IBOVESPA 0,3% | 97.294 Pontos
CÂMBIO 1,06% | 5,47/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa ganhou força do exterior no final do pregão de ontem, e fechou em alta de 0,31%, aos 97.294 pontos, após uma sessão bastante volátil. Já as taxas futuras de juros encerraram o dia em queda ao longo de toda a curva, principalmente nos vencimentos intermediários. Ajudou no alívio das expectativas a divulgação da ata do Copom, indicando que a taxa Selic deve permanecer baixa por mais tempo. DI jan/21 fechou em 1,94; DI jan/23 encerrou em 4,34%; DI jan/25 foi para 6,29%; e DI jan/27 fechou em 7,25%.
Nessa manhã, mercados globais em alta. Puxada por aéreas e montadoras, Europa (+1,6%) recupera parcialmente as perdas recentes com temores de uma “segunda onda” de confinamento. Nos EUA (+0,5%), bolsas sobem pelo segundo dia seguido, após beirarem território de correção (queda de 10%) na segunda-feira.
Ainda no palco internacional, democratas, republicanos e a Casa Branca chegaram a um acordo orçamentário que permite o funcionamento do governo até 11 de dezembro. O projeto foi aprovado na Câmara dos Representantes por ampla maioria (359 a 57 votos), e deve ser votado no Senado ainda nesta semana. Os partidos devem retomar negociações para o orçamento de 2021 após a eleição.
No Brasil, destaque para o palco político, onde dois temas principais seguem atraindo a atenção. De um lado, o governo intensificou sua ofensiva para convencer a Câmara a discutir uma proposta de recriação do imposto sobre transações, que poderia arrecadar R$ 120 bilhões no ano nas contas do Ministério da Economia. Os recursos seriam usados para bancar a desoneração da folha de pagamentos (integral até um salário mínimo e redução de 20% para 10% acima disso) e o aumento da faixa de isenção do imposto de renda, mas ainda há resistência entre deputados. De outro, seguem as conversas sobre a PEC do Pacto Federativo, que procura encontrar espaço orçamentário para a criação de um novo programa de transferência de renda.
No campo econômico, a conta das dívidas e pagamentos adiados durante a pandemia começa a chegar ao caixa das empresas. Segundo veículos de mídia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda prorrogar a suspensão temporária das cobranças dos pagamentos de dívidas pelo menos para os setores econômicos mais atingidos pela crise. O Banco ainda não detalhou a possibilidade de prorrogação.
Enquanto isso, na agenda de indicadores e eventos do dia, destaque para a divulgação da leitura de setembro do IPCA-15, além dos números da confiança do consumidor calculada pela FGV, e os dados do setor externo de agosto. No exterior, haverá a divulgação do PMI dos EUA. Além disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, testemunha no Subcomitê, enquanto a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, participa de evento virtual. Finalmente, do lado das empresas, o Banco do Brasil oficializou ontem a nomeação de André Brandão ao cargo de CEO da companhia. Lembramos que nossa visão é positiva para a chegada de Brandão, pelo fato dele já ter experiência como CEO e ter sido previamente um executivo do ramo em uma instituição onde o corte de custos era foco. Acreditamos que o seu perfil de mercado e experiência sejam bem recebidos pelo mercado.
Tópicos do dia
Coronavírus
Revisamos em agosto o target do Ibovespa para 115.000 pontos
Medidas econômicas para combater o coronavirus no Brasil
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Brasil
- Como esperado, em discurso na ONU, Bolsonaro tenta reverter a imagem negativa do país sobre a preservação ambiental
Internacional
- Política internacional: Democratas, republicanos e a Casa Branca chegam a um acordo orçamentário
- Petróleo: Expectativas do mercado de uma redução de 2,3 milhões de barris nos estoques dos EUA
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas
- Petrobras (PETR4): Presidente do STF paralisa julgamento sobre venda de refinarias
- Banco do Brasil (BBAS3): Nomeação oficial de André Brandão ao cargo de CEO
- Localiza, Unidas (RENT3, LCAM3): Acordo de Incorporação de Ações
- Bebidas (ABEV3): volta à tona potencial tributação de refrigerantes
Veja todos os detalhes
Brasil
Como esperado, em discurso na ONU, Bolsonaro tenta reverter a imagem negativa do país sobre a preservação ambiental
- Em seu discurso de abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) ontem, na tentativa de se eximir das cobranças por recordes de queimadas na Amazônia e no Pantanal, o presidente Jair Bolsonaro fez um discurso defensivo, negando a dimensão das queimadas e acusando estrangeiros de promoverem uma “campanha de desinformação” sobre o tema com “interesses obscuros”;
- Como esperado, pressionado por investidores e organizações internacionais, Bolsonaro iria mesmo usar seu pronunciamento para tentar reverter a imagem negativa do país sobre a preservação ambiental, em um momento em que o Brasil vive alta nos índices de desmatamento na Amazônia, além de enfrentar incêndios na região e na área do Pantanal;
- Organizações ambientais e políticos criticaram o discurso de Bolsonaro. Sem citar diretamente o presidente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse que o combate ao desmatamento não é escolha política – e sim dever constitucional, assumido pelo país em acordos internacionais. Por outro lado, o vice-presidente, Hamilton Mourão, concordou com o discurso, dizendo que é preciso “contrapor a desinformação” quanto ao meio ambiente e destacou que a fala do presidente está dentro da visão do governo;
- Sem poder ignorar o tema, a percepção geral é de que o discurso feito pelo presidente não traz sinalizações de mudanças e insiste nas ações que o governo já tomou, sem modificar a agenda, o que deve, portanto, agregar pouco em termos de atratividade brasileira, não devendo alterar, assim, a visão externa sobre o Brasil. De acordo com dados publicados pela B3, em 2020, os investidores estrangeiros já retiraram R$88,9 bilhões do mercado acionário brasileiro e, no mês de setembro, o fluxo está negativo em R$3,6 bilhões.
Internacional
Política internacional: Democratas, republicanos e a Casa Branca chegam a um acordo orçamentário
- Democratas, republicanos e a Casa Branca chegaram a um acordo orçamentário que permite o funcionamento do governo até 11 de dezembro. O projeto foi aprovado na Câmara dos Representantes por ampla maioria nesta terça-feira (24) (359 a 57 votos), e deve ser votado no Senado ainda nesta semana. Os partidos devem retomar negociações para o orçamento de 2021 após a eleição;
- Ainda sobre pautas da Câmara Alta dos EUA, mais senadores republicanos indicaram que seriam favoráveis a confirmar a candidata de Trump à Corte Suprema antes da eleição presidencial. Dos 7 moderados cujos votos são considerados chave, 5 já se manifestaram a favor de Trump (Mitt Romney, Cory Gardner, Chuck Grassley, Pat Roberts e Lamar Alexander), e apenas 2 disseram ser totalmente contra a votação antes da eleição (Susan Collins e Lisa Murkowski). Sendo assim, Trump teria os votos necessários para a confirmação. No entanto, vale lembrar que a confirmação é um processo complexo e o Senado apenas tem 11 sessões até a eleição, o que implica que os democratas ainda tem chance de adiar o voto;
- No lado da política externa, em discurso na Assembléia-Geral da ONU, Trump renovou ataques à China e pediu que país seja responsabilizado pela pandemia provocada pelo novo coronavirus. Por sua vez, o destaque do discurso do presidente da China, Xi Jinping, foi o anúncio que o país pretende ser “neutra em carbono” até 2060.
Petróleo: Expectativas do mercado de uma redução de 2,3 milhões de barris nos estoques dos EUA
- O relatório oficial de fornecimento da Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) deve ser publicado hoje às 11:30 da manhã (horário de Brasília), com expectativas do mercado de uma redução de -2,325 milhões de barris nos estoques dos EUA;
- Os estoques de petróleo dos EUA caíram -4,389 milhões de barris na semana passada, um resultado melhor que as expectativas de mercado de um aumento de 1,271 milhão de barris. Uma redução de estoques acima do esperado é vista como positiva por indicar uma menor oferta em relação à demanda. Além disso, houve uma redução de -0,381milhões de barris nos estoques de gasolina nos EUA, o que pode indicar um aquecimento nas atividades e maior movimentação de bens e pessoas;
- Nessa manhã de quarta-feira, a commodity opera em território ligeiramente positivo, em alta de +0,55% em US$41,95 barril (Brent).
Empresas
Petrobras (PETR4): Presidente do STF paralisa julgamento sobre venda de refinarias
- Segundo o Valor Econômico, ontem o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, suspendeu o julgamento virtual da matéria que busca impedir a alienação de refinarias da Petrobras, dando mais fôlego às negociações que estão em curso pela estatal. A análise do caso deve ser retomada ainda neste ano, em sessão presencial ou por videoconferência, mas ainda não há data definida;
- Na segunda-feira, via plataforma eletrônica, os ministros Edson Fachin (relator), Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello já haviam votado para conceder a liminar e proibir a estatal de criar subsidiárias com o único propósito de aliená-las. A matéria chegou ao Supremo em julho, a partir do Senado Federal, que alertou para uma suposta manobra do governo para conseguir vender empresas públicas sem necessidade de aval prévio do Congresso ou de procedimento licitatório – uma espécie de drible à decisão do STF proferida no ano passado. O presidente do Senado, Senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirma que um posicionamento do tribunal é essencial para impedir que a manobra ocorra nos processos de alienação de ativos da Refinaria Landulpho Alves (Rlam) e da Refinaria do Paraná (Repar), que já registra compradores interessados;
- Acreditamos que o julgamento do STF será tema de grande importância para a avaliação das ações da Petrobras, embora notemos que vemos um risco-retorno positivo nas ações sem assumir a execução do plano de desinvestimentos em nossas estimativas. Mantemos nossa recomendação de Compra, com preços-alvo de12 meses de R$30 e R$29 para PETR4 e PETR3, respectivamente.
Banco do Brasil (BBAS3): Nomeação oficial de André Brandão ao cargo de CEO
- O Banco do Brasil nomeou oficialmente ontem, o novo presidente da companhia Sr. André Brandão;
- Sobre o novo CEO, André Brandão é graduado em Ciência da Computação pela Universidade Mackenzie (SP), 34 anos de experiência no mercado financeiro. Previamente, trabalhou no HSBC como chefe global do banco para as Américas e para a Europa e, nesse período, exerceu também os cargos de presidente da corretora do HSBC nos EUA e de presidente do HSBC Brasil. Anteriormente, trabalhou no Citibank como chefe da área de estruturação de produtos;
- Por fim, a notícia já era esperada conforme nosso último comentário sobre o assunto. Lembramos que nossa visão é positiva para a chegada de André Brandão pelo fato dele já ter experiência como CEO e ter sido previamente um executivo do ramo, em uma instituição onde o corte de custos era foco. Acreditamos que o seu perfil de mercado e experiência sejam bem recebidos pelo mercado.
Localiza, Unidas (RENT3, LCAM3): Acordo de Incorporação de Ações
- A Localiza e a Unidas celebraram hoje um Acordo de Incorporação de Ações, o qual prevê a combinação dos negócios de ambas as empresas, criando uma Companhia Combinada, que será a maior empresa no setor de Aluguel de Carros no Brasil;
- Relação de troca: Na data de consumação da Incorporação de Ações, os acionistas da Unidas receberão 0,44682380 ação ordinária da Localiza em substituição a cada uma ação ordinária da Unidas por eles detida. Os acionistas da Localiza passarão a deter, em conjunto, 76,85% do capital social total e votante da companhia combinada, enquanto os acionistas da Unidas passarão a deter 23,15%;
- Dividendos: A Unidas poderá distribuir dividendos de até R$ 425 milhões aos seus acionistas, que deverão ser pagos em até 90 dias corridos à partir da data de oficialização do acordo;
- Financiamento: Adicionalmente ao pagamento de dividendos, a Localiza providenciará a todos os acionistas da Unidas interessados, uma linha de crédito para tomada de financiamento. O valor do financiamento será de até 20% do valor total das ações da Localiza atribuídas para cada acionista da Unidas;
- Governança: O Conselho da nova companhia será formado por 6 membros indicados pela Localiza, enquanto a Unidas indicará 2 membros para a constituição do Conselho da companhia combinada;
- O acordo ainda deverá ser aprovado pelos acionistas de ambas as companhias em suas respectivas assembleias gerais e, também, deve ser aprovado pelo CADE.
Bebidas (ABEV3): volta à tona potencial tributação de refrigerantes
- Segundo o Valor Econômico, foi realizado mais um estudo sobre o efeito elasticidade-preço de uma nova tributação sobre bebidas não alcoólicas adoçadas, categoria que inclui refrigerantes, sucos de caixinha, isotônicos e bebidas à base de leite e chocolate. Para conferir todos os detalhes, acesse o Expresso Alimentos & Bebidas desta semana;
- Coordenado pelo economista Cláudio Lucinda e realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a pedido da ACT Promoção da Saúde, o estudo concluiu que uma tributação de 20% sobre a categoria geraria R$ 4,7 bilhões de arrecadação tributária adicional por ano e um acréscimo de R$ 2,4 bilhões ao PIB, em valores de 2018;
- Tal tributação de 20% se daria por meio de uma Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e poderia implicar em uma variação da quantidade e do valor consumido de, respectivamente, -20% e -21%; caso a tributação fosse de 35%, esses valores seriam atualizados para -35% e -37%;
- Entendemos que, por enquanto, se trata da divulgação de um novo estudo, sem efeitos diretos em termos de política pública. Ainda assim, como a ideia converge com o “sugar tax” já mencionado pelo ministro Paulo Guedes, seguiremos monitorando a situação, uma vez que o segmento brasileiro de bebidas não alcoólicas da Ambev representa cerca de 7% do EBITDA da empresa.
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