Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de terça-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE registrando alta de 0,58% e 0,28%, respectivamente.
• No cenário doméstico, o foco segue na alarmante situação do Rio Grande do Sul, com destaque para (i) o alerta vermelho que tem se ascendido sobre o setor de transportes, que desde o ano passado vive uma sequência de episódios de interrupção de serviços por impactos climáticos, e busca formas de adaptação – até o momento, o governo estadual já registrou o bloqueio de 42 estradas, além de 8 rodovias federais que tiveram suas pistas fechadas e a operação ferroviária da Malha Sul que foi parcialmente interrompida, somada à paralização das atividades do porto e aeroporto de Porto Alegre; e (ii) as iniciativas adotadas pelo setor financeiro para apoiar empresas e famílias atingidas, que incluem a flexibilização nas condições de pagamento de linhas de crédito e ações para facilitar trâmites operacionais – segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), as doações já superam o patamar de R$ 20 milhões.
• No internacional, o crescimento das fontes de energia solar e eólica levou a geração renovável a um recorde de 30,3% da produção global de eletricidade em 2023 (vs. 29,4% em 2022), segundo relatório da Ember’s Global Electricity Review – na visão do diretor Dave Jones, tal evolução aumenta a possibilidade de atingirmos a meta de triplicar a capacidade de renováveis até 2030, conforme compromisso assumido na COP28 por mais de 100 países.-
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Brasil
Empresas
Eventos climáticos se intensificam e setor de transportes busca medidas de adaptação
“Os eventos climáticos extremos, como a catástrofe vivida pelo Rio Grande do Sul nos últimos dias, acenderam um alerta vermelho sobre o setor de transportes, que desde o ano passado vive uma sequência de episódios de interrupção de serviços por impactos climáticos. No ano passado, chuvas e enchentes no Sul do país já impactaram rodovias e portos na região — embora, neste ano, os efeitos sejam muito maiores e atinjam mais áreas e estruturas. Até o fim desta segunda-feira, o governo estadual registrava bloqueios em 42 estradas. Além disso, oito rodovias federais tinham pistas fechadas e a operação ferroviária da Malha Sul, da Rumo, foi parcialmente interrompida. O porto e o aeroporto de Porto Alegre também suspenderam atividades, sem previsão de voltar a operar. O desastre se soma a outros eventos. No início de 2023, tempestades também provocaram deslizamentos e fechamento de estradas no Litoral de São Paulo. Na região Norte, o país enfrentou uma seca histórica, que levou à interrupção do tráfego na hidrovia do Rio Amazonas, gerando uma série de problemas logísticos na região — e, tal como a crise persiste no Sul em 2024, há expectativa de que a estiagem na região Norte também aconteça novamente neste ano.”
Fonte: Valor Econômico, 07/05/2024
Petrobras vê espaço para desenvolver plano de tecnologias e inovação para energias renováveis
“A Petrobras vê espaço para a criação de um plano de desenvolvimento de tecnologias e inovação para energias renováveis, nos moldes do que foi realizado na década de 1980 para a exploração de águas profundas. Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, um cenário ideal seria a criação de um programa de capacitação tecnológica (Procap), que viabilizou projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para exploração de petróleo no mar a profundidades maiores de 400 metros. Prates salientou que não há nenhum plano específico para renováveis em curso na companhia, mas o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) tem várias iniciativas voltadas para energias verdes, o que incluem parcerias com outros institutos de pesquisa e centros de excelência. “Quando se monta uma nova diretoria, para escrever um novo capítulo [como é a entrada na transição energética], isso inclui pesquisa e desenvolvimento para projetos que vão ser iniciados do zero ou que estão em andamento”, disse Prates.”
Fonte: Valor Econômico, 07/05/2024
Metade das empresas investe menos de 1% da receita em sustentabilidade, aponta estudo
“Em 46% das empresas, os investimentos em sustentabilidade não representam 1% de sua receita, aponta o Panorama da Sustentabilidade no Brasil, da consultoria alemã Roland Berger. Já 36% investem entre 1% e 5% do faturamento na área sustentável, enquanto apenas 18% investem mais de 5% do que é gerado. Apesar disso, metade dos entrevistados espera que o porcentual investido aumente no próximo ano. A maior parte dos investimentos ocorre na indústria: 33% delas empresas do setor investem mais de 5% do seu faturamento na área. A área de consumo e varejo é a que menos destina investimento: 53% delas utiliza menos de 1% do seu faturamento. Contudo, os organizadores da pesquisa não divulgam o faturamento das empresas participantes. Para 84% da alta liderança brasileira, a sustentabilidade tem importância central para a estratégia do seu negócio. A afirmação cai ao longo da hierarquia, no entanto: 42% dos demais funcionários acreditam que o tema tem alguma importância ou que é pouco discutido.”
Fonte: Exame, 08/05/2024
Exclusivo: Petrobras quer flexibilizar regras de licitações
“A Petrobras está levando a órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU) um pleito para flexibilizar suas regras de licitações, disse o presidente da estatal, Jean Paul Prates, em entrevista ao estúdio epbr durante a Offshore Technology Conference (OTC) 2024, em Houston (Texas), nesta terça-feira (7/5). “O que é necessário é que a gente tenha mais flexibilidade, sem perder governança, sem perder a checagem, a contra-checagem e a possibilidade de punir eventualmente má gestão ou más práticas”, disse. “Não é a intenção atropelar nada, nem facilitar nada escuso, nada errado, é o contrário”, acrescentou. Segundo o executivo, as discussões não envolvem alterações na Lei das Estatais, mas sim a redução da padronização prevista nas regras de controle. A lei foi aprovada em 2016 com mecanismos de transparência e governança para as empresas públicas, como reflexo dos casos de corrupção descobertos na Operação Lava Jato.”
Fonte: Epbr, 07/05/2024
Tragédia no Rio Grande do Sul mobiliza bancos e o BC
“O setor financeiro adotou uma série de iniciativas para apoiar empresas e famílias do Rio Grande do Sul após as enchentes que devastaram grande parte do Estado. As medidas já anunciadas superam R$ 20 milhões, e incluem flexibilização nas condições de pagamento de linhas de crédito e ações para facilitar trâmites operacionais. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), informou na tarde de ontem que as doações somavam R$ 20 milhões. À noite, o Safra aumentou essa cifra, ao anunciar a doação de R$ 1 milhão às famílias gaúchas. Além dos bancos, empresas de diferentes setores se mobilizaram. Segundo apurou o Valor, suas doações chegam a quase R$ 14 milhões. Em paralelo, o Banco Central (BC) suspendeu, por 90 dias, medidas executivas contra devedores da autarquia residentes no Rio Grande do Sul. As ações de inscrição de devedores do estado em dívida ativa ficam suspensas, assim como o envio de certidões de dívida ativa para protesto e o ajuizamento de execuções fiscais. De acordo co o BC, não é possível estimar o número de devedores beneficiados e o montante envolvido.”
Fonte: Valor Econômico, 08/05/2024
Tecnologia de aprendizado de máquina prevê eventos climáticos extremos
“A previsão de eventos extremos é essencial para a preparação e proteção de regiões vulneráveis – especialmente no atual contexto de mudança climática. No Brasil, a cidade de Santos, no litoral paulista, tem proporcionado estudos de caso relevantes, pois enfrenta marés de tempestade, popularmente conhecidas por “ressacas”, que ameaçam tanto a infraestrutura quanto os ecossistemas locais. Uma pesquisa, que utilizou como espaço amostral a realidade de Santos, empregou ferramentas avançadas de aprendizado de máquina para otimizar os sistemas atuais de previsão de eventos extremos. Os modelos utilizados atualmente para realizar previsões da altura da maré e da altura média das ondas são baseados no equacionamento físico dos fenômenos envolvidos. São compostos por sistemas de equações diferenciais que contemplam variáveis como relevo, maré astronômica (determinada pela posição relativa de três corpos: Sol, Terra, Lua), regime de ventos, velocidade de correntes, índice de salinização da água, por exemplo.”
Fonte: Exame, 07/05/2024
Carlo Pereira: empresas se mobilizam pelo RS, mas não estão 100% preparadas para a crise climática
“Com mais de 2.000 participantes – entre empresas e organizações não empresariais – o Pacto Global da ONU – Rede Brasil tem mobilizado diferentes frentes de atuação para a mitigação dos danos das enchentes no Rio Grande do Sul, que resulta em mais de 80 mortos e 100 desaparecidos até o momento. “Apoiamos campanhas de organizações como a Central Única das Favelas (CUFA) e a Ação da Cidadania. Também estamos mobilizando as empresas, fornecendo cartilhas, analisando os impactos e promovendo doações internas”, disse Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU – Rede Brasil, em entrevista à Exame. O foco das empresas neste momento está nas resoluções imediatas. “As empresas têm participado desde a realização de doações até a logística dos itens, mobilizando parceiros locais”, diz. Para ele, prestadoras de serviços essenciais também têm o esforço de garantir as operações.”
Fonte: Exame, 08/05/2024
Brasil vai produzir baterias para carros elétricos antes de 2030, aposta ABVE
“O Brasil deve ter produção de baterias para veículos elétricos já nos próximos cinco anos, com empresas apostando na demanda nacional e de países vizinhos na América Latina, disse nesta terça (7/5) o presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), Ricardo Bastos. “Nos próximos cinco anos, dentro do Mover, eu tenho certeza que teremos produção de baterias no Brasil, não apenas montagem”, afirmou durante audiência pública na Comissão de Viação e Transportes sobre o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover). Segundo Bastos, algumas empresas já montam baterias para veículos pesados, como ônibus e caminhões, aqui no Brasil, mas os componentes são importados. Ele observa que entre as empresas associadas há um movimento para nacionalizar a fabricação. Uma delas é a chinesa BYD, que planeja investir R$ 5,5 bilhões em Camaçari, na Bahia, em um projeto que inclui exploração e beneficiamento do lítio, além de fabricação de baterias e carros elétricos.”
Fonte: Epbr, 07/05/2024
Política
Sem força no Congresso, governo assiste nova ‘boiada’ em regras ambientais
“As dificuldades da articulação política do governo — que já sacrificaram a chamada pauta de “costumes” — também ameaçam a agenda ambiental. Parlamentares dedicados ao debate das mudanças climáticas e ambientalistas estão preocupados com mudanças na legislação que, na prática, podem materializar uma nova versão da “boiada” defendida por Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente do ex-presidente Jair Bolsonaro. Diferentemente do que aconteceu no governo anterior, desta vez a flexibilização das regras de proteção da biodiversidade estão sendo patrocinadas diretamente pelo Congresso Nacional. Sem força para impor sua agenda, o Palácio do Planalto se vê obrigado a “escolher as brigas”, como admitiu um auxiliar direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao mencionar a prioridade dada à pauta econômica no toma lá-dá cá com o parlamento.”
Fonte: Valor Econômico, 07/05/2024
Opinião
Mudança do clima e desenvolvimento socioeconômico. Dois lados de um mesmo Plano
“Na conta mundial, as escolhas políticas e econômicas têm nos colocado em uma trajetória de aquecimento global médio acima do limite de 1,5°C ou de no máximo 2°C, previsto como um dos objetivos centrais do Acordo de Paris, que tem 195 países signatários, incluindo o Brasil. Segundo o primeiro Balanço Global do Acordo de Paris, saímos de uma de uma projeção de aumento esperado da temperatura global de 4°C, antes da instituição deste Acordo, para uma trajetória de aumento na faixa de 2,1 a 2,8°C, considerando a implementação total das últimas promessas de metas climáticas dos países Parte do Acordo de Paris. O cumprimento pleno dessas promessas e a necessidade de aumentar a ambição climática impõem desafios à sociedade global que envolvem diferentes escalas, níveis, setores e áreas do conhecimento. De um lado, é imperativo mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) para evitar um aumento desastroso do aquecimento global e, consequentemente, da frequência e severidade de eventos extremos. Por outro, admite-se que independentemente da ambição dos esforços futuros de mitigação de GEE, alguma quantidade de adaptação à mudança do clima é inevitável, devido às emissões passadas.”
Fonte: Valor Econômico, 07/05/2024
Internacional
Empresas
As energias renováveis entregaram um recorde de 30% da eletricidade global em 2023, diz Ember
“O crescimento da energia solar e eólica levou a geração renovável a um recorde de 30% da produção global de eletricidade em 2023, colocando à vista a meta global de triplicar a capacidade renovável até 2030, segundo um relatório do think tank Ember. A redução do uso de combustíveis fósseis e das emissões no setor de energia é considerada vital para o cumprimento das metas climáticas globais. Mais de 100 países na cúpula climática COP28 em Dubai no ano passado concordaram em triplicar a capacidade de energia renovável até 2030. A Ember’s Global Electricity Review mostrou que as fontes renováveis forneceram 30,3% da eletricidade global no ano passado, acima dos 29,4% em 2022, à medida que o crescimento dos projetos, especialmente o solar, aumentou a capacidade. “O aumento da capacidade solar que ocorreu em 2023 realmente abre a possibilidade de alcançarmos esse nível de energias renováveis até 2030 e a triplicação da capacidade prometida na COP28”, disse Dave Jones, diretor de global insights da Ember.”
Fonte: Reuters, 07/05/2024
“A Amazon apresentou na terça-feira o primeiro de uma dúzia de caminhões Volvo elétricos que planeja implantar este ano para coletar cargas no porto marítimo de contêineres mais movimentado do país, no sul da Califórnia. A gigante do comércio eletrônico já tem oito desses caminhões em uso no complexo portuário de Los Angeles/Long Beach, onde todos os chamados caminhões de transporte devem ter emissão zero até 2035. A implantação é inédita para a Amazon, estendendo seus projetos de eletrificação de veículos dos portos oceânicos até as portas dos clientes. O esforço é vital para o esforço da empresa para atingir emissões líquidas zero de carbono até 2040. Mais da metade dos acréscimos globais na capacidade solar e eólica foram feitos na China no ano passado, segundo o relatório, com um aumento de 23,2% na geração solar global e de 9,8% na energia eólica. Especialistas do setor disseram que os problemas relacionados às conexões de rede e às licenças para novos projetos precisam ser resolvidos para que a meta seja atingida.”
Fonte: Reuters, 07/05/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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