Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de segunda-feira em território neutro, com o IBOV registrando leve alta da +0,22%, e o ISE andando de lado (+0,08%).
• No Brasil, (i) segundo o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, o Brasil e um conjunto de países da Amazônia trabalham na emissão de títulos com um marco comum – cerca de 20 bancos públicos, incluindo o BNDES, estão envolvidos na iniciativa, que será anunciada na COP28, em Dubai; e (ii) a diretora de Assuntos Internacionais do Banco Central, Fernanda Guardado, disse ontem o tema sustentabilidade vai ser um dos focos da presidência do Brasil na próxima reunião do G20, que começa em 31 de dezembro – segundo ela, o foco aumentou porque estão ficando mais claros os custos, riscos e a recorrência de eventos climáticos extremos.
• No internacional, o presidente da Indonésia, Joko Widodo, reforçou o pedido de países emergentes para que nações desenvolvidas destravem o financiamento de US$20 bilhões para financiar a transição energética verde do seu país – numa entrevista ao Financial Times, Widodo disse que havia uma grande preocupação na Indonésia com o atraso dos fundos, que um grupo de economias prometeu há um ano para ajudar a acelerar o fechamento das suas usinas movidas a carvão.
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Brasil
Empresas
Caso Enel: Risco climático bate à porta de governos e empresas
“A tempestade de sexta passada deixou sete mortos no Estado de São Paulo e milhões de paulistanos no escuro durante dias (muitos ainda seguem sem luz). O prefeito da capital, Ricardo Nunes, descreveu a situação como “excepcional, muito fora do contexto”. De que contexto fariam parte os eventos dos últimos dias se não o da mudança do clima? Estamos em 2023. É impossível ler o noticiário sem se deparar com alguma tragédia climática, no Brasil ou no resto do mundo. Se tivesse parado no adjetivo, Nunes estaria certo. Os ventos que acompanharam o temporal atingiram a velocidade de furacões. Quem mora na cidade sabe que isso não é normal. Ou não era, pois os cientistas vêm avisando há décadas que as consequências do efeito estufa são eventos extremos mais frequentes e mais intensos. Os esforços para reduzir as emissões de CO2 costumam receber mais atenção. Faz sentido. Se o mundo não parar de queimar combustíveis fósseis, o problema só vai se agravar. Mas o enfrentamento da mudança climática não se faz só com carros elétricos, hidrogênio verde e créditos de carbono. Podar árvores também entra na lista. Contratar mais funcionários para fazer consertos emergenciais, também.”
Fonte: Capital Reset, 06/11/2023
Braskem assina acordo com Oxíteno para fornecimento de etileno bioatribuído
“A Braskem anunciou nesta segunda-feira (6) um acordo para vender etileno bioatribuído à Oxíteno, controlada pelo grupo tailandês Indorama. O etileno, utilizado para produção de polietileno e outros produtos petroquímicos industriais, é o primeiro produzido pela Braskem com base biológica de menor impacto ambiental, segundo a empresa. As empresas não informaram o volume do produto que será negociado. Segundo a Braskem, a iniciativa ajuda no avanço das suas operações de baixa emissão de carbono para alcançar metas de sustentabilidade.”
Fonte: Valor Econômico, 06/11/2023
O hype da restauração florestal como negócio e seus riscos
“No início de outubro o Reset Conecta reuniu empresários, instituições financeiras e reguladores interessados na atividade da restauração florestal em um seminário em São Paulo. Como disse Roberto Waack em artigo, foi “animador ver o tema da restauração florestal ocupar espaços relevantes na Faria Lima, no coração das principais instituições financeiras do país.” A discussão deixou claros os altos riscos operacionais ainda envolvidos nesses projetos e o papel crucial que a política pública e o capital filantrópico podem jogar na redução de alguns desses riscos. Mas, principalmente, mostrou que o retorno privado dessa nova atividade depende crucialmente do comportamento futuro dos preços de carbono, mesmo em um cenário otimista sobre políticas públicas de suporte à indústria, especialmente em apoio à construção de uma cadeia de suprimentos escalável e eficiente. A nova atividade de restauro florestal difere do tradicional negócio de “reflorestamento” voltado para a produção comercial de madeira, que atingiu escala e alta produtividade no Brasil apoiado em grandes off takers de celulose.”
Fonte: Capital Reset, 06/11/2023
O boom de interesse pelo setor de resíduo sólido
“Há cada vez mais interesse nos projetos de resíduos sólidos urbanos (RSU). Talvez pela melhora regulatória causada pelo novo Marco do Saneamento. Talvez por conta da emissão da primeira norma de referência da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que fixou parâmetros para estruturar a cobrança pelos serviços. Talvez, ainda, pelo lançamento de diferentes concessões apoiadas por órgãos federais (como FEP/Caixa). Está na pauta do dia a busca de clareza, pelos investidores, da estrutura de financiamento dos empreendimentos público-privados, suas garantias e estruturas de contraprestação, sendo fundamental o entendimento da legislação e dos últimos precedentes. Embora haja discussão no Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do RE 847.429/SC, a Lei do Saneamento exige que o titular dos serviços de RSU preveja um mecanismo de cobrança, mediante taxa, tarifa ou preço público, sob pena de prejudicar a sustentabilidade econômico-financeira dos serviços e atrair crime de responsabilidade fiscal. Os preços devem guardar relação com o nível de renda dos usuários e com os recursos necessários para promover a destinação adequada de RSU, mas não só. Segundo a legislação, ainda é possível lastrear os preços nas estimativas do uso dos serviços por meio, por exemplo, do consumo de água, frequência de coleta, ou características volumétricas dos resíduos.”
Fonte: Valor Econômico, 07/11/2023
Política
Brasil e países da Amazônia se preparam para emissão de títulos com marco comum, diz BID
“O Brasil e um conjunto de países da Amazônia trabalham na emissão de títulos com um marco comum, disse nessa segunda-feira (6) o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, durante evento da Amcham. Cerca de 20 bancos públicos, entre eles o BNDES, trabalham nessa iniciativa, que deverá ser anunciada na reunião da COP-28, em Dubai. Ministérios da Fazenda e do Planejamento da região formaram um grupo para discutir detalhes. Questionado pelo Valor sobre se o título seria único e a taxonomia, igualmente, uniforme, o presidente do BID disse que essas são questões ainda em discussão. O presidente do BID disse que América Latina e Caribe têm uma história de décadas perdidas de desenvolvimento econômico, durante as quais dependeram do restante do mundo para obter investimentos. Agora, pela primeira vez, ele vê o mundo demandando o que a região pode oferecer. A proteção à natureza e à biodiversidade é uma delas, e os títulos amazônicos se enquadram nessa frente, disse. Outros exemplos são a segurança alimentar e a produção e exportação de energia limpa. Para Goldfajn, a região está diante de um momento de potencial inflexão. Para tanto, precisará ampliar seus investimentos. O BID está pronto a dar seu apoio, afirmou.”
Fonte: Valor Econômico, 06/11/2023
Sustentabilidade será um foco da presidência do Brasil no G20, diz diretora do BC
“A diretora de assuntos internacionais do Banco Central (BC), Fernanda Guardado, disse nesta segunda-feira que o tema sustentabilidade vai ser um dos focos da presidência do Brasil na próxima reunião do G20, que começa em 31 de dezembro. “Banco Central e Ministério da Fazenda são organizadores da trilha das finanças. Tem esse olhar de trazer os temas para a seara financeira”, disse na Live BC, transmissão semanal da autoridade monetária no Youtube. Guardado ponderou que a pandemia de covid-19 “relembrou que acidentes acontecem”. “Eventos climáticos extremos têm aumentado. A gente está observando o aquecimento global e mudanças acontecendo agora, então talvez a urgência tenha aumentado.” “O foco aumentou porque estão ficando mais claros os custos e os riscos, aumenta a preocupação inclusive em fóruns como o G20”, acrescentou. Para ela, a moeda digital que está em fase de elaboração pelo BC, o Drex, pode ser um aliado por aumentar a eficiência. “Trazer eficiência é uma maneira de gastar menos energia e poluir menos o planeta, vai ser um grande aliado, não só na sustentabilidade”, pontuou.”
Fonte: Valor Econômico, 06/11/2023
Emissão verde do Tesouro criará benchmark para títulos privados, diz Guardado, do BC
“A diretora de Assuntos Internacionais do Banco Central, Fernanda Guardado, afirmou nesta segunda-feira que a emissão de títulos verdes por parte do Tesouro Nacional será positiva para a criação de uma referência para títulos privados sustentáveis. “O Tesouro Nacional vai fazer uma emissão de títulos públicos (ligados à sustentabilidade). Acho que isso vai ser uma grande iniciativa, vai ser ótimo para ajudar a criar um ‘benchmark’ para esse mercado de títulos sustentáveis brasileiros”, disse Guardado na live semanal da autarquia. No início de setembro, o governo lançou um conjunto de regras para a emissão de títulos públicos sustentáveis no mercado internacional, em documento que traça compromissos ambientais e sociais e sistematiza a aplicação dos recursos captados com os papéis. Ainda não há uma definição sobre quando o primeiro lançamento desses papéis de fato irá ocorrer, e a expectativa do Ministério da Fazenda é de que o montante emitido seja superior a 1 bilhão de reais. Ao comentar a agenda de sustentabilidade do BC, Guardado afirmou nesta segunda-feira que a autoridade monetária tem aumentado gradativamente ao longo dos últimos dois anos a compra de ativos ligados a objetivos sustentáveis para o portfólio de reservas.”
Fonte: Valor Investing.com, 06/11/2023
Internacional
Política
“O presidente da Indonésia, Joko Widodo, apelou ao Ocidente para que liberte os prometidos 20 mil milhões de dólares para financiar a transição energética verde do seu país e faça mais para apoiar os seus recursos críticos, que sustentam tecnologias emergentes, como veículos eléctricos e baterias. Numa entrevista ao Financial Times, Widodo disse que havia uma “tremenda” preocupação na Indonésia com o atraso dos fundos, que um grupo de economias avançadas, liderado pelos EUA, prometeu há um ano para ajudar a acelerar o encerramento das suas centrais de carvão. usinas movidas. “Não questionem o compromisso da Indonésia com a transição energética. O que estou a questionar é o compromisso dos estados desenvolvidos”, disse ele, acrescentando que levantou a questão na cimeira do G7 no Japão, em Maio, e na cimeira do G20 na Índia, em Setembro. “A Indonésia seguiu o que disse. Chegamos ao ponto de desenvolver a indústria de veículos elétricos para apoiar a energia verde”, disse ele, acrescentando estar confiante de que o financiamento ocidental se materializaria. A rara intervenção pública de Widodo ocorreu num momento de intenso interesse geopolítico na região. Durante os seus nove anos no cargo, procurou conduzir a Indonésia para um caminho intermédio entre Washington e Pequim, com as empresas chinesas a dominarem a cadeia de abastecimento de níquel do país.”
Fonte: Financial Times, 07/11/2023
“A indústria de pensões da Grã-Bretanha poderia investir até 1,2 trilhão de libras (US$ 1,5 trilhão), metade do capital necessário até 2035 para colocar o Reino Unido no caminho certo para suas metas líquidas zero, se houvesse projetos mais atraentes e menos barreiras regulatórias, mostrou um relatório na terça-feira. A indústria de pensões do Reino Unido atualmente investe 4% de seus ativos em “soluções climáticas” e está a caminho de investir apenas 300 bilhões de libras até 2035, de acordo com uma pesquisa da seguradora de vida britânica Phoenix Group e do grupo de campanha Make My Money Matter. Poucas das oportunidades, que Phoenix disse incluir projetos, como energia eólica e solar e habitação com eficiência energética, são escaláveis e oferecem retornos atraentes, descobriu o relatório. As restrições regulatórias ao setor de pensões do Reino Unido também estão limitando o financiamento de investimentos ilíquidos de longo prazo, disse. “Temos essas grandes aspirações, assim como nossos pares, de investir em soluções climáticas e temos alguns desafios reais”, disse Bruno Gardner, Chefe de Mudanças Climáticas e Natureza da Phoenix, à Reuters. “Uma das razões fundamentais é que, mesmo quando as oportunidades chegam ao oleoduto, elas não são investinciáveis … de uma maneira que ofereça fortes retornos”, disse ele. O relatório identificou sete ações que os formuladores de políticas e reguladores poderiam tomar para desbloquear o investimento, várias das quais Gardner disse que poderiam ser alcançadas dentro de 12 meses.”
Fonte: Reuters, 07/11/2023
Empresas
CEO da Unilever sinaliza mudança radical na agenda de sustentabilidade
“O novo CEO da Unilever, Hein Schumacher, disse que os compromissos climáticos “aspiracionais” da empresa de produtos de consumo não conseguiram gerar valor para os acionistas e sinalizaram uma revisão da estratégia de sustentabilidade da empresa, que deixará mais decisões para os gestores de marca, segundo o GreenBiz. “A reputação da Unilever nesta área é bem merecida, mas… os nossos esforços estão muito dispersos”, disse Schumacher, que assumiu o cargo em 1 de julho. “Temos muitos compromissos de longo prazo que não conseguiram causar impacto suficiente a curto prazo, e este último é o que o mundo realmente precisa neste momento.” A Unilever vende dezenas de marcas conhecidas, como Dove, Hellman’s Mayonnaise e Vaseline, e possui vários portfólios de produtos há muito associados à liderança em sustentabilidade e propósito de marca, notadamente Ben & Jerry’s e Seventh Generation. Estabeleceu metas baseadas na ciência para se tornar zero líquido nas emissões dos âmbitos 1, 2 e 3 até 2039 e criou um fundo climático e de natureza de um bilhão de euros para apoiar esse esforço. Mas uma pesquisa publicada em maio levantou dúvidas sobre o progresso da empresa, e a Unilever ficou sob forte pressão para reiniciar o seu crescimento financeiro há quase dois anos. Investidores proeminentes da Unilever, incluindo o CEO da Fundsmith, Terry Smith, caracterizaram a sustentabilidade e o propósito como uma distração.”
Fonte: Um Só Planeta, 06/11/2023
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
Nossos últimos relatórios
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Moura Dubeux (MDNE3): De tijolo em tijolo construindo uma agenda promissora(link)
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Carteira ESG XP: Sem alterações no nosso portfólio para setembro (link)
ESG na Expert XP 2023: As três principais mensagens que marcaram o tema no evento(link)
Relatórios Semanais (Brunch com ESG)
Atenções voltados para a agenda de Lula em Nova York e os desdobramentos da Semana do Clima (link)
1° título verde soberano do Brasil avança; ORVR3 emite SLB no valor de R$130M; Bancos públicos de desenvolvimento se encontram (link)
Expert XP 2023 coloca transição energética em pauta; Marco legal de captura de carbono avança; Investidores pressionam BlackRock (link)
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