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Economia em Destaque: Câmbio a 4,75. E pode cair mais

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no Mundo

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Resumo

No cenário internacional, a guerra na Ucrânia continua sendo o foco, impactando os mercados. As expectativas para as próximas altas de juros do Fed também tem sido alvo de grande debate entre analistas, em meio à expectativa de estagflação global.

No Brasil, novas sinalizações do Copom, com a divulgação da ata da última reunião e do relatório trimestral de inflação foram destaques, assim como a acelerada da prévia da inflação de março, desonerações para combustíveis ainda no radar e a forte apreciação do câmbio na semana.

Atualizações Covid-19

No Brasil, as médias móveis de sete dias de novos casos e de óbitos caíram para 35,7 mil e 272, respectivamente. Ao todo, 82,9% da população brasileira já está vacinada com ao menos a primeira dose de imunizante contra a doença; 75,3% já tomou dose única ou duas doses e 35,5% já teve o reforço da vacinação.

Cenário Internacional

Expectativas de maiores elevações de juros nos EUA

Um número crescente de analistas de mercado está projetando um aumento do ritmo do aperto monetário do Fed (banco central americano). O presidente do Fed, Jerome Powell, já sinalizou a intenção de aumentar a taxa básica de juros em todas as reuniões do Fed deste ano, mas os analistas estão começando a acreditar que o ritmo pode ser de 0,50 p.p. por reunião, ao invés de 0,25 p.p. A inflação ao consumidor (CPI) está próxima de 8% em doze meses, quase quatro vezes acima da meta de longo prazo do Fed. Números recentes de emprego já sugerem que o mercado de trabalho americano está superaquecido. 

Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA de 2 anos estão sendo negociados no nível mais alto desde meados de 2019.

Discussões diplomáticas na Ucrânia segue sem avanços claros

Líderes americanos e europeus reuniram-se em Bruxelas para discutir a guerra na Ucrânia. O presidente dos EUA, Joe Biden, enfatizou que a Otan e seus aliados europeus estão unidos em seu apoio à Ucrânia e disse que a Rússia deveria ser expulsa do G20. O presidente da Ucrânia, Zelensky, no entanto, pede mais ajuda ao alertar que a Rússia está se reagrupando para um novo ataque a Kiev. 

Um dos principais efeitos da guerra é sobre os custos e o fornecimento de energia. EUA e Europa anunciaram um acordo para aumentar a oferta de gás dos EUA para a Europa, reduzindo sua dependência da Rússia. Ainda assim, o preço do petróleo e do gás natural fecharam a semana em níveis elevados.

Os desequilíbrios causados pela guerra na Ucrânia aumentam os riscos de um cenário de estagflação, ou seja, de crescimento baixo e inflação alta. Entenda melhor o que isto significa e como a estagflação impacta a economia clicando aqui.

Enquanto isso, no Brasil

Taxa de câmbio no menor nível desde a pandemia. E pode cair mais. 

O real atingiu nessa semana o menor nível desde o início da pandemia, chegando à mínima de 4,75 reais por dólar. Em nossa visão, a valorização se deve à alta das commodities, à nossa posição relativa do Brasil entre os emergentes (especialmente em relação aos próximos ao conflito) e aos juros que já se encontram em patamar alto e devem subir até os 12,75% a.a.

Prévia da inflação de março vem mais alta que o esperado

O IPCA-15, ou a prévia da inflação de março avançou 0,95% no mês (expectativa XP: 0,81% consenso: 0,85%). A surpresa veio concentrada nos itens de higiene pessoal, combustíveis e alimentação no domicílio. O repasse da alta de combustíveis pela Petrobras para os consumidores foi mais alto e mais rápido que o esperado, antecipando alta que tínhamos projetado adiante. 

Copom sinaliza que alta de juros está próxima ao fim

Nesta semana foi divulgada a ata da última reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária do banco central. O comitê apontou o cenário mais desafiador devido à guerra na Ucrânia, que pode prolongar as pressões inflacionárias. 

Mesmo assim, o documento apresentada estimativas que indicam que a taxa juros  Selic a 12,75% seria suficiente para levar a inflação à meta em 2023 (estamos hoje em 11,75%). 

O relatório trimestral de inflação, também publicado nesta semana pelo Banco Central do Brasil, reforçou essa sinalização.

Ministério da Economia indica que as contas públicas estão melhorando por conta da arrecadação forte

O relatório bimestral da Secretaria de Tesouro e Orçamento trouxe atualizações nas projeções do governo, prevendo alta na receita (devido a inflação e petróleo em alta), que deve compensar boa parte das desonerações de IPI e PIS/Cofins. Do lado da despesa, o relatório trouxe alguns novos gastos com créditos extraordinários (alguns remanescentes do ano passado). A projeção para o déficit público caiu 10 bilhões.

É possível conferir mais detalhes sobre a nossa expectativa para o cenário fiscal aqui.

Novos cortes de impostos no horizonte 

A pauta da desoneração de tributos sobre a gasolina ainda não saiu do radar. A medida, à qual o ministério da Economia se opõe, pode chegar a custar 27 bilhões por ano. Por outro lado, o Confaz definiu nesta semana a alíquota de ICMS sobre o diesel após a mudança no regime do regime do imposto. A alíquota, fixada em 1,006 reais/litro, representa elevação na carga da maior parte dos estados. A medida foi tomada para reduzir a perda de arrecadação dos estados, que poderão determinar um subsídio estadual para reduzir a carga tributária.

O Ministro Paulo Guedes disse ainda que o governo prepara uma redução adicional do IPI. O imposto já foi reduzido em 25% para todos os setores (exceto tabaco) este mês. O Ministro indicou um corte adicional de 8% (estimamos impacto adicional de R$ 6 bilhões), o que faria com que o total dos cortes chegasse a 33%.

O que esperar para semana que vem?

Foco segue a dinâmica da guerra na Ucrânia, e seu impacto sobre preços de commodities. 

No calendário de dados econômicos, os destaques internacionais serão dados de inflação de fevereiro nos EUA e dados de emprego de março (payroll). Na Zona do Euro, será divulgada a prévia da inflação ao consumidor e na China, serão publicados indicadores de atividade de março.

No cenário doméstico, seguiremos acompanhado de perto a discussão das desonerações tributárias. Entre os dados, teremos divulgações da taxa de desemprego (PNAD Contínua) de fevereiro e a inflação medida pelo IGP-M de março.

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