IBOVESPA 1,22% | 100.553 Pontos
CÂMBIO 0,73% | 5,37/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Nesta quinta-feira, o Ibovespa fechou em queda de 1,22% a 100.553 pontos seguindo as bolsas internacionais em meio a dados econômicos mistos da China e preocupações com a possibilidade de que países sejam obrigados a fazer novas quarentenas para conter o coronavírus. O dólar comercial teve baixa de 1,04% a R$ 5,32. As taxas futuras de juros fecharam a quinta-feira em queda, após movimentos mistos ao longo do dia e nenhuma notícia com força para determinar a trajetória. DI jan/21 ficou em 2,07%; DI jan/23 fechou em 4,09%; e DI jan/25 caiu para 5,56%.
Nos mercados internacionais, tensões com a Rússia: segundo os Estados Unidos, o Canada e o Reino Unido, hackers do país teriam tentado roubar vacina para Covid-19. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, alertou que investidores em projetos de gasodutos russos poderão ser alvo de sanções como parte da política do governo de conter a influência da Rússia sobre a Europa e a Turquia.
Na Zona do Euro, líderes da UE devem se reunir em pessoa pela primeira vez desde o início da crise nesta sexta-feira para negociar plano de recuperação econômica de EUR 750 bilhões.
No Brasil, em sua fala no terceiro dia da Expert XP 2020, o ministro Paulo Guedes confirmou que irá apresentar na terça-feira ao Congresso a primeira etapa da proposta de reforma tributária do governo, focada apenas na unificação de tributos federais. Com isso, o texto deve ser encaminhado à comissão mista de deputados e senadores. A proposta acontece depois de acordo entre Guedes, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Em outros momentos no futuro devem ser encaminhados trechos referentes à taxação de renda, inclusive com cobrança sobre dividendos e redução de imposto de renda da pessoa jurídica, à criação de um imposto sobre pagamentos.
Quando questionado sobre a agenda econômica que será seguida daqui em diante, Guedes disse que, passadas as pautas emergenciais, o ministério da economia poderá se voltar para as discussões reformistas e para o destravamento dos investimentos no país. O ministro ainda afirmou que nos próximos três meses espera acelerar os marcos regulatórios e aprovar pelo menos mais 3 ou 4 grandes privatizações para dar a sinalização de que o governo não abandonou essa agenda. Confira aqui mais detalhes de sua fala.
A agenda de indicadores e eventos do dia traz como destaque a participação do novo secretário do Tesouro, Bruno Funchal, na Expert XP. Nos Estados Unidos serão divulgados dados de confiança do consumidor.
No lado das empresas, iniciamos a cobertura das ações MRV Engenharia (MRVE3) e Tenda (TEND3), ambas com recomendação neutra. No relatório, também detalhamos sobre a dinâmica do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, seus meios de financiamento e nossa visão sobre o setor imobiliário. Para mais detalhes, acesse o relatório completo.
Finalmente, destaque para a Expert XP 2020, o maior evento de investimentos do mundo, agora 100% online e gratuito. O quarto dia contará com presença de Earvin “Magic” Johnson, Nassim Taleb e Adena Friedman.
Confira os destaques e detalhes da agenda de hoje aqui. Inscreva-se aqui!
Tópicos do dia
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Coronavírus
O caso para se comprar Brasil: Rumo aos 110 mil
Medidas econômicas para combater o coronavirus no Brasil
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Brasil

- “Vamos à casa do Alcolumbre no próximo dia 21 entregar a reforma tributária”, afirma o ministro Paulo Guedes na Expert XP 2020
Internacional

- Política internacional: crescem tensões entre Estados Unidos, Europa e Rússia
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas

- Fundamentos Sólidos, mas precificado – MRVE3 & TEND3
- Saneamento: Deputados e Senadores reagem a vetos na sanção do Novo Marco do Saneamento
- EZTec (EZTC3): Companhia reporta sua prévia operacional do 2T20
- Tenda (TEND3): Tenda reporta sua previa operacional referente ao 2T20
- CSN (CSNA3): Anúncio de um novo contrato de pré-pagamento. Positivo
- Ecorodovias (ECOR3): ARTESP revoga decisão que reconhece desequilíbrio em favor da Ecovias
- Frigoríficos (JBBS3, MRFG3, BRFS3): produção de carne suína na China segue em queda
Veja todos os detalhes
Brasil
“Vamos à casa do Alcolumbre no próximo dia 21 entregar a reforma tributária”, afirma o ministro Paulo Guedes na Expert XP 2020
- Em sua fala no terceiro dia da Expert XP 2020, o ministro da Economia, Paulo Guedes enfatizou que o governo focará no discurso de reformas nos próximos meses, a começar com o gesto simbólico de entrega da reforma tributária na próxima terça, 21, na casa do Presidente do Congresso Davi Alcolumbre. De acordo com o ministro, a intenção é começar a reforma pelos pontos onde existe consenso, como a unificação do Pis e Cofins num único imposto de valor agregado (IVA), e diminuir algumas das distorções que existem no sistema tributário atualmente, como a ausência de impostos sobre dividendos;
- Quando questionado sobre a agenda que será seguida daqui em diante, Guedes disse que, passadas as pautas emergenciais, o ministério da economia poderá se voltar para as discussões reformistas e para o destravamento dos investimentos no país. O ministro afirmou ainda que nos próximos três meses espera acelerar os marcos regulatórios e aprovar pelo menos mais 3 ou 4 grandes privatizações para dar a sinalização de que o governo não abandonou essa agenda. Além disso, o pagamento do auxílio emergencial por mais dois meses, a descoberta de milhões de pessoas até então invisíveis na economia e o anúncio de estímulos creditícios que finalmente estão chegando na ponta devem ajudar a trazer um fôlego adicional para a economia brasileira nos próximos meses;
- Quando questionado a respeito do teto de gastos, Guedes disse que essa nunca deixou de ser uma das prioridades do governo. Segundo ele, agora que que as três principais fontes de despesa do governo foram controladas (privilégios previdenciários, juros da dívida e gastos com o funcionalismo), as sinalizações para 2021 são positivas. Mas, para manter a sustentabilidade da dívida e não precisarmos alterar o teto, é importante, segundo Guedes, que o governo se volte para as pautas reformistas e que o gasto público seja desindexado, permitindo maior autonomia à classe política;
- Por fim, em sua participação na Expert XP, o ministro da Paulo Guedes mostrou entusiasmo com a retomada da economia brasileira ao citar todas as medidas adotadas. Fez o diagnóstico dos problemas estruturais da economia brasileira e afirmou que pretende atacá-los no momento que os auxílios emergenciais de renda para as famílias se extinguirem. O cenário de melhora no curto prazo via expectativas e ganho de produtividade e espaço fiscal no longo prazo são determinantes para a análise do chefe da economia. E de acordo com Guedes, enquanto essas pautas continuarem sendo priorizadas, ele permanecerá no governo.
Internacional
Política internacional: crescem tensões entre Estados Unidos, Europa e Rússia
- Tensões com a Russia: segundo os Estados Unidos, o Canada e o Reino Unido, hackers do país teriam tentado roubar vacina para Covid-19. O Reino Unido também acusou Moscow de interferência na eleição de 2019;
- O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, alertou que investidores em projetos de gasodutos russos poderão ser alvo de sanções como parte da política do governo de conter a influência da Rússia sobre a Europa e a Turquia;
- No lado da política doméstica dos EUA, o presidente Donald Trump disse que só aprovaria um novo pacote de estímulo se a folha de pagamentos fosse desonerada em contrapartida, o que deve dificultar ainda mais as negociações entre parlamentares democratas e republicanos;
- E, na Europa, líderes da UE devem se reunir em pessoa pela primeira vez desde o início da crise nesta sexta-feira para negociar plano de recuperação econômica de EUR 750 bilhões.
Empresas
Fundamentos Sólidos, mas precificado – MRVE3 & TEND3
- Estamos iniciando a cobertura das incorporadoras de baixa renda, MRV Engenharia (MRVE3) com recomendação NEUTRA e preço-alvo de R$23,00/ação e Construtora Tenda (TEND3) com recomendação de NEUTRA e preço-alvo de R$37,20/ ação
- Apesar da perspectiva econômica desfavorável no curto prazo decorrente dos impactos do COVID-19, a demanda por imóveis de baixa renda mostrou, mais uma vez, sua resiliência, que acreditamos estar ligada principalmente pelo alto déficit habitacional brasileiro e pelos subsídios fornecidos pelo programa Minha Casa, Minha Vida.
- A combinação de alta eficiência operacional, demanda abundante e uma estrutura de financiamento mais favorável (em comparação aos financiamentos no segmento de média e alta renda) levou a MRV e a Tenda a apresentarem os maiores retornos do segmento nos últimos anos. Para mais detalhes, acesse nosso relatório completo.
Saneamento: Deputados e Senadores reagem a vetos na sanção do Novo Marco do Saneamento
- Ontem, publicamos relatório detalhando os vetos realizados pelo Presidente Jair Bolsonaro na sanção do Novo Marco do Saneamento. Dentre os principais fatores de atenção, destacamos (1) que não houve veto ao parágrafo 1º do Artigo 14, sobre a dispensa de anuência dos municípios para propostas de privatização sem alterações em contratos e (2) foi vetado o Artigo 16, que concedia o prazo de 31 de março de 2022 para a renovação de contratos de programa existentes por mais 30 anos, bem como para a oficialização de situações de prestação de serviços sem formalização na forma de contratos de programa;
- Houve reação significativa no meio político aos vetos realizados, uma vez que estes contrariaram o acordo entre Governo e Congresso para viabilizar a aprovação do Novo Marco do Saneamento sem alterações, principalmente no caso do Senado. Segundo o Valor Econômico, bancadas partidárias dão como certo que o veto ao Artigo 16 seja derrubado na próxima seção deliberativa, restando apenas dúvidas sobre quando o tema será apreciado. Também há receio que a deterioração do clima político transborde para outros vetos e temas de interesse do executivo. O líder do PSD no Senado, Senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que o governo não precisa contar com o voto dele “para nada” e que “acabou” a confiança de diversos senadores em relação a Executivo. O Senador também demostrou oposição a temas como a recriação da CPMF e a privatização da Eletrobras. O PSD conta com 12 parlamentares no Senado, sendo um dos partidos mais importantes da Casa;
- A oposição ao veto ao Artigo 16 se deve ao fato de que este permitia que empresas estatais e prefeituras tivessem uma janela adicional para renovar seus contratos, e seria uma saída para que os governos estaduais não precisassem se desfazer de suas companhias a valores demasiadamente baixos. De fato, o veto ao Artigo 16 prejudica potenciais casos de privatização como o da Copasa (recomendação de Venda). O motivo é que o contrato mais relevante da companhia -Belo Horizonte, correspondendo a 30,9% das receitas – tem duração relativamente curta, vencendo em 2034;
- Uma eventual derrubada do veto ao Artigo 16 não geraria impactos negativos sobre as ações em nossa cobertura (Sabesp, Sanepar e Copasa), apesar de reconhecermos que sua manutenção impede uma transição mais acelerada para uma maior competição pela prestação de serviços de saneamento no Brasil. Por outro lado, notamos que houve tempo considerável para empresas estaduais renovarem seus contratos de programa ou assinarem novos contratos durante todo o tempo de debate do Novo Marco do Saneamento – ilustrado no caso da Sabesp com a assinatura de Contratos com Guarulhos, Santo André e Mauá. Finalmente, ressaltamos que mantemos nossa postura mais conservadora com relação a casos de privatização devido ao tempo necessário para executar transações deste tipo e complexidades relacionadas a cláusulas que implicam nulidade de contratos entre estatais e municípios em caso de desestatização das companhias.
EZTec (EZTC3): Companhia reporta sua prévia operacional do 2T20
- Vemos a performance operacional no 2T20 como fraca, mas esperada devido aos impactos decorrente do COVID-19. Diferente de outras incorporadoras listadas, a EZTec opera exclusivamente na região metropolitana de São Paulo e foca no segmento de média e alta renda, que foram amplamente impactadas pela crise do COVID-19.
- A companhia não lançou nenhum empreendimento no trimestre. No ano, a companhia lançou 3 empreendimentos que somam R$564 milhões de VGV.
- A companhia reportou impacto severo nas vendas brutas em abril (com apenas R$21 milhões). No entanto, as vendas foram gradualmente acelerando mês a mês, atingindo R$94 milhões em junho. No trimestre, as vendas líquidas atingiram R$123 milhões (-73% t/t e -67% a/a)
- A velocidade de vendas do trimestre foi consideravelmente mais fraco dado o desempenho das vendas e atingiu o patamar de 6,4% (-14,2 pp t/t e -14,1 pp a/a)
- Pelo lado positivo, o volume de distratos nos últimos doze meses atingiu R$88 milhões no 2T20, em linha com o trimestre passado.
Tenda (TEND3): Tenda reporta sua previa operacional referente ao 2T20
- Apesar dos impactos econômicos em razão da crise do COVID-19, vemos sua performance operacional no 2T20 como positiva. O resultado operacional da Tenda reforça, mais uma vez, a resiliência da demanda na habitação popular com o patamar de vendas em níveis superiores ao período pré-pandemia.
- A companhia lançou 14 empreendimentos totalizando VGV de R$630 milhões no segundo trimestre (+ 6,4% a/a e +280,5% t/t). No entanto, no acumulado do ano, a companhia lançou R$795,8 milhões (-18,6% a/a) após o fraco nível de lançamentos no primeiro trimestre devido às medidas de contenção da pandemia de COVID-19 (desaceleração das aprovações e registros com os órgãos responsáveis)
- As vendas brutas atingiram o maior patamar da história da companhia, totalizando R$689,2 milhões (+28,4% a/a e +27,4% t/t) e as vendas líquidas atingiram R$576,5 milhões no segundo trimestre (+20,1% a/a e +31,1% t/t). O destaque negativo foi para o nível de distratos que seguiu em patamares acima da média histórica devido às vendas não-repassadas no períodos em que houve impasse entre os agentes do programa MCMV na alocação de recursos para o programa (3T19 e 1T20)
- A velocidade de vendas seguiu em patamares saudáveis de 30,4% (+1,5pp a/a e +4,9 pp t/t), sendo que a velocidade de vendas dos novos lançamentos se manteve em patamares sólidos atingindo 30% no segundo trimestre.
CSN (CSNA3): Anúncio de um novo contrato de pré-pagamento. Positivo
- Em nota no fato relevante de 16 de julho, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou a assinatura de um novo contrato de fornecimento de longo prazo de minério de ferro com a trading suíça Glencore International AG;
- Em contraste com as duas negociações anunciadas em 2019, o novo contrato prevê o pré-pagamento de US$115 milhões à CSN Mineração em troca do fornecimento de aproximadamente 4 milhões de toneladas em até 5 anos. O contrato também permite que novos valores sejam incrementados, além de já refletir a evolução do perfil de crédito da Companhia;
- Em termos de alavancagem, temos uma pequena queda na Dívida Líquida/EBITDA 2020E para 3,8x (de 3,9x). No entanto, vemos como positivo o objetivo da empresa de reduzir a dívida. Mantemos nossa recomendação de Compra (preço-alvo de R$14/ação) seguindo nossa perspectiva positiva para os preços do minério de ferro, embora haja algum espaço para correção no segundo semestre com produção mais forte da Vale.
Ecorodovias (ECOR3): ARTESP revoga decisão que reconhece desequilíbrio em favor da Ecovias
- A Ecorodovias informou ontem que a ARTESP, por meio de decisão publicada no Diário Oficial da União, deliberou por revogar a decisão que reconheceu o desequilíbrio econômico-financeiro devido ao recálculo dos valores de depreciação dos investimentos da Ecovias, o que em parte justifica a performance de ontem do papel;
- A última apuração apontava para um valor a ser reequilibrado de ~R$ 1,6 bi a valores correntes. E o objetivo agora é formar uma comissão para, em até 90 dias, apurar e consolidar todos os eventos de desequilíbrio pendentes, incluindo a depreciação dos investimentos. Veja nosso comentário completo.
Frigoríficos (JBBS3, MRFG3, BRFS3): produção de carne suína na China segue em queda
- De acordo com dados do Departamento Nacional de Estatísticas chinês, reportados pela Reuters, a China registrou queda na produção de carne suína pelo 7º trimestre consecutivo, evidenciando o desabastecimento do mercado doméstico como consequência da Febre Suína Africana (ASF, sigla em inglês);
- A produção de carne suína recuou 4,7% no 2º trimestre de 2020 quando comparado ao mesmo período de 2019, consolidando uma queda de 19,1% no 1º semestre desse ano;
- A queda na produção da China tem sido o principal estímulo às exportações de proteínas da América do Sul, o que favorece as indústrias exportadoras, como JBS e Marfrig.

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