E se você pudesse saber quais são os investimentos mais alto nível do mercado? Com a avaliação high grade, você descobre os ativos classificados com excelentes notas de crédito pelas agências de rating.
Desse modo, é possível selecionar melhor as aplicações para sua carteira de investimentos conforme seu objetivo e estratégia. Neste artigo, você entenderá tudo sobre a classificação high grade — o que é, características, tipos de investimentos e muito mais! Continue lendo…
O que é high grade?
High grade são investimentos com alto grau de segurança. Em português, o termo significa exatamente “alto nível de investimento”. Trata-se de uma classificação atribuída a ações, fundos, títulos e até mesmo em países.
Para você entender, imagine que você invista em um CDB. Mesmo com possibilidade do banco declarar falência antes do resgate da sua aplicação, existe a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que oferece a garantia de até R$ 250 mil de valores investidos, caso o banco vá à falência.
Desse modo, como as chances de um investidor perder dinheiro são mínimas, essa aplicação é classificada por high grade. Via de regra, quanto maior o grau de um investimento, menor será o seu risco de inadimplência.
Em geral, as agências de risco atribuem nomenclaturas como “AAA”, “AA+”, “AA-” “AA”, entre outras como altas notas de rating.
O que é rating de crédito?
Rating de crédito é a avaliação de risco de crédito que agências de classificação de risco atribuem a um investimento — que pode ser do Estado ou de uma empresa. Em português, “rating” significa “classificação”.
Também conhecida como nota de crédito, o objetivo da análise é identificar o grau de estabilidade do investimento, ou seja, mostrar a capacidade daquele agente financeiro em arcar com as suas obrigações financeiras. Desse modo, os investidores aplicam seu dinheiro com mais consciência do risco tomado.
No caso, o high grade é uma nomenclatura descrita pelo rating de crédito, sendo uma das maneiras utilizadas para classificar investimentos em relação ao seu nível de risco de crédito.
Caso ocorra alguma mudança no quadro financeiro ou gerencial da empresa, as agências de risco podem emitir uma nova nota. A classificação do rating de crédito não é fixo.
Qual a diferença entre high grade, high yield e high quality?
A classificação das agências de risco se dividem em: high yield, high grade e high quality. Confira a diferença entre as notas a seguir:
- High yield: significa “alto rendimento” em português. É a nota atribuída a investimentos com retornos acima da média de mercado. Desse modo, aplicações que recebem essa nota oferecem remuneração em juros acima da expectativa de mercado. Geralmente, são investimentos classificados com risco de crédito e inadimplência maiores.
- High quality: significa “alta qualidade” em português. É a classificação concedida a investimentos com capacidade de apresentar um bom retorno em diferentes condições no mercado. Para chegar nessa nota, a aplicação precisa atender critérios específicos de avaliação, como boa equipe de gestão, excelente histórico de pagamento de dividendos e nível adequado de endividamento.
- High grade: significa “alto nível” em português. Como falamos antes, é uma avaliação conferida a aplicações com um bom grau de segurança, ou seja, com poucas chances de inadimplência.
O mesmo investimento pode receber mais de uma classificação? Embora seja possível, é pouco provável. Para conseguir um alto grau de segurança e receber a nota “high grade”, por exemplo, a companhia naturalmente renuncia de mais rentabilidade. O mesmo acontece na situação contrária.
Quais as características de títulos e investimentos high grade?
As principais características de títulos e investimentos high grade incluem: volatilidade baixa, rentabilidade positiva, alta liquidez e risco de crédito baixo. Confira detalhes sobre cada característica a seguir.
Volatilidade baixa
A oscilação de investimento de baixo risco costuma ser pequena ou nenhuma no curto ou longo prazo. Por ser uma classificação mais atribuída a aplicações de renda fixa, geralmente a mesma rentabilidade do início é a do final, sem grandes variações.
Rentabilidade positiva
Embora ofereça uma oportunidade de rendimentos mais conservadora, o investimento high grade precisa ter a previsibilidade de retorno sempre positiva para receber essa classificação. Por isso, mesmo não costumando ultrapassar as médias do mercado, essa aplicação tem a garantia de um resultado positivo.
Alta liquidez
Liquidez é a capacidade de se desfazer de um ativo e pegar o dinheiro novamente. Nesse caso, existem investimentos high grades com diferentes tipos de prazos, mas, no geral, por oferecer mais segurança, a liquidez costuma ser alta e você pode retirar o dinheiro no momento que quiser.
Risco de crédito baixo
Essa é a grande característica principal da classificação da high grade. As aplicações com essa avaliação oferecem garantias para o investidor, o que reduz bastante o risco de perder dinheiro. No caso dos investimentos de renda fixa, como o CDB, com a proteção do FGC e dos títulos públicos, existe a segurança de pagamento do próprio Tesouro Nacional.
A seguir, trouxemos um quadro comparativo entre as características do high grade, high yield e high quality:
| High grade | High yield | High quality | |
| Rentabilidade | Baixa | Alta | Média |
| Volatilidade | Baixa | Alta | Média |
| Risco de crédito | Baixa | Alta | Média |
| Liquidez | Alta | Baixa | Média |
Quais são os fundos high grade?
Embora os investimentos de renda fixa sejam os mais conhecidos por receber a classificação de high grade, existem aplicações de renda variável que também se encaixam!
Inclusive, alguns ativos de renda fixa, como CDBs de bancos pequenos, podem não se encaixar nessa classificação.
Como falamos, os critérios para um investimento receber essa nota são:
- Volatilidade baixa
- Rentabilidade positiva
- Alta liquidez
- Risco de crédito baixo
Atendendo a esses pontos, as agências de rating podem classificar como high grade. Confira alguns investimentos com essa avaliação:
CDBs de grandes bancos
CDBs (Certificados de Depósito Bancário) são os investimentos de renda fixa mais conhecidos. Basicamente, consistem em “emprestar” dinheiro para um banco e a instituição paga de volta com juros.
Nesse caso, qualquer instituição financeira, pequena ou grande, pode emitir um CDB como forma de captar recursos para emprestar o dinheiro para outras pessoas.
Contudo, assim como qualquer empréstimo, dependendo da instituição financeira, é possível que o banco declare falência e não devolva o dinheiro. Por isso, existe o FGC para dar a garantia de que vai receber o capital.
Como os grandes bancos contam com mais recursos e estabilidade, esses são os que mais recebem a classificação de high grade.
CRIs e CRAs com menor risco de crédito
CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) são dois tipos de investimentos em renda fixa direcionados para o desenvolvimento do mercado imobiliário e do agronegócio.
Funciona da seguinte forma: a corporação solicita a emissão do título para investir no seu desenvolvimento → você compra um título → “empresta” seu dinheiro ao emissor desse título → recebe o dinheiro de volta acrescido de juros.
São aplicações sem a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), portanto, o risco de crédito é um pouco maior e a classificação do rating auxilia justamente na hora de escolher.
Fundos Imobiliários de Papel
Esse é um exemplo de investimento em renda variável que pode receber a classificação high grade.
Fundos imobiliários de papel investem o patrimônio em aplicações de Renda Fixa ou Variável do mercado imobiliário, como CRI, LCI e LH. Nesse caso, ele distribui o lucro de pelo menos 95% do resultado líquido para os investidores do fundo.
Embora seja renda variável, este fundo tem grande liquidez e baixo risco no mercado, de modo que se encaixa nos requisitos do high grade.
Fundos de Renda Fixa e Multimercados
Fundos de Renda Fixa são investimentos com 95% do portfólio de ativos de renda fixa, como CDBs, LCIs, LCAs, títulos públicos, entre outros. Já os fundos multimercados reúnem ativos de diferentes mercados, como renda fixa, câmbio e ações, entre outros.
A depender dos ativos escolhidos pelos fundos, eles podem receber a classificação de high grade.
LCIs e LCAs com menor risco de crédito
Assim como os CRIs e CRAs, o LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são investimentos de renda fixa direcionados para o desenvolvimento do mercado imobiliário e do agronegócio.
São emitidos por bancos e funcionam de forma bem parecida com os CDBs. Inclusive, possuem cobertura do FGC.
Títulos públicos
Por fim, temos títulos soberanos de países com baixo risco de crédito. Eles são considerados os investimentos de mais baixo risco por serem protegidos pelo próprio governo.
Nesse caso, você pode escolher o Tesouro Selic, o Tesouro Pré-fixado, entre outras opções.
Vale a pena investir em títulos high grade?
Sim, sem dúvidas, vale a pena investir em títulos high grade. Mesmo sendo interessante buscar um rendimento mais alto, ter uma parte dos investimentos que fornece mais segurança ajuda a equilibrar a carteira.
Como falamos, para ter menos volatilidade e risco, é preciso abrir mão de parte da rentabilidade e vice-versa. Se você monta uma carteira apenas voltada para rendimentos, pode enfrentar períodos de altas intensas, mas de quedas bruscas também.
Por isso, é tão importante para os investidores de análise fundamentalista balancear a carteira com aplicações de alta classificação, independente do seu perfil de investidor.
Nesse caso, você pode utilizar as notas das agências de rating como critério de aplicação junto aos seus próprios parâmetros e objetivos para selecionar os próximos investimentos.
E então? Entendeu mais sobre como funciona a classificação de baixo risco? Aproveite e leia mais sobre ações para iniciantes em nossa trilha especial.
Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!
