Na temporada de resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24), os mercados irão monitorar de perto os resultados das companhias brasileiras em meio a um cenário macro doméstico ainda desafiador.
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O que esperar para as empresas brasileiras
O quarto trimestre de 2024 foi negativo para os ativos de risco ao redor do mundo, com as ações globais (MSCI ACWI) caindo 1,2% em dólares, interrompendo uma sequência de 4 trimestres consecutivos que totalizou uma taxa de crescimento anual composta de 29,5%. O período foi marcado por um aumento de 0,79 p.p. nas taxas das Treasuries de 10 anos, de 3,78% para 4,57%, à medida que as preocupações com as perspectivas fiscais nos EUA começaram a aumentar em outubro, além do tom mais duro adotado pelo Federal Reserve (Fed) em sua decisão de juros de dezembro.
O mercado brasileiro ficou abaixo de seus pares globais no último trimestre. Atribuímos esse desempenho principalmente a uma deterioração do cenário macroeconômico doméstico à medida que as preocupações fiscais e as expectativas de inflação pioraram, o que culminou em uma forte saída de investidores estrangeiros (pressionada pela abertura das taxas das Treasuries) e especialmente de investidores institucionais, que foram vendedores líquidos em R$ 16,3 bi, dos quais R$ 9,0 bi foram em dezembro devido ao reposicionamento dos portfolios para o início de 2025. Por conta disso, durante o 4º trimestre de 2024, o Ibovespa caiu 8,8% em reais e, com o real se desvalorizando em 11,8% em relação ao dólar terminando no patamar de R$ 6,18, o índice caiu 19,6% em dólares.
Desde o início de outubro, as estimativas de Lucro por Ação (LPA) foram revisadas ligeiramente para cima em 4,0% para 2024, e em 1,0% para 2025. Olhando para estimativas trimestrais, as projeções para o 4T24 foram revisadas de forma significativa para baixo, em 9,5% para o mesmo período, enquanto também foram revisadas para baixo para o 1T25 em 0,9%. Em relação aos setores, quase todos tiveram revisões negativas no último mês, com o setor de Materiais sofrendo a revisão mais negativa (-25,7%). Enquanto isso, Consumo Básico e Elétricas e Saneamento foram os únicos setores com revisões de LPA positivas de 1,9% e 0,9%, respectivamente.

Crescimento de resultados
De forma geral, o consenso de mercado espera um trimestre muito forte para as empresas brasileiras do índice Ibovespa, com crescimento do EBITDA (lucros operacionais) e LPA, apesar de um crescimento mais tímido para receitas.
Em comparação com o 4° tri de 2023, o consenso do mercado, segundo dados do Bloomberg, espera um crescimento do LPA (lucro por ação) de 31,4%. Para o EBITDA (lucros operacionais) e receita, as expectativas são de crescimento de 36,9% e 4,8%, respectivamente. Esse crescimento reflete um macro doméstico ainda sólido, além da depreciação do real ajudando as empresas exportadoras. Porém, olhando para 2025, nós esperamos que o cenário macro doméstico se deteriore, com novos aumentos de juros a uma desaceleração da atividade econômica.
Durante o trimestre, os preços de commodities, medidos pelos índice do Bloomberg caíram 1,6% em relação ao trimestre anterior, enquanto na comparação anual ficaram praticamente estáveis em 0,1%. O preço do Brent se recuperou e cresceu 4,0% T/T, após cair abaixo de US$ 70 pela primeira vez desde o final de 2021, mas caiu 3,1% em uma comparação anual. Ao mesmo tempo, o Real teve uma desvalorização de 11,8% contra o Dólar em relação ao 3T24, o que deve ser positivo para empresas exportadoras de commodities.
Já olhando para os setores domésticos, apesar de vermos o cenário brasileiro como desafiador para as companhias devido ao aumento dos juros e ruídos fiscais, ainda esperamos um 4T forte devido a um ambiente micro sólido. Porém, o guidance das empresas será muito importante estará no foco dos investidores a partir de agora.

O mercado de opções está precificando uma reação moderada aos resultados, com o movimento implícito médio das ações individuais do Ibovespa atualmente precificado em 3,67%, o que é de magnitude moderada, enquanto a volatilidade do índice está em 13,85%, perto do seu mínimo de 13,55%, sugerindo uma volatilidade moderada em todo o mercado.
A dispersão dos resultados também é moderada, uma vez que, enquanto a volatilidade do índice tem diminuído consistentemente, o movimento implícito das ações individuais tem permanecido estável, e a menor volatilidade do índice sugere que há menos risco sistêmico e menos estresse geral no mercado nesta temporada de resultados em comparação com a maioria dos trimestres anteriores.

Olhando para toda cobertura XP, que incluem ~150 empresas, as expectativas também são positivas. Com base em estimativas prévias dos analistas até o momento, é esperado um crescimento nos resultados para quase todos os setores. Os números consolidados indicam um crescimento de 8% em receita e 6% de EBITDA comparado com o 4º trimestre de 2023.

O cenário macro ofuscou o micro na última temporada de resultados
O macro influenciou fortemente o movimento dos papéis recentemente e ofuscou o micro na última temporada de resultados. No trimestre anterior, 3T24, a reação do mercado às surpresas dos lucros foi uniformemente negativa.
No 3º tri, as surpresas negativas levaram a uma reação média de 1 dia de -0,7% em comparação com um retorno médio de -0,4% durante os últimos 5 trimestres. Na outra ponta, as surpresas positivas geraram um retorno médio de -0,5% vs. 1,1% historicamente dado que, apesar de 47 dos 83 componentes do Ibovespa terem reportado uma surpresa positiva em relação às estimativas do consenso, 25 caíram após os resultados a uma média de 3,1%.
Com o cenário macro doméstico ainda se mostrando desafiador, essa temporada de resultados deverá ser um evento importante para investidores acompanharem.

Para esse trimestre, esperamos que os seguintes setores sejam os destaques:
- Proteínas deve ser um destaque positivo à medida que os preços continuam atraentes, refletindo um balanço de oferta e demanda para proteínas ainda apertado ao redor do mundo;
- Shoppings & Propriedades Comerciais devem ter um trimestre sólido à medida que antecipamos baixos custos de ocupação, o que deveria impulsionar uma forte demanda a gradualmente aumentar as taxas de ocupação;
- Papel & Celulose deve ter um trimestre encorajador com previsões de volumes de venda de celulose fortes além da depreciação do real ajudando a mitigar preços de celulose piores em dólares;
- Produtores de alimentos devem ser um destaque negativo com a estrutura de capital alavancada dos atacadistas em conjunto com um cenário macro mais negativo agravando a situação. Outro ponto negativo são os custos mais elevados, que nós não esperamos que sejam repassados pelas companhias, o que deve penalizar as margens.
- Varejo alimentar deve ser um destaque negativo, pois esperamos continuar a ver tendências de receita negativas, com as vendas de lojas existentes ainda ficando atrás da inflação alimentar, provavelmente comprometidas pelo poder de compra em deterioração e um cenário competitivo mais difícil.

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Agenda ESG
A temporada de resultados do quarto trimestre proporciona uma oportunidade significativa para as empresas brasileiras de capital aberto informar sobre seu progresso na agenda ESG e os principais marcos alcançados no ano que passou. Embora esperemos menos menções ao termo “ESG” em função da crescente politização ao longo de 2024 envolvendo o termo, é possível que as empresas aumentem menções a termos como “economia verde” e “transição climática”. Analisando especificamente o pilar (G), esperamos que haja continuidade na divulgação das práticas de governança corporativa, com os investidores monitorando de perto. Além disso, analisando as divulgações de resultados do quarto trimestre em anos anteriores, vimos que as empresas tendem a usar esse momento para destacar a inclusão nos principais índices de sustentabilidade (por exemplo, Dow Jones Sustainability World Index), além de ratings (por exemplo, Carbon Disclosure Project).
De modo geral, vale a pena observar que nem todas as empresas estão integrando totalmente as informações ESG nas apresentações e conferências de resultado, com espaço para melhorias adiante – especialmente antes da resolução da CVM que torna obrigatórias as normas IFRS S1 e IFRS S2 a partir de 1º de janeiro de 2026. Mesmo para aqueles que divulgam, a falta de padronização continua sendo uma preocupação, desafiando a tomada de decisão dos inversores e os esforços de comparabilidade.
Por fim, à medida que encerramos a última temporada de resultados de 2024 e entramos em 2025, destacamos que muitas empresas assumiram compromissos climáticos relevantes tendo 2030 como prazo comum, com 2025 servindo como um momento decisivo para que as empresas e os investidores avaliem o progresso em direção a essas metas estabelecidas. Conforme mencionado em nosso relatório temático ‘ESG em 2025‘ (link), à medida que a metade da década se aproxima, vemos um crescente impulso em direção à melhora da qualidade dos relatórios ESG em meio a um maior escrutínio dos agentes do mercado, que vale a pena monitorar.
O que esperar para cada um dos setores
Agronegócio, Alimentos e Bebidas
Agro: Em Grãos, esperamos que os produtores reportem um trimestre neutro, ainda refletindo baixos preços de grãos e produtividades ruins. Em Serviços Agrícolas, esperamos um trimestre fraco refletindo uma potencial perda de participação de mercado para SOJA e VITT. Por outro lado, esperamos um trimestre sólido para TTEN; no entanto, acreditamos que essas expectativas de ganhos estão quase todas precificadas. Em Açúcar e Etanol, estamos otimistas, pois esperamos que os preços do açúcar e do etanol mantenham níveis muito lucrativos.
Alimentos e Bebidas: Em Proteínas, temos uma visão otimista para o 4T. Esperamos que o setor continue se destacando, pois os preços permanecem atrativos em todas as linhas, refletindo um cenário apertado de O&D (oferta e demanda) de proteínas no mundo. Ainda vemos a oferta de frango restrita, corroborada com uma demanda resiliente, criando um cenário muito atrativo para a lucratividade da avicultura. Quanto à carne bovina, esperamos que os preços permaneçam altos, mas a lucratividade deve diminuir refletindo o aumento nos preços do gado. Nos players de Alimentos, para CAML e MDIA, esperamos um trimestre fraco, além da sazonalidade. Naturalmente, o negócio apresenta historicamente um ritmo lento no segundo semestre do ano. No entanto, a estrutura de capital alavancada dos atacadistas, juntamente com o agravamento do cenário macroeconômico do Brasil, está piorando a situação. Outra visão negativa para o setor são os custos mais altos, que não esperamos que as empresas repassem, penalizando as margens. Em Bebidas, esperamos um trimestre neutro com uma assimetria negativa, já que o 4T de 2023 apresenta uma comparação difícil. Recentemente, vimos um enfraquecimento na produção de bebidas alcoólicas e não alcoólicas, que se tornou mais abrupto nos últimos dois meses. Embora estejamos estimando um aumento nas margens, acreditamos que essa informação já está totalmente precificada pelo mercado e não acreditamos que as ações terão um desempenho superior nesta sessão de resultados.
Bancos & Mercado de Capitais
Bancos: A próxima temporada de resultados do 4º trimestre deve continuar as tendências observadas no 3º trimestre de 2024. Espera-se que os bancos incumbentes reportem crescimento nas carteiras de crédito dentro do guidance, contribuindo para uma melhoria na receita líquida de juros (NII) dos clientes, embora o apetite por risco tenha diminuído ligeiramente devido a desafios macroeconômicos. O NII do mercado provavelmente enfrentará volatilidade à medida que as curvas de juros se acentuarem novamente. Em termos de qualidade de crédito, espera-se que a maioria dos bancos mantenha níveis estáveis de inadimplência (NPL), enquanto o Custo do Risco pode apresentar algumas flutuações, particularmente para o Banco do Brasil, que enfrenta desafios no setor do Agronegócio.
Mercado de Capitais: No que diz respeito aos Mercados de Capitais, esperamos que as tendências de receita saudáveis superem a fraca atividade mercado de à vista, com desempenhos sólidos em DCM e M&A, à medida que as empresas continuam a relatar fortes pipelines.
Neobanks & Fintechs: Espera-se que os neobanks apresentem melhorias sequenciais, impulsionadas pela alavancagem operacional, embora o crescimento do lucro líquido em relação ao trimestre anterior possa desacelerar ligeiramente, especialmente para o Nubank, devido ao impacto da desvalorização cambial.
Pagamentos: No setor de Pagamentos, antecipamos volumes mais altos de TPV devido à sazonalidade e ao crescimento do crédito, acompanhados por uma pressão modesta no lucro líquido devido ao aumento das taxas de juros.
Seguros: Para o CXSE, esperamos uma melhoria sequencial, com atividade comercial positiva na maioria das linhas de seguros e resultados financeiros aprimorados devido ao aumento das taxas de juros domésticas. No geral, embora prevejamos sinais de desaceleração nos resultados do 4º trimestre, ainda esperamos ver um impulso positivo nos lucros.
Veja aqui a prévia completa do setor de Bancos & Mercado de Capitais e de Neobanks & Fintechs, Pagamentos e Seguros para o 4T24.
Bens de Capital
Em breve: prévia completa do setor de Bens de Capital para o 4T24.
Construtoras
Em breve: prévia completa do setor de Construtoras para o 4T24.
Educação
Em breve: prévia completa do setor de Educação para o 4T24.
Elétricas e Saneamento
Em breve: prévia completa do setor de Elétricas e Saneamento para o 4T24.
Mineração & Siderurgia
Para as mineradoras, embora os preços do minério de ferro tenham mostrado um leve aumento (~4% T/T), esperamos que embarques estáveis T/T para a Vale (contra a sazonalidade natural mais forte para volumes no 4T) inibam melhorias adicionais no EBITDA, principalmente devido às piores condições climáticas em Dez’24 nas operações do Norte. Para a Aura, esperamos que a empresa se beneficie de um melhor desempenho dos preços do ouro, com os volumes de produção já reportados implicando um desempenho sólido do EBITDA. Além disso, a CBA deve continuar sua tendência de aumento nos resultados, apoiada por preços mais altos de alumínio, pela depreciação do BRL e pela estabilidade operacional. Por fim, em relação à Gerdau, a rentabilidade deve ser o ponto negativo no 4T24, com a maioria dos obstáculos vindo da América do Norte, com a margem EBITDA da América do Norte prevista para cair de 17,4% no 3T24 para cerca de ~12-13% no 4T24E (dito isso, acreditamos que o pessimismo em relação ao nome se tornou excessivo).
Veja aqui a prévia completa do setor de Mineração & Siderurgia para o 4T24.
Papel & Celulose
Apesar de um desempenho mais fraco nos preços da celulose de -12% T/T no 4T24, vemos um trimestre resiliente para as empresas expostas à celulose. Dito isso, prevemos volumes de vendas de celulose fortes e um desempenho sólido de custos para a Suzano (seguindo o ramp-up do Cerrado), com a depreciação do BRL ajudando a mitigar os piores preços relativos da celulose em dólares. Para a Klabin, esperamos melhores números de EBITDA (+7% T/T) impulsionados por melhores resultados na divisão de celulose e resultados estáveis na divisão de papel e embalagens (volumes mais altos de kraftliner compensados por volumes mais fracos de caixas de papelão ondulado).
Veja aqui a prévia completa do setor de Papel & Celulose para o 4T24.
Petróleo, gás e petroquímicos
Para as empresas de E&P, os preços do Brent continuaram a apresentar uma tendência de queda durante o trimestre, o que deve impactar negativamente os resultados em termos de dólares americanos. No entanto, esse efeito deve ser amplamente atenuado em termos de BRL devido a um aumento na taxa de câmbio (USD/BRL). No entanto, é provável que o principal impulsionador do desempenho sejam fatores específicos das empresas. A produção da PRIO permaneceu abaixo de seu potencial, com vários poços ainda fechados aguardando atividades de workover, enquanto a RECV teve um trimestre praticamente estável. A Brava enfrentou desafios operacionais decorrentes da interrupção da produção em Papa-Terra e da redução da produção em Atlanta – ambos os campos voltaram a produzir no final de dezembro. Para as distribuidores de combustível, prevemos que as melhorias no ambiente competitivo observadas no terceiro trimestre continuarão no quarto trimestre, sugerindo que a lucratividade permanecerá em níveis saudáveis.
Saúde
Em breve: prévia completa do setor de Saúde para o 4T24.
Shoppings e Propriedades Comerciais
O desempenho operacional deve permanecer sólido, apesar dos desafios macroeconômicos. Após um forte crescimento de vendas no 3T24, esperamos que a shoppings continuem a apresentar um bom desempenho, apoiado por um sólido mês de novembro, apesar dos crescentes desafios macroeconômicos. Prevemos baixos custos de ocupação, o que deve impulsionar uma forte demanda dos lojistas e aumentar gradualmente as taxas de ocupação (+100bps A/A em média). Essa tendência deve contribuir para outro trimestre de ganhos sequenciais de margem NOI por meio da diluição de custos.
Os efeitos do ajuste do IGP-M mais alto devem ajudar gradualmente as receitas, embora o impacto material deva ser visto em 2025. O aumento do IGP-M/DI deve gerar um efeito de ajuste maior nos portfólios em comparação com o 3T24. Embora esperemos que os efeitos significativos se manifestem principalmente a partir do 2T25, prevemos receitas de aluguel gradualmente maiores neste trimestre. Juntamente com o crescimento robusto da receita de estacionamento devido (i) ao maior fluxo de veículos no final do ano e (ii) aos sólidos ajustes de tarifas ao longo de 2024, isso deve sustentar um crescimento positivo da receita em comparação com os trimestres anteriores.
Uma temporada de eventos não recorrentes; Multiplan e Iguatemi como destaques . Esperamos que o 4T24 apresente vários efeitos extraordinários, com destaque para a Multiplan e Iguatemi. Para a Multiplan, projetamos um crescimento de 59% na receita líquida A/A, impulsionado principalmente pelo (i) reconhecimento da venda do JundiaíShopping e (ii) duas vendas de landbank. Espera-se que isso resulte em um crescimento de 48% no FFO A/A (+4% A/A excluindo Jundiaí), apesar das maiores despesas financeiras decorrentes de uma recente emissão de debêntures. Para a Iguatemi, prevemos margens EBITDA mais fortes (+3,4p.p. A/A) e um sólido crescimento do FFO de 16% A/A, suportado por (i) o reconhecimento da venda de fração de terreno no Market Place, (ii) ganhos de eficiência decorrentes da diluição de custos dos shoppings, e (iii) forte
Veja aqui a prévia completa do setor de Shoppings e Propriedades Comerciais: para o 4T24.
Telecomunicações, Mídia e Tecnologia
Em breve: prévia completa do setor de Telecomunicações, Mídia e Tecnologia para o 4T24.
Transportes
Em breve: prévia completa do setor de Transportes para o 4T24.
Varejo
Um final de ano cauteloso em meio a incertezas crescentes. Esperamos que os varejistas reportem uma temporada de resultados mista, com desaceleração no crescimento da receita em todos os segmentos, embora com contínua melhoria na rentabilidade. Embora reconheçamos que as bases de comparações e a antecipação da demanda durante a Black Friday possam ter contribuído para o desempenho de vendas mais ameno, acreditamos que a deterioração macroeconômica já começou a prejudicar o consumo, reforçando nosso tom cauteloso para 2025.
Tendências de desaceleração no segmento discricionário. Após uma forte temporada do 3T, esperamos que as varejistas de vestuário de baixa/média renda relatem desaceleração no crescimento da receita, principalmente apoiados pelo crescimento em volume, mas com melhoria nas margens brutas e controle dos NPLs, com CEAB mais uma vez como destaque. Quanto aos players de alta renda, devemos ver resultados mistos, com AZZA apresentando aceleração na receita e margens esperadas estáveis, enquanto a receita da VIVA deve desacelerar com pressão na margem bruta compensada por um controle rigoroso de despesas.
Varejo de alimentos ficando atrás da inflação. No varejo de alimentos, continuamos a ver tendências de receita pouco inspiradoras, com vendas mesmas lojas ainda ficando abaixo da inflação alimentar, provavelmente comprometido pelo poder de compra em deterioração e um cenário competitivo mais difícil. Quanto às margens, a implementação de serviços e o reposicionamento do varejo devem continuar a impactar a CRFB, enquanto a maturação da expansão apoia a expansão das margens brutas e EBITDA para ASAI e GMAT.
Sem notícias são boas notícias no setor farmacêutico. Como o segmento mais defensivo do varejo, não esperamos grandes mudanças nas tendências de resultados para farmácias, com vendas mesmas lojas maduras permanecendo acima da inflação e níveis de rentabilidade em melhoria. Vemos a Panvel como o principal destaque, beneficiando-se da otimização do canal atacadista.
Ainda não é o ponto de virada para duráveis. Finalmente, apesar da forte sazonalidade da Black Friday, ainda não esperamos um grande ponto de virada na demanda por duráveis, pois continua impactada por altas taxas de juros.
Em breve: prévia completa do setor de Varejo para o 4T24.