Relembrando os destaques do ano e os principais relatórios que você não pode perder
O ano de 2024 foi marcado por uma série de eventos macroeconômicos e geopolíticos que geraram muita volatilidade nos mercados globais, trazendo efeitos também para o tema ESG. No Brasil, vimos avanços regulatórios significativos na agenda, ao mesmo tempo em que o interesse dos investidores e das empresas por temas específicos da agenda ESG se manteve alto. Em busca de oportunidades e teses de investimento de longo prazo, vimos temas como transição energética, mercados de carbono, eletrificação e energias renováveis ganhando notório destaque. Com a virada do ano se aproximando, aproveitamos para trazer uma retrospectiva da agenda ESG em 2024, além de abordar o que esperar para 2025. Para cada mês, você encontra: (i) um acontecimento; (ii) qual a nossa visão; e (iii) um relatório XP sobre o tema.
Janeiro
Vivo recebe destaque como empresa mais sustentável do Brasil no ISE B3
Fonte: TIInside, 02/01/2024
Acontecimento: A 19ª carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) entrou em vigor no dia 2 de janeiro de 2024, passando a ser composta por 78 empresas de 36 setores (vs. 66 empresas de 26 setores na 18ª carteira). No relativo do ano anterior, 62 empresas foram mantidas, 14 foram incluídas, e 2 foram excluídas. De acordo com as pontuações divulgadas pela B3 no mês, as três maiores notas individuais foram obtidas pela Vivo (89,16), Lojas Renner (87,82) e CBA (87,31), levando tais ativos a possuírem os maiores pesos no índice.
Nossa visão: O ISE segue sendo uma importante medida do desempenho ESG das empresas brasileiras, destacando aquelas que estão bem posicionadas em relação à agenda, de acordo com a metodologia da B3. Nesse sentido, vemos com bons olhos que o Índice aumenta a transparência do mercado e apoia os investidores na tomada das melhores decisões de investimento, ao mesmo tempo em que incentiva as empresas listadas a aprimorarem suas práticas ESG. No entanto, vale ressaltar que fazer parte do Índice por si só não sugere que não há nenhum espaço para melhorias na agenda ESG da companhia e, por isso, recomendamos um acompanhamento contínuo e criterioso.
Clique aqui para acessar o relatório | '19ª carteira do ISE B3 entra em vigor: O que você precisa saber?'
Fevereiro
País quer expandir agenda de biocombustíveis no G20
Fonte: Valor Econômico, 26/02/2024
Acontecimento: Os biocombustíveis são cada vez mais vistos como uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis, desempenhando um papel fundamental em setores cuja descarbonização não é trivial, como o de transportes (responsável por ~20% das emissões de gases de efeito estufa globais). Ao longo do mês, o Brasil começou a sediar eventos paralelos promovidos pelo Governo Federal e parceiros no âmbito do G20 (previsto para acontecer em novembro). Durante um destes fóruns, o secretário de clima, energia e meio ambiente do Ministério de Relações Exteriores, André Corrêa do Lago, reforçou o interesse do país em aproveitar a presidência do G20 para expandir a agenda de biocombustíveis e ampliar mercados por meio da Aliança Global de Biocombustíveis.
Nossa visão: Visando uma transição gradual para uma economia de baixo carbono, vemos esforços globais sendo direcionados para o aumento da participação de renováveis na matriz energética, ainda que fontes de combustíveis fósseis predominem globalmente. Nesse cenário, os biocombustíveis, e sua menor pegada de carbono, podem acelerar a busca por energia limpa. Frente a este mercado em expansão, ainda que concentrado, vemos mais países adotando políticas nacionais para incentivo ao uso. Sob tal contexto, o Brasil assume uma posição de destaque para liderar a produção e a oferta de biocombustíveis ao redor do mundo - segundo um estudo do Boston Consulting Group (BCG), o país possui potencial de atrair US$3 trilhões e se tornar hub de soluções climáticas, com grande parte desses investimentos focados em biocombustíveis.
Clique aqui para acessar o relatório | 'Abastecendo o futuro: O papel dos biocombustíveis na transição energética’
Março
Mercado de trabalho brasileiro tem uma das maiores desigualdades de gênero do mundo
Fonte: Valor Econômico, 08/03/2024
Acontecimento: O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, marca uma importante data para discutir questões relacionadas à igualdade de gênero em todo o mundo. Olhando para o mercado brasileiro, desde 2016, a participação das mulheres na força de trabalho quase dobrou, alcançando 17%; contudo, tal um número ainda é consideravelmente baixo levando em conta que as mulheres são 51,5% da população do país. Olhando para as empresas listadas na B3, a representação feminina em cargos de liderança aumentou 376bps nos últimos cinco anos, porém, nos cargos de CEO, elas ainda representam menos de 1% do total. Nos Conselhos de Administração, por sua vez, a presença feminina atingiu 16,4% dos assentos (+140bps vs. 2023), embora a parcela de empresas sem mulheres no Conselho permaneceu inalterada em 32%.
Nossa visão: Embora reconheçamos que ainda há um longo caminho a percorrer na busca pela igualdade de gênero, temos observado uma evolução gradual - ainda que lenta - no número de mulheres em posições de liderança. Por um lado, reconhecemos que as questões de diversidade de gênero estão mais presentes nas discussões estratégicas das companhias, com os investidores mais atentos ao tema. Por outro, ainda vemos que há um grande espaço para melhorias adiante.
Clique aqui para acessar o relatório | 'Dia Internacional das Mulheres: Mapeando a presença delas na liderança das empresas brasileiras'
Abril
Vendas da Tesla e da BYD caem à medida que aumentam as preocupações com a indústria de elétricos
Fonte: Financial Times, 02/04/2024
Acontecimento: Nos últimos anos, observamos uma rápida expansão do mercado de carros elétricos, impulsionada por três principais fatores: (i) crescente aceitação do consumidor; (ii) avanços na infraestrutura; e (iii) um ambiente regulatório global mais favorável, com muitos países adotando incentivos e subsídios para acelerar a demanda por elétricos. Contudo, a partir de abril de 2024, o mercado começou a observar uma ligeira tendência de desaceleração no crescimento das vendas desses modelos. Ao mesmo tempo em que isso aconteceu globalmente, a China, maior mercado automotivo do mundo, intensificou sua aposta nessa indústria. Com uma estratégia agressiva de precificação, montadoras chinesas como BYD e GWM começaram a ganhar espaço no mercado internacional e, em alguns casos e regiões, até superaram o volumes de vendas das tradicionais.
Nossa visão: Mesmo com uma desaceleração desse mercado globalmente (principalmente na Europa e EUA), as vendas de carros elétricos seguem crescendo, frente a redução de preço de componentes chaves (como baterias) e melhora na autonomia e tempo de recarga. Somado a isso, as vendas de veículos a combustão interna já atingiram seu pico (em 2017), mostrando que há espaço para um ganho contínuo de mercado dos elétricos adiante. No Brasil, mesmo com desafios, segundo dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), no acumulado de janeiro a abril, o total de emplacamento em veículos leves eletrificados aumento em torno de 149% em relação ao mesmo período em 2023, mostrando a capacidade de penetração desses modelos no setor automotivo local.
Clique aqui para acessar o relatório | 'Vendas de elétricos caem globalmente, enquanto China entra em peso no mercado local; EUA anuncia novo investimento em energia limpa | Brunch com ESG’
Maio
Enchentes no Brasil: Centenas de cidades do Rio Grande do Sul estão submersas
Fonte: BBC, 07/05/2024
Acontecimento: Entre os meses de abril e maio deste ano, o Rio Grande do Sul (RS) enfrentou tempestades e inundações devastadoras, resultando em cerca de 179 mortes e 600 mil pessoas desalojadas, impactando direta ou indiretamente mais de 2,3 milhões de pessoas. Além dos riscos à segurança pública e à saúde, a tragédia atingiu significativamente o transporte e a infraestrutura das cidades, interrompendo as operações das empresas e afetando as seguradoras. Nesse sentido, as enchentes no RS acenderam o alerta do mercado para o aumento da frequência e intensidade de eventos extremos, além de seus potenciais impactos para as empresas e diferentes indústrias.
Nossa visão: O aumento da frequência e intensidade dos desastres naturais relacionados às mudanças climáticas têm colocado em evidência cada vez mais os riscos físicos e de transição para as empresas de diferentes setores. Nesse contexto, vemos que as companhias que se anteciparem e adaptarem suas estratégias de negócios para esse 'novo' cenário estarão melhor preparadas para enfrentar a crescente ameaça das mudanças climáticas no curto e no longo prazo. Sob a perspectiva do investidor, notamos o mercado cada vez mais interessado em discutir como mapear os efeitos do clima - e seus eventos relacionados - nos ativos das empresas investidas, além de melhor integrar o risco climático na análise de risco dos portfólios.
Clique aqui para acessar o relatório | 'A imediata – e crescente – ameaça climática'
Junho
Tesouro capta US$2 bilhões com emissão de títulos sustentáveis no exterior
Fonte: InfoMoney, 20/06/2024
Acontecimento: Em novembro de 2023, o Brasil emitiu seu primeiro título soberano sustentável, captando US$2 bilhões no mercado internacional. Dando continuidade a sua estratégia de emissões verdes, em junho, o Tesouro Nacional concluiu sua segunda emissão de títulos sustentáveis, captando mais US$2 bilhões junto a investidores internacionais. Os recursos dessa emissão serão utilizados para pagar a dívida pública federal e financiar investimentos verdes e sociais, em linha com o compromisso do país de aprimorar projetos de sustentabilidade e desenvolvimento social. Dentre os projetos considerados, destacam-se aqueles relacionados à energia renovável, transporte limpo, adaptação às mudanças climáticas, redução da pobreza e acesso à infraestrutura básica.
Nossa visão: Reconhecemos os esforços do Tesouro Nacional em estabelecer uma abordagem consistente e regular para as finanças verde no país, além de considerarmos a emissão como fundamental para: (i) canalizar fundos e investimentos para projetos ambientais e sociais; e (ii) contribuir para o aumento da parcela da dívida em moeda estrangeira. Ademais, o sucesso da segunda captação em um curto período de tempo (menos de um ano) reforça o interesse dos investidores estrangeiros na agenda ambiental brasileira, ao mesmo tempo em que eleva a régua para novas emissões. Por fim, embora o mercado de títulos soberanos seja ainda incipiente com um histórico limitado, acreditamos que a captação soberana possa servir como referência para o mercado corporativo, ajudando a destravar oportunidades para os agentes privados.
Clique aqui para acessar o relatório | 'Brasil na esteira das emissões verdes: Tesouro capta US$2bi em 2° título ESG | Brunch com ESG’
Julho
Biden indica Kamala Harris para substituí-lo na campanha
Fonte: Valor Econômico, 21/07/2024
Acontecimento: O mês de julho foi marcado por um evento significativo para o andamento das eleições presidenciais dos Estados Unidos (previstas para novembro). Após pressões de seu partido e eleitores, o presidente Joe Biden retirou sua candidatura e indicou a vice-presidente, Kamala Harris, para substituí-lo na campanha democrata. Mesmo sabendo - em retrospectiva - que ela não venceu as eleições, vale destacar seu histórico de forte atuação na agenda climática, sendo válido mencionar: (i) como vice-presidente, ela liderou importantes iniciativas climáticas do governo, inclusive representando os EUA na COP28 no lugar de Joe Biden; (ii) durante seu mandato como procuradora-geral da Califórnia, ela defendeu ações judiciais contra os impactos ambientais causados por representantes da indústria de combustíveis fósseis e se posicionou contra o avanço da exploração de petróleo na costa da Califórnia; e (iii) enquanto Senadora, defendeu uma eventual taxação de carbono, sendo particularmente crítica contra o fraturamento hidráulico (fracking, no nome em inglês).
Nossa visão: Em nossa visão, o histórico de Kamala Harris a favor do meio ambiente sugere que ela provavelmente seguiria os passos de Biden na agenda climática caso vencesse as eleições, contrastando com as promessas de Donald Trump - vencedor das eleições e Presidente eleito dos EUA - de reverter as iniciativas de seu antecessor. Contudo, mesmo no caso de uma vitória de Trump (que se concretizou), não acreditamos numa desaceleração substancial no ritmo dos esforços de descarbonização nos EUA, especialmente considerando que o setor privado já mostrou que pode progredir independentemente da política federal. Entretanto, a partir de uma perspectiva global, um segundo governo Trump pode causar um impacto mais substancial, já que se espera que o novo presidente 'diminua o tom' do protagonismo do país na diplomacia climática. Assim, é provável que um menor engajamento dos EUA tenha implicações negativas para os esforços climáticos globais, possivelmente incentivando outros países a também reduzirem suas ambições climáticas. Ao mesmo tempo, um recuo por parte dos EUA também poderia abrir oportunidades para que outros atores assumam uma posição mais ativa em relação ao clima.
Clique aqui para acessar o relatório | 'Agenda internacional em destaque: Kamala Harris e as reuniões do G20 | Brunch com ESG’
Agosto
Expert XP 2024 terá 250 palestrantes e 105 horas de conteúdo
Fonte: InfoMoney, 29/08/2024
Acontecimento: Em agosto de 2024, a XP realizou dois importantes eventos: (i) Expert XP: um evento de três dias que contou com a participação da Luciana Costa (BNDES), Alexandre Baldy (BYD) e Annie Groth (Verra), além de outros convidados, trazendo a pauta ESG para os principais painéis e discussões; e (ii) XP CEO Conference: onde executivos de mais de 70 empresas brasileiras participaram de reuniões com investidores, e tivemos a oportunidade de conversar sobre transição energética, governança e demais temas com companhias como a Petrobras, Vale, JBS, WEG, dentre outras.
Nossa visão: De forma geral, vemos cada vez mais uma intersecção entre os temas relacionados à agenda ESG e as teses de investimento. Na nossa visão, as principais mensagens na Expert XP foram: (i) o potencial do Brasil em liderar a transição energética; (ii) o papel dos híbridos na transição para os veículos elétricos; (iii) a crescente integração dos riscos climáticos nos mercados em meio à pressão regulatória; e (iv) a recuperação da credibilidade do mercado de crédito de carbono. Já em relação aos destaques da XP CEO Conference, as discussões abrangeram uma ampla gama de tópicos, sendo que os temas mais relevantes foram governança, turnaround e eletrificação, refletindo os tópicos de interesse na agenda ESG para os investidores.
Clique aqui para acessar o relatório | 'Quatro destaques na agenda ESG da Expert XP 2024’ e aqui para o relatório 'Cartão postal do Rio – XP CEO Conference | ESG'
Setembro
Câmara aprova projeto do combustível do futuro
Fonte: Valor Econômico, 11/09/2024
Acontecimento: Em setembro, o Congresso Nacional aprovou o projeto que cria o programa do Combustível do Futuro. Após receber sanção presidencial, a nova legislação estabelece mandatos para: (i) biodiesel: elevando a mistura de biodiesel no diesel para 15% a partir de março de 2025, até atingir entre 20% e 25% em 2030, com aumentos graduais e anuais a serem definidos pelo Conselho Nacional de Politica Energética (CNPE); (ii) diesel verde: aumento de até 3% na mistura de diesel verde no diesel; além de (iii) demais mandatos para outros biocombustíveis, como etanol, combustível sustentável de aviação (SAF) e biometano.
Nossa visão: Embora os biocombustíveis sejam uma solução importante para reduzir as emissões do setor de transporte, eles ainda representam uma parcela relativamente pequena (3,5%) da demanda global de energia para o setor. Olhando para o mercado brasileiro, acreditamos que a lei do Combustível do Futuro tem o potencial de: (i) apoiar os esforços de transição energética, promovendo uma matriz de transporte de baixo carbono; (ii) diminuir a dependência do Brasil em relação às importações de diesel; (iii) garantir uma maior previsibilidade da demanda por biodiesel, essencial para atrair investimentos privados; além de (iv) promover a demanda por biocombustíveis de forma contínua.
Clique aqui para acessar o relatório | 'Lei do Combustível do Futuro é sancionada: O que você precisa saber?'
Outubro
COP16 da biodiversidade: o que é e por que importa?
Fonte: Capital Reset, 7/10/2024
Acontecimento: A COP16, Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, que ocorre a cada dois anos, começou no dia 21 de outubro, em Cali, na Colômbia. O encontro, encerrado no dia 1º de novembro sem que os países chegassem a um acordo sobre financiamento para biodiversidade, teve como foco o acompanhamento da implementação do Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, adotado na conferência anterior (COP15) em 2022.
Nossa visão: Por um lado, alguns avanços da COP16 merecem destaque, como: (i) o lançamento da Aliança pela 'Potência Energética', com o objetivo de acelerar a transição energética em mercados já avançados nas energias limpas na América Latina; (ii) uma contribuição adicional de US$ 163 milhões para o Fundo Global de Biodiversidade; e (iii) a criação de uma coalizão para a preservação da natureza, assinada por 20 países de diversos continentes (Américas, Europa e África). Por outro, vimos um progresso relativamente tímido em questões importantes, incluindo financiamento da biodiversidade, direitos dos povos indígenas e comunidades locais. Por fim, embora não vejamos a biodiversidade como um tema prioritário para investidores e empresas dentre a agenda climática, vale destacar que estamos notando um maior interesse no papel da Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas à Natureza (TNFD) visando padronizar e melhorar a divulgação de dados relacionados à natureza, o que consideramos como um passo positivo.
Clique aqui para acessar o relatório | ‘COP16 chega ao fim; Volkswagen fecha fábricas na Alemanha em meio à competição chinesa | Brunch com ESG’
Novembro
Resultados da COP29 no Azerbaijão
Fonte: Reuters, 24/11/2024
Acontecimento: Dois dias depois do previsto, a COP29 foi dada como encerrada em Baku, no Azerbaijão, no dia 24 de novembro. Considerada uma COP ‘intermediária’, impactada por um contexto global de instabilidade geopolítica que levou a ausência de muitos líderes de Estado, a cúpula deste ano parecia estar destinada a poucas ambições desde o início. No entanto, apesar das expectativas modestas, o evento conseguiu avançar em questões que antes estavam estagnadas, estabelecendo as bases para um maior otimismo com a próxima edição, a COP30, que será realizada no ano que vem no Brasil. De forma geral, dois principais resultados incluem: (i) um novo acordo sobre financiamento climático no valor de US$300 bilhões por ano; e (ii) avanços nas regras do Artigo 6, abrindo espaço para um mercado global de carbono.
Nossa visão: Embora negociações difíceis fossem esperadas desde o início, reconhecemos que tanto os acordos mencionados acima, como os avanços em questões menores (hidrogênio, metano e armazenamento de energia) foram importantes. Do ponto de vista do investidor, as principais mensagens transmitidas na COP29 foram: (i) o papel crescente do setor privado no financiamento climático; e (ii) uma ligeira mudança no ritmo de transição dos combustíveis fósseis para fontes mais limpas, com maior foco em soluções de redução de emissões. De modo geral, embora a divisão entre nações desenvolvidas e emergentes e a geopolítica possam ter limitado o tamanho da ambição climática, a COP29 ainda assim conseguiu estabelecer as bases para uma maior colaboração global na COP30.
Clique aqui para acessar o relatório | 'COP29 chega ao fim: O que você precisa saber?'
Dezembro
Lula sanciona lei que cria mercado de carbono
Fonte: Folha de São Paulo, 12/12/2024
Acontecimento: Após anos de idas e vindas no Congresso Nacional, o tão esperado mercado regulado de carbono brasileiro foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 11 de dezembro, sem nenhum veto. A Lei n° 15.042 define o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), que estabelece as principais diretrizes para um sistema nacional de comércio de emissões sob o regime de cap-and-trade.
Nossa visão: Após a sanção presidencial, começa agora a contagem regressiva para a implementação do mercado regulado de carbono no país. Durante a fase 1, planejada para durar por 12 meses (que pode ser postergada por mais 24 meses), esperamos dois desenvolvimentos importantes: (i) definições de governança, com decisões pendentes sobre composição dos órgãos consultivos e de supervisão; e (ii) cálculo dos limites de emissões, sendo necessário esclarecer se os tetos estipulados (10.000 e 25.000 toneladas de dióxido de carbono equivalente anualmente) serão aplicados a grupos econômicos (empresas) ou instalações individuais (por exemplo, fábricas). De modo geral, consideramos essa fase inicial como fundamental para mitigar os riscos de execução e reforçar a confiança do mercado, dando o tom para o sucesso das próximas fases.
Clique aqui para acessar o relatório | 'Dúvidas sobre o mercado regulado de carbono do Brasil? Veja aqui algumas respostas’
2025: O que esperar?
Demanda de energia pela IA impõe desafios à agenda ESG para 2025, diz analista
Fonte: InfoMoney, 06/12/2024
Nossa visão: A agenda ESG vem mostrando sinais de resiliência, conseguindo evoluir como um aspecto chave na tomada de decisões dos investidores. À medida que nos aproximamos de 2025, os temas ESG, mesmo considerando a natureza inerente de longo prazo, estão cada vez mais associados a novas oportunidades de investimento e, portanto, devem ser monitorados de perto. Visando antecipar tendências com potencial de alto impacto para empresas e investidores, publicamos um relatório com as 5 principais tendências para o ano de 2025: (i) impulso da transição energética ganha força; (ii) avanço da inteligência artificial (IA) eleva a demanda por energia; (iii) governança como um fator (ainda mais) crítico para os acionistas; (iv) meio do caminho de uma década decisiva para a ação climática; e (v) os preparativos do Brasil para sediar a COP30.
Clique aqui para acessar o relatório | 'ESG em 2025: Cinco principais tendências para ficar de olho’
Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!