XP Expert

A volatilidade dos fundos de investimentos disparou: o que fazer?

A bolsa brasileira tem se comportado como uma verdadeira montanha russa nos últimos dias. Entenda a seguir o quão preocupado você deveria estar e como agir, observando o que têm feito os gestores de alguns dos principais fundos do país.

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail
Gestores Henrique Bredda (Alaska Asset) e João Braga (XP Asset) são os convidados de Samuel Oliveira, coordenador de Fundos, e Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP.

“Volatilidade é uma medida estatística de dispersão de retornos para um dado ativo ou índice de mercado. Na maioria dos casos, quanto maior a volatilidade, mais arriscado o ativo. É frequentemente medida como o desvio padrão ou a variância dos retornos de um ativo ou índice.”

(Investopedia)

“Evito a definição acadêmica imprudente de risco e volatilidade, reconhecendo, em vez disso, que a volatilidade é uma bela criadora de oportunidades.”

(Seth Klarman, americano bilionário e sócio da gestora Baupost Group)

“O verdadeiro investidor saúda a volatilidade. Veja as flutuações de mercado como seu amigo e não como inimigo. Lucre com a loucura, em vez de participar dela.”

(Warren Buffet, CEO da holding de Investimentos Berkshire Hathaway e um dos investidores mais bem sucedidos da história moderna)

muitos investidores que ainda precisam se acostumar a momentos turbulentos

Desde o período entre maio e junho de 2018, lembrado pela famigerada Greve dos Caminhoneiros, os investidores brasileiros não viam tanto stress nos preços dos ativos locais quanto o observado nas últimas duas semanas. Naquela ocasião, em um espaço inferior a dois meses, a bolsa passou por uma forte correção de quase 20%, o dólar disparou, os títulos públicos atrelados à inflação (Tesouro IPCA) despencaram e boa parte dos fundos Multimercados amargou perdas que variaram entre 3% e 5% (com vários casos de perdas bem superiores a isso).

Foi um período de se arrancar os cabelos, mas passou. Quem teve sangue frio e uma boa estratégia de investimento de longo prazo, conseguiu se beneficiar da forte recuperação dos ativos que se seguiu posteriormente e durou até poucos dias atrás. Até a sexta-feira antes do Carnaval (21/02), quem manteve suas aplicações na bolsa conseguiu retornos superiores a 60%, se medirmos pela valorização do Ibovespa desde a sua mínima no auge da crise de 2018 (pouco abaixo de 70 mil pontos). O CDI, referência para aplicações mais conservadoras, rendeu pouco mais de 10% no mesmo período – mostrando que manter a alocação mais arriscada foi bastante lucrativo.   

No entanto, é bem provável que mais da metade dos investidores atuais da bolsa não tenha vivenciado essa recuperação, pois ainda nem conheciam o universo das ações.

Segundo dados da B3, saímos de pouco mais de 800 mil investidores cadastrados ao fim de 2018 para mais de 1,9 milhão ao fim de fevereiro desse ano. E esses mais de 1 milhão de novos investidores talvez estejam bem aflitos no momento, pois nunca haviam testemunhado quedas superiores a 10% no Ibovespa em suas jornadas de “tomadores de risco”.

Comprovamos isso ao analisar o comportamento do Ibovespa em 2019: o pior mês do índice teve uma queda de módicos 1,86% (em fevereiro) – insuficiente para assustar mesmo os poupadores mais ariscos. No entanto, 2019 foi bem atípico. Olhando-se a tabela abaixo, pode-se ver que a bolsa “chacoalha” bem mais do que isso e, portanto, é preciso ter estômago para aguentar seus solavancos.

O “mar calmo” que predominou na bolsa em 2019 parece ter ficado para trás

O “mar calmo” da bolsa, no entanto, parece ter mudado bem e os ventos parecem ter virado contra. Desde o dia 26/02 (Quarta-Feira de Cinzas), a bolsa amarga perdas de quase 15% e o dólar não para de renovar as máximas, tendo atingido nos últimos dias sua maior cotação histórica, acima de R$ 4,60 (para desespero de quem tem viagem agendada para o exterior). E para os novos exploradores do mercado, que entraram na bolsa após dezembro/2018, a cabeça deve estar coçando bastante nos últimos dias:

“Vendo ou não minhas ações?”

“Resgato ou não aquele fundo multimercado que está com retornos negativos?”

“Zero meus fundos de ações para voltar depois que passar a crise do coronavírus?”

“Mas como saber quando a crise vai passar?”“Dobro minhas apostas e aumento a posição agora que os preços estão mais baratos?”

“Resgato ou não aquele fundo multimercado que está com retornos negativos?”

O que fazer nesse momento turbulento da bolsa?

Nosso conselho: não se desespere. Mantenha a calma e certifique-se de que os recursos aplicados em ativos ou fundos mais arriscados compõem aquela parcela de investimentos dedicadas ao longo prazo (3 a 5 anos, no mínimo) além de ter uma carteira diversificada.

Nossa equipe de Análise de Ações revisou as estimativas para a bolsa em 2020 e montaram um relatório bastante completo que pode servir como bússola para sua tomada de decisão.

Além disso, falamos com algumas dezenas de gestores nos últimos dias, entre aqueles que gerem fundos Multimercados e fundos de Ações. A postura de cada um tem variado, como esperávamos.

Como têm agido os gestores de Fundos Multimercados

Os gestores de fundos multimercados de estratégia Macro, na média, reduziram suas posições compradas na bolsa brasileira. Alguns deles, no entanto, consideram que o nível de preços atuais torna as ações bastante atrativas, após a queda expressiva do Ibovespa nos últimos dias. Na ponta oposta da grande maioria que reduziu as posições em bolsa, destaque para o lendário Luis Stuhlberger, da Verde Asset, para quem os efeitos do coronavírus não mudam estruturalmente as condições de crescimento do Brasil para os próximos três anos, tornando o momento atual uma bela hora de se comprar ações.

Diante do impacto negativo que o coronavírus deve ter na atividade global de curto prazo, as autoridades fiscais e monetárias (Bancos Centrais) de diversos países têm reagido com diferentes medidas de estímulo às economias, sendo a principal ferramenta os cortes nas taxas básicas de juros – um exemplo disso foi o banco central americano (Fed), que cortou os juros nos EUA em reunião extraordinária.

Com isso, a aposta a favor da queda dos juros tanto no Brasil quanto no resto do mundo ganhou relevância nos portfólios, que antes eram dominados por posições apostando na alta do Ibovespa (agora posição coadjuvante para muitos).

Como têm agido os gestores de Fundos de Ações

Para os gestores de Fundos de Ações, os reais impactos do coronavírus nas empresas ainda são muito difíceis de serem mensurados. No médio prazo, empresas mais expostas ao mercado externo devem ser as mais afetadas. Porém, no curto prazo, a volatilidade de toda a bolsa vai continuar alta, principalmente pela aversão a risco que tem levado investidores a migrarem para ativos “mais seguros”. Alguns exageros devem gerar oportunidades e todos com quem falamos afirmam que estão preparados para capturá-las com a utilização de um pouco de caixa que ainda possuem.

Desde o fim de janeiro, muitos gestores já vinham diminuindo as posições compradas devido a valuations bastante “esticados” e os recursos das vendas estavam em liquidez. As quedas acentuadas da última semana de fevereiro já animaram alguns gestores a aumentar posições em empresas boas, que voltaram a uma faixa de preço mais atrativa.

As compras têm se concentrado em empresas com maior exposição à economia doméstica e que, supostamente, seriam mais defensivas no cenário de aumento global de casos de coronavírus. Os setores de consumo, energia elétrica e financeiro são os mais presentes nas carteiras dos fundos.

Mesmo que o crescimento da economia não seja tão forte quanto esperava-se antes, os gestores de fundos de ações veem alguns bons motivos para manter o otimismo com a bolsa. O principal deles é a tendência de termos novos estímulos dos Bancos Centrais, a exemplo do que esperam os gestores de fundos Multimercados Macro. No Brasil, já é quase certo que teremos novos cortes de juros, o que aumentará ainda mais a atratividade das ações.

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Disclaimer:

  • Este relatório de análise foi elaborado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos ou XP”) de acordo com todas as exigências previstas na Resolução CVM 20/2021, tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar sua própria decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta ou solicitação de compra e/ou venda de qualquer produto. As informações contidas neste relatório são consideradas válidas na data de sua divulgação e foram obtidas de fontes públicas. A XP Investimentos não se responsabiliza por qualquer decisão tomada pelo cliente com base no presente relatório.
  • Este relatório foi elaborado considerando a classificação de risco dos produtos de modo a gerar resultados de alocação para cada perfil de investidor.
  • O(s) signatário(s) deste relatório declara(m) que as recomendações refletem única e exclusivamente suas análises e opiniões pessoais, que foram produzidas de forma independente, inclusive em relação à XP Investimentos e que estão sujeitas a modificações sem aviso prévio em decorrência de alterações nas condições de mercado, e que sua(s) remuneração(es) é(são) indiretamente influenciada por receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela XP Investimentos.
  • O analista responsável pelo conteúdo deste relatório e pelo cumprimento da Resolução CVM nº 20/2021 está indicado acima, sendo que, caso constem a indicação de mais um analista no relatório, o responsável será o primeiro analista credenciado a ser mencionado no relatório.
  • Os analistas da XP Investimentos estão obrigados ao cumprimento de todas as regras previstas no Código de Conduta da APIMEC Brasil para o Analista de Valores Mobiliários e na Política de Conduta dos Analistas de Valores Mobiliários da XP Investimentos.
  • O atendimento de nossos clientes é realizado por empregados da XP Investimentos ou por assessores de investimento que desempenham suas atividades por meio da XP, em conformidade com a Resolução CVM nº 178/2023, os quais encontram-se registrados na Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários – ANCORD. O assessor de investimento não pode realizar consultoria, administração ou gestão de patrimônio de clientes, devendo atuar como intermediário e solicitar autorização prévia do cliente para a realização de qualquer operação no mercado de capitais.
  • Para fins de verificação da adequação do perfil do investidor aos serviços e produtos de investimento oferecidos pela XP Investimentos, utilizamos a metodologia de adequação dos produtos por portfólio, nos termos das Regras e Procedimentos ANBIMA de Suitability nº 01 e do Código ANBIMA de Distribuição de Produtos de Investimento. Essa metodologia consiste em atribuir uma pontuação máxima de risco para cada perfil de investidor (conservador, moderado e agressivo), bem como uma pontuação de risco para cada um dos produtos oferecidos pela XP Investimentos, de modo que todos os clientes possam ter acesso a todos os produtos, desde que dentro das quantidades e limites da pontuação de risco definidas para o seu perfil. Antes de aplicar nos produtos e/ou contratar os serviços objeto deste material, é importante que você verifique se a sua pontuação de risco atual comporta a aplicação nos produtos e/ou a contratação dos serviços em questão, bem como se há limitações de volume, concentração e/ou quantidade para a aplicação desejada. Você pode consultar essas informações diretamente no momento da transmissão da sua ordem ou, ainda, consultando o risco geral da sua carteira na tela de carteira (Visão Risco). Caso a sua pontuação de risco atual não comporte a aplicação/contratação pretendida, ou caso existam limitações em relação à quantidade e/ou volume financeiro para a referida aplicação/contratação, isto significa que, com base na composição atual da sua carteira, esta aplicação/contratação não está adequada ao seu perfil. Em caso de dúvidas sobre o processo de adequação dos produtos oferecidos pela XP Investimentos ao seu perfil de investidor, consulte o FAQ. As condições de mercado, mudanças climáticas e o cenário macroeconômico podem afetar o desempenho do investimento.
  • A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço ou valor pode aumentar ou diminuir num curto espaço de tempo. Os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. As informações presentes neste material são baseadas em simulações e os resultados reais poderão ser significativamente diferentes.
  • Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo assessores de investimentos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos.
  • 0800 77 20202. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710.
  • O custo da operação e a política de cobrança estão definidos nas tabelas de custos operacionais disponibilizadas no site da XP Investimentos: www.xpi.com.br.
  • A XP Investimentos se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste relatório ou seu conteúdo.
  • A Avaliação Técnica e a Avaliação de Fundamentos seguem diferentes metodologias de análise. A Análise Técnica é executada seguindo conceitos como tendência, suporte, resistência, candles, volumes, médias móveis entre outros. Já a Análise Fundamentalista utiliza como informação os resultados divulgados pelas companhias emissoras e suas projeções. Desta forma, as opiniões dos Analistas Fundamentalistas, que buscam os melhores retornos dadas as condições de mercado, o cenário macroeconômico e os eventos específicos da empresa e do setor, podem divergir das opiniões dos Analistas Técnicos, que visam identificar os movimentos mais prováveis dos preços dos ativos, com utilização de “stops” para limitar as possíveis perdas.
  • Ação é uma fração do capital de uma empresa que é negociada no mercado. É um título de renda variável, ou seja, um investimento no qual a rentabilidade não é preestabelecida, varia conforme as cotações de mercado. O investimento em ações é um investimento de alto risco e os desempenhos anteriores não são necessariamente indicativos de resultados futuros e nenhuma declaração ou garantia, de forma expressa ou implícita, é feita neste material em relação a desempenhos. As condições de mercado, o cenário macroeconômico, os eventos específicos da empresa e do setor podem afetar o desempenho do investimento, podendo resultar até mesmo em significativas perdas patrimoniais. A duração recomendada para o investimento é de médio-longo prazo. Não há quaisquer garantias sobre o patrimônio do cliente neste tipo de produto.
  • O investimento em opções é preferencialmente indicado para investidores de perfil agressivo, de acordo com a política de suitability praticada pela XP Investimentos. No mercado de opções, são negociados direitos de compra ou venda de um bem por preço fixado em data futura, devendo o adquirente do direito negociado pagar um prêmio ao vendedor tal como num acordo seguro. As operações com esses derivativos são consideradas de risco muito alto por apresentarem altas relações de risco e retorno e algumas posições apresentarem a possibilidade de perdas superiores ao capital investido. A duração recomendada para o investimento é de curto prazo e o patrimônio do cliente não está garantido neste tipo de produto.
  • O investimento em termos são contratos para compra ou a venda de uma determinada quantidade de ações, a um preço fixado, para liquidação em prazo determinado. O prazo do contrato a Termo é livremente escolhido pelos investidores, obedecendo o prazo mínimo de 16 dias e máximo de 999 dias corridos. O preço será o valor da ação adicionado de uma parcela correspondente aos juros – que são fixados livremente em mercado, em função do prazo do contrato. Toda transação a termo requer um depósito de garantia. Essas garantias são prestadas em duas formas: cobertura ou margem.
  • O investimento em Mercados Futuros embute riscos de perdas patrimoniais significativos. Commodity é um objeto ou determinante de preço de um contrato futuro ou outro instrumento derivativo, podendo consubstanciar um índice, uma taxa, um valor mobiliário ou produto físico. É um investimento de risco muito alto, que contempla a possibilidade de oscilação de preço devido à utilização de alavancagem financeira. A duração recomendada para o investimento é de curto prazo e o patrimônio do cliente não está garantido neste tipo de produto. As condições de mercado, mudanças climáticas e o cenário macroeconômico podem afetar o desempenho do investimento.
  • ESTA INSTITUIÇÃO É ADERENTE AO CÓDIGO ANBIMA DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO.
  • A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


    Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.