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Expresso Alimentos & Bebidas #14

Confira os destaques do setor de Alimentos e Bebidas nesta semana.

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Confira os destaques do setor de Alimentos & Bebidas nesta semana

Alguns dos tópicos que abordamos incluem: preços dos animais vivos (margens dos produtores); exportações semanais (margens dos exportadores); preço da carne (margens dos frigoríficos);  dados do mercado norte-americano (margens nos EUA); dados de fluxo e performance das ações na semana.

Esses dados são importantes porque podem impactar os preços de ações como MRFG3, BRFS3 e ABEV3. No momento, estamos restritos em JBSS3 e BEEF3 por determinação da nossa área de Compliance, ou seja, não podemos realizar comentários sobre essas duas empresas por enquanto.

Vale lembrar que, no setor de Alimentos & Bebidas, esperamos performance melhor para frigoríficos expostos às carnes bovina e suína, ao passo que a carne de frango passa por um momento mais delicado em 2020, tanto no mercado interno quanto no mercado externo.

Gostaria de receber (em breve) nossos relatórios por email de Agro, Alimentos & Bebidas? Clique aqui.
Quaisquer críticas, dúvidas ou sugestões são bem vindas: basta deixar um comentário no final do post.


Sexta-feira


Quarta-feira

AmBev (ABEV3): IBGE indica crescimento robusto na produção de bebidas para outubro

Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgados agora há pouco pelo IBGE, a produção de bebidas alcoólicas no Brasil cresceu 7% em outubro versus o mesmo mês em 2019, além de ter crescido 6% versus setembro. Vale lembrar que a maior parte desse volume corresponde ao segmento de cerveja, o qual, por sua vez, representa quase metade da receita da Ambev.

Adicionalmente, os dados também mostram crescimento da produção de bebidas não alcoólicas de 13% na comparação com outubro de 2019, além de ter apresentado crescimento de 10% versus setembro. Ainda que no caso de bebidas não alcoólicas a participação de mercado da AmBev seja inferior àquela no mercado de cerveja, vale destacar que tais números da PIM são indicadores importantes para o segmento de NAB Brasil da empresa, o qual representa cerca de 8% da receita da Ambev. 

Apesar da alta em outubro ter sido menor do que a de setembro, enxergamos tais dados como positivos pois demonstram a continuidade da recuperação da indústria de bebidas desde o 3T20. Ressaltamos que sazonalmente o quatro trimestre (4T) costuma ser o mais forte do ano e, caso tal ritmo de crescimento registrado pela PIM seja mantido, entendemos que a AmBev deveria postar fortes volumes no período.


Terça-feira: Exportações de Proteínas

A SECEX divulgou os dados preliminares de exportação para novembro. Confira os destaques abaixo.

Carne bovina: foram exportadas 168 mil toneladas em novembro (+8% A/A e +3% M/M) a um preço médio de US$ 4.403 por tonelada (-9% A/A mas +4M/M). Em reais, considerando o câmbio médio do período, o preço ficou estável na comparação mensal, permanecendo na casa dos R$ 24 mil por tonelada, além de ter registrado alta de 19% na comparação anual.

Carne suína: foram exportadas 76 mil toneladas no mês (+32% A/A e -2% M/M) a um preço médio de US$ 2.475 por tonelada (+3% tanto no ano quanto no mês). Em reais, o preço também ficou estável na comparação mensal (aproximadamente R$13,4 mil por tonelada) e registrou alta de 34% versus o mesmo período em 2019.

Frango: foram exportadas 324 mil toneladas no mês (+3% A/A e +9% M/M) a um preço médio de US$ 1.326 por tonelada (-17% A/A e -2% M/M). Em reais, o preço registrou alta de 9% na comparação anual, mas caiu 5% versus Outubro de 2020, ficando próximo dos R$ 7,2 mil por tonelada.

Os dados de exportação seguem fortes, sobretudo tendo em perspectiva a proximidade do fim do ano, quando o consumo no mercado doméstico se aquece e com isso a participação das exportações é menor. Por outro lado, ainda se observa o efeito do Ano Novo Chinês nos embarques de carne bovina e suína do Brasil; na nossa visão, o maior risco para o setor hoje é a taxa de câmbio.


BRF (BRFS3): China deve retomar importações de carne suína do frigorífico da BRF em Lajeado/RS

Segundo o Valor Econômico, a China deve retomar importações de carne suína do frigorífico da BRF em Lajeado/RS. A planta estava com as exportações ao país asiático suspensas desde 4 de julho, em função de preocupações com o coronavírus;

A empresa conta com 14 habilitações para exportar para a China (dez de aves, três de suínos e uma de miúdos de suínos). No mês passado, os chineses já haviam reabilitado a unidade da companhia em Dourados/MS.

Nos últimos meses, os chineses bloquearam temporariamente as importações de carnes de diversos países. Enxergamos a notícia como positiva na medida em que sinaliza um retorno à normalidade, permitindo que a BRF se beneficie integralmente das exportações para a China.


Segunda-feira: Preços dos Animais Vivos

O pior teria ficado para trás? Pela segunda semana seguida, houve queda nos preços do boi (-3%) e do suíno vivo (-9% versus a sexta-feira anterior). O mesmo ocorreu com os preços da soja (-0,8%) e do milho (-1,2%). Vale lembrar que tais indicadores passaram a maior parte do ano subindo semana após semana. Agora, eles teriam apontado para o início de um processo de reversão a média.

Destacamos duas possíveis interpretações. Primeiramente, tal queda no preço do boi vivo poderia ser reflexo da sazonalidade da oferta, que aumenta nessa época do ano. Adicionalmente, a queda no preço poderia indicar maior resistência por parte do consumidor em pagar os preços atuais da carne, sobretudo no caso da carne bovina. Com retração da demanda por carne, é de se esperar uma queda no preço dos animais vivos ofertados.

Como isso impacta as empresas do setor? Tal queda no preço dos insumos poderia ser uma boa notícia para as empresas do setor, caso se mantenha no médio prazo. No entanto, como a situação climática segue complexa, os altos preços de grãos permanecem sustentados. No curto prazo, isso implicaria manutenção da pressão de custos sobre os frigoríficos, especialmente no caso daqueles expostos a frango e suíno.

  • O boi gordo fechou a semana passada em R$ 280/@, um aumento de 2% na comparação mensal e 22% na anual, mas uma queda de 3% versus a sexta-feira anterior.
  • O suíno vivo fechou a semana em R$ 8,68/kg, uma queda de 10% versus a mesma data em Outubro mas ainda registrando 49% de alta vs. 2019.
  • A soja fechou a semana em R$ 162/saca, estável na comparação mensal e +85% desde o início de 2020 (+79% A/A).
  • O milho fechouem R$ 79/saca, -4% versus o mesmo dia em Outubro e mas +63% desde o início do ano (+65% A/A).

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