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Chegou a hora dos FIIs adotarem práticas ESG?

Entenda as práticas ESG e como os Fundos Imobiliários podem se beneficiar delas.

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ESG: Você muito provavelmente já deve ter ouvido diferentes pessoas mencionarem essas três letras. A sigla ESG advém do termo em inglês Environmental, Social and Governance – ou, em português, ASG, referindo-se à Ambiental, Social e Governança. Vários são os aspectos que englobam cada um dos pilares. De forma geral, o pilar Ambiental (E) engloba as iniciativas e também impactos de determinada companhia ou projeto no meio ambiente, enquanto o Social (S) dividimos a análise em duas partes: a perspectiva interna, que diz respeito por exemplo às políticas e relações de trabalho, e a perspectiva externa, como é o caso da atuação da companhia nas comunidades ao redor de suas operações. Já para Governança (G), este é o pilar há mais tempo reconhecido e analisado pelo mercado como um todo, e tange a gestão das companhias, sendo essencial para que os pilares E e S se desenvolvam, principalmente quando olhamos para o longo prazo, independentemente do setor em que a empresa atua.

Globalmente, +US$35 trilhões em ativos sob gestão (AuM, sigla em inglês para “Assets Under Management”) são gerenciados por fundos que definiram estratégias sustentáveis, dos quais +US$17 trilhões estão nos EUA, com os ativos geridos a partir de estratégias de investimento sustentável já representando ~50% do total do país.

No mundo dos investimentos, em qualquer classe de ativos, investimento ESG é aquele que incorpora questões ambientais, sociais e de governança como critérios na análise, indo além das tradicionais métricas econômico-financeiras e, com isso, permitindo uma avaliação holística. A adoção de princípios ESG na análise permite-nos trazer para mesa de discussão questões que, além de serem fatores cruciais para o bem da sociedade, manutenção do planeta e construção de um mundo melhor, afetam diretamente os resultados das empresas. Na nossa visão, as empresas vencedoras serão aquelas cujo comportamento em relação às questões ESG são colocadas em primeiro plano.

ESG x Fundos Imobiliários

É fato que o tema ESG tem se tornado centro do debate no mercado financeiro e a classe dos fundos imobiliários também não poderia ser isenta dessas práticas. A exigência de práticas sustentáveis no mercado imobiliário, amplamente vista como tendência de crescimento, vem aos poucos ganhando maior participação e notoriedade.

A franca expansão no número de signatários do PRI (Principles for Responsible Investment) demonstra a expressividade dessa categoria de investimentos como tendência consolidada no mercado mundial, atualmente são mais 4.375 signatários. Grandes gestores do mundo aumentando a parcela de investimentos com essas práticas.

Com a tendência se consolidando, é esperado que fundos que não adotarem os critérios estabelecidos pela agenda ESG se deparem com a fuga de capital de investidores institucionais, que aplicam altos volumes de recursos.

Quais benefícios dos investimentos que adotam as práticas ESG?

As 3 principais razões são:

1) pressão por parte dos próprios consumidores, é um critério e pré-requisito das gerações mais recentes e esse movimento tem se acelerando durante a pandemia; gestores também cada vez mais buscam aderir as práticas;

2) regulamentação: estudos em termos de novas regras (CVM e B3) intensificando cada vez mais as exigências demonstram que o ambiente regulatório tem se tornado mais rígido;

3) retorno: correlação positiva (performances de índices ESG se comparam com demais) visão positiva para o tema, benefícios principalmente se orientado ao longo prazo.

Na prática os investimentos ESG têm demonstrado maiores rendimentos, uma empresa ou fundo que tem essa combinação de fatores, naturalmente é uma orientada(o) a longo prazo e portanto, já está à frente de outras empresas.

No âmbito dos Fundos Imobiliários, um FII listado no mercado de capital já incorpora práticas de governança e algumas teriam que ser apenas reforçadas. A exemplo, o fundo Biotic que nasce com as características ESG e já possui a adoção das práticas em todos âmbitos.

Já os fundos existentes no mercado podem se adaptar aos novos investimentos adotando práticas fundamentais como por exemplo, diligência ambiental, entender melhor a atuação e práticas de seus tomadores de crédito, quem são os prestadores e parceiros que a empresa possui, entre outras, além dos próprios ativos que podem buscar certificações.

*PRI é a maior ONG proponente de Investimentos responsáveis do mundo, incentivada pelas Nações Unidas e uma das maiores mobilizadoras de conceitos “sustainable”.

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