Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quinta-feira em alta, com o IBOV e o ISE subindo 0,20% e 0,49%, respectivamente.
• No Brasil, (i) a dificuldade de fechar contratos no setor de energia eólica tem levado a uma piora da cadeia de suprimentos no setor, fazendo com que fabricantes nacionais de equipamentos olhem para o mercado americano como uma opção viável para a recuperação de lucros; e (ii) de acordo com a embaixadora americana no Brasil, Elizabeth Bagley, o país irá anunciar, junto aos Estados Unidos, uma parceria visando o fornecimento de minerais críticos para projetos de transição energética, o que inclui hidrogênio verde e biocombustíveis.
• No internacional, empresas chinesas de biocombustível estão investindo na construção de fábricas focadas em transformar óleo de cozinha usado em combustível para aviação, visando suprir a demanda doméstica e internacional por combustíveis “verdes” nesse segmento.
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Brasil
Empresas
Crise na indústria eólica brasileira impulsiona busca por mercado americano
“A crise da indústria de energia eólica brasileira, que persiste desde meados de 2022, está fazendo com que os fabricantes nacionais de equipamentos comecem a olhar o mercado dos Estados Unidos como uma possibilidade de retomar os lucros. Com dificuldades de fechar novos contratos nos últimos dois anos, o Brasil viu um desmonte em sua cadeia de suprimentos com empresas anunciando paralisação ou hibernação de suas linhas de produção, demissões e até a saída do mercado brasileiro. Por outro lado, os benefícios oferecidos pelo Inflation Reduction Act (IRA), pacote verde do governo de Joe Biden que garante investimentos na agenda climática voltada a atrair recursos para energia limpa, têm chamado a atenção das companhias. O Valor noticiou com exclusividade que a multinacional catarinense WEG produzirá turbinas eólicas em território americano motivada pelo IRA.”
Fonte: Valor Econômico, 16/05/2024
Efeito da enchente sobre o estoque de capital fixo no RS
“Tentamos fazer uma estimativa inicial dos impactos diretos no estoque de capital fixo da economia gaúcha dos eventos climáticos extremos que assolaram o Rio Grande do Sul na primeira quinzena de maio de 2024. É importante salientar que se trata de uma análise sujeita a incertezas, contudo oferece um resultado preliminar sobre uma das consequências do desastre. É a maior calamidade ambiental na história do Estado e uma das maiores do Brasil. Desastres naturais geram impactos nos fluxos de renda e nos estoques de capital das empresas e de bens das famílias. Entre os efeitos nos fluxos de renda estão a suspensão de atividades produtivas, com a paralisação de setores da economia com quedas do lucro das empresas, da renda das famílias e da arrecadação de impostos. Há a interrupção do fluxo de mercadorias e serviços devido a dificuldades no transporte e na logística, causando desabastecimento e aumento de preços, impactando negativamente o consumo e a renda das famílias. A redução dos fluxos se manifestará na queda do PIB estadual, que sofrerá impacto semelhante, em termos qualitativos, ao observado na covid-19.”
Fonte: Valor Econômico, 17/05/2024
‘Não há uma companhia que não pense em risco climático’, diz Citi
“Dois fatores estão no centro das preocupações das grandes economias globais. O primeiro são os riscos climáticos de curto prazo, e também como se preparar para uma transição ambiental mais duradoura. O segundo é a crescente demanda por energia renovável. Nesse cenário, o Brasil pode acabar se beneficiando, segundo Jason Rekate, chefe global de corporate banking do Citi. “Todas as partes estão avaliando isso, é um risco que discutimos ativamente com as empresas, reguladores. Existem dois componentes. Um é do risco físico mesmo, de ter uma planta em uma área sujeita a inundações, por exemplo. As grandes multinacionais têm diversificado sua presença nos últimos anos, não concentram a operação em um só lugar. Falamos com clientes em muitos países e é raro uma empresa que não tenha planos em vigor para lidar com isso”, disse Rekate em entrevista ao Valor durante eventos da Brazil Week, em Nova York.”
Fonte: Valor Econômico, 17/05/2024
Política
Autoridades do Rio e SP pregam parcerias contra desastres
“Autoridades do Rio e de São Paulo defenderam nesta quinta-feira (16) mais recursos para prevenção de desastres ambientais e apontaram que, diante de limitações orçamentárias, um caminho para ter mais investimentos é via parcerias privadas. Este foi o consenso dos debates realizados ontem no seminário “G20 no Brasil”, promovido por Valor, “O Globo” e rádio CBN. O evento teve a participação do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), do secretário da Casa Civil do Estado, Nicola Miccione, do secretário municipal de Relações Internacionais de São Paulo, Aldo Rebelo, e do diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Augusto Braun. Os participantes usaram o exemplo do Rio Grande do Sul, devastado pelas enchentes que deixaram 151 mortos no Estado, para alertar sobre a necessidade de se investir em prevenção e mapeamento de possíveis desastres. O negacionismo climático também foi criticado. Autoridades e especialistas disseram ser preciso reconhecer as responsabilidades em eventos climáticos extremos.”
Fonte: Valor Econômico, 17/05/2024
“Os Estados Unidos estão trabalhando para estreitar suas relações com o Brasil para assegurar o fornecimento de minerais críticos e apoiar a transição energética do país, incluindo investimentos em hidrogênio limpo e biocombustíveis. A embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Bagley, revelou em entrevista à Folha de S. Paulo que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, estão conduzindo negociações para formalizar essa cooperação. Segundo ela, está previsto um grande anúncio durante a cúpula do G20 em novembro, no Rio de Janeiro, abordando minerais críticos, infraestrutura e cadeias de suprimentos. “Teremos um grande anúncio no G20, na cúpula de líderes em novembro, sobre minerais críticos, infraestrutura e cadeia de suprimentos (…) Fernando Haddad e Janet Yellen estão negociando”, disse a embaixadora.”
Fonte: Epbr, 16/05/2024
Com subsídio ou sem? Brasil discute entrada na corrida do hidrogênio
“Apresentado esta semana, o novo relatório do senador Otto Alencar (PSD/BA) sobre o PL 2308/2023 (PL do Hidrogênio) prevê a concessão de até R$ 13,3 bilhões em crédito fiscal para compradores e produtores de hidrogênio de baixa emissão de carbono e seus derivados entre 2027 e 2030. Também estima a produção desse combustível no Brasil em pelo menos um milhão de toneladas em dois anos. A previsão é votar o texto na Comissão de Hidrogênio Verde do Senado na próxima semana. O parecer de Otto Alencar acata em grande parte as propostas enviadas pela equipe econômica do governo – e traz de volta a discussão: subsidiar ou não? Como o Brasil deve se posicionar nesse novo mercado criado pela necessidade de substituir combustíveis fósseis? Durante audiência pública na terça (14/5), o diretor de Programa da Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Gustavo Henrique Ferreira, pediu cautela na concessão de incentivos.”
Fonte: Epbr, 16/05/2024
ANP aprova estudos para quatro novos blocos exploratórios no pré-sal
“A diretoria da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou nesta quinta-feira (16/5) estudos geológicos de quatro novos blocos exploratórios localizados no pré-sal da Bacia de Santos: Rodocrosita, Cerussita, Aragonita e Malaquita. As áreas serão, agora, encaminhadas ao Ministério de Minas e Energia (MME), que irá avaliar a inclusão em futuras rodadas de licitações de óleo e gás. Os estudos fazem parte do primeiro projeto relacionado ao Calendário Estratégico de Avaliações Geológica e Econômica para o Polígono do Pré-Sal, instituído pela agência no final de 2023. “Os estudos foram feitos para uma área total cerca 13.000 km² e apontam para a existência de condições efetivas de sustentação para projetos técnica e financeiramente viáveis na região”, informou a agência.”
Fonte: Epbr, 17/05/2024
Opinião
Plano contra crise climática precisa ir além de municípios
“Os planos de adaptação de cidades contra eventos climáticos extremos não serão bem-sucedidos se forem concentrados apenas na esfera municipal. Para especialistas, o planejamento precisa envolver as bacias hidrográficas em sua totalidade. “O volume de chuvas e o padrão de águas que estamos vendo vão exigir um planejamento integrado. É uma dimensão da bacia hidrográfica, que muitas vezes pode superar até Estados”, afirma a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP Luciana Royer, especialista em políticas públicas. Desde o fim de abril, as chuvas de centenas de milímetros que causaram enchentes em 90% das cidades do Rio Grande do Sul já deixaram 151 mortos, 104 desaparecidos, 77,2 mil pessoas em abrigos e 2,3 milhões de afetados até o último boletim de quinta (16).”
Fonte: Valor Econômico, 17/05/2024
Os desafios do desmatamento brasileiro e da descarbonização
“O desmatamento no Brasil é um desafio ambiental de proporções globais, com implicações profundas para a biodiversidade, o clima e o bem-estar humano. Desde os tempos coloniais, a remoção da vegetação tem sido uma realidade, impulsionada pelo desenvolvimento econômico. Atualmente, o desmatamento é mais evidente nos biomas da Mata Atlântica, Cerrado e na Amazônia, colocando o país como um dos líderes mundiais nesse índice alarmante. Embora haja esforços governamentais para enfrentar esse problema, os resultados muitas vezes não são suficientes para conter o avanço do desmatamento. Nos dados divulgados pelo MapBiomas, mais de 97% dos alertas de desmatamento emitidos desde 2019 não foram fiscalizados pelas autoridades brasileiras. Essa falta de fiscalização efetiva demonstra uma lacuna significativa entre a identificação dos problemas e as ações concretas para resolvê-los.”
Fonte: Valor Econômico, 17/05/2024
Internacional
Empresas
Fundo soberano da Noruega pede à Shell mais detalhes sobre sua política climática
“O fundo soberano da Noruega, no valor de US$ 1,6 trilhão, pediu à Shell, na sexta-feira, que forneça aos investidores mais informações sobre suas metas climáticas revisadas, mas disse que não apoiaria o pedido de um grupo de 27 acionistas para que a empresa petrolífera reforce essas metas. O grupo de acionistas apresentou uma resolução a ser votada na reunião geral anual da Shell (AGM) em 21 de maio. O fundo de riqueza da Noruega é o maior investidor do mundo em ações e o Norges Bank Investment Management (NBIM), que opera o fundo, é o segundo maior acionista da Shell, com uma participação de 3,03%, de acordo com dados da LSEG. Em março, a Shell enfraqueceu a meta de redução de carbono para 2030 e descartou o objetivo de redução da intensidade de carbono para 2035, citando expectativas de forte demanda de gás e incerteza sobre a transição energética. A empresa, no entanto, reafirmou um plano para reduzir as emissões a zero líquido até 2050.”
Fonte: Reuters, 17/05/2024
“As empresas de biocombustíveis estão investindo mais de US$ 1 bilhão na construção das primeiras fábricas da China para transformar óleo de cozinha usado em combustível de aviação para exportação e atender à demanda doméstica quando Pequim determinar o uso do combustível em aviões para reduzir as emissões. Segundo maior mercado de aviação do mundo, com cerca de 11% do uso global de combustível de aviação, a China deve revelar este ano sua política de uso de combustível de aviação sustentável (SAF) para 2030, o que pode estimular bilhões de dólares em investimentos, disseram executivos do setor à Reuters. Empresas como a Junheng Industry Group Biotech, a Zhejiang Jiaao Enprotech e a Tianzhou New Energy planejam iniciar fábricas nos próximos 18 meses para produzir mais de um milhão de toneladas métricas por ano (tpy) de SAF combinadas, disseram seis investidores da SAF à Reuters.”
Fonte: Reuters, 17/05/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
Nossos últimos relatórios
Relatórios temáticos
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