O que aconteceu nesta semana na renda fixa?
As taxas futuras de juros fecharam a primeira semana de maio em queda, principalmente nos vértices médios e longos. Os principais destaques foram (i) as preocupações acerca da saúde financeira dos bancos regionais norte-americanos; e (ii) as decisões de política monetária no Brasil e nos EUA.
Na seara internacional, após as preocupações com o sistema financeiro norte-americano no começo da semana, os yields das Treasuries terminaram a semana com uma leve alta, refletindo o alívio de temores com o setor bancário dos Estados Unidos e a surpresa positiva com os dados do payroll de abril. Comparando com o fechamento da sexta-feira da semana passada (28), o yield de 2 anos passou de 4,04% para 3,92% e o de 10 anos permaneceu no patamar de 3,44%.
Por fim, vale mencionar que a Moody’s rebaixou o rating da Usina Coruripe para ‘B2’ e mudou a perspectiva para negativa; ante estável. Adicionalmente, a S&P Global alterou a perspectiva da Eneva para Negativa e, ao mesmo tempo, afirmou o rating em ‘brAAA’ – todas as alterações de ratings estão no final da página.
O que esperar para a próxima semana?
Na semana que vem, todas as atenções estarão voltadas para os dados de inflação no Brasil, EUA, Alemanha e China. Além disso, a ata da última decisão de política monetária do Copom também será destaque.
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Cenário macroeconômico
No Brasil, o destaque da semana foi a decisão de política monetária do Copom. Conforme era esperado, a taxa Selic permaneceu em 13,75%.
No cenário internacional, o Fed elevou mais uma vez a taxa de juros em 0,25 p.p, alcançando o patamar de 5,25% no limite superior, conforme esperado. Além disso, os dados de atividade indicam um mercado de trabalho ainda muito aquecido, com o setor de serviços e manufatura se recuperando no último mês. Na Europa, a alta foi de mesma magnitude, com diminuição do ritmo (o aumento anterior tinha sido de 0,50 p.p), e a inflação ao consumidor anual teve sua primeira alta desde outubro, mas com o índice de núcleos arrefecendo após longo período de alta.
Publicamos nosso relatório macro mensal de abril, confira os destaques abaixo e o relatório completo aqui.
Leia o resumo completo de economia da semana
Juros e inflação
As taxas futuras de juros fecharam a primeira semana de maio em queda, principalmente nos vértices médios e longos. Os principais destaques foram (i) as preocupações acerca da saúde financeira dos bancos regionais norte-americanos; e (ii) as decisões de política monetária no Brasil e nos EUA.
No começo da semana, a aversão a risco no exterior, na esteira da quebra do First Republic Bank, elevou a demanda por títulos do Tesouro (Treasuries), cujos rendimentos (yields) caíram, influenciando, por consequência, o movimento de queda no mercado local.
No entanto, um cenário menos pessimista tomou conta dos mercados após a sinalização, por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), da proximidade de um possível término do aperto monetário. Neste contexto, posteriormente, alguns agentes financeiros também identificaram alguns sinais mais “dovish” (favoráveis ao afrouxamento monetário) no texto do Copom, o que abriu espaço para retirada de prêmios da curva.
Na seara internacional, após as preocupações com o sistema financeiro norte-americano no começo da semana, os yields das Treasuries terminaram a semana com uma leve alta, refletindo o alívio de temores com o setor bancário dos Estados Unidos e a surpresa positiva com os dados do payroll de abril. Comparando com o fechamento da sexta-feira da semana passada (28), o yield de 2 anos passou de 4,04% para 3,92% e o de 10 anos permaneceu no patamar de 3,44%.
A curva de juros pode ser compreendida como as expectativas dos rendimentos médios de títulos públicos prefixados sem cupom (ou seja, sem pagamentos semestrais), de hoje até uma determinada data futura, a partir dos contratos futuros de juros (ou DI). Enquanto isso, a Taxa Selic Esperada é a rentabilidade da taxa básica de juros esperada no final de cada período. Entenda mais aqui.
Títulos públicos
Mercado primário (leilões)
Para mais informações sobre o funcionamento de leilões de títulos públicos, clique aqui.
Leilão do dia 02/05 – NTN-B e LFT
Na terça-feira, o Tesouro Nacional (TN) ofertou 2,4 milhões de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B). Além disso, ofertou 300 mil Letras Financeiras do Tesouro (LFT), expandindo levemente a oferta para a primeira categoria e reduzindo para a segunda, em comparação ao último leilão.
As NTN-Bs ofertadas foram totalmente absorvidas. Os vencimentos de 2026 foi o único vértice negociar com taxa inferior a 6% a.a., enquanto isso, para os demais vértices, o rendimento ficou acima deste patamar. Por sua vez, o volume financeiro foi de, aproximadamente, R$ 10,1 bilhões.
Por outro lado, o TN não obteve performance semelhante com as LFTs, uma vez que foram parcialmente absorvidas. Nos vencimentos, o volume financeiro foi cerca de R$ 2,0 bilhões.
Leilão do dia 04/05 – LTN e NTN-F
No leilão de quinta-feira, houve oferta de 16 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), com vencimentos para os próximos três anos, e 1,5 milhão de Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F), divididas em duas séries de vencimentos em 2029 e 2033. Houve redução singela para a primeira categoria e aumento para a segunda, em comparação com o volume da semana anterior.
O TN obteve demanda para a totalidade das LTNs ofertadas. O volume financeiro atingiu R$ 12,1 bilhões. Além disso, vale mencionar que quase todos os vértice fecharam abaixo do patamar de 13% a.a., com exceção do vencimento em 2024.
As NTN-Fs, por sua vez, foram parcialmente colocadas. Com taxas inferiores a 13% a.a., o volume financeiro foi de R$ 1,4 bilhão.
Mercado Secundário
O IMA-B representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos indexados ao IPCA (NTN-B). O IRF-M representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos prefixados (LTN e NTN-F).
Ambos são calculados pela Anbima e podem sofrer variações devido à dinâmica de oferta e demanda de títulos no mercado, reflexo das movimentações no cenário econômico.
O preço dos títulos sobe quando a expectativa de juro futuro cai (e vice-versa) devido à relação inversa entre os dois. Esse mecanismo que mostra o efeito dos juros sobre preços é a marcação a mercado. Entenda mais aqui.
Acompanhe as taxas do títulos do Tesouro Direto disponíveis para compra e para resgate
Crédito Privado
Fluxo
Nesta seção, analisamos os dados da Anbima de negociações definitivas de crédito privado, realizando um filtro cujo spread (diferença) entre os preços máximo e mínimo negociados representam mais do que 0,01% do volume negociado no dia, com o intuito de descartar o que acreditamos serem as operações diretas dentro de instituições.
Na última semana, o fluxo médio diário de negociações em debêntures não incentivadas foi de R$ 713 milhões (ante R$ 1100 milhões na semana anterior), R$ 441 milhões em debêntures incentivadas (vs. R$ 522 milhões), R$ 203 milhões em CRIs (vs. 377 milhões) e R$ 292 milhões em CRAs (vs. R$ 309 milhões).
Os papéis mais negociados por classe de ativos foram as debêntures da B3 (BSA325), a debênture incentivada da CEEE-D (CEEED21), o CRI do Pátio Malzoni e, por fim, o CRA da Klabin.
Como não são disponibilizados a tempo da publicação do relatório, os dados desta sexta-feira serão considerados no acumulado da próxima semana.
Ações de rating
Ratings são notas atribuídas por agências classificadoras de risco de crédito que podem impactar diretamente seus investimentos em Renda Fixa. Entenda mais aqui.
O que esperar – Semana de 08/05 a 12/05
Agenda econômica
No cenário internacional, serão divulgados os números de inflação dos EUA, da Alemanha e da China, todos referentes à abril; no caso dos dois últimos países, serão publicados também alguns dados de atividade econômica.
No Brasil, por sua vez, a semana será dominada por dados de inflação: IGP-DI e IPCA, ambos de abril, e a ata da última decisão de política monetária do Copom. Na seara da atividade, o IBGE também divulgará a Produção Industrial Mensal de março, indicador cuja expectativa da XP é de variação de 0,9% m/m e 0,7% a/a.
Leilões do Tesouro Nacional
Vencimentos de debêntures da próxima semana
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