O risco de liquidez é mais uma das situações às quais o bolso do investidor está sujeito. Ele pode ser entendido como o risco de não conseguir liquidar, ou resgatar, um determinado ativo no prazo desejado.
Apesar de sua importância, esse é um tipo de risco muitas vezes ignorado pelos investidores, que acabam por comprar ativos de baixa liquidez e, por conta da pressa em vendê-los, podem acabar por perder muito dinheiro.
Um exemplo disso é quando alguém adquire um imóvel com o objetivo de lucrar com a sua valorização, contudo, por conta de uma emergência, precisa vendê-lo rapidamente, muitas vezes com um grande desconto.
É muito importante que você entenda exatamente o que é o risco de liquidez, como ele funciona e o que você pode fazer para reduzi-lo ou mesmo fugir dele. Continue a leitura e confira!
O que é risco de liquidez?
O risco de liquidez é, didaticamente, a possibilidade de alguém sofrer uma perda de capital em função da impossibilidade de vender determinado ativo no prazo desejado.
Ficou confuso, vamos recapitular o que é a liquidez então!
No caso dos ativos financeiros, a liquidez pode ser entendida como sendo a capacidade de se transformar esse ativo em dinheiro. Dessa forma, quanto mais rápido e fácil for vender um ativo, sem que ocorra uma grande perda de valor, maior será a sua liquidez.
Grande parte dos ativos financeiros pode ser transformada em dinheiro de uma maneira muito rápida. Para isso, basta que o investidor baixe o seu preço o suficiente para que alguém tenha interesse em comprá-lo.
Existem, ainda, outros fatores que influenciam na liquidez, como o prazo de venda do ativo, chamado prazo de liquidação.
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Exemplos de risco de liquidez
Um bom exemplo de risco de liquidez são os imóveis. Imagine que você tem um dinheiro em caixa e deseja fazer um investimento no mercado imobiliário.
Para isso, o seu consultor te ofereceu duas opções:
- Adquirir 5 apartamentos no valor de R$ 200 mil cada;
- Adquirir um andar em um prédio comercial por R$ 500 mil.
Considerando que o seu objetivo é lucrar com o aluguel e, futuramente, com a venda dos imóveis após uma certa valorização, qual seria a opção com o menor risco de liquidez?
Nesse caso, dependerá bastante dos seus objetivos. No entanto, se levado à ponta do lápis, provavelmente os 5 apartamentos oferecem um risco de liquidez menor do que o andar no prédio comercial.
Isso porque, além de ser mais simples conseguir inquilinos para os apartamentos, eles também apresentam uma maior facilidade de venda, o que minimiza o seu risco de liquidez.
Como funciona o risco de liquidez
Os ativos financeiros podem apresentar um alto ou um baixo risco de liquidez e isso está relacionado a uma série de fatores, dentre os quais o mais importante é o tempo necessário para transformá-los em dinheiro.
Entenda quando os ativos podem apresentar um alto ou um baixo risco de liquidez:
Alto risco de liquidez
Um ativo com alto risco de liquidez é aquele que pode levar muito tempo até ser vendido, possui uma data fixa para o resgate em um futuro distante ou que só pode ser vendido ou resgatado se o investidor baixar consideravelmente o seu preço, o que pode significar abrir mão de todo ou boa parte do lucro envolvido.
Um exemplo de ativo com alto risco de liquidez são os imóveis. Isso porque não é tão simples transformá-los em dinheiro em conta, visto que a venda desse ativo pode levar dias, meses ou até anos.
Todavia, se o investidor deseja vender um imóvel rapidamente, pode baixar bastante o seu preço e logo aparecerão compradores interessados.
É por isso que os investimentos em fundos imobiliários podem fazer mais sentido para quem quer lucrar com esse mercado sem abrir mão de liquidez.
Baixo risco de liquidez
Já os ativos com baixo risco de liquidez (ou de alta liquidez) são aqueles que podem ser vendidos rapidamente no mercado. Ou seja, é relativamente fácil transformá-los em dinheiro.
Um exemplo disso são os CDBs com liquidez diária, pois é um tipo de ativo que pode ser vendido a qualquer momento e cujo resgate leva poucos dias. O Tesouro Selic também tem essa característica: o próprio Tesouro Nacional garante a recompra desses títulos e eles sofrem pouca oscilação pela marcação a mercado.
Tipos de risco de liquidez
O risco de liquidez pode ser de dois tipos:
- Risco de liquidez de mercado
- Risco de liquidez financiamento
Risco de Liquidez de Mercado
O risco de liquidez de mercado é visto conforme a incapacidade de liquidar um ativo dentro de um determinado período sem que ocorra uma perda significativa de seu valor.
Risco de liquidez de financiamento
O risco de liquidez de financiamento ocorre quando uma instituição não honra suas obrigações financeiras por conta da falta de captação. Resumindo, é a incapacidade de manter as finanças de acordo com a maturidade dos ativos.
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Gerenciando o Risco de Liquidez
Existem algumas dicas que você pode seguir para gerenciar o risco de liquidez. A solução mais indicada ainda é a boa e velha diversificação da carteira de investimentos.
Ao fazer isso, você consegue ter em suas mãos ativos de alta e de baixa liquidez. Com isso, ao surja uma situação de emergência, você pode manter os ativos com menor liquidez e vender os de maior liquidez, sem perder o lucro dos ativos mais difíceis de vender.
Como evitar risco de liquidez
A melhor maneira de se evitar o risco de liquidez é fazendo um planejamento. Se o seu objetivo é fazer uma reserva de emergência, ativos com baixo risco de liquidez são mais interessantes.
Veja como fazer uma reserva de emergência!
Já os investimentos com maior risco de liquidez são opções melhores para quem tem metas de longo prazo, ou seja, quem não precisará desse dinheiro tão cedo.
Observação: não é possível ficar 100% livre do risco de liquidez, pois, mesmo em maior ou menor grau, ele sempre irá existir.
Quais os riscos em se operar em um mercado sem liquidez?
Em tese, quanto mais líquido um mercado, mais eficiente ele é. Além disso, quando alguém faz uma grande compra ou venda, essa operação tende a afetar menos o mercado mais líquido.
Outra característica dos mercados dotados de maior liquidez é, como mencionamos, a facilidade em transformar um ativo financeiro em dinheiro na conta bancária.
Porém, o principal risco de se operar em um mercado com pouca ou nenhuma liquidez é a possibilidade de manipulação. Ou seja, alguém com grande influência pode acabar realizando operações de modo a aumentar ou reduzir o preço dos ativos em benefício próprio.
Um grande exemplo disso é o que ocorre com as criptomoedas de baixa capitalização no mercado, pois a sua baixa liquidez permite que elas sejam manipuladas para atender aos interesses de um grupo de pessoas, o que faz com que muitos traders sofram prejuízos.
Como medir o risco de liquidez?
Existem alguns indicadores que auxiliam a medir o risco de liquidez, dentre eles, temos:
- Liquidez corrente
- Liquidez seca
- Liquidez imediata
- Liquidez geral
Eles se diferenciam devido ao modelo de prazo e capacidade de pagamento. Para entender sobre cada um deles, clique aqui!
Além disso, um método muito utilizado para medir o risco de liquidez no mercado é a criação de cenários em que se verifica qual a probabilidade que uma determinada aplicação possui de gerar uma perda financeira.
É possível dizer que um investimento possui um alto risco de liquidez quando não se pode transformar esse ativo em dinheiro em caixa rapidamente.
Investimentos e risco de liquidez
O risco de liquidez afeta os investimentos na medida em que delimita até que ponto o investidor aceita abrir mão de seu lucro caso precise resgatar a aplicação antes do prazo ou de uma maneira rápida.
Por isso, a análise do risco de liquidez deve ser algo que faz parte da rotina dos investidores, pois, a partir dela, é possível evitar grandes perdas e garantir uma maior lucratividade no longo prazo.
Agora que você já sabe tudo sobre o risco de liquidez, aproveite para aumentar a sua base de conhecimento sobre investimentos navegando um pouco mais em nosso blog.
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