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O que esperar para a COP29?

Acesse aqui para saber o que esperar da COP29 no Azerbaijão!

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A um mês da conferência, elencamos três principais temas que devem nortear as discussões

Daqui a um mês, líderes governamentais e representantes da indústria do mundo se reunirão em Baku, no Azerbaijão, para a 29ª Conferência Anual das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29). Programada para acontecer entre 11 e 22 de novembro, a cúpula terá como pano de fundo um contexto de instabilidade geopolítica que deve influenciar o quórum desse ano, além de moldar os compromissos assumidos. Neste relatório temático – o 1° de uma série relacionada à COP29 -, destacamos três principais temas que deverão ser centrais nas discussões: (i) estabelecendo uma nova meta de financiamento climático; (ii) repensando o sistema energético global em meio à transição; e (iii) acelerando os esforços de adaptação e mitigação.

Breve contexto sobre os bastidores da COP29

A última COP foi classificada pela ONU como a maior cúpula climática já vista, atraindo mais de 80 mil participantes. Em contraste, o evento deste ano será marcado por um cenário internacional mais conturbado, com: (i) eleições americanas ocorrendo apenas uma semana antes do início da COP29; e (ii) o aumento da instabilidade geopolítica no Oriente Médio, que pode não apenas afetar o quórum dessa edição, como também impactar os esforços de cooperação, com esse cenário também levantando questionamentos sobre a capacidade da ONU de evitar que o conflito Israel-Irã aumente ainda mais.

#1. Estabelecendo uma nova meta de financiamento climático

A cúpula deste ano deve focar (mais uma vez) no financiamento climático. Considerando que os países desenvolvidos cumpriram a promessa inicial de US$100bi por ano para apoiar as nações em desenvolvimento no enfrentamento da crise climática, espera-se que a COP29 estabeleça uma nova (e mais ambiciosa) meta, conhecida como Nova Meta Coletiva Quantificada (NCQG). No entanto, embora o evento represente uma oportunidade chave para alinhar o tamanho do financiamento com as necessidades globais, é importante ter em mente os desafios. Segundo a OCDE, a meta inicial de US$100bi/ano foi atingida somente em 2022, 2 anos após o prazo, e as preocupações com o número de nações contribuintes devem ser um dos principais pontos de atrito, levantando dúvidas sobre a capacidade dos países de chegar a um novo consenso.

#2. Repensando o sistema energético global em meio à transição

Tendo como ponto de partida os resultados obtidos na COP28 (link), esperamos que as discussões na COP29 girem em torno de: (i) acompanhar o progresso em direção à meta de triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030, com ênfase na liderança da China (65% das adições totais de capacidade em 2023); e (ii) discutir a transição gradual dos combustíveis fósseis, com o Azerbaijão, como grande produtor de petróleo, devendo reforçar a importância do setor de óleo e gás na transição energética, direcionando as discussões para a redução das emissões dentro do setor, em vez de desenhar um plano de ação para a saída gradual dos combustíveis fósseis.

#3. Acelerando os caminhos de adaptação e mitigação

Os recentes eventos climáticos extremos ao redor do mundo ressaltaram a necessidade cada vez mais urgente de aprimorar os esforços de adaptação e mitigação, obrigando os governos a priorizarem essa agenda. Em termos de adaptação, esperamos que as conversas se concentrem no avanço da Meta Global de Adaptação (GGA) e dos Planos Nacionais de Adaptação (NAPs). Em relação à mitigação, é importante notar que os países devem atualizar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) a cada cinco anos, com a COP29 acontecendo no início dessa janela de atualização (24/novembro-25/fevereiro). Os Emirados Árabes Unidos, o Azerbaijão e o Brasil declararam suas intenções de apresentar novas NDCs antes de outros países, já durante o evento.

Veja abaixo o relatório completo.

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