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Em cenário de deflação, veja o que esperar da Renda Fixa

Após queda no IPCA no mês de julho, veja o que esperar e como agir nos ativos de Renda Fixa em cenário de deflação

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Após mais de dois anos em alta, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice que reflete a inflação de preços no Brasil, registrou queda de 0,68% no mês de julho. A deflação foi causada principalmente pela redução de impostos no preço de combustíveis e nos serviços de fornecimento de eletricidade e telecomunicações. É a primeira vez desde maio de 2020 que o índice registra variação negativa, por isso, no acumulado de 12 meses, a inflação acumulada segue em dois dígitos, com alta de 10,07%.

Essa movimentação afetou também as projeções e metas de inflação para os próximos meses. Nossos especialistas de Macroeconomia, por exemplo, esperam a inflação ao final deste ano em 6,8%, já colocando uma expectativa na conta de mais um mês deflacionário para o índice, de -0,26% no IPCA referente a agosto, que será divulgado em setembro apenas.

"Com anúncio de corte de 4,8% no preço da gasolina pela Petrobras, revisamos nossas projeções do IPCA de curto prazo e do ano. Não considerávamos essa redução e entendemos que nossas projeções para os demais itens do IPCA deste ano estão bem calibradas. Assim, reduzimos nossa projeção de IPCA para 2022 de 7,0% para 6,8%. "

Veja mais no relatório de atualização e no mensal de macroeconomia.

A inflação, além de afetar diretamente o bolso do brasileiro através dos preços de produtos e serviços, também influencia os rendimentos e preços de ativos atrelados ao índice, na Renda Fixa principalmente. Portanto, nesse breve cenário de deflação, o que podemos esperar da Renda Fixa e dos ativos indexados ao IPCA?

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Impactos na Renda Fixa

Os ativos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA, também são atrelados a uma taxa de retorno prefixada, que chamamos de "juro real". Ao comprar um título IPCA+, o investidor receberá, na data de pagamento do ativo, a atualização dos valores da inflação do período corrigidos pelo "VNA" - veja abaixo - acrescidos da taxa de juro compactuada na compra. Logo, a evolução da rentabilidade desses ativos ao longo do tempo não é previsível, visto que a inflação, medida pelo IPCA ou outros indicadores, pode ter oscilações a cada mês.

Valor Nominal Atualizado (VNA): Representa o índice de reajuste utilizado para precificar os títulos públicos do Tesouro Nacional. O indicador é divulgado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) todo dia 15 de cada mês e seus valores afetam principalmente os papéis do Tesouro indexados à inflação (NTN-B e NTN-C) e as letras financeiras do tesouro (LFT), ajustados respectivamente pelos indicadores econômicos IPCA, IGP-M e taxa Selic.
Os valores do VNA podem sofrer algumas pequenas correções. Isso acontece porque essas datas de divulgação sobre inflação, juros e outros indicadores não coincidem com a do VNA e também podem ter oscilações fora do esperado pelo mercado.

Por que os papéis caíram?

Entretanto, estamos acostumados a ter uma correção de inflação mensal quase sempre positiva. Quando ocorre uma deflação em certo período, o rendimento final do título está sendo reduzido através de uma correção negativa do VNA. Lembrando que, como a inflação já é um número percentual da variação média dos preços da economia, existe uma diferença de "desinflação" e "deflação", na qual a desaceleração no aumento dos preços é um movimento de desinflação, mas uma queda, de fato, no valor de bens e serviços se torna uma "deflação" para o tempo analisado.

A marcação a mercado dos títulos de renda fixa tende a apresentar variações significativas em uma divulgação de deflação apenas se for um resultado não esperado, o que não foi o caso do IPCA de Julho, que veio em linha com as projeções.

Porém, os títulos de prazos curtos podem oferecer a parcela prefixada mais elevada quando temos um impacto temporário nos preços devido à paridade com as taxas de juros nominais praticadas pelo mercado. Isso pode ser uma distração para o investidor que compara as taxas dos títulos de diferentes prazos, como vimos nos últimos dois meses a NTN-B de vencimento em agosto de 2022 oferecendo retornos superiores a IPCA + 20% a.a.. Escrevemos sobre isso neste relatório aqui.

Estimamos que, no curto prazo, a inflação ainda terá uma redução com as medidas públicas adotadas, apresentando valor negativo na próxima divulgação, mas ainda assim um expectativa de ambiente inflacionário acima da meta do Banco Central nos próximos dois anos. As incertezas no cenário externo, com ciclo de aperto monetário nos EUA e Europa, e cenário doméstico, com disputa eleitoral e receios sobre as regras fiscais do ano que vem, nos leva a manter a recomendação de alocação nos IPCA+, principalmente para as carteiras com horizontes de tempo mais alongados, e em prefixados ainda relativamente baixa, apesar de as taxas estarem historicamente elevadas (acima de dois dígitos para todos os prazos).

Não confunda pagamento de juros com deflação

Na segunda-feira, dia 15 de agosto, ocorreu o pagamento de cupom - juros semestrais programados - dos títulos do Tesouro Nacional indexados à inflação de vencimentos em anos pares (2024, 2026, 2050, etc..), além de pagamento de cupom em títulos de crédito privado que tendem a manter as datas alinhadas com os títulos públicos no momento de sua emissão.

Os títulos públicos com pagamentos de juros semestrais possuem datas estipuladas para os débitos.
Entenda melhor as datas e como funcionam os pagamentos dos títulos do Tesouro no mercado secundário no Tesouro Direto.

No dia do pagamento do cupom, ou seja, débito referente à remuneração do juros na conta do investidor, o preço do título sofre um ajuste proporcional ao valor do saldo recebido. Isso também ocorre em ativos de renda variável em datas que são provisionados os pagamentos de proventos e não representa nenhum tipo de prejuízo ou desvantagem na aplicação, apenas um reajuste de precificação por conta do pagamento feito.

Portanto, caso tenha percebido uma variação negativa de valor significativo no seu título IPCA+ essa semana, sendo título público ou crédito privado, pode não ter relação com o impacto da deflação no índice de preços brasileiro e vale conferir se o mesmo não efetuou o pagamento de juros na conta investimento.

Saiba tudo sobre a Renda Fixa nos vídeos da série Aprenda a Investir

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