O mercado usa uma série de ‘termômetros’ para avaliar como anda a economia do Brasil, e o PIB é um dos principais índices que precisam ser considerados para avaliar a saúde financeira.
Você já deve ter ouvido falar muito sobre essa sigla na escola, no trabalho ou até mesmo em jornais ou na internet. Isso acontece porque o índice é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente no período de um ano.
O Produto Interno Bruto do Brasil em 2020, por exemplo, foi de R$ 7,4 trilhões. No 2º trimestre de 2021, o valor foi de R$ 2,1 trilhões.
Mas, se você ainda não sabe muito bem o que o PIB significa e nem como ele é importante para a economia do país, continue a leitura para saber mais sobre:
– O que é PIB?
– Como funciona o PIB?
– Diferença de PIB e PNB
– Como o PIB é calculado?
– Para que serve o PIB?
– Influência do PIB nos investimentos
– Onde investir com a queda da Selic?
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O que é o PIB?
Grande parte do que as pessoas consomem é levada em consideração para fazer o cálculo do PIB, o Produto Interno Bruto.
Esse índice é uma forma de calcular a atividade econômica de uma determinada região. Pode ser um número do município, do Estado ou até mesmo do país como um todo. Para chegar aos valores, é levado em conta a oferta e demanda dos bens e serviços.
O termo PIB foi criado em 1930 por um economista russo naturalizado americano, Simon Kuznets. À época, ele usou a demografia e dados estatísticos para entender quais eram os impactos do crescimento da população sobre produtividade da região.
Como funciona o PIB?
O PIB mede somente bens e serviços finais para evitar erros de contagem. Inclusive, a medição é feita no preço que chega ao consumidor. Sendo assim, são levados em consideração também os impostos sobre os produtos comercializados.
Por esses motivos, o PIB não é o total da riqueza existente no país, como se fosse uma espécie de Tesouro Nacional.
Sendo assim, o PIB é um indicador de fluxo de bens e serviços finais novos que foram produzidos durante um período. Se não houver nenhuma produção, o PIB será nulo,
Para o cálculo do PIB, diversos dados são usados, como pesquisas do IBGE e outras de fontes externas, sendo as principais: balanço de pagamentos do Banco Central; Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA); Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o principal índice da inflação do Brasil;
O PIB é avaliado de forma trimestral e anual. Os resultados, então, são comparados com o trimestre ou o ano anterior, chegando-se assim ao número que vai indicar ou não o crescimento econômico e de atividade do Brasil.
No caso de queda da atividade econômica do país em um período determinado, o PIB naturalmente vai cair também (e vice-versa).
Ao analisar o resultado do PIB, é possível avaliar como a produtividade do país variou, comparar com as economias de diferentes países e ainda chegar ao PIB per capita (a divisão do total pelo número de habitantes do país).
Diferença de PIB nominal e PIB real
São dois tipos de PIB existentes, o Nominal e o Real, e a diferença entre eles é bem simples.
O PIB nominal é calculado a partir de preços e valores de serviços e produtos no momento da produção.
Já o PIB Real mede o volume de um produto ou serviço, desconsiderando a inflação.
Diferenciar estes dois conceitos é importante porque o efeito da inflação sobre o PIB pode passar uma falsa ideia de crescimento da atividade econômica.
Como o PIB é calculado?
O Produto Interno Bruto é calculado de acordo com a produção total de bens e serviços do local. No caso do Brasil, ele é o resultado da soma de toda a produção nacional.
O valor que os produtos recebem é calculado pela subtração do custo total de produção e do preço de venda.
Por exemplo: se um produto custou R$ 20 mil e ele foi repassado às lojas por R$ 25 mil, o valor dele no PIB é de R$ 5 mil.
A subtração de preço de venda e custo de produção foi a solução dada para que os itens não fossem duplamente contabilizados, o que aumentaria de forma artificial o PIB.
Para facilitar a conta dos bens e serviços no Produto Interno Bruto, o cálculo do indicador é feito segundo a fórmula:
PIB = CF + IP + GG + BC
CF = consumo familiar
IP = investimento privado (gastos das empresas)
GG = gasto do governo
BC = balança comercial (exportações – importações)
Nesta conta, são incluídos dados estatísticos de empresas, pessoas físicas, investimentos públicos e privados, além de importações e exportações. A responsabilidade pelo cálculo é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Como alguns dados de empresas privadas são sigilosos e somente enviados diretamente ao IBGE, o cálculo exato somente será feito pela instituição.
Para que serve o PIB?
O valor absoluto e a taxa de elevação do PIB servem como referenciais importantes do desempenho econômico do país, mas não podem ser vistos como medida de nível de desenvolvimento.
Embora o crescimento da economia seja base para a melhoria da qualidade de vida, não é uma condição suficiente.
O desenvolvimento se associa à forma como os frutos do crescimento são distribuídos na sociedade e aos impactos positivos que manifestam no ambiente.
Desde a década de 1990, a ONU usa um índice mais abrangente para avaliar a qualidade de vida: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Isso porque, além da variável econômica, este índice considera ainda a longevidade e a escolaridade da população.
Influência do PIB nos investimentos
Embora tenha um papel importante na economia, ele não pode ser avaliado isoladamente quando o assunto é investimento. Isso porque as variações do PIB têm consequências na inflação e na taxa de juros, a Selic.
Caso as condições estejam favoráveis e o PIB suba, há expectativa de aumento dos preços (inflação). Neste caso, o Banco Central pode optar por aumentar a taxa de juros para conter as pressões inflacionárias.
No lado contrário, se o PIB mostra contração, o consumo sofre efeito similar e começa a cair. Neste caso, o BC tende a diminuir os juros para que o crédito fique barato para estimular o consumo.
Além de olhar a variação, é preciso olhar a evolução de outras variáveis.
Em momentos de economia em alta e taxas de juros estáveis, os setores geralmente estão se desenvolvendo. Este, então, é um cenário bom para que as empresas invistam e aumentem a fatia de mercado.
É um bom momento para aplicação em renda variável e fundos. Isso levando-se em conta que as empresas escolhidas estejam consolidadas para o médio e longo prazo.
Além disso, um quadro positivo de PIB em alta e inflação controlada aumenta a confiança na economia, o que agrada aos investidores brasileiros e estrangeiros, que passam a investir mais aqui. Vale ressaltar que o cenário contrário também acontece, também com os efeitos contrários.
Onde investir com a queda da Selic?
A Selic é a taxa básica de juros da economia do país e é usada no mercado interbancário para financiamento de operações diárias, com garantia em títulos públicos federais. A sigla significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia. É um sistema usado pelo governo para controlar emissão, compra e venda de títulos.
Essa taxa tem relação direta com a inflação medida pelo IPCA. Ambas acabam influenciando a economia brasileira como um todo.
Muito se fala sobre ações e bolsa de valores em momentos de Selic baixa. Mas existem diversas alternativas de investimento que podem servir para diversificação de carteira.
Fundos multimercados, Fundos Imobiliários e Crédito Privado são algumas das alternativas além da renda fixa.
Conclusão
O PIB mensura a atividade econômica de uma região através de cálculos de oferta e demanda de bens e serviços.
O resultado, inclusive, é usado como uma das variáveis importantes para a realização do cálculo do salário mínimo do Brasil
Por isso, PIB é um termômetro da economia como um todo. Isso significa que, quanto maior for o índice de um país, maior é a sua atividade econômica. E quanto maior a atividade, mais se consome, vende e investe no país.
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