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Com elevação do IOF, não esperamos mais uma alta da taxa Selic em junho

Não esperamos mais uma alta final da Selic na reunião de junho

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O governo anunciou um aumento na tributação sobre operações financeiras. Nossas estimativas preliminares indicam que isso corresponde a um aumento entre 0,25 e 0,50 p.p. na taxa Selic. Portanto, não esperamos mais uma alta final da Selic na reunião de junho. Isso não altera nossa visão de uma atividade econômica robusta e inflação acima do limite superior da meta para 2025 e 2026.

Juntamente com a publicação do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, o governo anunciou um conjunto de medidas fiscais para cumprir a meta de resultado primário. Em nossa avaliação, as medidas relacionadas à contenção de despesas foram positivas (conforme detalhado aqui – em inglês) – em linha com nossas estimativas do esforço fiscal necessário para atingir a meta. Desse modo, nosso cenário-base se mantém. Medidas do lado da receita também eram esperadas, mas a escolha por aumentar a tributação sobre operações financeiras (IOF) tem efeito relevante do ponto de vista monetário – reduzindo ligeiramente a pressão sobre a política monetária.

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Efeitos da elevação do IOF no mercado de crédito

O governo implementou um aumento relevante na alíquota do IOF sobre operações de crédito envolvendo pessoas jurídicas. Antes do ajuste, as operações de crédito corporativo eram tributadas por uma alíquota fixa de 0,38% a.a., mais uma taxa diária de 0,0041%, resultando em uma taxa efetiva anual máxima de 1,88%. A nova regulamentação estabeleceu uma alíquota maior: 0,95% a.a., mais uma taxa diária de 0,0082%, totalizando até 3,95% a.a. — mais que o dobro do teto anterior.

Realizamos um exercício preliminar para estimar a magnitude potencial do impacto da medida no mercado de crédito. Para isso, estimamos o aumento médio no custo de crédito sobre a parcela da carteira diretamente impactada pela medida (crédito corporativo).

Consideramos o crédito bancário doméstico total para empresas: R$ 2,3 trilhões (com base nos dados mais recentes do Banco Central, de março de 2025), que estaria sujeito à nova alíquota de IOF. Considerando o setor não financeiro (crédito total: R$ 10,9 trilhões, excluindo os créditos concedidos ao governo), a parcela diretamente impactada corresponde a aproximadamente 21,3%.

Para estimar o efeito correspondente ao da política monetária no mercado de crédito, calculamos o efeito ponderado do aumento do IOF nas modalidades impactadas. O custo efetivo do crédito corporativo aumentou de 1,88% para 3,95% ao ano, o que representa uma diferença de 2,07 p.p.. Ao aplicarmos essa diferença à parcela de 21,3% do crédito afetado, chegamos a um aumento equivalente da taxa Selic de aproximadamente 0,40 p.p. no mercado de crédito.

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IOF substitui a alta final da Selic que esperávamos para junho

O crédito não é o único canal da política monetária. O aumento do IOF não tem o mesmo impacto que uma elevação da Selic sobre as expectativas de inflação, consumo intertemporal e taxa de câmbio. Ainda assim, parece razoável afirmar que o IOF mais alto pode substituir, em nosso cenário base, a alta final de 0,25 p.p. que esperávamos para a reunião de junho.

Particularmente, porque isso já parecia estar no plano de voo do Copom. De fato, o presidente Gabriel Galípolo tem concentrado seus comentários recentes em sinalizar juros elevados por um período prolongado, em vez de discutir a necessidade de uma nova alta da Selic.

Um risco potencial para o cenário inflacionário seria uma forte depreciação do real em resposta às medidas. Mas, até o momento, a taxa de câmbio permaneceu relativamente estável após apresentar volatilidade inicial intensa, negociando-se próxima da nossa projeção de 5,80 reais por dólar para o fim deste ano.

Dessa forma, agora projetamos a taxa Selic estável em 14,75% para o restante do ano. Isso não altera nossas projeções para atividade e inflação. Continuamos prevendo crescimento do PIB de 2,3% neste ano e 1,5% em 2026, com viés de alta, devido às medidas de estímulo ao crescimento por parte do governo (veja detalhes em nosso último relatório macro mensal). Nossas projeções para o IPCA permanecem em 5,7% para 2025 e 4,7% para 2026, acima do limite superior da meta.

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