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Países em desenvolvimento precisam de até US$ 387 bi para adaptação climática, diz ONU | Café com ESG, 03/11

Mineradora americana Alcoa fechou uma parceria com a Intercement, do grupo Mover; Bahia receberá uma fábrica de aerogeradores para produção de energia eólica da Goldwind Energia Renováveis

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Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.

Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.

Principais tópicos do dia

• O mercado encerrou o pregão de quarta-feira, pré feriado de Dia dos Finados, em território positivo, com o IBOV e o ISE em alta de +1,68% e +1,74% respectivamente.

• No Brasil, (i) a mineradora americana Alcoa fechou uma parceria com a Intercement, do grupo Mover, para que os resíduos de sua planta de Poços de Caldas (MG) sirvam de matéria-prima para a produção de cimento - segundo executivos da empresa, o produto piloto já passou por estudos e agora sendo validado e testado industrialmente; e (ii) a Bahia receberá uma fábrica de aerogeradores para produção de energia eólica da Goldwind Energia Renováveis, com previsão de início da operação para março de 2024 – após a Bahia vencer a disputa com o Ceará por possuir melhores condições de investimento, a unidade, a 1ª da empresa fora da China, será instalada no município de Camaçari.

• No internacional, de acordo com dados do relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, embora estejamos enfrentando desafios climáticos graves, incluindo ondas de calor, tempestades, secas e inundações, a adaptação global à crise climática está defasada em financiamento, planejamento e implementação – o montante que o mundo precisa para se preparar é pelo menos 50% maior (vs. o destinado hoje), com os custos estimados para países em desenvolvimento se adaptarem à emergência climática estão em US$ 215 bilhões ao ano.

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Gostou do conteúdo, tem alguma dúvida ou quer nos enviar uma sugestão? Basta deixar um comentário no final do post!

Brasil

Empresas

O papel crescente da regulação e o futuro do combate ao greenwashing

"Os riscos de reputação, econômicos e legais são conhecidos no contexto do greenwashing. Eventos de greenwashing geralmente ocorrem quando organizações da sociedade civil identificam e denunciam alegações falsas, resultando em exposição pública, desvalorização da empresa e, às vezes, ações judiciais. Até recentemente, a resposta ao greenwashing dependia principalmente da sociedade civil organizada, com a regulação em estágio inicial. No entanto, mudanças estão a caminho, com a introdução de regulamentações globais que buscam coibir e punir o greenwashing. A obrigatoriedade de divulgações padronizadas de informações ambientais, exemplificada na Resolução CVM nº 193/2023 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), representa uma etapa inicial nesse movimento de transição. O greenwashing, também conhecido como 'lavagem verde' ou 'maquiagem verde', abrange uma ampla gama de comportamentos e práticas organizacionais que, de forma intencional ou não, levam terceiros a acreditar em uma representação positiva da performance ambiental de uma empresa, suas práticas ou produtos. Essas representações enganosas podem variar desde pequenos exageros até a completa invenção.”

Fonte: Valor Econômico, 01/11/2023

Um roteiro para colocar diversidade nos portfólios de venture capital

"Os investimentos dos fundos de venture capital brasileiros cresceram de forma exponencial na última década, mas um número segue inalterado há dez anos: somente 5% dos aportes são destinados a startups fundadas por mulheres. A falta de diversidade de gênero e raça nos portfólios dos fundos de capital de risco não é um problema exclusivo do Brasil. Uma lei sancionada há três semanas na Califórnia, o centro gravitacional do capital de risco no mundo, obriga os gestores de fundos de VC a divulgar informações sobre a diversidade das empresas em que investem. Exigências legais desse tipo ainda parecem distantes por aqui, mas uma iniciativa voluntária da BlackWin, plataforma que ajuda mulheres negras a se tornar investidoras-anjo, e da Development Impact Manager and Advisor (Dima) quer dar o caminho das pedras para os fundos olharem o assunto de forma prática. A entidade lançou um manual batizado de Estratégia de Investimento Inteligente em Diversidade, detalhando estratégias e procedimentos para aumentar a diversidade nos portfólio dos investidores do país. O guia parte do conceito de “investimento com lente de gênero” e também inclui o componente racial. O objetivo é garantir que as duas perspectivas sejam aplicadas de forma sistemática em todos os aportes.”

Fonte: Capital Reset, 01/11/2023

Alcoa testa resíduo para despoluir cimento

"A Alcoa, uma das maiores empresas de alumínio do mundo, quer transformar o descarte em produto. A ideia é que os resíduos possam ajudar a resolver um dos problemas de poluição da indústria do cimento.  A mineradora americana fechou uma parceria com a Intercement, do grupo Mover (ex-Camargo Correa), para que os resíduos de sua planta de Poços de Caldas (MG) sirvam de matéria-prima para a produção de cimento. “O nosso produto já foi estudado e agora está sendo validado e testado industrialmente”, diz Lívia Mello, gerente de reúso de resíduos da Alcoa Brasil. Além do CO2, um dos gases causadores do efeito estufa, uma fábrica de cimento emite óxidos de enxofre, um poluente que pode provocar ou agravar doenças respiratórias e outros problemas de saúde. A adição dos resíduos da bauxita, por conta da alta concentração de soda cáustica, ajuda a “capturar” parte do enxofre que seria lançado na atmosfera, explica Mello. Caso o piloto seja bem-sucedido, a Alcoa vislumbra ganhos também em sua operação. Além das receitas com a venda dos resíduos, a empresa vai aumentar a vida útil do pátio que hoje recebe os resíduos.”

Fonte: Capital Reset, 01/11/2023

Política

Bahia terá 1ª fábrica de aerogeradores da Goldwind fora da China

"A Bahia receberá uma fábrica de aerogeradores para produção de energia eólica da Goldwind Energia Renováveis, com previsão de início da operação para março de 2024. A unidade, a 1ª da empresa fora da China, será instalada no município de Camaçari, na região metropolitana, na planta onde funciona a fábrica de aerogeradores da General Eletrics (GE). A Bahia venceu a disputa com o Ceará por possuir melhores condições para receber esse investimento. O presidente da Goldwind Internacional, Wang Hai, e executivos do grupo estiveram reunidos, na manhã de 2ª feira (30.out.2023), com o governador Jerônimo Rodrigues (PT). “A confirmação da instalação de mais uma fábrica em nosso Estado confirma o destaque nacional que a Bahia tem no setor de produção de energias renováveis. Além de promover o desenvolvimento sustentável, estamos movimentando a nossa economia, criando mais emprego, renda e, consequentemente, melhores condições de vida para os baianos”, disse Jerônimo. Em seu anúncio oficial, o grupo destacou o empenho do Governo do Estado nesse processo de chegada. “Acreditamos que a vinda da Goldwind à Bahia irá atender os interesses do setor de energia eólica no Brasil. Gostaríamos de agradecer a todos que trabalharam para tornar possível este marco memorável e, especialmente, aos colaboradores do Governo da Bahia, liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues”, diz a nota. A expectativa é que a nova unidade tenha participação de 25% a 30% no mercado brasileiro de turbinas eólicas. A Goldwind é a maior fabricante mundial de turbinas eólicas e produzirá equipamentos de 6.2 a 8.3 mw de potência. Atualmente, os aerogeradores produzidos nacionalmente chegam a pouco mais de 6 mw.”

Fonte: Poder360, 02/11/2023

O fluxo de capitais e o desenvolvimento sustentável

"O governo federal lançou, em 21 de setembro, consulta pública sobre o Plano de Ação da chamada “Taxonomia Sustentável brasileira”. Como ponto positivo na iniciativa, temos o fato de que foram incluídos objetivos climáticos, ambientais e sociais, diferente de outros países que, ou excluíram objetivos ambientais e sociais, ou adiaram sua inclusão. Como ponto negativo, temos que o documento em questão consiste numa “colcha de retalhos” com pouca coerência interna e linhas gerais que estão distantes de permitir que, a prevalecer o modelo adotado, a Taxonomia brasileira entregue o que promete, que é reorientar o fluxo de capitais rumo aos referidos objetivos. O modelo é francamente inspirado na taxonomia da União Europeia que, num primeiro momento, enfocou apenas mitigação e adaptação às mudanças climáticas, e depois agregou outros objetivos ambientais, como proteção e restauração da biodiversidade (terrestre e aquática), prevenção e controle da poluição e economia circular, e nas taxonomias da Colômbia e do México que, por sua vez, também foram inspiradas na europeia, ainda que tenham agregado outros temas.”

Fonte: Valor Econômico, 03/11/2023

Internacional

Política

Países em desenvolvimento precisam de até US$ 387 bi para se adaptarem às mudanças climáticas

"O ano de 2023 é marcado por ondas de calor, tempestades, secas e inundações, mas a adaptação global à crise do clima está defasada em financiamento, planejamento e implementação. O impacto climático acelera, assim como a lacuna de recursos para o mundo se preparar — que é pelo menos 50% maior do que o esperado. Os custos estimados para países em desenvolvimento se adaptarem à emergência climática estão em US$ 215 bilhões ao ano, nesta década, e devem aumentar muito até 2050. A adaptação financeira estimada para implementar as prioridades domésticas dos países deveria ser de US$ 387 bilhões ao ano, de acordo com a análise dos compromissos dos países (as chamadas NDCs na sigla em inglês). Mas os fluxos públicos multilaterais e bilaterais para adaptação em países em desenvolvimento diminuíram em cerca de 15% e foram de apenas US$ 21 bilhões em 2021. A queda foi registrada apesar das promessas feitas na rodada de negociação climática de Glasgow, em 2021, a COP 26. Ali, os países propuseram dobrar o apoio financeiro para adaptação com base nos níveis de 2019, chegando a US$ 40 bilhões ao ano até 2025. A falta de comprometimento com a posposta é um precedente que aprofunda a crise de confiança existente nas negociações internacionais climáticas. Dito de outra forma, as necessidades financeiras para adaptação em países em desenvolvimento são entre 10 a 18 vezes maiores do que o fluxo de recursos públicos. A lacuna entre a crescente necessidade financeira de adaptação e os fluxos restritos é estimada em US$ 194 bilhões a US$ 366 bilhões anuais. Os dados fazem parte da 8 edição do relatório anual sobre adaptação produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Pnuma. O Adaptation Gap Report 2023 – Underfinanced/Underprepared reuniu 54 autores, a metade deles mulheres e 45% originários de países em desenvolvimento.”

Fonte: Valor Econômico, 02/11/2023

EUA concederão até US$ 440 milhões para energia solar em telhados de Porto Rico

"O governo Biden está lançando conversas com empresas de energia solar e grupos sem fins lucrativos em Porto Rico sobre prêmios de até US$ 440 milhões para sistemas solares e de armazenamento de baterias em telhados na comunidade, onde as tempestades eliminaram a rede nos últimos anos, disse o Departamento de Energia na quinta-feira. Os prêmios serão a primeira parcela de um fundo de US$ 1 bilhão incluído na legislação que o presidente Joe Biden assinou no final de 2022 para aumentar a resiliência energética das famílias e comunidades mais vulneráveis de Porto Rico e ajudar o território dos EUA a atingir sua meta de 100% de energia renovável até 2050. "Simples e simples, esse investimento salvará vidas, ao mesmo tempo em que fornece empregos locais e bem remunerados e promove a transição de energia limpa de Porto Rico", disse a secretária de Energia Jennifer Granholm, que visitou a ilha várias vezes para falar sobre o fundo e impulsionar a rede em prefeituras em cidades e aldeias remotas. O Departamento de Energia iniciou negociações com três empresas, Generac Power Systems (GNRPS.UL), Sunnova Energy e Sunrun que podem receber um total de US$ 400 milhões para implantar sistemas solares e de bateria residenciais. Organizações sem fins lucrativos e cooperativas, incluindo o Barrio Electrico e o Fundo de Defesa Ambiental, podem receber um total de US$ 40 milhões.”

Fonte: Reuters, 02/11/2023

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6)
O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.


Nossos últimos relatórios

Análise ESG Empresas (Radar ESG)

Moura Dubeux (MDNE3): De tijolo em tijolo construindo uma agenda promissora(link)

Unipar (UNIP3) e Braskem (BRKM5): Entendendo os desafios (e oportunidades) do setor petroquímico no Brasil(link)

Smart Fit (SMFT3): O segredo para progredir é dar o primeiro passo(link)

Outros relatórios de destaque

Cosan (CSAN3): Principais destaques ESG do Investor Day(link)

Carteira ESG XP: Sem alterações no nosso portfólio para setembro (link)

ESG na Expert XP 2023: As três principais mensagens que marcaram o tema no evento(link)

Relatórios Semanais (Brunch com ESG)

Atenções voltados para a agenda de Lula em Nova York e os desdobramentos da Semana do Clima (link)

1° título verde soberano do Brasil avança; ORVR3 emite SLB no valor de R$130M; Bancos públicos de desenvolvimento se encontram (link)

Expert XP 2023 coloca transição energética em pauta; Marco legal de captura de carbono avança; Investidores pressionam BlackRock (link)


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