IBOVESPA 4,85% | 74.617 Pontos
CÂMBIO 0,2% | 5,01/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa subiu 4,85% ontem aos 74.617 pontos, após fortes perdas da véspera. A bolsa brasileira acompanhou as bolsas americanas, que subiram 6%, após o anúncio de que o governo dos Estados Unidos está trabalhando para passar no Congresso um imenso programa de estímulos de US$ 850 bilhões (que já se fala hoje em US$1,2 trilhões) que envolve até mesmo o envio direto de dinheiro para as famílias.
Nesta manhã, mercados internacionais voltam a operar em queda, futuros do S&P 500 caem 4%, enquanto bolsas europeias caem 5% e asiáticas têm queda entre -2% e -4%.
No Brasil, a primeira morte por coronavírus foi confirmada e as preocupações continuam elevadas. O comitê de política monetária do Banco Central deve anunciar hoje às 18h mais um corte de 0,50 ponto percentual, levando a taxa Selic para 3,75%.
Na noite de ontem, o Palácio do Planalto anunciou que pedirá ao Congresso Nacional para reconhecer o estado de calamidade pública em decorrência da crise do coronavírus. A medida, depois de aprovada, terá validade até 31 de dezembro de 2020. Ela dispensa o Executivo do cumprimento da meta fiscal e permite a elevação de despesas sem descumprir o teto constitucional de gastos e a Lei de Responsabilidade Fiscal. A medida foi recebida de maneira positiva pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.
O Ministério da Economia concederá entrevista coletiva nesta quarta-feira às 11h para dar mais detalhes do pedido. Entendemos que o reconhecimento de calamidade pública é um ato legítimo e que o Ministério da Economia e do Tesouro reforçarão o compromisso com a responsabilidade fiscal pós-2020. A lei prevê discricionariedade com as metas fiscais em situações extraordinárias como essa e concordamos que é hora de valer-se delas nesse momento.
A Câmara e o Senado anunciaram a implementação de sistemas eletrônicos de votações, o que permitirá que os congressistas continuem a apreciar medidas de resposta à crise mesmo nas próximas semanas, em que há expectativa de quorum ainda menor em Brasília.
Neste cenário de deterioração econômica, acreditamos que a análise do endividamento das empresas se torna muito relevante, exigindo atenção especial. Isso por conta do impacto no fluxo de caixa esperado para os próximos meses, aliado à necessidade de serviço da dívida, e à maior dificuldade em emissão de dívida e de ações.
Por isso, publicamos ontem relatório, (i) analisando três principais preocupações em relação ao cenário atual, e (ii) apresentamos um estudo detalhado para cada setor sobre os principais riscos e suas implicações para as ações da nossa cobertura. Além disso, listamos as empresas/setores mais resilientes: Elétricas e Saneamento, Ambev, Magazine Luiza, Lojas Renner, Vale, Suzano, Proteínas e Bancos. Clique aqui para mais detalhes.
Por fim, nossa visão sobre as medidas anunciadas pelo governo como a redução de juros, aumento do número de pagamentos e uma possível expansão da margem do crédito consignado é positiva para os bancos. Principalmente por ajudar a originação em um momento de incerteza com uma linha de baixa inadimplência e margem atrativa para os patamares atuais de juros. Clique aqui para mais detalhes.
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Brasil
- Política Brasil: Planalto anuncia que pedirá reconhecimento de calamidade pública ao Congresso
- Governo pede reconhecimento do estado de calamidade pública e BC deve anunciar às 18h de hoje mais um corte na taxa Selic
Internacional
- Política Internacional: Biden cada vez mais perto da indicação
- Petróleo: Preços de petróleo seguem em movimento de queda
Empresas
- Estratégia: Os impactos do coronavírus para as empresas
- Bancos: Mudanças no Empréstimo Consignado
- Vale (VALE3): Companhia deve suspender operaçōes na Malásia até 31 de março
- Shoppings (MULT3, IGTA3, BRML3): shoppings passam a operar em horário reduzido, brMalls suspende atividades em shoppings do RJ temporariamente
- Companhias Aéreas (AZUL4, GOLL4): Moody’s anuncia redução do rating de crédito de B1 para Ba3; S&P coloca ratings de Gol e Azul sob revisão
Veja todos os detalhes
Brasil
Política Brasil: Planalto anuncia que pedirá reconhecimento de calamidade pública ao Congresso
- No campo político, o Palácio do Planalto anunciou ontem que pedirá ao Congresso Nacional para reconhecer o estado de calamidade pública em decorrência da crise do coronavírus. A medida, depois de aprovada, terá validade até 31 de dezembro. Ela dispensa o Executivo do cumprimento da meta fiscal e permite a elevação de despesas sem descumprir o teto constitucional de gastos e a Lei de Responsabilidade Fiscal. A medida foi recebida de maneira positiva pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre;
- A Câmara e o Senado anunciaram a implementação de sistemas eletrônicos de votações, o que permitirá que os congressistas continuem a apreciar medidas de resposta à crise mesmo nas próximas semanadas, em que há expectativa de quorum ainda menor em Brasília.
Governo pede reconhecimento do estado de calamidade pública e BC deve anunciar às 18h de hoje mais um corte na taxa Selic
- Na noite de ontem, o governo anunciou que pedirá ao Congresso Nacional o reconhecimento do estado de calamidade pública para ampliar os gastos públicos em uma tentativa de fazer frente à pandemia do coronavírus. O Ministério da Economia concederá entrevista coletiva nesta quarta-feira às 11h para dar mais detalhes do pedido;
- Além dessa, outras duas medidas estão em estudo pelo governo. A primeira consiste em conceder um benefício de renda temporário aos trabalhadores informais e a segunda consiste em permitir a suspensão temporária dos contratos de trabalho para empresas em dificuldades. Nesse caso, os trabalhadores que tiverem o contrato suspenso passariam a receber seguro desemprego do governo;
- Cabe ressaltar que nesta quarta-feira, por volta das 18h, o comitê de política monetária do Banco Central deve anunciar mais um corte de 0,50 ponto percentual, levando a taxa Selic para 3,75% ao ano. Por enquanto, continuamos acreditando que a taxa Selic ao final de 2020 será de 2,75% e que, ao final de 2021, será de 4,75%.
Internacional
Política Internacional: Biden cada vez mais perto da indicação
- Joe Biden teve forte desempenho em mais uma rodada de prévias na corrida pela indicação democrata á presidência dos EUA, vencendo nos três estados em disputa: Florida, Illinois e Arizona – Ohio, que também votaria nessa terça-feira, postergou primárias por causa do coronavírus. Conforme esperado, o resultado amplia vantagem do ex-vice presidente sobre Bernie Sanders e complica o panorama para o senador;
- Com votos ainda sendo contados nos três estados, Joe Biden já conta com o apoio de mais 249 delegados, elevando seu total para 1147, enquanto Sanders soma mais 116, elevando seu total para 861. Fica claro quem domina a corrida.
Petróleo: Preços de petróleo seguem em movimento de queda
- Os preços do petróleo tipo Brent seguem em movimento de queda, mantendo-se abaixo do patamar de US$30/barril. Nessa manhã de quarta-feira, a commodity opera em queda de -3,0% em US$29,4/barril;
- O relatório oficial de fornecimento da Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) deve ser publicado hoje ao meio dia (horário de Brasília), com expectativas do mercado de um aumento de 3,256 milhões de barris nos estoques dos EUA;
- Os estoques de petróleo dos EUA cresceram 7,664 milhões de barris na semana passada, ante a expectativa de mercado de 2,226 milhões, o que é visto como negativo dado que a perspectiva é que pandemia de coronavírus reduza a demanda pela commodity, o que somado à elevação de produção de países como Arábia Saudita e Rússia, deverá levar o mercado à uma situação de sobreoferta, pressionando ainda mais os preços da commodity.
Empresas
Estratégia: Os impactos do coronavírus para as empresas
- Neste cenário de deterioração econômica, acreditamos que a análise do endividamento das empresas se torna muito relevante, exigindo atenção especial. Isso por conta do impacto no fluxo de caixa esperado para os próximos meses, aliado à necessidade de serviço da dívida, e à maior dificuldade em emissão de dívida e de ações.
- Por isso, publicamos ontem relatório sobre os impactos do coronavírus para as empresas, analisando três principais preocupações em relação ao cenário atual – níveis de alavancagem, liquidez corrente e endividamento em dólar das empresas. Também apresentamos um estudo detalhado para cada setor sobre os principais riscos e suas implicações para as ações da nossa cobertura.
- Nossa análise mostra que os setores que podem apresentar impactos operacionais médios a altos são: companhia aéreas, varejo, bancos e distribuição de combustíveis. Por outro lado, acreditamos que os mais resilientes sejam: Elétricas e Saneamento, Ambev, Magazine Luiza, Lojas Renner, Vale, Suzano, Proteínas e Bancos. Clique aqui para mais detalhes.
Bancos: Mudanças no Empréstimo Consignado
- Como (outra) medida no combate ao coronavirus, o Conselho de Previdência Social anunciou duas medidas no segmento do crédito consignado: i) redução no teto de juros da linha; e ii) um aumento no número de pagamentos. Ambas as medidas são válidas apenas para consignado INSS (1/3 do total), mas podem eventualmente valer para as outras linhas (federal/estadual);
- Nossa visão é positiva: a redução no juro é o único ponto negativo e poderia ter sido pior se considerarmos que: i) a redução já era esperada e poderia ter sido maior; ii) bancos já emprestavam dentro do novo limite; e iii) o maior impacto foi no cartão consignado, que é uma parte pequena do mercado;
- Por outro lado, o aumento no número de pagamentos é positivo e poderia aumentar as a originação de crédito consignado em até 7,4% de acordo com nossas projeções. Não obstante, simulamos qual poderia ser o impacto de um aumento de 5 a 10% na margem consignável, que está sendo discutida pelo governo, e chegamos em resultados onde a originação da linha poderia aumentar algo entre 25 e 43% em relação aos patamares atuais de 72 pagamentos e 30% de margem consignável. Veja nosso relatório completo aqui.
Vale (VALE3): Companhia deve suspender operaçōes na Malásia até 31 de março
- Como consequência de açōes contra o COVID-19, Vale poderá interromper as operaçōes em seu porto de blendagem de minério de ferro na Malásia (com capacidade de 24mt por ano) até o final de março;
- Não vemos impacto para o preço do minério de ferro, pois apenas 1mt de blendados deixam de entrar no mercado em 2020. Porém, prêmio de qualidade – que favorece o minério do Sistema Norte da Vale – deve ter suporte neste momento, mesmo sendo uma interrupção curta.
Shoppings (MULT3, IGTA3, BRML3): shoppings passam a operar em horário reduzido, brMalls suspende atividades em shoppings do RJ temporariamente
- De forma a responder ao surto de COVID-19 e atender às recomendações das autoridades de saúde e da ABRASCE, a Multiplan, a Iguatemi e a brMalls anunciaram ontem que, a partir de hoje, todos os shoppings vão operar temporariamente em horário reduzido: das 12h às 20h nos dias úteis e sábados (4 horas a menos que o habitual) e das 14h às 20h aos domingos (~2 horas a menos do que o habitual, enquanto algumas operações como a praça de alimentação deverão continuar funcionando normalmente);
- A brMalls especificamente suspenderá as atividades no NorteShopping, Shopping Tijuca e Plaza Niterói por 15 dias (~27% do resultado operacional líquido da companhia, ou “NOI”), de forma a se adequar a um decreto publicado no Estado do Rio de Janeiro. Embora não se espere que essa política temporária de horários altere a dinâmica dos contratos de aluguel por ora, receitas de estacionamento e aluguel percentual deverão ser negativamente impactadas.
Companhias Aéreas (AZUL4, GOLL4): Moody’s anuncia redução do rating de crédito de B1 para Ba3; S&P coloca ratings de Gol e Azul sob revisão
- A agência de classificação de risco Moody´s rebaixou ontem, 17, o rating de crédito da Azul de B1 para Ba3, devido à disseminação acelerada do coronavírus. Para a agência, o setor de transporte aéreo é um dos mais afetados pela pandemia. Para os cálculos do rating, a Moody’s considera que haverá uma redução de 70% no tráfego de passageiros da Azul no 2° trimestre e uma redução de 30% no tráfego anual para 2020, resultando em geração de caixa menor em 2020, diminuindo os índices de liquidez da companhia e aumentando sua alavancagem. No mesmo dia, a S&P colocou os os ratings de Azul e Gol sob revisão.
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