o relatório e começar o dia bem informado com as principais notícias ao redor do Brasil e do mundo quando o tema é ESG.

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