IDIVERSA: Índice da B3 reúne empresas que são destaque em diversidade no Brasil

Promovendo a diversidade e destacando 75 companhias com bom desempenho na agenda

Ontem (15 de agosto), a B3 lançou o IDIVERSA, primeiro índice da América Latina focado em diversidade, composto por empresas que se destacam pelos números relacionados a gênero e raça. Nesse sentido, três principais pontos merecem destaque: (i) o critério de elegibilidade depende de uma representação mínima de diversidade no Conselho e na Diretoria Estatutária; (ii) a entrada das companhias tem como base a pontuação obtida de acordo com o nível de diversidade na força de trabalho; e (iii) a ampla composição do índice (75 cias). De forma geral, vemos o lançamento como positivo, pois aumenta a transparência e incentiva melhores práticas de diversidade por parte das companhias listadas brasileiras. Em nossa visão, o movimento está alinhado com os contínuos esforços da B3 na agenda ESG, reforçando o papel das bolsas de valores em direcionar as empresas em direção à melhores práticas, o que inclui, também, a redução das lacunas de diversidade no mundo corporativo.

Elegibilidade: Pelo menos uma mulher ou uma pessoa negra¹ no Conselho e na Diretoria. Entre os seis critérios de inclusão ilustrados na metodologia do IDIVERSA da B3 (acesse aqui), destacamos como o principal diferencial em comparação a outros índices relacionados a sustentabilidade e governança da B3, o critério inicial das empresas terem pelo menos uma mulher ou uma pessoa negra¹ tanto no Conselho de Administração (CA), quanto na Diretoria Estatutária.

Entrada: Tudo gira em torno do Índice de Diversidade da B3. Partindo do universo de empresas elegíveis, a entrada no índice se baseia em uma pontuação geral que considera a participação de mulheres e pessoas negras¹ em toda a força de trabalho da empresa, critério esse considerado no cálculo do peso de cada ação no IDIVERSA. Contudo, mais critérios são considerados, incluindo a maior importância da diversidade nos níveis hierárquicos mais altos – por exemplo, um Conselho composto por 50% de membros do sexo feminino resulta em uma pontuação maior em comparação com a mesma participação de mulheres em cargos de gestão. Por fim, também vale ressaltar que o Índice de Diversidade da B3 considera também o quão próxima ou distante a empresa está da distribuição de diversidade da população brasileira, usando como base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e considerando a localização das operações da empresa e qual setor a mesma faz parte – por exemplo, quanto mais distante da pontuação de diversidade do IBGE, menor a pontuação.

Composição: Carteira IDIVERSA em detalhe. Composta por 75 empresas, totalizando 79 ações (veja a Figura 01 abaixo), os dez principais nomes com os maiores pesos no índice são: Banco do Brasil (BBSA3); Raia Drogasil (RADL4); Sabesp (SBSP3); Hypera (HYPE3); Petrobras (PETR3 e PETR4); Equatorial Energia (EQTL3); Lojas Renner (LREN3); B3 (B3SA3); Assaí (ASAI3) e Localiza (RENT3). De forma geral, as empresas contemplam dez setores, com 75% delas listadas no segmento do Novo Mercado da B3.

Nossa visão em poucas palavras. Além de cumprir um dos compromissos assumidos na emissão do primeiro título vinculado à sustentabilidade (SLB) da B3 em 2021, vemos o lançamento do índice IDIVERSA como positivo, principalmente por aumentar a transparência e incentivar a diversidade. Em nossa visão, essa iniciativa da B3 segue os esforços já existentes por parte da empresa para promover a agenda ESG, dado papel exercido pelas bolsas de valores ao redor do mundo em direcionar as companhias listadas em direção à melhores práticas, o que inclui também endereçar as lacunas de diversidade. De forma geral, o índice IDIVERSA pode desempenhar um papel importante ao incentivar as empresas a aumentarem sua própria representação de diversidade, ao mesmo tempo em que oferece aos investidores a capacidade de considerar empresas com melhor desempenho em diversidade em suas decisões de investimento.

¹inclui negros, pardos e indígenas