Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de segunda-feira em território levemente negativo, com o IBOV e ISE em queda de 0,74% e 0,32%, respectivamente.
• Do lado das empresas, (i) a B3 lançou ontem um guia para mapear a diversidade nas empresas, com o objetivo de auxiliar as companhias a realizarem o levantamento de informações sobre diversidade, equidade e inclusão em seus ambientes de trabalho – segundo a B3, as ações devem ser desenvolvidas a partir dos resultados coletados no Censo Corporativo de Diversidade, uma pesquisa quantitativa respondida pelos colaboradores que gera indicadores numéricos; e (ii) o Presidente da Mercedes-Benz pediu que a Comissão Europeia considere a redução das tarifas sobre os carros elétricos importados da China – segundo o executivo, o aumento da concorrência da China ajudaria as montadoras europeias a produzir carros melhores, mais tecnológicos e sustentáveis no longo prazo.
• Na política, a China, um dos maiores emissores globais de gases de efeito estufa, não está atingindo as principais metas de combate às emissões, colocando alguns compromissos assumidos pelo país em cheque – segundo especialistas, com o aumento das preocupações com a segurança energética, a China tem demonstrado pouca vontade política para lidar com a lacuna de emissões.
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Brasil
Empresas
Autoprodução de energia impulsiona contratos de longo prazo de eólica e solar em 2023
“Um levantamento feito pela Clean Energy Latin America (Cela), consultoria especializada no setor de energia renovável, mostrou que o volume de contratos de longo prazo de energia renovável (Power Purchase Agreement- PPAs, na tradução para o inglês) nos segmentos de energia solar e eólica no chamado mercado livre de energia em 2023 foi impulsionado pelos projetos de autoprodução no Brasil. Neste arranjo, o consumidor passa a deter uma participação acionária em uma usina e recebe outorga para produzir energia elétrica destinada a seu uso exclusivo. Além dos benefícios ambientais, as vantagens econômicas no setor de autoprodução incluem isenções de encargos setoriais de responsabilidade do consumidor e desconto no uso da rede. Ao Valor, a CEO da Cela, Camila Ramos, conta que dos 23 contratos de longo prazo celebrados no último ano, 20 foram alocados no modelo de autoprodução de energia no mercado livre, segmento em que o consumidor de energia elétrica pode escolher o seu fornecedor e estabelecer contratos por fonte, prazo ou preço.”
Fonte: Valor Econômico, 11/03/2024
Eletronuclear vai desligar usina nuclear de Angra 2 para manutenção
“Após identificar pontos quentes, a Eletronuclear anunciou nesta segunda-feira que realizará um desligamento programado e controlado da Usina Angra 2, no município de Angra dos Reis (RJ), do Sistema Interligado Nacional (SIN) para manutenção. Este procedimento foi solicitado ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), com duração prevista de 24 horas. A redução de potência está prevista para início às 23h de terça-feira (12). “Durante uma inspeção termográfica de rotina, foram identificados pontos quentes em conexões do transformador do gerador elétrico principal, na área externa da Usina. Para assegurar o reparo de forma segura, é essencial que os trabalhos sejam realizados com o transformador desenergizado, evitando riscos elétricos para os trabalhadores”, diz a nota da companhia. A Eletronuclear destaca que o serviço será realizado em equipamentos que não fazem parte da área nuclear, e sim da parte convencional da usina, não havendo impacto sobre a segurança nuclear da operação. Segundo a empresa, o desligamento está alinhado aos mais altos padrões de segurança, visando garantir a integridade dos nossos funcionários e a excelência operacional das atividades das únicas usinas nucleares brasileiras.”
Fonte: Valor Econômico, 11/03/2024
Guia da B3 orienta empresas a mapearem diversidade no ambiente de trabalho
“A B3 está lançando o guia “Mapeando a Diversidade nas Empresas – Desafios e Potencialidade do Censo Corporativo de Diversidade”, em parceria com Instituto Locomotiva e iO Diversidade, nesta segunda-feira (11). A iniciativa irá ajudar empresas a realizarem o levantamento de informações sobre diversidade, equidade e inclusão em seus ambientes de trabalho, para identificar pontos fortes e os que merecem atenção. O Censo Corporativo de Diversidade, segundo a B3, é uma pesquisa quantitativa respondida pelos colaboradores que gera indicadores numéricos e permite a produção de dados referentes à diversidade, equidade e inclusão. Os resultados devem ser desdobrados em um plano de ação focado em fomentar esses pilares, de forma a orientar a implementação da jornada em cada companhia.”
Fonte: Valor Econômico, 11/03/2024
Na fronteira do aço verde, startup sueca está de olho no Brasil
“Para os fundadores da sueca H2 Green Steel, o mundo não precisava de um piloto: a empresa nasceu com o plano de construir a primeira usina de aço de zero carbono produzido com hidrogênio verde. “Nossos clientes pedem e estão dispostos a pagar um prêmio por isso”, diz Kajsa Rytttberg-Wallgren, diretora responsável pela área de hidrogênio e pela expansão internacional da companhia. Montadoras como Mercedes-Benz, Porsche e Scania e a fabricante de móveis Ikea já assinaram contratos de compra do aço da startup, que começa a ser produzido no final do ano que vem. Entre as vendas garantidas, dívidas e equity, a H2 Green Steel levantou € 6,5 bi para erguer a usina. O insumo mais importante, o hidrogênio verde que substitui o carvão mineral, também será produzido pela companhia.”
Fonte: Capital Reset, 11/03/2024
Política
Brasil tem atuação tímida em debate global de combate à poluição plástica
“A ambição do governo brasileiro em protagonizar o debate global sobre as mudanças climáticas não tem demonstrado grande sintonia com o posicionamento do país nas negociações para um tratado internacional sobre a poluição plástica que acontecem no âmbito das Nações Unidas. O peso econômico da indústria petroquímica nacional e a relação próxima do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os catadores de material reciclável são os principais fatores para a resistência do Brasil em defender compromissos mais rigorosos de controle da produção de material plástico. O Comitê de Negociação Intergovernamental (INC, na sigla em inglês), fórum que trata do tema, realizou a primeira reunião em 2022, no Uruguai, sem a participação do Brasil – então governado por Jair Bolsonaro. Na ocasião, ficou acertado um calendário de cinco encontros, com intervalo de seis meses, até que se chegasse a um texto comum.”
Fonte: Valor Econômico, 12/03/2024
Auren, Copel e SPIC se movimentam para leilão de reserva de capacidade de energia
“O anúncio de que o governo pretende realizar um leilão de reserva de capacidade, no dia 30 de agosto de 2024, para termelétricas novas ou em operação e ampliação em hidrelétricas deu a largada para as empresas se mobilizarem para participar do certame. Geradoras de energia dizem que já se preparam para desengavetar projetos de expansão, incluir programas descontratados e adotar novas tecnologias. Nomes de peso já declararam que estarão no evento. Spic Brasil, Auren, Copel, Petrobras já disseram que têm intenção de entrar na corrida para colocarem seus projetos. Leilão de reserva de capacidade é um processo licitatório no qual são contratadas usinas geradoras de energia para disponibilizarem uma quantidade específica de geração em um determinado período. O objetivo é garantir a reserva de energia para atender à demanda futura considerando aspecto do crescimento do consumo em razão da sazonalidade e contingências. A Abrage, associação que representa 80% da geração hidrelétrica do Brasil, estima que há potencial de cerca de 7 gigawatts (GW) para ampliação da potência de hidrelétricas por meio da motorização de poços vazios.”
Fonte: Valor Econômico, 11/03/2024
Internacional
Empresas
Presidente da Mercedes-Benz pede que Bruxelas reduza as tarifas sobre os veículos elétricos chineses
“O chefe da Mercedes-Benz pediu a Bruxelas que reduza as tarifas sobre os carros elétricos importados da China, no momento em que a Comissão Europeia está considerando aumentar as taxas de importação em meio a uma investigação sobre os subsídios de Pequim para sua indústria automobilística. O aumento da concorrência da China ajudaria as montadoras europeias a produzir carros melhores no longo prazo, disse o executivo-chefe Ola Källenius, acrescentando que o protecionismo está “indo na direção errada”. “Não aumentem as tarifas. Sou contrário ao protecionismo, acho que devemos fazer o contrário: pegar as tarifas que temos e reduzi-las”, disse ele ao Financial Times. As empresas chinesas que buscam exportar para a Europa são uma “progressão natural da concorrência e precisam ser atendidas com produtos melhores, tecnologia melhor e mais agilidade”, acrescentou. “Essa é a economia de mercado. Deixemos a concorrência acontecer.”.”
Fonte: Financial Times, 12/03/2024
Política
As metas de emissões e eficiência da China estão ameaçadas após ficarem aquém do esperado em 2023
“A China não está atingindo as principais metas de combate às emissões de gases que causam o aquecimento do clima, e os analistas afirmam que a credibilidade de Pequim nas negociações globais sobre o clima pode estar em risco, a menos que ela redobre seus esforços para voltar ao caminho certo. No passado, o governo chinês raramente perdia as metas. No entanto, agora, impulsionado principalmente por preocupações com a segurança energética, ele tem demonstrado pouca vontade política para lidar com a lacuna de emissões, disseram os analistas. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC), uma agência de planejamento, prometeu na semana passada “redobrar os esforços de conservação de energia e redução de carbono” este ano, depois de “ficar aquém das expectativas” em 2023. Analistas afirmam que ela está bem atrasada em sua meta de reduzir a intensidade energética em 13,5% e a intensidade de carbono em 18% entre 2021 e 2025.”
Fonte: Reuters, 12/03/2024
Em NY, Pacto Global da ONU – Rede Brasil discute comprometimento das empresas com as mulheres
“O Pacto Global da ONU – Rede Brasil promoverá, com uma delegação com cerca de 150 pessoas, eventos paralelos à 68ª Sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres (CSW), em Nova York, nesta quarta e quinta-feira, 13 e 14 de março, com cobertura da EXAME. A intenção é debater – em diferentes esferas – a importância do comprometimento das empresas na defesa dos direitos humanos das mulheres e meninas, especialmente, daquelas que enfrentam múltiplas vulnerabilidades. As iniciativas, que acontecem em Yale e na própria sede das Organizações das Nações Unidas, reunirão nomes como a deputada federal Benedita da Silva; Cida Gonçalves, ministra das Mulheres do Brasil; Esther Dweck, ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos; entre outras lideranças empresariais, representantes da sociedade civil, membros da imprensa, autoridades da ONU e autoridades governamentais.”
Fonte: Exame, 11/03/2024
Japão expandirá a energia eólica offshore para a zona econômica exclusiva
“O governo do Japão aprovou na terça-feira um projeto de emenda à legislação existente para permitir a instalação de energia eólica offshore em zonas econômicas exclusivas (ZEE), um marco em direção à meta do país de neutralidade de carbono até 2050. O Japão pretende ter 10 gigawatts (GW) de projetos de energia eólica offshore até 2030 e até 45 GW até 2040, para substituir os combustíveis fósseis, incluindo carvão e gás natural liquefeito (GNL), em sua matriz energética, para a qual a energia eólica offshore flutuante é essencial. A nova legislação permitiria que os parques eólicos fossem instalados mais longe do mar do que as atuais águas territoriais e internas, disse o governo, incluindo o Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI) e o Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo, em um comunicado.”
Fonte: Reuters, 12/03/2024
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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