Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou a semana passada em território negativo, com o IBOV e ISE registrando queda de -2,2%, e -3,4%, respectivamente. Em linha com o movimento da semana, o pregão de sexta-feira também fechou em queda, com o IBOV recuando -0,74% e o ISE -0,31%.
• Do lado das empresas, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, divulgou que uma equipe de funcionários da petroleira encerrou ontem uma visita à Bolívia, em que foram discutidas questões sobre o suprimento de gás natural para o Brasil e novos investimentos em exploração e produção de petróleo e gás no país vizinho – Prates acrescentou que os técnicos da Petrobras reuniram-se ainda com integrantes do Ministério de Hidrocarbonetos e Energias, para conversas sobre energia renovável, fertilizantes e lítio.
• Na política, (i) grupos na Câmara dos Deputados e no Senado pretendem votar nesta semana propostas para criar um marco legal do hidrogênio de baixo carbono no Brasil – embora a intenção seja levar esses textos para plenário o mais rápido possível, essa velocidade depende de negociações com o governo, que ainda elabora seu projeto internamente; e (ii) a bancada ruralista na Câmara está aberta a renegociar a exclusão do agronegócio do mercado de créditos de carbono – o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion, reconheceu que sua equipe tem escutado especialistas para chegar a uma métrica justa para a participação do agronegócio no mercado de créditos, sem que o setor “pague a conta sozinho”.
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Brasil
Empresas
“Pesquisa realizada pela Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) com 694 empresários brasileiros concluiu que a inteligência artificial (IA) e a agenda ESG serão as duas principais forças de disrupção do mercado no ano que vem. O estudo Panorama 2024, elaborado em parceria com a empresa Humanizadas indica que mais de 60% dos executivos que participaram da sondagem responderam que a IA será a tendência que mais terá impacto sobre as respectivas empresas em 2024. A Agenda ESG foi mencionada por 51% dos executivos. A pesquisa indicou que o uso de inteligência artificial generativa já é adotada em algum nível por 68% das empresas cujos executivos responderam ao questionário da Amcham. A adesão, destaca a Amcham, é expressiva, mas ainda muito pulverizada em diversas formas de aplicação, com destaque para a automação de processos repetitivos, melhoria da eficiência operacional (28%) e análise de dados/insights preditivos (28% das empresas). “Tudo indica que a inteligência artificial será cada vez mais usada para fins estratégicos, incluindo a tomada de decisão das lideranças e como referência para o desenvolvimento de novos produtos e modelos de negócio”, disse o presidente da Amcham, Abrão Neto, em comunicado.”
Fonte: Valor Econômico, 23/10/2023
Prates: Missão da Petrobras à Bolívia discutiu suprimento de gás e novos investimentos
“O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, divulgou que uma equipe de funcionários da petroleira encerrou neste domingo, 22, uma visita à Bolívia, em que foram discutidas questões sobre o suprimento de gás natural para o Brasil e novos investimentos em exploração e produção de petróleo e gás no país vizinho. Prates acrescentou que os técnicos da Petrobras reuniram-se ainda com integrantes do Ministério de Hidrocarbonetos e Energias, para conversas sobre energia renovável, fertilizantes e lítio. “Nosso time de técnicos finalizou hoje uma bem sucedida missão à Bolívia. Foram discutidas questões relativas ao suprimento de gás natural para o Brasil e, principalmente, condições para novos investimentos em exploração e produção de petróleo e gás no país vizinho com quem temos uma relação histórica e uma infraestrutura de conexão importante como o GASBOL”, postou Prates, neste domingo, em uma rede social. Segundo Prates, está em curso uma reaproximação gradual, que trará novidades no “curto prazo”. “A evolução destas tratativas iniciais de reaproximação entre os dois países (e suas respectivas estatais) tanto nos segmentos de gás natural e fertilizantes, quanto sobre energia renovável e minerais críticos como o lítio, vai ocorrer de forma mútua e gradualmente construtiva. Haverá novidades no curto prazo e certamente teremos foco e dedicação máxima na reconstrução das parcerias com nosso importante país vizinho”, postou Prates em sua conta no X, o antigo Twitter.”
Fonte: Época Negócios, 22/10/2023
Subsídio a combustíveis fósseis vai atrasar a transição energética, diz Instituto Arayara
“O Instituto Internacional Arayara avalia que a manutenção da atual política de subsídios aos combustíveis fósseis no Brasil vai atrasar a transição energética, já que incentiva combustíveis poluentes do passado, em vez de beneficiar outras energias mais limpas. De acordo com a diretora executiva da entidade, Nicole Oliveira, tais incentivos deveriam ser destinados às tecnologias energéticas que substituam a extração de petróleo e gás. Ela lembra que o maior subsídio no Brasil advém do Repetro, mecanismo que isenta de tributos a importação e produção interna de máquinas e equipamentos para a exploração. “Diante desse panorama, é alarmante observar que o Brasil está se preparando para o quarto ciclo da Oferta Permanente de Concessão de petróleo e gás, marcado para 13 de dezembro de 2023. Este ciclo oferecerá blocos em áreas altamente sensíveis, como a Amazônia e topos de recifes de coral, além de incrementar as emissões de gases de efeito estufa. A exploração nesses locais ameaça a biodiversidade, os ecossistemas e os modos de vida de comunidades locais”, alerta. Ela diz ainda que grandes instituições bancárias foram responsáveis por mais de US$ 2,7 bilhões em financiamento para atividades de petróleo e gás na Amazônia nos últimos 15 anos, de 2009 a 2023.”
Fonte: Valor Econômico, 23/10/2023
Política
Parlamentares tentam apressar regulação do mercado de hidrogênio verde no Brasil
“Grupos na Câmara dos Deputados e no Senado pretendem votar nesta semana propostas para criar um marco legal do hidrogênio de baixo carbono no Brasil (elemento que pode ser utilizado para gerar energia com menos emissão de gases de efeito estufa do que os combustíveis fósseis, por exemplo). A intenção é levar esses textos para plenário o mais rápido possível. Isso depende, contudo, de negociações com o governo, que ainda elabora seu projeto internamente. O secretário de Planejamento do Ministério de Minas e Energia, Thiago Barral, disse na quinta-feira, 19, que o Executivo pretende concluir sua própria proposta e evitou pontuar as divergências com os relatórios do Congresso, mas listou três temas “essenciais” na visão do governo: as definições de taxonomia (o sistema de classificação das diferentes formas de obter o hidrogênio), as regras para certificação e o tratamento tributário das empresas. O mais controverso é o incentivo tributário para o setor, admitiu Barral, por causa das repercussões fiscais, orçamentárias e possível impacto na conta de luz. “Talvez a melhor estratégia seja dividir em dois [projetos] até para não perder tempo. Colocar de pé aquilo que é um consenso, as necessidades [regulatórias], e depois tratar dos incentivos, que a gente percebeu que tem ainda uma discussão que pode ter desdobramentos”, afirmou.”
Fonte: Valor Econômico, 23/10/2023
Ruralistas rediscutem mercado de crédito de carbono
“A bancada ruralista na Câmara está aberta a renegociar a exclusão do agronegócio do mercado de créditos de carbono. A decisão, que causou polêmica com ambientalistas, foi tomada pelo Senado em projeto de lei que chegou na semana passada para análise dos deputados. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (PP-PR), reconheceu ao Valor que sua equipe tem escutado especialistas para chegar a uma métrica justa para a participação do agronegócio no mercado de créditos. A condição, porém, é que o setor “não pague a conta sozinho”. “Trabalhamos para não estar no texto do Senado porque o modelo desenhado previa que nós seríamos responsáveis por pagar boa parte dessa conta. E entendemos que isso não seja justo”, disse Lupion. Segundo o deputado, a preocupação do grupo é encontrar uma métrica que permita beneficiar ambos os lados do mercado de carbono regulado – o que vende e o que compra créditos de carbono. No texto aprovado no Senado, o setor primário agropecuário ficou de fora das novas regras, que preveem cotas de emissão anual de gases do efeito estufa. Quem ficar abaixo dos limites, pode vender créditos a quem não cumpri-los. Segundo o Sistema de Estimativa de Emissão de Gases Estuda (SEEG), o setor agropecuário responde por 75% das emissões do país.”
Fonte: Valor Econômico, 23/10/2023
Lula veta projeto de lei que restringe reivindicações de terras indígenas
“O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva vetou as partes centrais de um projeto de lei apoiado pelo poderoso lobby agrícola do país que teria reivindicações limitadas a terras ancestrais onde os indígenas viveram até 1988. “O presidente vetou tudo o que era inconstitucional e não consistente com nossa política de povos indígenas”, anunciou seu ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O governo manterá algumas partes do projeto de lei de acordo com sua política indígena e o assinará em lei mais tarde na sexta-feira, disse ele. A primeira ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, nomeada por Lula, disse que o veto foi uma grande vitória para os 1,6 milhão de indígenas do país, que se esforçaram para proteger seus direitos à terra ameaçados pelo avanço da fronteira agrícola na região amazônica. “O importante é que os direitos indígenas são garantidos pelo veto”, disse ela em uma coletiva de imprensa com Padilha após uma reunião com Lula para decidir o assunto. O número de conflitos de terras aumentou com a rápida expansão da agricultura do Brasil. As comunidades indígenas em todo o país reivindicam terras que os agricultores estabeleceram e desenvolveram, em alguns casos por décadas.”
Fonte: Reuters, 20/10/2023
Internacional
Empresas
TotalEnergies da França faz parceria para desenvolver projeto eólico na costa leste dos EUA
“A empresa francesa de energia TotalEnergies disse na segunda-feira que fez uma parceria com a Corio Generation e a Rise Light & Power para o desenvolvimento conjunto de um projeto eólico na costa de Nova York e Nova Jersey. A Corio Generation e a Rise Light & Power receberão uma participação de 27,7% e 16,3% no projeto Attentive Energy, respectivamente, com a TotalEnergies recebendo US$ 420 milhões em troca. A TotalEnergies manterá os 56% restantes do projeto. Após a conclusão, o projeto fornecerá eletricidade a mais de 1 milhão de casas em ambos os estados, disse a TotalEnergies.”
Fonte: Reuters, 22/10/2023
Política
Itália aprovará medidas para aumentar a segurança energética à medida que os preços do gás sobem
“A Itália aprovará na segunda-feira um decreto abrindo caminho para a extensão das concessões de energia hidrelétrica e geotérmica, mostrou um rascunho, além de reduzir a burocracia para terminais de gás natural liquefeito (GNL) em terra e impulsionar a energia renovável. O governo da primeira-ministra Giorgia Meloni se reunirá às 1530 (1330 GMT) para discutir e aprovar “medidas urgentes para promover a segurança energética do país”, disseram funcionários de seu escritório. A legislação vem na esteira do aumento dos preços do gás no atacado, já que o conflito entre o Hamas e Israel no Oriente Médio mantém os mercados de energia no limite. Os planos de Roma incluem a construção de um centro para energia eólica flutuante, disse o rascunho sem fornecer mais detalhes. No pacote, ainda sujeito a mudanças, o governo tentará reviver um programa existente executado pelo grupo estatal GSE para comprar gás natural produzido internamente e depois vendê-lo a empresas intensivas em energia “a preços acessíveis”. Outras medidas definem parâmetros para estender a duração das concessões expiradas ou expiradas detidas por empresas que lidam com usinas hidrelétricas e geotérmicas, em troca de mais investimentos.”
Fonte: Reuters, 22/10/2023
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
Nossos últimos relatórios
Análise ESG Empresas (Radar ESG)
Moura Dubeux (MDNE3): De tijolo em tijolo construindo uma agenda promissora(link)
Unipar (UNIP3) e Braskem (BRKM5): Entendendo os desafios (e oportunidades) do setor petroquímico no Brasil(link)
Smart Fit (SMFT3): O segredo para progredir é dar o primeiro passo(link)
Outros relatórios de destaque
Cosan (CSAN3): Principais destaques ESG do Investor Day(link)
Carteira ESG XP: Sem alterações no nosso portfólio para setembro (link)
ESG na Expert XP 2023: As três principais mensagens que marcaram o tema no evento(link)
Relatórios Semanais (Brunch com ESG)
Atenções voltados para a agenda de Lula em Nova York e os desdobramentos da Semana do Clima (link)
1° título verde soberano do Brasil avança; ORVR3 emite SLB no valor de R$130M; Bancos públicos de desenvolvimento se encontram (link)
Expert XP 2023 coloca transição energética em pauta; Marco legal de captura de carbono avança; Investidores pressionam BlackRock (link)
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