Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de quarta-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,4% e 1,5%, respectivamente.
• No Brasil, (i) o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determinou oficialmente a retomada da mistura obrigatória de 15% de biodiesel no diesel (B15) e o aumento do etanol anidro na gasolina comum para 30% (E30), a partir de 1º de agosto - as resoluções foram publicadas da edição do Diário Oficial da União desta quarta (2/7), uma semana após a reunião do CNPE que sacramentou as decisões; (ii) a reunião de cúpula do Brics, que será realizada no Rio de Janeiro esta semana, deve servir de espaço de construção para soluções mundiais e antecipação de debates importantes que estarão em pauta daqui a alguns meses, em Belém, durante a COP30 - como sede da cúpula, o país defende uma nova liderança climática para gerar respostas eficazes e equitativas às mudanças climáticas.
• No internacional, as ações das empresas europeias de energia renovável subiram ontem após o Senado dos EUA ter aprovado um projeto de lei orçamentária revisado que se mostrou mais favorável à energia eólica em comparação com a versão anterior - na versão final, os projetos renováveis poderão usufruir de créditos fiscais se começarem a ser construídos antes de 2026, enquanto a versão anterior considerava a data em que os projetos entrariam em operação.
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Brasil
Empresas
Abismo salarial entre CEOs e funcionários cresce nas principais empresas da bolsa
"Empresas com ações negociadas na bolsa brasileira são obrigadas a divulgar todos os anos um índice de disparidade salarial, que mostra a relação entre a maior remuneração individual paga a um de seus executivos e a mediana de todos os trabalhadores. Os números referentes às remunerações de 2024 mostram que o abismo salarial tem crescido nas principais companhias do índice Ibovespa – que reúne as ações mais negociadas da bolsa de valores brasileira. Entre as 15 empresas com maior peso, a disparidade média foi de 352 vezes em 2024, 26% maior que em 2023, de 280 vezes. Em 2022, o múltiplo médio foi de 298. Ou seja: para cada R$ 1 pago aos funcionários no ano passado, a remuneração dos presidentes executivos (CEOs) ou dos presidentes do conselho de administração (chairman) foi, em média, de R$ 352. Da perspectiva de governança, quanto menor o número, melhor. Em alguns casos, a disparidade salarial chega a ultrapassar as 1000 vezes. O levantamento do Reset foi feito com dados coletados pelo especialista em governança Renato Chaves a partir das informações prestadas pelas próprias empresas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – confira a metodologia completa no fim da reportagem. Este é o terceiro ano que as empresas de capital aberto brasileiras são obrigadas a divulgar esse tipo de informação."
Fonte: Capital Reset; 03/07/2025
Política
Brasil recupera lugar de potência ambiental, diz Marina Silva
"A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), destacou nesta quarta-feira (2/7), na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, o papel de protagonismo que o Brasil voltou a ocupar no cenário político internacional após reconstruir a política para o setor dentro do país. “O Brasil recuperou seu lugar de potência ambiental”, afirmou. Segundo a ministra, apesar de todas as adversidades enfrentadas, o país acumula números positivos que já são reconhecidos em ambientes multilaterais. “Nesses dois anos em que o desmatamento caiu quase 46% na Amazônia e 32% no país inteiro, o agronegócio cresceu 15% e a renda per capita cresceu em torno de 11%.” Os resultados foram alcançados com ações de prevenção, capacidade de mobilização e parceria com estados, municípios, organizações sociais e empresariado brasileiro, que se empenham no avanço da agenda ambiental, informou a ministra. “Quem destrói é uma minoria. Apenas 2,6% dos imóveis rurais concentram 60% das irregularidades. A maioria não é irregular. Então, aqueles que o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] está autuando são os que comprovadamente promovem atividades fora da lei.” A afirmação foi feita após ser questionada sobre a apreensão de 20 cabeças de gado ilegal que ocupavam a Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, no estado do Acre. A operação, realizada em junho, atuou para remover 400 bovinos mantidos irregularmente em toda a unidade de conservação federal. “Esses 2,6% não falam pelo agronegócio brasileiro.”."
Fonte: Eixos; 02/07/2025
Brasil espera mobilização de Brics para resultados ambiciosos na COP30
"A reunião de cúpula do Brics, que será realizada no Rio de Janeiro esta semana, deve servir de espaço de construção para soluções mundiais e antecipar debates importantes que estarão em pauta daqui a alguns meses, em Belém, durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro. O Brasil espera que o Brics, grupo que reúne 11 países (Brasil, China, Rússia, Índia, África do Sul, Indonésia, Irã, Egito, Etiópia, Emirados Árabes e Arábia Saudita), se mobilize em favor de resultados ambiciosos para a COP30, com o cuidado de manter as metas e os princípios da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. O Brasil, defende uma nova liderança climática, baseada na solidariedade entre os povos, para gerar respostas eficazes e equitativas às mudanças climáticas. Em maio deste ano, delegados dos países-membros dos Brics aprovaram documento, a ser considerado pelos líderes dessas nações durante a reunião de cúpula, com recomendações sobre financiamento climático. Segundo a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, o documento aborda questões como reformas de bancos multilaterais, aumento do financiamento concessional (fornecido por grandes instituições financeiras, abaixo da taxa de mercado para apoiar países em desenvolvimento) e mobilização de capital privado. O professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Antonio Jorge Ramalho da Rocha, acredita que a declaração final dos Brics terá uma ênfase na busca por financiamento da transição energética verde e no fortalecimento de arranjos multilaterais."
Fonte: Eixos; 02/07/2025
Governo oficializa aumento do etanol na gasolina e B15 a partir de 1º de agosto
"O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determinou oficialmente a retomada da mistura obrigatória de 15% de biodiesel no diesel (B15) e o aumento do etanol anidro na gasolina comum para 30% (E30), a partir de 1º de agosto. As resoluções foram publicadas da edição do Diário Oficial da União desta quarta (2/7), uma semana após a reunião do CNPE que sacramentou as decisões. A medida antecipa compromissos que o governo vinha projetando para o fim do ano. O aumento da mistura de biodiesel havia sido adiado em fevereiro por pressão do setor de distribuição, diante da escalada de fraudes no diesel B, além dos efeitos inflacionários. Já o E30 marca um avanço para além da mistura atual, de 27,5%. O percentual será de 30% para gasolina comum e não será alterado para a gasolina premium, que fica em 25%. A aprovação do E30 veio acompanhada de uma recomendação para que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) eleve a octanagem mínima da gasolina de RON 93 para RON 94. A medida é necessária para garantir desempenho e manter os ganhos ao consumidor — o aumento da octanagem eleva a rodagem por litro. Com a decisão do CNPE, de entrada do E30 em curto prazo, a agência acelerou a mudança da regulação e uma minuta de resolução está pronta. O governo estima que o E30 pode reduzir em até R$ 0,11 o preço do litro da gasolina a partir de agosto. O impacto, contudo, dependerá do comportamento das margens ao longo da cadeia, especialmente na distribuição e revenda."
Fonte: Eixos; 02/07/2025
Internacional
Empresas
"As ações das empresas europeias de energia renovável subiram na quarta-feira, após o Senado dos EUA ter aprovado, no dia anterior, um projeto de lei orçamentária revisado que se mostrou mais favorável à energia eólica em comparação com a versão anterior. O chamado “Big Beautiful Bill” do presidente dos EUA, Donald Trump, dificultava o desenvolvimento de projetos de energia eólica e solar no país ao eliminar, efetivamente, os créditos fiscais para energia renovável após 2026, caso os projetos não tivessem iniciado a construção. Na versão final aprovada pelo Senado, os projetos poderão usufruir dos créditos lucrativos se começarem a ser construídos antes de 2026. A versão anterior considerava a data em que os projetos entrariam em operação. “As alterações de última hora proporcionam condições significativamente melhores para a indústria eólica em comparação com o projeto anterior”, afirmam os analistas do Sydbank em nota de pesquisa. As ações da fabricante dinamarquesa de turbinas eólicas Vestas subiram 9%, enquanto a alemã Nordex avançou cerca de 1,3%. A Vestas e outras ações de energia renovável na Europa têm sido sensíveis às notícias sobre o projeto de lei ao longo deste ano. As Américas representaram cerca de 39% da receita da Vestas no ano passado. Analistas do Citi destacaram em nota que o texto revisado elimina um “abismo” previsto para 2027 e, essencialmente, estende o ciclo dos EUA até 2030. “Vemos incentivos significativos para que os desenvolvedores façam pedidos até o primeiro semestre de 2026, a fim de garantir créditos para entrada em serviço a partir de 2028”, afirmaram."
Fonte: Reuters; 02/07/2025
"A Meta foi acusada de utilizar dados incorretos para treinar uma ferramenta de inteligência artificial voltada ao clima, com cientistas afirmando que o grupo Big Tech criou falsas expectativas sobre a viabilidade de remover dióxido de carbono da atmosfera em larga escala. No ano passado, a empresa de tecnologia afirmou ter auxiliado pesquisadores a enfrentar o desafio de identificar materiais capazes de remover eficientemente o dióxido de carbono do ar, publicando um conjunto de dados “inovador” que também serviu para treinar modelos de aprendizado de máquina de uso livre. No entanto, nenhum dos 135 materiais apontados pela pesquisa da Meta como capazes de ligar CO₂ “fortemente” apresentava essa característica, e alguns sequer existiam, segundo pesquisadores da Universidade Heriot-Watt e do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne (EPFL). “Gostaria que eles tivessem calculado um pouco menos e pensado um pouco mais”, disse Berend Smit, professor de engenharia química da EPFL, classificando alguns dos resultados da Meta como “absurdos”. “Tem-se a impressão de que a mentalidade das grandes empresas de tecnologia é fazer primeiro e pensar depois.” A Meta respondeu que seu conjunto de dados se baseava em “cálculos válidos, úteis para treinar modelos de aprendizado de máquina” e ressaltou que “há muito tempo acredita na tecnologia de código aberto… porque essa abordagem promove colaboração e inovação”."
Fonte: Financial Times; 03/07/2025
Política
Brics foca na indústria, mas não verde
"Minerais críticos, baterias, energia eólica, combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) e veículos elétricos são estratégicos para o Brics assumir a liderança em uma nova indústria global, com selo verde e cooperação Sul-Sul. Mas é preciso ajustar o foco e tornar a industrialização verde uma prioridade na agenda de trabalho do bloco que reúne 11 países, muitos deles altamente dependentes de combustíveis fósseis. A conclusão é de um estudo lançado esta semana pela rede Zero Carbon Analytics a pedido do Instituto ClimaInfo. Ele chega dias antes da cúpula de líderes do Brics, marcada para 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro, com a promessa de dar o tom da agenda do fórum de emergentes para a COP30. E destaca que o investimento em transição energética está aumentando nos cinco países fundadores — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, mas estão concentrados na eletrificação. A indústria fica à margem. Entre os cinco países, a China é responsável pela maior parte dos investimentos em transição energética, com US$ 818,4 bilhões em 2024. Em segundo lugar, está a Índia, que chegou ao pico de US$ 47,1 bilhões no mesmo ano, seguida pelo Brasil, que teve seu recorde em 2023, com US$ 38,8 bilhões. A maior parte desse volume foi destinada à venda de veículos elétricos de passageiros (44%), seguida pela distribuição de energia (12%) e transmissão (9%). Enquanto isso, setores com uso intensivo da indústria recebem apenas uma pequena parcela desses investimentos, como amônia verde (0,1%), aço limpo (1,9%) e bioplásticos (0,6%)."
Fonte: Eixos; 02/07/2025
"O projeto de lei orçamentária aprovado pelo Senado dos EUA na terça-feira e que agora está sendo debatido pela Câmara dos Deputados para aprovação final prejudicaria o desenvolvimento da energia eólica e solar, eliminaria o financiamento para o clima e aumentaria a produção de petróleo, gás e carvão. Abaixo estão alguns detalhes sobre as disposições do projeto de lei relativas ao desenvolvimento energético e ao meio ambiente: a legislação reduz drasticamente o acesso a um crédito fiscal de 30% para projetos de energia solar e eólica que estavam previstos para vigorar até 2032 e nos quais os desenvolvedores contavam para projetos futuros. Para ter acesso ao subsídio, os projetos agora devem iniciar suas atividades até o final de 2027, um ano antes do proposto no projeto da Câmara, ou começar a construção dentro de um ano após a aprovação do projeto. O uso dos créditos também exigirá novos padrões sobre a origem dos componentes manufaturados usados nos projetos, em parte para impulsionar a fabricação nacional e reduzir a dependência da China. Projetos de fabricação limpa, como a produção de painéis solares ou baterias, que busquem um crédito fiscal de produção a partir de 1º de janeiro de 2026, também precisarão atender a esses requisitos de origem dos materiais. O projeto de lei do Senado preserva os créditos fiscais para projetos nucleares, hidrelétricos e geotérmicos, desde que a construção seja iniciada até 2033. Essas formas de geração de energia são favorecidas pelo governo Trump, em parte porque não dependem das condições climáticas para produzir."
Fonte: Reuters; 02/07/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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