IBOVESPA 2,03% | 95.735 Pontos
CÂMBIO 1,51% | 5,40/USD
O que pode impactar o mercado hoje
O Ibovespa encerrou o pregão de ontem em alta de 2,24%, acompanhando o movimento de otimismo de bolsas globais e recuperando parte das perdas da última sexta-feira. O S&P 500 subiu 1,47%, o Dow Jones 2,32% e a Nasdaq 1,2%. Nesta manhã, bolsas na Ásia operam em ligeira alta entre 0,5% a 1,3%, enquanto bolsas europeias e futuros dos EUA estão estáveis.
As expectativas futuras para os juros refletiram o otimismo dos mercados externos, levando as taxas de médio e longo prazo para baixo. No curto prazo, as taxas permaneceram inalteradas, com estimativas acerca de novo corte na Selic ainda em foco. DI jan/21 ficou estável em 2,07%; DI jan/23 fechou em 4,05% contra 4,13% anteriormente e DI jan/25 terminou o dia em 5,74% contra 5,82% no dia anterior.
No campo internacional, o primeiro destaque vai para a divulgação de dados de atividade econômica na China (PMI, sigla em inglês para índices de gerentes de compras). O PMI do setor industrial da China em junho foi de 50,9, acima do dado de 50,6 de maio e vindo no maior patamar em 3 meses, contrariando expectativas de queda. Já o PMI de serviços na China foi de 54,4 no mesmo período, também sinalizando uma expansão comparado aos níveis de maio (53,6) e vindo no maior patamar em sete meses. Lembramos que dados acima de 50 sinalizam expansão de atividade.
Os fortes dados de atividade na China ofuscaram as tensões desencadeadas pela aprovação pelo Parlamento Chinês de uma nova lei de segurança para Hong Kong que objetiva prevenir e punir atividades subversivas, separatistas e que configurem casos de terrorismo ou de conluio com poderes estrangeiros na cidade. Antecipando a aprovação da nova lei, o governo Trump declarou que vai encerrar as exportações de sistemas de defesa sensíveis para Hong Kong. Em retaliação, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China anunciou nesta segunda-feira que o país restringirá a emissão de vistos para funcionários do governo americano envolvidos em ações para questionar ou evitar a nova lei de segurança de Hong Kong.
No Brasil, o destaque foi para indicadores do mercado de trabalho, que surpreenderam as expectativas ao apresentar um “fundo do poço” menos negativo do que o esperado. De acordo com os dados divulgados ontem pelo novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), cerca de 331,9 mil postos de trabalho foram destruídos em maio. Ainda que este tenha sido o pior resultado para o mês desde o início da série histórica do Caged, em 2007, o número surpreendeu positivamente tanto as nossas expectativas quanto as expectativas de mercado coletadas pela Bloomberg, que previam cerca de 900 mil postos de trabalho destruídos no mês.
Em política, o governo deve anunciar hoje a extensão do auxílio emergencial, encerrando negociação com o Congresso que se arrasta há semanas. Há duas possibilidades, uma de mais três parcelas de R$ 500, R$ 400 e R$ 300 e outra, que voltou a ganhar força, de mais dois pagamentos de R$ 600, que vinha sendo defendida pelo Congresso. Se optar pela última, há possibilidade de que seja feita apenas por decreto, sem necessidade de nova votação por deputados e senadores.
Indo para empresas, atualizamos nossa cobertura de bancos incumbentes com um mergulho profundo nos fundamentos. Incorporamos impactos da pandemia da COVID-19 e nossa visão sobre os principais temas setoriais nas nossas estimativas dos quatro bancos incumbentes. Adicionamos à parte setorial do relatório dados setoriais de crédito, seguros, aplicativos digitais, regulação e legislação. Também apresentamos o que baseia nossas estimativas e como fundamentamos nosso preço-alvo para cada um dos bancos. Além disso, também decidimos atualizar individualmente a tese dos bancos, com nossa visão sobre quão defendido cada player está, bem como tópicos de riscos, oportunidades, governança, estimativas e valuation. Por fim, oferecemos nesse relatório o máximo de riscos, sensibilidades e cenários possíveis para ajudar investidores a passarem por essa fase.
Finalmente, do lado das commodities, os preços de celulose de fibra curta na China tiveram mais uma queda na semana (-US$3,5/t), para US$460,5/t. Seguimos com nossa visão positiva no longo prazo – apesar da sequência de quedas – com recomposição de margens dos produtores de papel na China. Esperamos uma reação negativa das ações de Suzano e Klabin no pregão de hoje.
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Internacional
- Política internacional: China aprova nova lei de segurança para Hong Kong
Acesse aqui o relatório internacional
Empresas
- Um Mergulho em Bancos
- Industria Bancária: os tempos mudaram, mas o mundo não acabou
- Banco do Brasil (BBAS3): Barato, defendido e digitalmente competitivo
- Bradesco (BBDC4): tese de investimento
- Itaú (ITUB4): Investimento em qualidade
- Santander (SANB11): Comparativamente caro
- Ecorodovias (ECOR3) 1T20: EBITDA em linha, lucro acima; Tráfego comparável cai 3,8% a/a
- Papel & Celulose: Queda no preço da celulose de fibra curta na China
- Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): China suspende importação de três unidades brasileiras
- Copasa (CSMG3): Novo marco do saneamento não facilita venda da Copasa, afirmam líderes da ALMG
- Iguatemi (IGTA3): Suspensão das atividades do Shopping Iguatemi Esplanada
Fundos de Investimento
- Carteira Recomendada de Fundos Imobiliários de Julho
Veja todos os detalhes
Internacional
Política internacional: China aprova nova lei de segurança para Hong Kong
- As tensões entre os Estados Unidos e a China estão em destaque após a aprovação da nova lei de segurança de Hong Kong, que reduz a autonomia do território. Antecipando a aprovação, o governo Trump declarou que vai encerrar as exportações de sistemas de defesa sensíveis para Hong Kong. Também, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China anunciou nesta segunda-feira que o país restringirá a emissão de vistos para funcionários do governo dos Estados Unidos envolvidos em ações para questionar ou evitar a nova lei de segurança de Hong Kong;
- Na França, o partido do presidente Emmanuel Macron, República em Marcha, sofreu derrota nas eleições municipais, perdendo espaço para o partido Verde;
- Ainda sobre a Europa, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, deve anunciar plano de estímulo nesta terça-feira. Ele antecipou que o plano deve ser abrangente e que o governo “não voltará à austeridade de 10 anos atrás”;
- Também, a União Europeia reabriu fronteiras com 15 países, deixando de fora os EUA, o Brasil e a Rússia, em meio ao aumento de casos confirmados nos países.
Empresas
Um Mergulho em Bancos
- Para auxiliar investidores neste momento de incerteza, decidimos atualizar nossa cobertura de bancos incumbentes com um mergulho profundo nos fundamentos.
- Incorporamos impactos da pandemia da COVID-19 e nossa visão sobre os principais temas setoriais nas nossas estimativas dos quatro bancos incumbentes.
- Buscando enriquecer o relatório, incorporamos não apenas os dados das empresas em si, mas dados setoriais de crédito, seguros, aplicativos digitais, regulação e legislação. Também apresentamos o que baseia nossas estimativas e como fundamentamos nosso preço-alvo para cada um dos bancos.
- Além disso, também decidimos atualizar individualmente a tese dos bancos, com basicamente uma parte padrão e uma personalizada para cada tese. A parte padrão contém nossa visão sobre quão defendido cada player está, bem como tópicos de riscos, oportunidades, governança, estimativas e valuation.
- Já a parte personalizada varia de banco para banco, mas destacamos a força do Banco do Brasil (BBAS3) no agro, do Bradesco (BBDC4) em seguros, a alocação de capital do Itaú (ITUB4) e a performance do Santander (SANB11) desde o início da gestão Rial.
- Por fim, acreditamos que o foco em risco e na margem de segurança sejam essenciais para navegar pelo setor bancário nesse cenário de crise, competição pesada, regulação agressiva e pouca visibilidade macroeconômica. Sendo assim, oferecemos nesse relatório o máximo de riscos, sensibilidades e cenários possível para ajudar investidores a passarem por essa fase.
Industria Bancária: os tempos mudaram, mas o mundo não acabou
- Neste relatório, abordamos com profundidade os tópicos de competição, crédito e regulação, com cenários e sensibilidades para ajudar principalmente na análise dos riscos;
- Também apontamos oportunidades de curto e longo prazo que enxergamos em cada um dos tópicos, com destaque para dados de competição digital.
Banco do Brasil (BBAS3): Barato, defendido e digitalmente competitivo
- Já no relatório individual de Banco do Brasil, destacamos principalmente: i) o valuation atrativo do banco, que está sendo negociado abaixo de valor patrimonial; ii) sua operação defendida, com uma carteira de crédito menos arriscada, boa liquidez e solvência; iii) a boa performance digital do banco, que conta com o maior número de downloads nos aplicativos, o maior número de usuários ativos mensais entre os incumbentes, bem como boas avaliações de usuários; iv) a posição de domínio do banco no setor agrícola, que performa melhor do que o resto da economia e, ao que tudo indica, deve continuar assim; e v) os riscos de ser um banco público.
Bradesco (BBDC4): tese de investimento
- Continuando com o Bradesco, explicamos as razões que nos fazem acreditar que o banco está descontado.
- Além disso, explicamos melhor a tese do Bradesco, que conta com a maior diversificação de receitas entre os quatro bancos e opera suas operações com boa sinergia;
- Por fim, analisamos a situação de domínio do banco em seguros, que acreditamos poder entregar bons resultados no longo prazo para o banco e que possui maior rentabilidade que uma seguradora comum devido ao bancassurance.
Itaú (ITUB4): Investimento em qualidade
- No caso do Itaú, falamos sobre dois pontos de destaque histórico do banco: historicamente melhor na alocação de capital, com vários cases de sucesso em aquisições e parcerias, além de possuir, na nossa visão, a melhor governança corporativa entre os quatro;
- Também entramos em detalhes sobre as razões que o valuation do banco não está tão caro, se considerarmos as subsidiárias.
Santander (SANB11): Comparativamente caro
- No Santander, destaque para a performance do banco desde o início da gestão Rial, que priorizou o corte de custos e a centralização da gestão no cliente, atitudes que fizeram o banco saltar de um ROE de 12% em 2015 para 22% em 2019;
- Também tomamos cuidados de explicar as razões pelas quais achamos que tal performance já esteja bem precificada, bem como possíveis riscos que o banco apresenta neste cenário de crise.
Ecorodovias (ECOR3) 1T20: EBITDA em linha, lucro acima; Tráfego comparável cai 3,8% a/a
- Os resultados da Ecorodovias no 1T20 vieram em linha com as estimativas de forma geral. O EBITDA proforma atingiu ~R$ 530 milhões, ~1% acima da nossa estimativa e apresentando crescimento de 18% a/a, enquanto o lucro líquido atingiu R$ 103 milhões, ~17% acima da nossa estimativa e resultando em expansão de 23% vs. o 1T19. O tráfego comparável apresentou queda de 3,8% a/a (ex-Eco135 e Eco50), em linha com as expectativas;
- De forma geral foi um trimestre sem surpresas, tendo em vista que a empresa vem divulgando dados de tráfego semanalmente desde meados de março. Apesar dos impactos negativos das políticas de distanciamento social sobre o tráfego, (i) os dados mensais (em bases comparáveis) vêm melhorando sequencialmente desde o abril e (ii) a desde o final de março a Ecorodovias captou recursos e refinanciou ~R$ 1,5 bilhão em amortizações de dívidas que aconteceriam em 2020 (agora em R$ 1,8 bilhões até o final do ano). Mantemos recomendação de Compra para as ações, com preço-alvo de R$ 14,8/ação. Acesse aqui o relatório completo sobre os resultados do 1T20.
Papel & Celulose: Queda no preço da celulose de fibra curta na China
- Os preços de celulose de fibra curta na China tiveram queda na semana (-US$3,5/t), para US$460,5/t. Mantemos nossa visão positiva no longo prazo com recomposição de margens dos produtores de papel na China;
- Esperamos uma reação negativa das ações de Suzano e Klabin no pregão de hoje. Temos recomendação de Compra para ambos os nomes, com preço-alvo de R$47 e R$22/ação para Suzano e Klabin, respectivamente.
Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): China suspende importação de três unidades brasileiras
- Segundo o Broadcast e o Valor Econômico, o Ministério da Agricultura confirmou que a China teria suspendido temporariamente a importação de carne de três unidades de frigoríficos brasileiros, e o Ministério teria vetado uma quarta planta. As plantas suspensas são: a do frigorífico Agra em Rondonópolis (MT), a unidade da JBS em Passo Fundo (RS), a planta da Marfrig em Várzea Grande (MT) e a da Minuano em Lajeado (RS);
- Em nota, o MAPA esclareceu que “suspendeu voluntariamente a exportação para China de um estabelecimento que teve suas atividades paralisadas em função de decisão judicial” relacionada ao covid-19. Quanto às outras unidades, o Brasil deverá buscar junto à Autoridade Aduaneira Chinesa (GACC), “as razões da suspensão dos três estabelecimentos” e já teria iniciado negociações para que as suspensões possam ser levantadas;
- O Ministério indicou também que o Brasil possui regulação para prevenção, controle e mitigação de riscos de transmissão da covid-19 nas atividades da indústria de proteínas e que a portaria com essas medidas já foi traduzida para o mandarim e entregue às autoridades sanitárias chinesas;
- Além disso, vale lembrar que grandes indústrias como JBS e Marfrig contam com várias plantas habilitadas para exportar para a China, não dependendo de nenhuma delas isoladamente, ainda que tais suspensões e fechamentos temporários de diferentes plantas possam contribuam para a volatilidade das margens no curto prazo.
Copasa (CSMG3): Novo marco do saneamento não facilita venda da Copasa, afirmam líderes da ALMG
- Segundo matéria do jornal O Tempo, de acordo com líderes da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), cuja aprovação seria necessária para a privatização da Copasa, as novas regras aprovadas no Novo Marco do Saneamento podem até dificultar a tentativa de venda da estatal;
- A desestatização da Copasa é uma das bandeiras do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), embora nenhum projeto nesse sentido ainda tenha sido enviado ao Parlamento até o momento. No entanto, para que isso ocorra, a ALMG precisa aprovar a medida, decisão que necessita ainda ser chancelada pela população por meio de um referendo (a salvo que o governo consiga alterar a constituição do estado). Além disso, o tema sempre encontrou resistência na Casa;
- Os líderes do legislativo afirmam que o novo marco do saneamento abre a possibilidade maior de concorrência dentro da exploração do setor de saneamento básico. Nessa linha, a Copasa ficaria com uma dificuldade maior quanto à concorrência, sendo então prejudicial para a companhia. Além disso, afirmam que as concessões que a estatal já tem no atual modelo não deverão ser transferidas para o setor privado. Com isso, segundo eles, a estatal mineira, que atende 635 dos 853 municípios do Estado, torna-se praticamente impossível de ser vendida;
- Como escrevemos em nosso relatório publicado em 02 de junho, Privatizações são mais complexas do que parecem, consideramos muito improvável que ocorra a privatização da estatal de Minas Gerais. Além disso vemos uma complexidade adicional para a privatização da companhia após o acordo para veto ao Parágrafo 1 do Artigo 14 do novo marco do saneamento, que dispensava a anuência de municípios para a privatização de estatal de saneamento caso não houvesse alterações nos contratos da companhia. Por estas razões mantemos recomendação de Venda nas ações da Copasa.
Iguatemi (IGTA3): Suspensão das atividades do Shopping Iguatemi Esplanada
- A Iguatemi informou ontem que o Shopping Iguatemi Esplanada, localizado entre as cidades de Sorocaba e Votorantim, teve suas atividades suspensas por completo, podendo operar somente as atividades consideradas essenciais. O empreendimento havia retomado suas atividades em horário reduzido no dia 02/06;
- Para acompanhar os shoppings que já tiveram suas atividades retomadas, bem como a data de abertura, a representatividade na receita e a operadora, acesse nosso relatório de acompanhamento, que será sempre atualizado conforme novos ativos forem reabertos.
Fundos de Investimento
Carteira Recomendada de Fundos Imobiliários de Julho:
- Após quedas acentuadas no primeiro trimestre do ano, O IFIX e o XPFI apresentaram fortes performances de 4,9% e 4,1%, respectivamente. Para os próximos meses, acreditamos que o mercado pode continuar volátil a depender das discussões sobre a recuperação econômica e uma nova suspensão de funcionamentos dos shoppings reabertos devido ao aumento no número de casos de COVID-19
- Em razão das incertezas do cenário econômico, mantemos a composição setorial da carteira com baixa exposição ao segmento de shopping centers e alta exposição em ativos mais defensivos. Desse modo, seguimos com 32,5% alocado em Recebíveis, 30% em Logística, 15% em Híbridos, 10% em Shopping Centers, 7,5% em Lajes Corporativas e 5,0% em Fundo de Fundos.
- Quanto às mudanças, retiramos o fundo Kinea Índice de Preços (KNIP11), substituindo-o pelo fundo CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11). Para mais detalhes, acesse nossa carteira recomendada de FIIs.
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