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Pausa no rally dos EUA, China decepciona, Europa sobe juros, Crise na Rússia e Tesla | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1. EUA: Pausa no rally da bolsa 2. China: Estímulos decepcionam 3. Europa: Inflação persistente e altas de juros 4. Rússia: grupo Wagner toma cidades russas em retaliação a Moscou 5. Tesla: Regarregando

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1. EUA: Pausa no rally da bolsa

Na eterna luta entre bulls (otimistas) e bears (pessimistas), os bears venceram pela primeira vez em seis semanas. As bolsas americanas interromperam o rally e tiveram sua pior semana desde o início de março. O S&P 500 (ETF: SPY) e o Nasdaq 100 (ETF: QQQ) caíram -1,4% e -1,5% respectivamente, enquanto o Russell 2000, índice das small caps (ETF: IWM), cedeu -2,9%.

A pausa foi motivada pelo aumento das expectativas de que os bancos centrais terão que subir os juros para além do que estava sendo esperado, conforme a inflação vai se revelando persistente. O chairman do Fed, Jerome Powell depôs no Congresso americano e sinalizou que juros ainda devem subir e permanecer elevados por mais tempo já que a luta pela inflação controlada tem "um longo caminho a percorrer”.

Além da política monetária, investidores estão atentos à questão da liquidez no sistema (sobre a qual já comentamos aqui) que, nos últimos dias voltou a ter efeitos negativos nos ativos de risco. Desde o dia 2 de junho, apesar da diminuição das operações de Reverse Repos (que adiciona liquidez), a soma entre a redução de balanço do Fed e a recomposição da TGA (Conta Geral do Tesouro) já retirou cerca de US$ 177 bilhões de recursos do mercado, cerca de 2.8% de redução da nossa métrica de liquidez.

2. China: Estímulos decepcionam

O governo chinês anunciou novos estímulos, conforme amplamente antecipado pelo mercado. Foram anunciados novos cortes de juros, dessa vez na taxa de 1 e 5 anos em 0,1 pp, assim como extensão de incentivos fiscais para a compra de carros movidos à energia renovável. A decepção com a magnitude dos cortes leva o mercado a questionar se o conjunto de medidas até o momento será suficiente para levar a atividade econômica ao nível desejado.

Com isso, o ETF da maiores empresas chinesas, o FXI, interrompeu a sequência de três semanas de alta e caiu -7,1% na semana. As commodities também sofreram com a incerteza acerca do crescimento futuro da China, o petróleo tipo Brent acumulou queda de -3,6% e o minério de ferro -2,0% no período.

A geopolítica também esteve em evidência. A visita à China do secretário de Estado americano, Blinken, apaziguou tensões entre os países temporariamente, mas atritos continuam surgindo: o presidente dos EUA, Joe Biden se referiu ao chinês Xi Jinping como ditador, o que foi recebido como uma provocação pública; a China ainda considera instalar uma base militar em Cuba, o que é indesejado pelos EUA pela proximidade com a Flórida.

3. Europa: Inflação persistente e altas de juros

Na Europa, a semana foi de decisão de política monetária. O Banco Central Europeu foi de acordo com o esperado e elevou a taxa de juros em 0,25pp, para 4,75%. Isso se deve à inflação ainda rodando acima do esperado. Alguns membros do banco central sinalizaram que, devido à persistência da alta de preços e mercado de trabalho apertado, os juros deverão ficar mais elevados por mais tempo. Agora, as atenções já se voltam para as possíveis sinalizações de pausa no ciclo nos próximos meses.

O efeito da alta de juros já pode ser observado nos indicadores de atividade econômica: os índices de gerentes de compras (PMIs) tiveram queda generalizada na Europa. Na Alemanha, o PMI industrial recuou de 43,2 para 41,0 e o de serviços, de 57,2 para 54,1 pontos (números acima de 50 indicam expansão). Na Zona do Euro, o índice industrial cedeu de 44,8 para 43,6 pontos e o de serviços de 55,1 para 52,4.

Já no Reino Unido, a inflação persistente fez com que o Banco da Inglaterra elevasse a taxa de juros em 0,5pp, surpreendendo o mercado, que esperava 0.25pp. O setor imobiliário do país deve ser particularmente afetado, conforme taxas de hipotecas são reajustadas e pagamentos mensais sobem, o que tem impacto direto sobre a renda disponível e o consumo dos britânicos.

Com isso, os ativos europeus tiveram pior desempenho semanal em três meses: o ETF de ações europeias VGK caiu -4,9%.

4. Rússia: grupo Wagner toma cidades russas em retaliação a Moscou

Na sexta-feira, o mundo foi pego de surpresa com notícias sobre uma insurgência na Rússia, levada a cabo pelo grupo Wagner, empresa paramilitar privada russa que tem sido utilizada na guerra da Ucrânia. A empresa é notória por sua ligação com o Kremlin e estima-se que teriam cerca de 20 mil soldados lutando na Ucrânia.

Após ataque a acampamento do grupo em Bakhmut, Yevgeny Prigozhin, oligarca russo que é chefe do grupo Wagner, gravou vídeo ameaçando retaliação ao governo russo, a quem responsabilizou pelas perdas. Desde então, o grupo avançou até tomar controle de instalações militares ao sul de Moscou.

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou que a rebelião das forças leais a Prigozhin, líder do grupo mercenário Wagner é uma traição e será alvo de punição severa, sob acusação de traição. A segurança de Moscou foi reforçada e há um pedido de prisão de Prigozhin, antes próximo a Putin. Os eventos em curso são o sinal mais importante de revolta contra Putin desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Esse novo capítulo do conflito pode afetar particularmente preços de commodities como petróleo e trigo, constituindo mais um risco inflacionário. Ambas as commodities, hoje, negociam a preços abaixo do início da guerra porém os preços do trigo já vem subindo há 5 semanas consecutivas com preocupações climáticas e geopolíticas.

5. Tesla: Recarregando

As ações da Tesla caíram -1,5% numa semana bastante volátil após mudanças de recomendação por analistas. Os bancos Morgan Stanley e Barclays rebaixaram a ação para recomendação neutra, enquanto o DZ Bank mudou sua recomendação de compra diretamente para venda. Fatores técnicos e fundamentalistas são indicados pelos analistas como motivação.

O analista do Morgan Stanley, Adam Jonas, embora acredite que a Tesla é tanto uma montadora quanto uma empresa de A.I., acredita que as ações surfaram demais o otimismo com inteligência artifical recente e se aproxima de um valuation justo. Seus cenários são bastante díspares: enquanto no cenário mais otimista a ação poderia chegar a $450, no mais pessimista, seu valor seria de apenas $90. No cenário base, o preço-alvo de Adam foi revisado para $250, abaixo dos $256.60 atuais.

O analista do Barclays, Dan Levy, reitera a grande oportunidade de longo prazo da empresa de Elon Musk mas alerta para o rally que descola dos fundamentos e vê dificuldades para a montadora no curto prazo como aumento de estoques e necessidade de novos cortes de preços. Seu preço alvo ficou em $260, apenas 1,3% acima do patamar atual.

E na sexta-feira, o analista Matthias Volkert, do banco alemão DZ Bank, emitiu um raro "duplo-rebaixamento" na Tesla. Cortou sua recomendação de compra para venda (pulou o "neutro") e estabeleceu um preço alvo de $210 (cerca de 18% abaixo do fechamento de sexta-feira).

Desde o início do ano, a empresa acumula alta de 108,3%, contra 36,5% do Nasdaq 100 (ETF: QQQ) e 14,1% do índice S&P 500 (ETF: SPY). Essa alta pode ser atribuída tanto ao entusiasmo com A.I. quanto às notícias sobre a abertura da sua rede de superchargers para veículos de outras marcas, o que gera receita adicional de receita para a companhia, que comentamos aqui.

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