Quatro destaques na agenda ESG da Expert XP 2024

A importância do mercado de capitais para destravar soluções climáticas

Entre os dias 29 e 31 de agosto, a XP realizou a 14ª edição da Expert XP, um evento de três dias que contou com temas da agenda climática se fazendo presente em diversos painéis, com Luciana Costa (BNDES), Alexandre Baldy (BYD) e Annie Groth (Verra) como alguns dos palestrantes de destaque. De forma geral, as principais mensagens foram: (i) o potencial do Brasil em liderar a transição energética; (ii) o papel dos híbridos na transição para os veículos elétricos; (iii) a crescente integração dos riscos climáticos nos mercados em meio à pressão regulatória; e (iv) a recuperação da credibilidade dos créditos de carbono após serem colocados em xeque.

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#1. O potencial do Brasil em liderar a transição energética. Diversos palestrantes reforçaram que a agenda global de transição energética representa uma oportunidade única para o Brasil. Com uma matriz energética predominantemente renovável¹, os painelistas comentaram que o país está na vanguarda dessa transição dentro do G20, bem-posicionado para alavancar sua infraestrutura energética competitiva e a abundância de minerais essenciais. Diante deste cenário, a executiva do BNDES (Luciana Costa) enfatizou o papel do banco de desenvolvimento na captação de recursos para financiar projetos renováveis e novas tecnologias.

#2. O papel dos híbridos na transição dos veículos elétricos. Ao discutir a eletrificação como parte fundamental no processo de descarbonização, os painelistas comentaram sobre o enorme potencial do Brasil no etanol e nos veículos elétricos híbridos. Ao explorar diferentes estratégias, os líderes da BYD (Alexandre Baldy), Stellantis (João Irineu) e GM (Raquel Mizoe) enfatizaram o papel da combinação de tecnologias nessa transição, com os híbridos como um ponto em comum. Com relação aos veículos 100% elétricos, os palestrantes destacaram a importância de: (i) realizar uma avaliação completa do ciclo de vida dos elétricos em comparação com os motores de combustão interna; e (ii) superar os desafios da cadeia de suprimentos.

#3. A crescente integração dos riscos climáticos nos mercados em meio à pressão regulatória. Tanto do ponto de vista das empresas quanto dos investidores, a necessidade de avançar com uma maior integração dos riscos climáticos nas estratégias de negócios e nos portfólios de investimento foi um consenso entre os painelistas. Os esforços para comunicar a ação climática de forma mais eficaz também foram um ponto focal, especialmente em função da crescente pressão regulatória, com destaque para: (i) o papel pioneiro do BACEN, com uma forte atuação em prol da inserção de riscos climáticos e financeiros lado a lado; e (ii) os esforços de finanças sustentáveis da CVM para aprimorar a padronização dos relatórios ESG e preencher lacunas de reporte.

#4. A recuperação da credibilidade dos créditos de carbono após serem colocados em xeque. Os palestrantes discutiram como o aumento do escrutínio sobre a integridade dos créditos de carbono está levando a melhorias nas revisões de metodologia. Se, por um lado, as certificadoras estão – cada vez mais – aptas a distinguir entre créditos de alta e baixa qualidade em meio à recuperação da demanda, a Carbonext (JanaínaDallan) mencionou a demora do processo de certificação como um gargalo importante. Em relação ao Brasil, a Verra (Annie Growth) destacou o potencial do país para se tornar um dos principais fornecedores de projetos de ARR² e REDD+³, enquanto a Orizon (Paulo Laguardia) enfatizou a importância da diversificação do portfólio, incluindo a captura de metano e outros projetos de gestão de resíduos.

¹ Composto por biomassa, etanol, energia solar e eólica; ² Florestamento, reflorestamento e revegetação; ³ Redução de emissões por desmatamento e degradação florestal.

Acesse aqui para o relatório completo com os destaques do primeiro dia e aqui para as principais mensagens do segundo dia