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Segurança x Retorno: o momento do crédito privado

Flávia Krauspenhar (Sócia da Capitânia) e Marcelo Urbano (Diretor de Gestão da Augme Capital) discutem o tema, em conversa moderada por Camilla Dolle (Head de Renda Fixa do Research XP).

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O caso Americanas no começo de 2023 trouxe os holofotes para o mercado de crédito privado, porém, para Flávia Krausspenhar, sócia na Capitânia, o segmento começou a ganhar força alguns anos atrás. Com a saída do BNDES do mercado em 2018 e a subsequente queda de juros a partir daquele ano, a oferta por produtos desse segmento aumentou e os retornos atraíram os investidores pessoa física. Esses dois parâmetros aumentaram o volume de crédito privado no brasil, fazendo com que hoje, esse mercado no país esteja muito mais próximo do que é visto nas regiões mais desenvolvidas como nos EUA.

Nesse contexto, Marcelo Urbano, diretor de gestão na Augme Capital, alerta os investidores para a concentração de portfólio em ativos que tem muito volume negociado, as chamadas “bolas da vez”. Na visão dele, a diversificação é a melhor forma de preservar o capital no longo prazo, amenizando os momentos difíceis do mercado, como no “Caso Americanas”, que desencadeou uma crise de crédito no Brasil. Flávia também reforça a importância da diversificação de produtos, e pontua que os aprendizados com as crises de crédito passadas, como a vista em 2015 e 2016, ajudaram-na a estar muito mais preparada para a crise do começo de 2023, permitindo o aproveitamento de oportunidades.

Falando de oportunidades dentro do mercado de crédito privado, Flávia pontua que a crise de 2023 forneceu grandes oportunidades de entrada em companhias com rating de crédito robusto (AAA) e com spreads maiores, dado a desconfiança dos investidores após o “Caso Americanas”.

Agora em um cenário no meio do ano mais normalizado, Marcelo pontua oportunidades em empresas menores e menos óbvias para investidores, porém faz um alerta para a escolha correta dos ativos. Na visão dele, uma governança organizada deveria ser o primeiro ponto de análise ao olhar para empresas com frequência menor no mercado de capitais, o que aumenta a segurança do investimento. Flávia também reforça a governança coorporativa como ponto importante de análise de empresas menores, e pontua que as empresas de capital fechado têm pagado prêmios interessantes.

Por fim, Flávia e Marcelo reforçaram a importância da paciência quando se olha para o mercado de crédito privado. Ambos pontuam que a ansiedade dos investidores prejudica as decisões de investimento e impede o aproveitamento das melhores oportunidades. 

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