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Bancos regionais, bancos centrais, turismo chinês, vítimas da I.A. e a maçã do amor | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1) Preocupação com bancos regionais; 2) Bancos centrais sobem juros; 3) Gastos com viagem na China se recuperam; 4) I.A. faz primeira vítima na bolsa; 5) Apple supera estimativas

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1. EUA - Crescem as preocupações com os bancos regionais, mesmo após a resolução do First Republic Bank

A semana começou com a notícia de que o First Republic Bank havia sofrido a intervenção do órgão regulador americano, FDIC, e a maior parte de seus ativos haviam sido absorvidos pelo JP Morgan, maior banco do país. O First Republic é o terceiro banco a falhar em 2023, após Signature e Silicon Valley.

No decorrer da semana, uma nova onda de preocupações com a saúde e solvência de diversos bancos regionais tomou conta do mercado. Nomes como PacWest (ticker: PACW) e Western Alliance (ticker: WAL) sofreram perdas substanciais e chegaram a cair mais de 50% num único pregão.

As principais preocupações do mercado são:

i) A contínua fuga de depósitos (garantidos ou não) devido a busca por melhores taxas de remuneração como títulos do tesouro, fundos de Money Market ou, até mesmo, a nova conta remunerada da Apple que, em apenas 4 dias, chegou à marca de US$1bi.

ii) A busca por proteção governamental dos depósitos, que garante o saldo de US$250.000 por conta individual em cada instituição, gerando uma fuga de depósitos acima desse valor.

iii) A situação dos empréstimos atrelados a imóveis comerciais (CRE - Commercial Real Estate - na sigla em inglês) que vem dando sinais de problemas com inadimplências e atrasos de pagamentos. O investidor Charlie Munger, inclusive, deu declarações essa semana de que a situação está preocupante e, embora não esteja tão ruim quanto 2008, ele vê muitos problemas à frente.

iv) A questão da crise de confiança e a "profecia auto-realizável", pois a má performance das ações destes bancos na bolsa pode levar a uma fuga ainda maior de depósitos que, a depender da magnitude, seria fatal para a sobrevivência de qualquer banco.

Com relação a este último ítem, já há discussões entre participantes do mercado se seria o momento de introduzir uma proibição de vendas a descoberto em ações do setor financeiro, à exemplo do que foi feito em 2008, para tentar estancar a crise. Apenas a chance de que tal regulamentação seja aprovada fez com que as ações do setor se recuperassem na sexta feira. O ETF de bancos regionais (ticker: KRE) subiu 6.3% no dia mas, ainda assim, fechou a semana em queda de 10.1% e acumula perdas de 34.7% no ano.

2. Bancos Centrais sobem juros pelo mundo

Diversas decisões de taxas básicas de juros foram anunciadas nesta semana, sendo as mais importantes as do Federal Reserve americano e do Banco Central Europeu. Ambos aumentaram as taxas em 25 pontos base porém com mensagens distintas.

Nos EUA, ao subir as taxas para o intervalo de 5 a 5,25%, o comunicado oficial retirou o trecho no qual comentava que o comitê antecipava mais altas à frente e, embora o presidende da entidade monetária tenha evitado falar a palava "pausa" em seu conference call, ele se referiu especificamente à ausência do trecho do comunicado e reafirmou a leitura de que o ciclo tenha, de fato, chegado a um momento no qual as próximas decisões serão mais baseadas em dados recentes. Por outro lado, Powell descartou a possibilidade de cortes de juros, algo que está precificado nas curvas de juros futuros.

Já o Banco Central Europeu, após elevar a sua taxa de referência para 3.25%, sinalizou que haverá mais altas à frente. A presidente Christine Lagarde foi enfática em afirmar que ainda há mais trabalho a fazer (leia-se: subir mais juros) e reiterou que isso está "extremamente claro".

Digno de nota, também, foram as surpresas de dois bancos centrais, Austrália e Malásia, que, ao contrário do que esperavam os economistas, elevaram suas taxas de juros num sinal de que ainda há indícios de que a batalha contra a inflação ainda não está ganha. Na mesma linha, porém não tão radical quanto um hike, foram os comentários do presidente do Bank of Canada, Tiff Macklem, nos quais afirmou que a inflação pode ser mais persistente do que esperava e, caso haja sinais de que a trajetória dos preços não está indo em direção à meta de 2%, estará preparado para continuar o ciclo de aperto.

3. China - Gastos em viagens é o maior desde o pré-pandemia

De acordo com o Financial Times, as autoridades chinesas afirmaram que o total gasto pelos viajantes do país em meio ao feriado do dia do trabalho excedeu os níveis anteriores aos da pandemia pela primeira vez. O número de viajantes registrados no período foi de 274 milhões, 71% acima do ano anterior e 19% acima de 2019. Já o total gasto ficou 1% acima de 2019.

Em contrapartida, a ausência de opções de vôos internacionais e a demora na emissão de vistos e passaportes impediu que os cidadãos viajassem internacionalmente e a recuperação neste segmento segue, ainda, muito lenta.

Fonte: Wind, Financial Times

4. Inteligência Artificial faz ação do setor de educação cair quase 50%

As ações da Chegg (ticker: CHGG ) empresa "edtech" que fornece serviços para estudantes) caíram 48% na terça feira e fecharam a semana em queda de 44% após seu CEO afirmar que o ChatGPT estava prejudicando as taxas de crescimento de clientes da companhia.

"Na primeira parte do ano, não observamos nenhum impacto significativo do ChatGPT em nosso crescimento de novas contas e estávamos atendendo às expectativas em novos cadastros", disse ele. "No entanto, desde março, observamos um aumento significativo no interesse dos estudantes pelo ChatGPT. Agora acreditamos que ele está tendo um impacto na taxa de crescimento de novos clientes." - Dan Rosensweig, CEO da Chegg

Ações da inglesa Pearson (ticker: PSO ), também do setor de eduação, chegaram a cair 14% com os receios de disrupção que a nova tecnologia traz para o setor, porém recuperaram-se ao longo da semana e o retorno semanal foi de "apenas" -6.5%.

5. Apple anima investidores com resultados acima do esperado

A Apple (ticker: AAPL) reportou resultados acima das expectativas do mercado, afastando preocupações com os impactos do "cenário macroeconômico mais desafiador", termo que foi citado pelo CEO, Tim Cook, diversas vezes durante o call. As ações subiram 4,7% na sexta-feira e reverteu 4 dias de queda para fechar a semana positiva em +2,3%, levando o retorno de 2023 para +33,8%.

Receita: Queda de -2,5% A/A e 2.4% acima do esperado (US$94,8bi x 92,6bi)
Lucro por Ação: Estável A/A e 6,1% acima do esperado ( US$1,52 x US$1,43)

Apesar da queda de receita no comparativo annual, os números surpreenderam positivamente devido às boas performances nas vendas de iPhone que compensaram os números piores que o esperando em computadores pessoais (MacBook) e na linha de serviços.

Durante o call, a empresa apresentou seu guidance para o próximo trimestre no qual afirmou que, assumindo que o ambiente macroeconômico não piore, os números devem ser muito similares aos desse trimestre. Hoje, o consenso de mercado espera que nos próximos trimestres a Apple entregue crescimento tanto em receita quanto em lucro por ação.

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