IBOVESPA -1,1% | 112.570 Pontos
CÂMBIO 0,2% | 4,33/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa teve queda de 1% ontem, aos 112.570 pontos, com os impactos do coronavírus no centro da preocupação do mercado.
Empresas com exposição à atividade na China foram as mais afetadas como a Vale e os setores de siderurgia, celulose, proteínas e consumo. A fraqueza das commodities prevaleceu até mesmo sobre o bom desempenho do setor financeiro, que representa 33% do Ibovespa, tirando as ações do IRB que fecharam em queda de 16,5%.
Por outro lado, nesta manhã mercados internacionais operam em alta, após índices futuros nos EUA renovarem recordes no pregão de ontem. Investidores aguardam o comentário do presidente do Banco Central americano (Fed), Jerome Powell, que apresentará o relatório de política monetária às 12h de Brasília, uma hora depois do pronunciamento da presidente do Banco Central europeu (BCE), Christiane Lagarde, no Parlamento Europeu, na Bélgica.
Os investidores ficaram mais otimistas ultimamente, apesar da epidemia de gripe, sinalizando confiança de que os bancos centrais agirão para sustentar o crescimento em caso de desaceleração global. A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disse na segunda-feira que a economia dos EUA está bem. O foco também está mudando para as medidas que as empresas estão tomando para diminuir o impacto do vírus sobre seus resultados.
No Brasil, o destaque do dia foi a divulgação da ata do COPOM às 8h, que sinalizou a manutenção da taxa Selic em 4,25% ao ano. Apesar de ter sinalizado a interrupção do ciclo de corte de juros tanto no comunicado divulgado na última semana quanto no documento de hoje, o Banco Central adotou um tom menos cauteloso, enfatizando que a fragilidade dos investimentos e o impacto ainda desconhecido do coronavírus na economia mundial são elementos que poderiam justificar a continuidade do ciclo de corte de juros.
Daqui em diante, o mercado buscará entender melhor o balanço de riscos do Banco Central e as chances de termos um corte de 25bp a mais no curto prazo mesmo após a sinalização de que a Selic deve ser mantida em 4,25% em 2020.
Do lado das commodities, os preços de celulose de fibra curta na China tiveram queda esta semana, devolvendo parte das últimas cinco altas seguidas (-US$2,3/t), para US$ 460,1/t. Acreditamos que os preços estejam próximos de um piso, reforçados pela continuidade do movimento de desestocagem da Suzano. Seguimos com uma visão positiva para o balanço de oferta/demanda no médio/longo prazo, apesar de volatilidade maior no curto prazo devido ao coronavírus na China. Esperamos uma reação negativa das ações de Suzano e Klabin no pregão de hoje.
No corporativo, o Itaú reportou bons resultados no quarto trimestre de 2019 (4T19), com boa sustentabilidade nos resultados, mas uma deterioração na qualidade dos ativos. A maioria das receitas e custos surpreenderam positivamente, mas não acarretou em maiores ganhos, uma vez que o banco aproveitou os melhores resultados operacionais para realizar provisões. Mantemos recomendação neutra no papel.
Por fim, atualizamos nossos preços-alvo de Localiza (RENT3), Unidas (LCAM3) e Movida (MOVI3), para R$ 62,0/ação, R$ 29,2/ação e R$ 27,0/ação, respectivamente e reiteramos compra. Continuamos confiantes com as múltiplas avenidas de crescimento do setor, potencializadas por um cenário macroeconômico mais favorável. Além disso, fizemos uma nova rodada de coleta de dados nos sites de seminovos das companhias, que em geral reforçam a tendência já antecipada de preços marginalmente mais baixos na ponta.
Lembrete: hoje no Super Clássicos da Bolsa teremos “Via Varejo ou Magazine Luiza?”. A semana inteira traremos discussões com os analistas de ações da XP e outros especialistas do mercado para os principais confrontos setoriais da Bolsa brasileira. Para participar e assistir aos vídeos em tempo real, basta acessar a página do evento aqui e se inscrever.
Tópicos do dia
Temporada de resultados do 4º trimestre
Banrisul (BRSR6): antes da abertura do mercado
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Brasil

- Política Brasil: Maia quer aprovar autonomia do BC e lei de câmbio até março
- Paulo Guedes receberá secretários estaduais para discutir o andamento da reforma tributária
Internacional

- Política internacional: hoje acontece a segunda primária democrata no estado de New Hampshire
Empresas

- Itaú (ITUB4): nem toda receita de serviços está sob disrupção | Revisão 4T19
- Aluguel de veículos (RENT3, LCAM3, MOVI3): mapeando Seminovos e atualizando estimativas; Reiteramos Compra
- Papel & Celulose: queda no preço da celulose de fibra curta nesta semana
- IRB (IRBR3): teleconferência com CEO e CFO
- O que o resultado do 4T19 de Mercado Livre significa para B2W e Magalu?
- Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): campanha na Europa defenderia a cobrança de nova taxa sobre carnes
- Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): gripe Aviária chega à Alemanha; Coronavírus estaria pressionando ainda mais a oferta de carne na China
Renda Fixa

- Tesouro Direto lança novos títulos
Veja todos os detalhes
Brasil
Política Brasil: Maia quer aprovar autonomia do BC e lei de câmbio até março
- O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse que nunca tratou de taxação de grandes fortunas com parlamentares no âmbito da reforma tributária, e que nem o fará mais à frente. “Nunca tratei [de taxação] de grandes fortunas e não vou tratar”. Maia quer aprovar autonomia do BC e nova lei de câmbio até março;
- Segue em Brasília a polêmica sobre o adjetivo usado por Paulo Guedes para se referir aos servidores públicos. O ministro da Economia se desculpou e foi repreendido por Maia e por auxiliares. Os jornais aproveitam o clima para criticar as pensões das filhas de militares;
- Grupo a favor de nova CPMF promove resistência e insiste em buscar proximidade com Rodrigo Maia, que tem sofrido assédio também de grupos que se articulam para acelerar reforma tributária e defender pontos de interesse;
- Eleições Municipais 2020 – Bolsonaristas rejeitam Skaf no comando do novo partido de Bolsonaro. O presidente da Fiespe está em uma espécie de disputa interna com o deputado Luiz Philippe de Orlenas e Bragança para liderar o partido e ser o candidato a prefeito de SP do bolsonarismo. Essa definição será importante para entender o arranjo de forças do novo partido do presidente no cenário nacional e como ele vai se preparar para 2022, quando deve estrear, de fato, nas urnas;
- Desestatização – O governo planeja vender R$ 3 bilhões em imóveis da União em 2020. A meta era alcançar R$ 1 bilhão em 2019, mas as alienações ficaram em R$ 180 milhões ao fim de dezembro. O governo aguardava por um melhor momento do mercado.
Paulo Guedes receberá secretários estaduais para discutir o andamento da reforma tributária
- De acordo com o Valor Econômico, o ministro da Economia, Paulo Guedes, receberá amanhã os secretários estaduais de Fazenda para discutir a reforma tributária e como as receitas da União com a exploração de petróleo serão utilizadas para atender às três principais demandas: Lei Kandir, aumento da participação federal no Fundeb (principal fundo da educação básica) e formação de um fundo de desenvolvimento regional. A ideia, segundo o presidente do Comitê de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal, é buscar uma solução para atender a todas as principais demandas;
- O relatório final da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Fundeb na Câmara dos Deputados deve ser finalizado nos próximos dias. Segundo a deputada Dorinha Seabra, a ideia é aumentar a complementação da União ao fundo de 10% para algo em torno de 20% já em 2021. Em contrapartida, a proposta de atingir o nível de 40% de forma gradativa ao longo de dez anos deve ser abandonada;
- O Fundeb, responsável por 63% do financiamento da educação básica, reúne atualmente diversos impostos estaduais, que, depois, são redistribuídos. O governo federal contribui com cerca de R$ 14,5 bilhões, valor que é destinado aos Estados que não conseguem atingir o valor mínimo de investimento por aluno. A ideia é que a PEC também seja utilizada para corrigir distorções que hoje impedem que alguns municípios, localizados em Estados ricos, não tenham acesso ao dinheiro.
Internacional
Política internacional: Hoje acontece a segunda primária democrata no estado de New Hampshire
- Hoje acontece a segunda primária democrata no estado de New Hampshire. Após o imbróglio com os resultados em Iowa, o evento ganha significância na corrida e pode ter maior peso que em anos anteriores. Destacamos que Bernie Sanders é o líder das pesquisas, com cerca de 27% da intenção de voto, seguido por Pete Buttigieg (21%), Elizabeth Warren, Joe Biden e Amy Klobuchar todos com cerca de 11-12%;
- Vale lembrar também que Joe Biden perdeu bastante apoio no estado nas últimas semanas, mas já não era o favorito em New Hampshire até antes de sua derrota em Iowa. Entretanto, sua queda nas pesquisas nacionais de cerca de 5 p.p. preocupa a campanha, principalmente dado o crescimento de Bernie Sanders – hoje, os pré-candidatos estão tecnicamente empatados na maioria das pesquisas;
- Sucessora de Angela Merkel, Annegret Kramp-Karrenbauer, foi derrubada por alinhamento da CDU com direita radical. A ministra de Defesa e presidente da União Democrata Cristã (CDU) renunciou à candidatura para cargo de chanceler após sua orientação desrespeitada em eleição em Turíngia, onde seu partido se uniu ao Alternativa para a Alemanha (Afd), grupo de ultradireita. As fragilidades já existentes dentro do partido foram exacerbadas pela aliança, e AKK, como é conhecida, tornou-se alvo de críticas por não conseguir unir a CDU. Ela deve permanecer como ministra, e chefe do partido até um novo líder ser escolhido.
Empresas
Itaú (ITUB4): nem toda receita de serviços está sob disrupção | Revisão 4T19
- O Itaú reportou bons resultados no quarto trimestre de 2019 (4T19). No geral, o banco apresentou boa sustentabilidade nos resultados, mas uma deterioração na qualidade dos ativos. A maioria das receitas e custos surpreenderam positivamente, mas não acarretou em maiores ganhos, uma vez que o banco aproveitou os melhores resultados operacionais para realizar provisões;
- O lucro líquido foi de R$ 7,3 bi, em linha com nossas estimativas, implicando em um Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) de 23% e um crescimento de 13% A/A e 2% T/T. A administração também divulgou as projeções para 2020, que acreditamos estarem alinhadas às expectativas do mercado. Reiteramos nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$ 40,00 para o fim de 2020, pois acreditamos que os múltiplos do banco não são atraentes. Clique aqui para acessar o relatório completo.
Aluguel de veículos (RENT3, LCAM3, MOVI3): mapeando Seminovos e atualizando estimativas; Reiteramos Compra
- Atualizamos nossos preços-alvo de Localiza (RENT3), Unidas (LCAM3) e Movida (MOVI3), agora em R$ 62,0/ação, R$ 29,2/ação e R$ 27,0/ação, respectivamente. Continuamos confiantes com as múltiplas avenidas de crescimento do setor, potencializadas por um cenário macroeconômico mais favorável;
- Além disso, fizemos uma nova rodada de coleta de dados nos sites de seminovos das companhias, que em geral reforçam a tendência já antecipada de preços marginalmente mais baixos na ponta. Para acessar nosso relatório completo, bem como nossas teses de investimento para cada empresa, clique aqui.
Papel & Celulose: queda no preço da celulose de fibra curta nesta semana
- Os preços da celulose de fibra curta na China tiveram queda esta semana, devolvendo parte das últimas cinco altas seguidas (-US$2,3/t), para US$ 460,1/t. Acreditamos que os preços estejam próximos de um piso, reforçados pela continuidade do movimento de desestocagem da Suzano. Seguimos com uma visão positiva para o balanço de oferta/demanda no médio/longo prazo;
- Entretanto, dada a queda da celulose na semana, esperamos uma reação negativa das ações de Suzano (Compra; preço-alvo de R$45/ação) e Klabin (Neutro; preço-alvo de R$20.5/ação) no pregão de hoje.
IRB (IRBR3): teleconferência com CEO e CFO
- Os diretores da companhia, José Cardoso e Fernando Passos, realizaram ontem (10) uma teleconferência de esclarecimentos sobre as recentes publicações da Squadra Investimentos, gestora carioca que influenciou na queda das ações;
- Em geral, os principais temas não foram abordados detalhadamente. A conferência iniciou com um breve resumo das conquistas da empresa e encerrou com a companhia comunicando que, para os próximos relatórios de resultados, irão disponibilizar informações mais fragmentadas. Para a linha de expectativa de salvados e ressarcidos, a companhia disse que irá disponibilizar o pipeline e um guidance de projeção também. Por fim, suas demonstrações financeiras deverão ser auditadas por duas auditorias distintas;
- Mantemos nossa cobertura de IRB sob revisão, porém vemos com bons olhos a confirmação dos diretores de que haverá maiores divulgações nos resultados do quarto tri. Clique aqui para acessar nossa análise completa sobre as publicações da gestora carioca.
O que o resultado do 4T19 de Mercado Livre significa para B2W e Magalu?
- Ontem, o Mercado Livre (MELI) reportou resultados do 4T19 após o fechamento de mercado. Apesar de não cobrirmos o nome, a empresa é a maior do ecommerce brasileiro e por trouxemos a leitura dos números de MELI para B2W (BTOW3) e Magazine Luiza (MGLU3). Os destaques mais relevantes foram:
- #1 Forte crescimento de vendas no Brasil, mas desacelerando. O GMV (valor total de mercadorias vendidas no site) cresceu 23% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, impactado por uma Black Friday mais fraca. Apesar de forte, o crescimento tem mostrado uma leve desaceleração em relação aos trimestres anteriores (24% no 3T19 e 27% no 2T19);
- #2 Logística. A participação da rede proprietária (cross-docking e fulfillment) como % dos pedidos enviados pelo Mercado Envios no Brasil atingiu 43% (vs. 30% em 3T19), com o Fulfillment dobrando a participação de 6% no 3T19 para 12% no 4T19. Dessa forma, o Mercado Livre continua fazendo esforços na redução de sua exposição aos Correios e na melhoria do nível de entrega;
- Para mais detalhes sobre nossa avaliação dos resultados de MELI, clique no (LINK) para acessar o relatório completo.
Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): campanha na Europa defenderia a cobrança de nova taxa sobre carnes
- Segundo o Valor Econômico, uma nova campanha na Europa defenderia a introdução de uma “taxa de sustentabilidade”, para incluir o custo ambiental e reduzir o consumo de carnes, conforme defendido por um grupo de 30 organizações holandesas reunidas na “Coalizão por um preço justo de proteínas animais” (TAPCC, na sigla em inglês);
- O presidente da coalizão, Jeroom Remmers, disse ao Valor que a campanha “não é contra a carne brasileira, e sim para impor taxas sobre carnes de qualquer origem, em proveito de um maior consumo de proteínas vegetais”. O plano foi apresentado na semana passada a deputados no Parlamento Europeu;
- A TAPCC preconiza a aplicação de diferentes taxas a partir de 2022: aumento de 47% sobre 100 gramas de carne bovina, 36% por 100 gramas de carne suína e 17% por 100 gramas de carne de frango. A coalizão calcula que a taxação poderia gerar 32 bilhões de euros até 2030. Um terço desse valor serviria para baixar o imposto sobre frutas, legumes e vegetais.
Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): gripe Aviária chega à Alemanha; Coronavírus estaria pressionando ainda mais a oferta de carne na China
- Em outra notícia do setor, segundo a Reuters, a Alemanha reportou ontem um surto da gripe aviária (tipo H5N8) em uma produção caseira de frango. O vírus matou 44 dos 69 animais, sendo que os demais também foram sacrificados para evitar contágio;
- Por fim, ontem um dos diretores do Ministério da Agricultura chinês, Kong Lian, afirmou que o surto de coronavírus teria aumentado ainda mais a pressão sobre os estoques de carne suína do país;
- Com o surto, o lançamento de novas plantas de suínos foi atrasado, a entrega de ração para algumas províncias foi interrompida, e 10 mil toneladas de carne suína congelada das reservas estatais chinesas já foram consumidas para alimentar Hubei, o epicentro do surto de coronavírus.
Renda Fixa
Tesouro Direto lança novos títulos
- Ontem (10/02) o Tesouro Direto lançou novos títulos para compra pelos investidores;
- Os novos títulos são prefixados e indexados à inflação e apresentam vencimento mais longo do que os que foram descontinuados;
- Saiba mais sobre os novos títulos.

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